Passadiços do Parque das Ribeiras do Uima e Passadiços do Parque da Chã - Fiães, Santa Maria da Feira

Passadiços do Parque das Ribeiras do Uima e Passadiços do Parque da Chã - Fiães, Santa Maria da Feira

Este trilho tem como principal ponto de interesse o rio Uíma, a zona pantanosa envolvente e todo o ecossistema fluvial, com especial atenção para o belo e frondoso bosque ripicola.

O rio Uíma, com 35km de extensão é um afluente da margem esquerda do rio Douro. Nasce no lugar de Duas Igrejas, na freguesia de Romariz, concelho de
Santa Maria da Feira. Atravessa este Concelho e o de Vila Nova de Gaia, tendo a sua foz em Crestuma, no concelho de Vila Nova de Gaia, ligeiramente a jusante da Barragem de Crestuma-Lever.

Descrevemos aqui duas secções dos passadiços do Rio Uíma, no Parque das ribeiras do Uíma e Parque da Chã.

O percurso é feito na sua maioria em passadiços, pois atravessa uma extensa zona húmida e pantanosa, que de outra forma, seria impossível visitar. É uma zona onde existem vários parque de merendas e outros locais de lazer para as populações locais.

Iniciamos o percurso no amplo estacionamento do Parque das ribeiras do Uíma na rua Principal que liga Fiaes a localidade de S. Martinho, no local que intercepta os passadiços.
Seguimos em direção nordeste e logo nos apercebemos do belo, extenso e frondoso bosque ripicola que acompanha o rio e composto principalmente por amieiros, salgueiros, sabugueiros, choupos, freixos e outras espécies arbóreas. O passadiço termina na rua Nossa Sra. da Livraça que se situa na zona de fronteira entre as freguesias de Fiães e Lobão. À esquerda, depois de atravessar a Ponte da Tabuaça, tem início o trilho pedestre Sãobartuíma. No local podemos ainda observar um coreto.
Voltamos para trás, em direção às Caldas de S. Jorge. Passamos pelo estacionamento inicial e continuamos pelos passadiços, direção Sul.
Cerca de 500 metros adiante, aparece uma derivação à direita e mais à frente, o passadiço do parque das ribeiras do Uíma termina na rua do rio Uíma. Entramos numa estrada asfaltada à esquerda, para 300 metros adiante entrar novamente em caminho de terra batida à direita, começando pouco depois os passadiços da Chã, mantendo-se como principal protagonista o rio Uíma, os pântanos e novamente o espetacular bosque ripicola.
A ponte da Chã marcou o fim do nosso percurso, iniciando nessa altura a nossa marcha de retorno, usando o mesmo trajeto.

Algumas notas sobre o bosque ripicola:
SALGUEIRAL
No Ecossistema Fluvial do Uíma predominam os salgueirais de porte arbustivo, fisionomicamente dominados pela borrazeira-preta (Salix atrocinerea), ainda que sejam frequentes outras espécies do género Salix. Estão normalmente associadosa áreas encharcadiças, adjacentes a cursos de água planos e com
baixa velocidade da corrente. Os solos onde se desenvolvem têm elevado teor de humidade e possuem um bom horizonte
orgânico. Os salgueirais de porte arbóreos (Salix alba e Salix atrocinerea) apresentam um mosaico de árvores onde os salgueiros são mais ou menos dominantes, embora também se podem ver choupos (Populus nigra e Populus alba), carvalhos-alvarinho (Quercus robur) e freixos (Fraxinus angustifolia).

Sabugueiro (Sambucus nigra)
Espécie de porte arborescente, não ultrapassando os 10m. Muito ramificado,
habitualmente apresentando ramos vigorosos e eretos que se desenvolvem a partir da base do tronco. As inflorescências, conjunto de pequenas flores brancas, atingem 10 a 24 cm de diâmetro e originam frutos carnudos (bagas) roxo-escuro quando maduros.
A floração ocorre em junho e julho. As flores
e frutos de sabugueiros são muito utilizados
para fins medicinais, culinários e cosméticos.
Habitat: margens de cursos de água
e bosques húmidos

Amieiro (Alnus glutinosa)
Árvore de folha caduca e dioica que pode atingir 30m de altura, surgindo,
predominantemente, na maioria das galerias ribeirinhas dos cursos de água de
Portugal, constituindo os amiais ripícolas. Biótopos singulares, que quando bem
conservados representam autênticas reservas naturais para a biodiversidade local, ajudando também a fixação das margens, protegendo-as da erosão. O amieiro é capaz de formar nódulos radiculares, fixadores de azoto atmosférico, em simbiose com a bactéria Frankia ali, melhorando a qualidade do solo. O nome científico da espécie glutinosa significa pegajoso, nome atribuído pelas propriedades viscosas das suas
folhas jovens com elevadas propriedades farmacológicas, com poder anti inflamatório.
As inflorescências (amentos) são compostas exclusivamente por flores do mesmo sexo.
Os amentos masculinos são compridos, pedunculados e pendentes, os amentos femininos mais pequenos, cilindros, eretos e não pedicelados, produzindo frutos que
parecem uma pequena pinha (aquênios).
Habitat: margens de cursos de água e zonas húmidas