PR 2 GMR - Rota da Citânia de Briteiros - São Salvador de Briteiros, Portuguediz e Donim

Rota da Citânia de Briteiros - São Salvador de Briteiros, Portuguediz e Donim


Descrevemos a rota da Citânia de Briteiros um interessante percurso, em que a sua maior parte é efetuado no concelho de Guimarães, e uma pequena parte no concelho de Braga e que tem como principal centro de interesse a visita à Citânia de Briteiros.
É um percurso circular com início e final no parque de estacionamento da referida Citânia. O PR 2, tal como descrito pela entidade promotora tem início e final no Museu da cultura castreja (ao Km 7,53 do nosso trilho) e não inclui a Citânia, passando a cerca de 500 metros da sua entrada. Decidimos incluir a visita à citânia neste nosso percurso, pelo inegável interesse deste monumento.
Fizemos o percurso no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, sentido por nós aconselhado pois a primeira parte do percurso é bem mais interessante que a segunda.
Trata-se de um percurso de elevado interesse arqueológico mas também interesse histórico, cultural e paisagístico.
Este percurso deve ser efetuado com ajuda do GPS pois existem muitos cruzamentos não marcados e a sinalética está pouco visível nalguns locais e noutros passa despercebida.
O percurso utiliza principalmente caminhos florestais e caminhos rurais antigos, muitos deles com piso muito irregular e pedra solta. usa alguns arruamentos calcetados e asfaltados das localidades por onde passa.
Um pouco mais de metade do caminho decorre em locais arborizados, passando por zonas florestais (em que abundam os eucaliptos) e pelo luxuriante bosque ripícola do rio Febras (ou rio da Várzea) que proporcionam bastante sombra.
Do ponto de vista físico o percurso é fácil mas do ponto de vista técnico tem muitas descidas em pedra polida, pedra solta que exige algum cuidado principalmente nas zonas mais húmidas, pelo classificamos este trilho como moderado.

Pontos de Interesse:
Citanea de Briteiros
Vale do Rio Febras (rio da Várzea) e bosque ripícola
Eira comunitária
Moinhos de Portugurdiz
Cascata do rio febras
Moinhos do Rio Febras
Vila Salvador de Briteiros
Pontes no centro da vila
Museu da Cultura Castreja
Igreja de São Salvador de Briteiros e conjunto religioso
Moinho vertical de Donim

Descrição do Percurso:
Deixamos a viatura no parque de estacionamento que se encontra em frente à entrada da Citanea de Briteiros, na EN 309 (rua de S. Romão no wikiloc ou avenida de São Martinho no Google Maps)
A entrada na Citânia implica a bilhete cinco euros que dá direito a visitar o Museu da Citânia em Salvador de Briteiros. Fizemos uma visita geral a este local arqueológico percorrendo vários corredores visitamos duas casas reconstruídas e um local de culto e ainda fomos visitar o balneário sul uma construção muito interessante que preserva a interessantíssima Pedra Formosa, uma enorme placa de granito com uma imagem esculpida em baixo relevo, possivelmente há cerca de 3000 anos (referenciada na trilho, ao km 1,49.
Saímos da Citanea passamos pelo parque de estacionamento e continuamos pela EN 309, direção norte até ao km 2,3, altura em que saímos da estrada e viramos à esquerda e logo a seguir viramos à direita por um caminho meio escondido. Progredimos em caminho florestal onde predominam os eucaliptos e acácias, mas também alguns sobreiros, pinheiros e carvalhos. Adiante entramos no vale do rio Febras e acompanhamo-lo para montante durante mais de 1000 metros. Ao interceptar uma estrada na localidade de Portuguediz, viramos à esquerda quase a 180º e progredimos juntamente com a GR 46(Grande Rota da Serra de Picos).
Vamos então passar por uma zona de grande interesse etnográfico e cultural. Logo à esquerda sube uma enorme eira comunitária, depois um moinho reconstruído na margem esquerda do rio. Depois de atravessar a ponte sobre o rio aparecem-nos 3 ou 4 interessante moinhos em bom estado de conservação, já na margem direita. Mais adiante passamos pelos moinhos do rio da Varzea, estes em estado de ruínas. Progredimos no vale do rio Febras, para jusante até à localidade de Requeixo. Aqui, entramos em estrada asfaltada até à vila de Salvador de Briteiros, cujo centro apresentar um conjunto de 3 ou 4 pequenas pontes pedonais sobre o rio Febras (ou da Várzea). O próximo local de visita será o Museu da Cultura Castreja, onde encontramos o Painel Informativo do PR, correspondendo ao inicio do mesmo e continuamos até à Igreja Matriz, acompanhada de um interessante largo com um cruzeiro e outras 2 estruturas religiosas em granito.
Seguimos por caminhos rurais e florestais em direção a Donim e antes de entrarmos no povoado somos surpreendidos por um belo (reconstruído) moinho vertical.
Depois de Donim (no vale do Ave) iniciamos uma subida, no inicio em caminho florestal e adiante em caminho rural antigo, empedrado/lajeado, alternando com troços com muitas pedras soltas, onde são visíveis as marcas de rodados de tração animal. Vamos ganhando altitude e ganhamos vistas para o belo extenso vale do Ave e o conjunto de montanhas envolventes.
Mais um esforço e entroncamos com a EN 309. Espera-nos uma pequena descida para chegar de volta à nossa viatura e terminar este belo percurso.

