Morro do Capitão - Três Cachoeiras-RS (2022-05-14)
near Morro Azul, Rio Grande do Sul (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
Antes de chegar na chapada existem vários pontos de hidratação. Segundo a Dona Cenira, todos os pontos de água são muito bons e eles costumam beber direto das fontes, sem sistema de purificação. Eu sei que a água é boa, mas prefiro sempre utilizar um sistema de purificação, só pra garantir. Acredito que a quantidade de fontes de água poderá variar de acordo com a época do ano, por isso é sempre bom estar com água suficiente. O mínimo que eu recomendaria para esta trilha seria 1,5 litros.
Ao chegar na chapada a vista já é bem impressionante, ali é possível avistar a lagoa de Itapeva, as cidades costeiras, a serra geral, o mar. Se chegar bem cedo é possível ver até os balões de Praia Grande. Uma dica é levar binóculo, se tiver, porque daí é possível ver até as ondas quebrando no mar.
Quando saímos da chapada e iniciamos a subida pela cordilheira passamos por muita vegetação fechada, haviam arbustos com espinhos, taquarinhas e longos capins cortantes.
Recomendo levar facão e ir de calças e mangas longas. A trilha pela crista é, por vezes, tão estreita que é possível avistar os vales dos dois lados da montanha, praticamente ao mesmo tempo, ao olhar para baixo. Pode ser bem difícil se tiver medo de altura. Eu não recomendaria para quem tem medo de altura ou vertigem ao olhar para baixo.
Em pelo menos um ponto da subida seria muito bom se tivesse uma passagem de corda. Foi necessário escalar por árvores e rochas escorregadias por alguns metros de subida. De fato, este foi o ponto mais difícil. Em alguns pontos, se olharmos para cima, a trilha parece muito mais difícil do realmente é, ficando mais fácil, quanto mais próximo do topo.
No topo temos um visão 360 graus, dos vales, cânions, faixa litorânea e serra geral. Podemos avistar a lagoa de Itapeva, Rio do Terra, Morro Azul, Morrinhos do Sul, Tajuvas, Torres, Arroio do Sal, Rondinha. O topo é praticamente planto, com vegetação, em sua maioria, rasteira. Apenas algumas árvores próximas ao meio do platô, e muitas árvores quando inicia a descida para o outro lado do morro. Naquela região existe umas das maiores coberturas contínuas de mata atlântica do Rio Grande do Sul, com ligação com a serra geral.
Ouvi falar de pessoas que já acamparam no topo, mas sempre há risco de ventos fortes naquele local. Se for acampar, monte a barraca abrigada próximo às árvores. Soube de pessoas que tiveram a barraca rasgada no meio da noite no Capitão. O caminho é muito perigoso para descer a noite, se tiver problema vai ter que aguardar até o amanhecer.
Nós chegamos um dia antes e ficamos hospedados no Recanto dos Boff. Super recomendado este lugar. Uma dica é combinar com a Dona Cenira para servir um café colonial na volta da trilha. Na chapada pega sinal de celular, daí avisamos que já estávamos descendo, quando chegamos na cabana havia uma cesta de café esperando na porta. O café deles é diferenciado, todas as coisas são feitas lá mesmo, com ingredientes produzidos na propriedade. Outra coisa legal é que haviam frutas a vontade, bananas, laranjas, bergamotas/mexericas direto do pé.
Observação:
Recebi a triste notícia de que a Dona Cenira veio a falecer em janeiro/2023, mas o Recanto dos Boff continua as suas atividades. Fico feliz por ter tido a oportunidade de conhecer a Dona Cenira em vida, nós fomos tão bem recebidos, como se estivéssemos visitando alguém da família.
Contato Recanto dos Boff:
Instagram: @recanto.dos.boff
Se puder fique hospedado em pequenas pousadas, agende um café colonial, compre produtos coloniais para levar para casa. Assim você esta contribuindo com o desenvolvimento da região, sem contar que "corre o risco" de conhecer pessoas incríveis e de aprender sobre cultura e história.
