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Monsanto ' caminhos centenários '

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Trail stats

Distance
2.3 mi
Elevation gain
338 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
338 ft
Max elevation
682 ft
TrailRank 
17
Min elevation
397 ft
Trail type
Loop
Time
2 hours 15 minutes
Coordinates
346
Uploaded
September 19, 2015
Recorded
September 2015
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near Buraca, Lisboa (Portugal)

Viewed 1100 times, downloaded 4 times

Itinerary description

“Caminhos Centenários”

Percurso pedestre interpretativo com uma extensão de seis quilómetros, onde ao
longo do mesmo, iremos abordar os seguintes temas:

O Parque Florestal da Serra de Monsanto

Lisboa, só em 1938 se iniciou a reflorestação do parque, por iniciativa do Engº
Duarte Pacheco. Nessa altura, o objetivo da intervenção foi dotar a cidade de
Lisboa dum equipamento de lazer e recreio, objetivo que ainda hoje se mantém.

O nome de Monsanto terá tido origem num conde proveniente de Monsanto que aí
se terá instalado no séc. XIV. No séc. XVI toda a zona era constituída por quintas
de recreio, caça ou matas de convívio para pessoas da nobreza. São ainda
exemplos as Matas de S. Domingos de Benfica, do Palácio dos Marqueses de
Fronteira e a do Paço de Alcântara, contíguas à serra.
Durante o séc. XX, e independentemente da função para o qual foi criado, a
pressão Urbanística à volta do Parque foi elevada. Só em 1979 o Plano Diretor
Municipal reafirmou a necessidade de conservar os espaços verdes da cidade,
impedindo em definitivo o avanço da malha urbana no Parque Florestal de
Monsanto.
O Aqueduto
posto na sua construção, que nada sofreu com o grande terramoto de 1755. Foi
declarado monumento nacional, em 2002. O aqueduto das Águas Livres tem cerca
de 14 quilómetros de comprimento, de Belas às Amoreiras (com os acrescentos dos
ramais, totaliza 58 quilómetros).
A secção monumental do aqueduto divide-se em duas partes: a arcaria do vale de
Alcântara, com 35 arcos e o arco triunfal e a Mãe d'Água das Amoreiras, um grande
reservatório quadrado com 5.500 metros cúbicos de capacidade e 7,5 metros de
profundidade. Atualmente, este conjunto pertence à EPAL (Empresa Portuguesa das
Águas Livres), que o retirou de funcionamento em 1967. 
A Flora
modo relevante para a propagação da vegetação presente na zona. Temos assim
uma mata artificial isolada de outros bosques naturais, entrosada na cidade de
Lisboa.
Para a arborização da serra recorreu-se às espécies pioneiras de crescimento rápido
como o pinheiro manso – Pinus pinea – e o alepo – Pinus halepensis - e a outras
tidas como interessantes como o cedro do Buçaco – Cupressus lusitanicus.
Posteriormente foram introduzidas espécies representativas da floresta natural
portuguesa como o carvalho cerquinho – Quercus faginea – o sobreiro – Quercus
suber – e a azinheira – Quercus rotundifolia. Para aumentar rapidamente a taxa de
cobertura do terreno foram plantadas espécies de crescimento mais rápido como o
eucalipto – Eucaliptus globulus - e a acácia – melanoxylon, longifólia e
posteriormente espécies de folhagem caduca de forma a acentuar a diversidade
paisagística como a amendoeira – Prunus dulcis – e o carvalho alvarinho – Quercus
robur.
A presença dos carvalhais naturais originou entretanto o ressurgimento de espécies
que lhe estão associadas diversificando o subcoberto com espécies como o folhado
– Viburnum tinus – o sanguinho das sebes – Rhamnus alaternus – e os adernos –
Phillyrea latifólia. Por outro lado a avifauna contribuiu para a propagação de
sementes de espécies presentes em matas e quintas periféricas como o zambujeiro
- Oea europaea -, o lodão – Celtis australis – e a árvore do incenso – Pittosporum
undulatum.
A partir da década de 80 do séc. XX verificou-se um aumento significativo de
quercíneas, em particular do carrasco – Quercus coccifera – do carvalho negral –
Quercus pyrenaica – do carvalho – Quercus faginea – e do carvalho alvarinho –
Quercus robur - e ainda da sabina das praias – Juniperus phoenicia. Estas
alterações estão aparentemente ligadas à avifauna, que facilitam a dispersão de
sementes. No entanto, outras refletem alterações edáficas com o surgimento de
solos mais ricos em matéria orgânica e maior disponibilidade hídrica,
particularmente devido ao ressurgimento de aquíferos nas zonas de contacto das
camadas de calcário com o manto basáltico. Isso explica o aparecimento, a cotas
relativamente elevadas de uma vegetação predominantemente de linhas de água,
como sejam o ulmeiro – Ulmus minor – o freixo – Fraxinus angustifolia – o pilriteiro
– Crataegus monogyna ssp brevispina – do abrunheiro bravo – Prunus spinosa ssp
insititoides – da madressila – Lonicera peryclimenum – e do espargo – Asparagus
albus.
Do ponto de vista ecológico é interessante constatar que para além da arborização
inicial, os elementos presentes no ecossistema – florísticos e faunísticos – têm
proporcionado uma sucessão de alterações a nível edáfico e climático que, ao longo
destes 70 anos, tem vindo a promover a naturalização de uma paisagem,
inicialmente talhada e controlada pelo homem.
No entanto, os fenómenos de arroteia e de limpeza florestal que se têm verificado
têm impedido a sucessão normal deste tipo de bosque artificial para um bosque
natural.
A Fauna
O Parque Florestal de Monsanto desempenha um papel essencial para os animais, servindo ora de refúgio a espécies com dificuldade em sobreviver à presença humana ora de abrigo e/ou de alimentação a espécies migratórias ao longo do seu trajeto.

