Parque das Serras do Porto: de Campo a Couce pelas margens do rio Ferreira + Trilho do Castelo - Valongo
near Campo, Porto (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Trilho do Castelo - Valongo
Descrevemos um percurso circular efetuado no Parque das Serras do Porto, situado na totalidade no Concelho de Valongo.
O trilho desenvolve-se na sua maioria à volta do Rio Ferreira, quer pela margem esquerda (ida), quer pela margem direita (volta), entre a ponte suspensa (por vezes conhecida por ponte da Queiva, situada logo após a junção da Ribeira da Ribeira de Baia com o Rio Ferreira) e a ponte de Couce, na Aldeia com o mesmo monte.
O principal argumento do percurso é o próprio rio Ferreira, o seu belo vale e o enquadramento na paisagem, a observação dos seus rápidos, situados principalmente na zona das Fragas do Castelo, Fraga Amarelo (na margem direita) e Fragas da Azenha (na margem esquerda); outros pontos de interesse são a visita da aldeia de Couce, a visita das Fragas do Castelo e a passagem pela já referida, ponte suspensa da Queiva.
O trilho tem inicio e final no apeadeiro de Caminho de Ferro da vila do Campo (Linha de Douro)
Na maioria, são utilizados caminhos de pé posto, caminhos rurais e caminhos florestais. Na zona da fraga da Azenha e nas fragas do Castelo são utilizados trilhos de montanha com grande declive, vários ressaltos que obrigam a trepadas e destrepadas, muitas vezes com a ajuda das mãos e que exigem um cuidado adicional nos dias chuvosos.
O trilho é fácil do ponto de vista físico, mas devido às passagens atrás mencionadas, classificamo-lo como moderado.
O percurso é marcado na maior parte do trajecto, seguindo com o PR 1 VLG (Corredor ecológico) e o PR 3 VLG (Trilho do Castelo). Só não é marcado entre o inicio e a ponte suspensa (os primeiro e últimos 1100 metros).Devido a este segmento não marcado, torna-se necessário o uso do GPS.
Mais de metade do percurso é acompanhado por sombra (na maioria de eucaliptos e vegetação ripícola) e como seria de esperar, não há abastecimento de água durante o trilho.
Descrição do percurso
Deixamos a nossa viatura num pequeno parque de estacionamento imediatamente antes do Apeadeiro de Caminho de Ferro da vila de Campo e progredirmos para Norte por estrada asfaltada do lado direito da linha férrea. Passamos pela Adega Regional O Mineiro e pouco depois, o asfalto dá lugar a trilho em terra batida. Viramos à esquerda, atravessamos por baixo da linha férrea e continuamos por caminho de acesso a instalações industriais de lousa. Vemos umas grandes pedras a barrar o caminho e viramos à direita por trilho de pé posto, com muita vegetação envolvente. Pouco depois de atravessar a ribeira de Baia entroncamos com a GR 62 (Grande Rota das serras do Porto) com a qual seguimos pela direita. Vemos surgir então o rio Ferreira e a ponte da Queiva à nossa direita; logo depois, e do outro lado do rio podemos apreciar as Fragas do Castelo, zona bem conhecida dos escaladores pelas suas vias de escalada desportiva. Do lado esquerdo vão aparecerem as fragas da azenha e então o caminho complica com declives acentuados e ressaltos que obrigam a trepar e a destratar. Adiante, o trilho torna-se mais plano e mais largo e assim continuaremos durante cerca um quilómetro, ate encontrar nova descida íngreme que obriga a novo destrepe. O percurso vai passar mesmo ao lado do rio e iremos passar por uns moinhos em ruínas antes de atravessar o rio Ferreira na Ponte de Couce.
Voltamos para trás, agora pela margem direita do rio e passaremos pelo centro da aldeia de Couce, continuamos por antigos caminhos rurais durante quase 2 km, onde estão patentes as marcas de rodados de carros de tração animal. Continuamos então pela estrada calcetada (rua do Couce) até à confluência do rio Simão e o Rio Ferreira, onde podemos apreciar os antigos moinhos do Cuco. Entramos na rua de S. João e saímos por umas escadas do lado direito, seguindo o trajecto do PR 3 VLG Trilho do Castelo, que nos leva às Fragas do Castelo e durante o qual podemos observar vários painéis narrativos da história da mineração do ouro por parte dos romanos. Poderemos alcançar o topo da Fraga do Castelo se estivermos à vontade para ultrapassar 2 passos de trepada de grau 3. Daqui contemplamos o rio , o trilho, a serra de Pias e os vários locais por onde passamos. Depois do destrepe cuidadoso, descemos à base da Fraga, onde podemos apreciar as vias de escalada de dificuldade variável (grau 4 a 6b). Continuamos para montante do rio, passamos por vários moinhos, estes em estado avançado de ruínas, atravessamos a ponte suspensa e seguimos pelo caminho do inicio até ao nosso ponto de partida
Boas caminhadas
O Parque das Serras do Porto é uma infraestrutura verde com 6000 hectares composto pelas Serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas e abrange territórios dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. Esta área está classificada desde 2017, e integra a norte, uma das áreas naturais mais emblemáticas do Noroeste Continental, o Sítio de Importância Comunitária Valongo" - Rede Natura 2000, com 2553 hectares, que
privilegia a conservação de espécies de flora e fauna protegidas, entre as quais, o Habitat 4030 - Charnecas secas europeias, Habitat 4020 - Charnecas húmidas (matos higrofilos) e Habitat 91E0 - Florestas aluviais de amieiro e freixo.