CURIOSIDADE: na descida encontramos um monte de excrementos de um animal de porte grande. As fezes eram grandes e esbranquiçadas, pareciam ter pelos também, pelas características poderiam ser de um Puma Concolor, infelizmente não tiramos fotos para registrar. O Naturama turismo ecológico relatou evidências de Puma próximo dali no Tajuvas:
https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/tajuvas-x-capitao-exploracao-54369697
OBSERVAÇÂO: A trilha de acesso ao Morro do Capitão passa por propriedades particulares. A trilha inicia e segue, em grande parte, pelo Recanto dos Boff. O Recanto dos Boff é uma propriedade rural que também oferece hospedagem e café colonial. Existe a necessidade de solicitar autorização com antecedência. A Dona Cenira permitia o acesso sem problemas, até pouco tempo atrás, mas muitas pessoas começaram a entrar sem nem pedir autorização. Então, nos últimos tempos a Dona Cenira está controlando mais o acesso, permitindo apenas para quem se hospeda na propriedade. Ela me contou que um dia chegou um ônibus com umas vinte pessoas e simplesmente invadiram, lamentável né?
Compartilhei um vídeo em:
https://www.instagram.com/reel/CsylYwpgpx7
Siga as Práticas de Mínimo Impacto para Ambientes Naturais
Conservação do Ambiente🌿
Não deixar nada para trás.
Não levar nada da natureza com você.
Procurar ao máximo manter tudo como encontrou.
Respeito aos Animais🦋
Não alimentar, tocar ou interferir no habitat dos animais.
Aproveitar as oportunidades apenas para observá-los e admirá-los.
Os animais podem morrer apenas pelo stress de serem tocados.
Atenção e Prudência🚩
Respeitar as condições adversas da natureza e seus limites pessoais.
Utilizar equipamentos de proteção.
Manter a sua vida e a de seus companheiros em segurança.
Prezar por uma Experiência Positiva😃
Evitar grupos grandes e perturbação em locais coletivos.
Ter consciência de que suas atitudes afetam a experiência das demais pessoas.
Waypoints
Caminho pelo bananal
Tomar cuidado, pois as roças de banana formam um labirinto de caminhos e fica fácil se perder da trilha. Nos orientamos pelo GPS, indo sempre na direção dos campos abertos. Depois de sair dos bananais fica fácil, pois é só seguir a crista da montanha.
Amora vermelha, acredito que o nome científico seja Rubus Rosifolius
Esta fruta é boa para comer. A amora-vermelha é comum no Brasil nas regiões altas e frias, principalmente no Sudeste e no Sul. Observação: nunca coma frutos na mata se não tiver absoluta certeza do que se trata.
Acredito que seja uma frutinha-azul (Coccocypselum lanceolatum)
Conhecida também como cauabori (do Tupi-guarani e quer dizer “erva de frutos azuis”), fruta-de-corocoxó, veludinho rasteiro ou azulzinha-do-bosque e Anil. Ocorre no sub-bosque da vegetação mais densa dos cerrados e nas capoeiras nos morros da mata atlântica. É de vasta distribuição desde o sul do México até a Argentina, aparecendo em quase todo Brasil. Fonte: http://reflora.jbrj.gov.br/
Comments (9)
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Otimas dicas!! Está na minha lista para ir!! Obrigada!!
Muito obrigada pela avaliação, abraços e muitas boas trilhas
Excelente relato! Estava pensando em ir mas ainda não sabia onde começava a trilha. Vou baixar o arquivo, colocar no app (Oruxmaps). Obrigado!!!
Obrigada pelo feedback @Perdro Faneco, abraços e boa trilha
Grata pelas dicas! Será minha próxima trilha!
Obrigada Rita Stalbaum, abraços e boa trilha
Tu acha possível subir com chuva?
Olá Marcelo Adriano, aquele local tem microclima próprio, o clima pode virar de repente, mesmo com previsão de tempo bom. Se o clima já estiver instável, pode ser perigoso. Uma boa parte da trilha é bem exposta, se for pego por uma tempestade, de raios ou vento, não há onde se abrigar. E lá pode bater vento bem forte. Além disso, se o céu estiver encoberto, você vai perder uma vista espetacular. Eu aguardaria um clima mais estável para subir a montanha, talvez após o El Niño perder mais força.
Tá bem. Grato.