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Travessia Araçatuba Monte crista via Ambrósio Completa

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Trail stats

Distance
33.91 mi
Elevation gain
7,864 ft
Technical difficulty
Very difficult
Elevation loss
11,083 ft
Max elevation
5,511 ft
TrailRank 
34
Min elevation
86 ft
Trail type
One Way
Moving time
9 hours one minute
Time
2 days 14 hours 3 minutes
Coordinates
7301
Uploaded
April 1, 2024
Recorded
March 2024
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near Sítio José Pedro Borges, Paraná (Brazil)

Viewed 61 times, downloaded 4 times

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Itinerary description

Araçatuba/ Monte crista via Ambrósio Completa

Segue relato de nossa querida amiga Ellen Huryn.

"Sempre que decidimos encarar um grande desafio nas montanhas, um misto de sentimentos aparece: há a animação em fazer algo inédito; o medo de não dar conta; a preguiça atrelada com a vontade de ficar em casa sem ter que se esforçar.
Mas a gente une coragem e vai, mesmo que não acredite na própria força em muitos momentos, encarando o chamado recebido.
E assim, uma nova aventura começa! Única e especial a sua maneira.
Quase cancelada dias antes devido à previsão de mau tempo, a Travessia dos Campos do Quiriri foi nosso destino no feriado de Páscoa.
A princípio em 17, que foram reduzidos a 9 membros devido aos outros compromissos que os outros tiveram, partimos de Curitiba na madrugada de sexta, 3h, com destino ao Araçatuba, em Tijucas do Sul/PR, o primeiro cume do trajeto. Trajeto lindo, nascer do sol incrível, equipe unida e café da manhã compartilhado, o sonho e meta de todo trilheiro.
Estávamos em êxtase, mas cientes de um dia inteiro de caminhada, alguns, tal como eu, sem descanso desde o dia anterior.
Nossa meta? 25km no dia, até chegar ao Marco da Divisa, onde iríamos acampar.
Turma forte, só com gente experiente, não dá para não dar certo né? Erro nosso e não de principante!
En muitos momentos e não apenas nas trilhas, esquecemos que somos seres humanos e não super-heróis; com nossos limites, lidando com a natureza e suas facetas, e não, não controlamos tudo. E com uma mala pesando mais de 15kg, a dificuldade dobra!
Estávamos literalmente com a casa nas costas, carregando o que precisaríamos, e alguns até mais, por três dias. E isso fez com que nossa caminhada ficasse lenta, nos dando apenas 18km de caminhada no primeiro dia.
Um tombo de um dos membros também nos colocou em alerta, mostrando-nos que a pressa cobra de alguma forma, exigindo calma e atenção.
Não obstante, entramos logo após no Inferno Verde, uma subida íngreme e com muito vara mato, que nos atrasou mais do que esperávamos.
Cansados após essa epopéia verdejante, não aguentamos continuar por muito tempo e paramos em um vale para acampar, inóspito, sem água perto, mas o que conseguimos no momento, mesmo que não fosse a vontade do grupo em geral: o vale das lesmas e arranhas, como foi carinhosamente apelidado.
Sujos, tendo de tomar banho de gato, jantamos e descansamos o mais rápido possível, visto que teríamos que compensar a quilometragem do dia anterior para chegarmos ao nosso destino.
Na manhã seguinte, partimos em direção ao Marco da Divisa, para entrar finalmente em terras catarinenses.
Andamos muito novamente, sol na cabeça o dia todo, pradaria e campos abertos, visões de tirar o fôlego. Tomamos um banho de rio revigorante perto do meio dia e seguimos, passando pelo Marco da Divisa e continuamos, almejando a pedra do Lagarto no final do dia para acampar, mas, devido a alguns erros de trajeto, assim como o desgaste de um dos nossos companheiros, novamente nossas espectativas não foram condizentes com a realidade.
A fim de ganhar terreno e por seguirmos trekkings diferentes no Wikiloc, entramos em Joinville, fora do Campos, e lá não conseguimos pernoitar, necessitando descansar novamente em um terreno divergente dos sonhos. No meio das bostas de vaca, mas com um céu lindo, um rio ao lado, um jantar em um restaurante mil estrelas.
Banho de rio na segunda noite, barriga cheia e quentinha, após 21km percorridos, descansamos enfim.
No início do terceiro dia, após o grande desvio do trajeto inicial, uma grande decisão: mudar a rota e abrir quase uma nova trilha, cortando os Campos, entrando no caminho dos Ambrósios: um trajeto feito há muito tempo pelos peregrinos da região, parte também do caminho de Peabiru.
Entretanto, com o desvio, não pegamos o cume do Monte Crista, ficando apenas com os cumes do Araçatuba, Moreia e Baleia como parte do trajeto original.
Continuamos andando, encontramos mais infernos verdes no caminho, assim como vermelhos, arenosos e dentro de nós mesmos.
Nosso grupo se separou, dando uma diferença de mais de três horas entre os primeiros e últimos a chegar.
Trilheiros experientes ficaram para trás, com bolhas nos pés, dores nos ombros e costas, queda de pressão e desmaios. Muita gente incrível, cada um com as suas peculiaridades e força própria, lidando com os propósitos e limites próprios, mas que conseguiu chegar, mesmo que distantes uns dos outros, ao fim.
Com dor, bolha, êxtase ou choro de alívio.
Sobre essa travessia, o que concluir? Não houve amanhecer ou entardecer espetacular; nem o caminho original planejado.
Mas houve o que deveria ser e acontecer.
Um grupo com força, com a sua individualidade e também parceria. Que lutou por si e muitos também pelos outros, que conseguiu!
Que trouxe para casa não apenas as visões extraordinárias de um campo aberto ou montanha; mas a visão de dentro de si que mostra que sempre haverão desvios de caminho na vida, dificuldades a serem transpassadas; de entender o outro e o que ele oferece.
De entender que expectativas são diferentes da realidade, em trajetos ou pessoas. Mas que, tudo que acontece precisa ocorrer porque a adversidade é uma professora terrível, mas muito eficaz.
Aliás, tal como o ditado: "Bendita seja a última gota que transbordou e te fez sair de onde não deveria mais estar".
Que possamos sair do que não queremos mais e aprendamos com os erros cometidos porque, quando aprendemos, o futuro só pode ser melhor."

Comments  (2)

  • Photo of Ellen Huryn
    Ellen Huryn Apr 2, 2024

    Agora que vi que colocou o texto. Fiquei emocionada 😍

  • Photo of WSAlexandre
    WSAlexandre Apr 2, 2024

    Você é incrível ❤️

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