PR 4 GDM - Trilho das minas de antimónio e do ouro, Gondomar - Parque das serras do Porto

PR 4 GDM - Trilho das minas de antimónio e do ouro, Gondomar - Parque das serras do Porto

É um trilho que decorre na totalidade em área florestal da encosta sul da Serra das Flores, no município de Gondomar, fazendo parte do parque das Serras do Porto e tem como principal objetivo a visita a várias minas/complexos mineiros de extração de antimónio e ouro, hoje desativados e em ruínas. O trilho atinge a cumeada da serra, permitindo belas panorâmicas para leste e oeste e podemos apreciar a sul o rio Douro, que se encontra quase sempre meio escondido pelo arvoredo. Pelo caminho passamos pelo marco geodésico de Medas e visitamos a inacabada capela de Santa Bárbara, atualmente em ruínas.

NOTA: É necessário muito cuidado quando caminhamos perto das meninas antigas pois existem POÇOS muitos deles sem qualquer indicação ou proteção,

O Parque das Serras do Porto é uma infraestrutura verde com 6000 hectares composto pelas Serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas e abrange territórios dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. Esta área está classificada desde 2017, e integra a norte, uma das áreas naturais mais emblemáticas do Noroeste Continental, o Sítio de Importância Comunitária Valongo" - Rede Natura 2000, com 2553 hectares, que
privilegia a conservação de espécies de flora e fauna protegidas, entre as quais, o Habitat 4030 - Charnecas secas europeias, Habitat 4020 - Charnecas húmidas (matos higrofilos) e Habitat 91E0 - Florestas aluviais de amieiro e freixo.
Neste território, cuja formação remonta há mais de 500 milhoes de anos, destaca-se uma interessantissima historia geológica, relacionada com a formação do Anticlinal de Valongo, enquanto grande modelador do relevo. Vale a pena pesquisar mais sobre os xistos e os quartzitos do Parque, sobre os fosseis de seres marinhos como as trilobites mas tombem de plantas e outros animais.
A rede de Percursos Pedestres do Parque integra uma Grande Rota com cerca 59Km (GR 62) e 17 Pequenas Rotas (num total de 220Km) interligadas entre si.
Ao percorrer o Parque, temos a oportunidade de visitar inúmeras aldeias que conservam bem patentes as tradiçoes rurais ligadas à agricultura, pastorícia ou a apicultura.

A maior parte do trilho decorre em caminhos florestais, por pisos em diferentes estados de conservação. Uma pequena parte é efetuado em trilhos de pé posto. Na zona mais alta do percurso existe uma derivação de 400 metros (ida e volta) para visita do Marco geodésico e das ruínas da capela de Santa Bárbara. Este troço exige um passo de trepada e destrepada e portanto não deverá ser efetuado por quem não tiver experiência neste tipo de terrenos. Tirando este segmento, temos que passar por um escada improvisada, que não apresenta dificuldades. Do ponto de vista tecnico não apresenta outros problemas. Do ponto de vista físico, temos 2 subidas de forte pendente, pelo que pontuamos este trilho como moderado.
Este percurso é caraterizado por apresentar muita sombra, sendo a árvore dominante o eucalipto e as acácias. Encontramos ainda pinheiros, carvalhos e sobreiros. Não existe possibilidade de abastecimento de água e durante o trilho, passamos por 2 ou 3 ribeiras secas.
Tem como principais Pontos de Interesse:

Mina da Tapada
Mina do Ribeiro da Serra
Mina de Alto de Sobrido
Marco Geodésico
Ruínas da Capela de Sta. Bárbara
Mina do Corgo
Ribeiro do Corgo

O trilho tem início e final na Rua Nossa Senhora das Canas/rua das Louseiras, num local onde existe um painel informativo do PR.
A maneira mais rápida para lá chegar, saindo do Porto pela A 43-Gondomar, continuar pela A 41 direção sul, sair logo no primeiro nó desta autoestrada; na rotunda virar na primeira à direita e depois sair logo na primeira à esquerda, entrando na Rua Nossa Senhora das Canas. Ao fim de 800 metros encontramos o painel informativo que indica o início do trilho. Nós fizemos o PR na direção contrária ao dos ponteiros do relógio tal como aconselhado pela entidade promotora do PR.
O trilho circunda as vertentes sul da Serra das Flores, antigamente designada por Serra do Açor, por ser comum observar-se aves de rapina como o açor.
Esta rota, percorre sequencialmente os caminhos que conduzem a quatro das minas exploradas, mina da Tapada, Ribeiro da Serra e Fontinha, Alto de Sobrido e Corgo e esconde vestígios geomineiros, como ruínas de arcos, chaminés e galerias, que nos contam a história da extração mineira de antimónio e ouro, no final do século XIX, início do século XX.
Sobe ao alto de Stª Barbara, padroeira dos mineiros, onde podemos visitar a sua capela inacabada, e desfrutar da paisagem serrana num ângulo de 360°.
A capela de Santa Bárbara foi mandada construir em 1884, a pedido de José Maria Pereira de Lima, proprietário das Minas de Riba-Douro, com o intuito de prestar homenagem a Santa Bárbara, padroeira dos mineiros. Este espaço com objetivos religiosos, lamentavelmente, nunca esteve aberto a culto, pois a capela não foi concluída, encontrando-se atualmente em ruinas.

Boas caminhadas