Neste território, cuja formação remonta há mais de 500 milhoes de anos, destaca-se uma interessantissima historia geológica, relacionada com a formação do Anticlinal de Valongo, enquanto grande modelador do relevo. Vale a pena pesquisar mais sobre os xistos e os quartzitos do Parque, sobre os fosseis de seres marinhos como as trilobites mas tombem de plantas e outros animais.
A rede de Percursos Pedestres do Parque integra uma Grande Rota com cerca 59Km (GR 62) e 17 Pequenas Rotas (num total de 220Km) interligadas entre si.
Ao percorrer o Parque, temos a oportunidade de visitar inúmeras aldeias que conservam bem patentes as tradiçoes rurais ligadas à agricultura, pastorícia ou a apicultura.
Waypoints
Mina Romana
Exploração de ouro pelos Romanos Nesta paisagem marcada pelas Fragas do Castelo e pelo rio Ferreira, que associamos à prática da escalada e aos moinhos, é possível desvendar usos bem mais ancestrais: o canal romano da serra de Pias, um dos vestígios mais antigos da presença romana na região, tem cerca de 2000 anos. Esta infraestrutura hidráulica, associada à exploração de ouro livre, serviu o propósito de transportar água para os locais de lavagem de minério, nos coluviões e aluviões existentes nas margens do rio, sendo que a retenção do ouro se baseava na sua elevada densidade. Observa-se a destruição de partes do canal por trabalhos romanos de exploração de ouro subterrâneo, o que demonstra que estes foram posteriores. Foi possível reconstituir fielmente a rota deste canal durante cerca de 1,5 km, ao longo da margem esquerda do rio Ferreira e da ribeira de Santa Baia. Pela sua posição topo gráfica, estima-se que tenha alcançado 8,5 km, com um desnível constante e extremamente preciso, o que demonstra a capacidade de engenharia da época. Outro aspeto importante é a sua largura, de 1,20 m, apenas reduzido a 0,80-0,90m em algumas áreas escavadas em quartzito. Esta largura é encontrada nas grandes explorações, como Las Médulas, o que indicia que as de Pias seriam de tamanho considerável. Na cumeada encontramos dois tanques romanos, que surgiram da necessidade de acumular água proveniente da chuva e de pequenas nascentes para apoio aos trabalhos nas zonas mais altas.
Fragas do Castelo e pormenor do caminho
Fragas do Castelo As Fragas do Castelo fazem parte da memória coletiva da região, nomeadamente como uma área natural onde as pessoas se banhavam no rio Ferreira, moiam cereais nos seus moinhos e, desde os anos 40, se praticava escalada. Contudo, poucos saberão que estamos perante o que restou de uma mina romana de exploração de ouro, um património arqueológico com cerca de 20 séculos e que muito nos tem revelado. Pelos vários vestígios visíveis na paisagem, é possível identificar dois tipos de mineração de ouro: a de ouro livre, que contemplava inclusive canais de água para apoio à lavagem do minério das pedras soltas das margens do rio Ferreira, e a de ouro subterrâneo, iniciada posteriormente, e que se traduziu no desmonte de maciços de rocha para exploração do ouro, ao qual as Fragas do Castelo sobreviveram.
Comments (16)
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Peace be upon you my dear friend. This is a beautiful route with spectacular pictures. Thanks for sharing. a hug.
Thanks Mohammad.kiani for your coments and evaluation. A big hug to you
Preciosa ruta circular en el Parquedas Serras do Porto en Valongo. Magnífica descripción y bellas imágenes. Gracias por compartirla, amigo. Un abrazo.
Percurso espetacular, pelo Parque das Serras do Porto. Muito boas fotos e explicações. Um abraço forte.
¡Increíble travesía de mi gran amigo STrilhos por el Parque das Serras do Porto! 🌳 Fotos espectaculares y una descripción detallada de la ruta desde Campo a Couce por el río Ferreira, más el fascinante Trilho do Castelo en Valongo. ¡Una experiencia imperdible que despierta la pasión por la naturaleza y la aventura! 🏞️🚶♂️ #ExplorandoConSTrilhos #ParqueSerrasdoPorto #NaturalezaEnEstadoPuro
Muito obrigado mi amigo Jorditons pelo comentário, avaliação e pelas simpáticas e palavras 👌. Um forte abraço
Muito obrigado Palocorto1 pelo comentário e avaliação
O parque das Serras do Porto fica perto da Cidade do Porto e tem belos recantos
Um abraço
Muito obrigado Tetititu pelo comentário e avaliação
O parque das Serras do Porto é um local de belas paisagens e belhos percursos
Um abraço
Preciosa travesia por el parque das Serrá do Porto con bonitas fotos. Un abrazo
Muy buen recorrido compañero 👌, reportaje fotográfico del río de diez 💯, un abrazo 🤗.
Obrigado Emílio pelo comentário e avaliação. Um abraço amigo
Obrigado Pájaro Kuy Kuy pelo comentário e avaliação 👌. Um abraço amigo
Bonita excursión por las Serras do Porto.
Estupendos paisajes.
Felicidades compañero.
Muito obrigado Californiagymsama pelo comentário e avaliação. Um abraço amigo
Excelente percurso, para conhecer o Parque das Serras do Porto!
Obrigado pela partilha,
Um abraço
Obrigado Miguel pelo comentário e avaliação
Um abraço