Parque Natural Serra da Estrela- circular em 2 dias. Dia 1: Vale do Rossim - Fraga Poio dos Cães - Lagoa do Peixão

Parque Natural Serra da Estrela- circular em 2 dias. Dia 1: Vale do Rossim - Fraga Poio dos Cães - Lagoa do Peixão

Publicamos um trilho efetuado em dois dias no Maciço Central da Serra da Estrela com início e final no parque de estacionamento da praia fluvial e do Restaurante do Vale do Rossim.

O percurso tem como principais objetivos
1 - Subir ao Fragão do Poio dos Cães, um cabeço granítico que domina a paisagem, não pela sua altura, mas pelo seu formato: um penedo, que parece mais uma longa rampa, de orientação oeste - leste de pequena inclinação mas que termina com paredes abruptas verticais e lisas com mais de 100 metros de altura. É uma saliência notável da zona com uma altitude de 1810 metros.
2 - Visita à Lagoa do Peixão, em nosso entender, a mais bela lagoa da Serra da Estrela, local onde pernoitamos.
3 - visita da Nave da Mestra Um local que tem tanto de belo como impressionante e enigmático, onde uma enorme fraga que está fraturada de uma forma lisa e vertical e adiante à sua direita vemos outras várias fragas cortadas com a mesma orientação e no mesmo plano. No local está construído um estranho abrigo e a saída do local é feita através de uma longa e estreita fenda entre os colossais blocos de granito. Um local digno de uma visita que só por si compensa a caminhada.
4 - desfrutar das excelentes paisagens naturais e selvagens da Serra da Estrela Caracterizadas por belos e abruptos vales, cabeços e fragas de granito, circos glaciares e outros relevos geológicos característicos da erosão glaciar.

Este trilho com cerca de 28 quilômetros e de 900 m de desnível positivo e negativo é passível de ser efetuado num único dia, mas com dificuldade, pois muitos dos quilómetros são feitos com progressão muito lenta para atravessar os caos de blocos e os inúmeros Ressaltos de rocha existentes no caminho. Efetuamos o trilho em 2 dias para melhor aproveitar e desfrutar do contacto com a natureza.

Agradecemos a um dos colegas do grupo, o planeamento e a orientação deste excelente trilho.




Para consultar o dia 2 e fazer a segunda parte do trilho, pode aceder ao link https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/parque-natural-serra-da-estrela-circular-em-2-dias-dia-2-lagoa-do-peixao-nave-da-mestra-vale-do-ros-170627917


É um percurso não marcado, que utiliza na sua maioria, caminhos de pé posto, mas percorremos vários kms fora de trilho, alguns dos quais em “corta-mato”. muitos dos km fora de trilho permitem uma progressão fácil, sobre lages planas ou sobre terreno de vegetação rasa ou nula. No entanto atravessamos muitas centenas de metros com vegetação pelo joelho ou meio da coxa, e no segundo dia progredimos ainda durante 3 ou 4 centenas de metros no meio de vegetação mais alta, cerca metro e 1/2, que ofereceu resistência considerável à progressão.
Na zona mais alta do trilho, entre o cume, o Fragão do Poio dos cães e a lagoa do Peixão progredimos a maior parte do tempo fora de trilho em campo de caos de blocos com algumas trepadas e destrepes.
Já perto do Fragão do Poio dos Cães tivemos uma descida por uma lage lisa e bastante inclinada que se torna muito PERIGOSA com o terreno molhado.
Em nossa opinião o percurso é moderado do ponto de vista físico mas difícil do ponto de vista técnico, e portanto classificamo-lo como difícil.

Passamos por inúmeros Ribeiros e linhas de água que em nossa opinião poderão ser utilizados para consumo, pois a fauna existente é rara e de animais de pequeno porte. Trilho efetuado em Maio, não vimos gado de espécie alguma. Por outro lado a exposição solar é enorme pois praticamente não existe qualquer árvore.

Descrição do percurso:
Saímos do parque de estacionamento da praia fluvial e do Restaurante do Vale do Rossim.
Descemos por trilho a jusante da barragem e pouco depois entramos em caminho estreito terra batida, que mais adiante se torna mais irregular com umas tantas pedras sobresaídas e alguns Ressaltos.
Depois de uma primeira subida, o trilho torna-se mais largo mais plano e vamos alternando entre terra batida, com troços sobre Lages de granito. O percurso encontra-se nesta zona bem marcado, com algumas mariolas, bem pisado e fácil de seguir. A nossa esquerda vemos o fraga das penhas douradas, constituído por 2 cabeços de granito com blocos e 2 agulhas num equilibro curioso.
Ao chegar a um cabeço grantitico com um vertcice geodésico (ao km 3,14) saímos do caminho principal viramos à direita por trilho mal pisado, mas fácil de progredir, em direção ao vale dos Condes. Pouco depois o trilho perde-se no meio da vegetação e caminhamos fora do trilho geralmente fácil de progredir no meio de vegetação rasteira e com algumas clareiras. Ao fim de 1000 m encontramos um Caminho pouco pisado e mal marcado com algumas mariolas que nos leva ao vale do Conde.
Depois de atravessar o ribeiro entramos em caminho largo mas degrado que nos leva ao vale das Barcas. Passamos ao lado do Covão aos Conchos onde apanhamos novo caminho empedrado .
Perto da lagoa Comprida Viramos à esquerda e entramos em caminho pé posto pouco pisado com algumas mariolas.
Ao fim de 2 km e mais algumas subidas chegamos ao Cume, que se encontra marcado com um grande Vértice Geodésico, já com alguns sinais de degradação. Viramos à esquerda direção leste, adiante entramos fora de trilho, vendo ao fundo e à direita o Fragão do Poio dos cães que passou a ser o nosso objetivo. Como já referido, o trilho torna-se bastante mais difícil, pois temos que caminhar por entre o caos de blocos de rocha com algumas trepadas e destrepes.

Aproximamos do Fragão e temos o troço mais difícil pela frente, a descida por uma longa laje de granito que pode oferecer reais dificuldades em tempos de chuva pois a inclinação é acentuada, a laje muito lisa, apenas atravessada por algumas fendas. Chegamos ao topo da Fraga do Poio dos cães que nos brinda com uma panorâmica deslumbrante e 270° com lagoa de paixão e o Vale de Candeeira à nossa frente. Mais ao fundo, o Vale do Zêzere, à direita, o majestoso Cântaro Gordo um Circo Glaciar à direita e outro à esquerda com altas paredes de granito.
Voltamos para trás e vamos descer pelo canal norte da Fragão que é coincidente com o PR5 até chegarmos a base da lagoa que é de grande beleza e onde pernoitamos na sua margem sul por onde corre o pequeno Ribeiro da Candeeira.

O percurso aqui partilhado é meramente indicativo, podendo conter erros de traçado, passar em propriedades privadas, ter passagens perigosas ou tornar-se impraticável por razões várias, pelos quais declino toda e qualquer responsabilidade. É também da responsabilidade de quem o realiza tomar todas as medidas necessárias à realização do percurso/atividade em segurança.

Boas caminhadas