Trilho ''Histórico-Biológico'' da Quinta do Covelo

A Quinta do Covelo é um espaço arborizado, com cerca de 8 hectares, localizada na zona norte da cidade do Porto, na freguesia de Paranhos e delimitada pelas ruas Faria Guimarães, Bolama, rua e travessa do Monte de São João e parte da rua de Álvaro de Castelões. Situa-se no meio de uma zona residencial relativamente envelhecida, bastante próxima de uma das “artérias” rodoviárias do Grande Porto: a Via de Cintura Interna, popularmente conhecida como VCI. Sendo este um parque urbano, encontra-se perto das diversas “carreiras” da STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto) e de duas estações da Metro do Porto da Linha D (Hospital de S. João - Santo Ovídio), Marquês e Combatentes.
A entrada na Quinta pela Rua de Faria Guimarães, feita por uma escadaria íngreme e delapidada, dá acesso direto a um cerro coberto por vegetação autóctone de grande valor: carvalhos-alvarinhos, sobreiros, pinheiros-mansos e pinheiros-bravos.
Na zona baixa da Quinta, a nascente, situa-se a antiga casa senhorial e alonga-se um caminho calcetado e retilíneo, com bancos e passeios arborizados. De um dos lados do caminho, e fazendo um suave declive, há um extenso relvado plantado com numerosas árvores “jovens” que compõem um bonito conjunto; do lado oposto, uma área integralmente vocacionada para os mais novos (parque infantil), sendo esta fundamental pela existência de uma escola (Escola Básica e Secundária Filipa de Vilhena).
No século XVIII, a Quinta do Covelo, então chamada do Lindo Vale ou da Boa Vista, pertencia a um fidalgo chamado Pais de Andrade, cujos descendentes venderam ao negociante Manuel José do Covelo. No século XIX, entre 1829 e 1830, a quinta foi vendida, pelos descendentes do Covelo, a Manuel Pereira da Rocha Paranhos e passou a ser conhecida, também, por Quinta do Paranhos. Entre 1832 e 1833 este espaço assume-se como um lugar estratégico do "Cerco do Porto", na luta entre Liberais (apoiantes de D. Pedro IV) e Absolutistas (apoiantes de D. Miguel I). Com o fim do Cerco do Porto, em 18 de agosto de 1833, e com a criação dos concelhos a Quinta e a atual freguesia de Paranhos integram o concelho de Matosinhos, sendo anexadas ao Porto apenas em 1837. Durante pelo menos dois séculos, estes foram terrenos férteis e muito importantes para a produção agrícola da época.
O Grande Porto passou por várias epidemias, incluindo a terrível Tuberculose. Foi devido a esta que a quinta esteve para acolher, por volta de 1908, o Hospital D. Manuel II, que seria dedicado a cuidar tuberculosos. Porém, este acabaria por ser deslocado para o Monte da Virgem sendo atualmente denominado por Hospital Santos Silva. Tendo o Ministério da Saúde prescindido de aí construir o referido equipamento hospitalar, a Câmara Municipal do Porto, gere atualmente a quase totalidade do espaço.
A atual configuração teve a sua grande transformação na década de 80, pelo traço do Arquiteto Castro Calapez - abre ao público em 1988. Com o patrocínio do Dr. Virgílio Moreira, iniciaram-se na década de 90 várias atividades com recurso às ludotecas e destinadas à animação de crianças.