Resumo do Percurso:

0 a 1,8 Km visita à citânia
1.8 a 2,3 Km estrada nacional asfaltada (EN 309)
2,3 a 3,8 zona florestal (eucaliptos e algumas acácias)
3,8 a 4,1 seguimos o vale do rio Febras para montante
4,1 a 5,8 seguimos o vale do rio Febras para jusante
5,8 a 6,9 caminho/arruamento de ligação à povoação a São Salvador de Briteiros
6,9 a 8,5 vila de São Salvador de Briteiros
8,5 a 10,8 caminhos de ligação a Donim
10,8 a 11,3 km arruamentos de localidades de Donim
11,3 a 13,2 caminho de ligação à EN 309
13,2 a 13,54 EN 309

Algumas notas sobre a Citânia de Briteiros:

A Citânia de Briteiros é um sítio arqueológico céltico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na antiga freguesia de Salvador de Briteiros (atualmente, União das Freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia), município de Guimarães.
Consiste num castro ou povoado fortificado composto por um núcleo urbano central no topo da colina, e um conjunto de muralhas que defendia o povoado em si. O antigo povoado apresentava grandes dimensões com uma área total de cerca de 24 ha, dos quais apenas cerca de 7 ha fazem parte da zona visitável.
É considerado um dos principais sítios arqueológicos da proto-história em território nacional, tendo permitido um estudo aprofundado da cultura e organização urbana castreja do Norte do pais. Foram encontrados
vestigios de uma complexa organização urbana, com uma malha de ruas a delimitarem zonas áreas públicas e privadas, e um grande conjunto de residências de formatos diversos, dois balneários, num dos quais foi descoberta a famosa laje conhecida como Pedra Formosa e um edifício central de reuniões.
A colina foi habitada desde o neolitico ou calcolítico (ou idade do cobre)mas o castro em si é muito mais tardio, tendo atingido o seu auge entre os séculos Il a l a.C. Entrou em declinio após a conquista romana tendo deixado de ser permanentemente habitado no século II d.C. embora a ocupação tenha-se provavelmente prolongado até ao século IV. Embora as ruínas sejam conhecidas pelo menos desde o século XVI, com registos históricos em 1625, os primeiros trabalhos arqueológicos só se iniciaram na década de 1870 por Francisco Martins Sarmento. A Citânia de Briteiros foi classificada como Monumento Nacional em 1910 e foi alvo de vários períodos de investigação durante o século 20.
É de destacar a presença de dois balneários um deles em bom estado de conservação composto por um átrio onde se encontravam os tanques, a ante-câmara e a câmara e o forno. De realçar a chamada pedra Formosa, um monolito de granito, trabalhado provavelmente há uns três mil anos, com quase três metros de largura e mais de dois de altura pesando aproximadamente cinco toneladas. Esta Pedra Formosa está localizado no treck ao Km 1,49.