Muita da fauna que ocorre nos arvoredos da cidade utiliza o Parque como local de
refúgio, alimentação, e para reprodução, sendo o PFM essencial para a sua
sobrevivência.  São as aves, a fauna que mais prende a atenção do visitante, sendo
o recente aumento da diversidade da flora e a existência de água disponível no
verão, responsáveis por uma crescente diversidade de espécies e dimensão das
populações, nomeadamente na zona do Centro de Interpretação.

Aves

o Verdilhão-comum (Carduelis chloris) e o Chamariz (Serinus serinus).
Destacam-se, igualmente, espécies insetívoras, como a Trepadeira-comum (Certhia
brachydactyla), o Pica-pau-verde (Picus viridis) e o Pica-pau-malhado-grande

(Dendrocopos major). As espécies invernantes, como é o caso do Tordo-comum
(Turdus philomelos) e do Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), aproveitam as
características acolhedoras do parque como refúgio de inverno.
Há ainda as aves de rapina. É possível encontrar espécies de hábitos diurnos e de
hábitos noturnos durante todo o ano, uma vez que são bastante tolerantes à
presença humana. O facto de serem predadoras
atribui-lhes um papel importante em toda a dinâmica do Parque, uma vez que
controlam o número de outras espécies. A Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) e o
Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) são espécies diurnas, enquanto o Mocho-
galego (Athene noctua vidalli) e a Coruja-das-torres (Tyto alba) têm hábitos
noturnos.
 
Mamíferos
herbívoros de médio porte e os mamíferos carnívoros de médio porte.
Répteis e anfíbios

cágado-mediterrânico. A cidade conta ainda com dois répteis recém-chegados: a
lagartixa-italiana, trazida durante as obras da Expo 98, e que ainda aí habita, e a
tartaruga-da-Florida que foi introduzida nos anos 70 e é comum nos jardins da
cidade. Ambas são invasoras e, por isso, prejudiciais para as restantes espécies. No
entanto, é no ambiente húmido de Monsanto que encontramos uma maior
diversidade de répteis e anfíbios: um oásis para a cobra-de-Água-viperina, o sapo-
comum, a rela, o tritão-de-ventre-laranja e a salamandra-de-pintas-amarelas.
Geologia e Litologia
Monsanto faz parte do maciço vulcânico da cidade de Lisboa, sendo por isso constituído por uma mancha basáltica cobrindo formações calcárias originais.

Por ação do clima e do homem, o basalto foi sendo consecutivamente arrastado e
levado para as zonas mais baixas deixando nas zonas mais altas os afloramentos calcários originais. Encontram-se, assim, dois tipos de solos principais: solos calcários, tipicamente solos vermelhos mediterrânicos,

pobres em nutrientes e pouco profundos, e os denominados barros de Lisboa, solos provenientes do basalto, ricos e profundos.
Presentemente os solos originais estão bastante alterados em consequência da
profunda exploração que deles se fizeram durante o início do séc. XX. Os solos
basálticos para além de terem sido explorados até à exaustão durante a cultura
cerealífera, foram posteriormente explorados para a pavimentação das ruas de
Lisboa. O basalto negro característico da calçada de Lisboa e atualmente proibido
teve origem em diferentes explorações do maciço vulcânico.
Nas zonas calcárias, particularmente onde o calcário aflorava, procedeu-se à
exploração de pedreiras, fornecendo a matéria-prima para a construção da cidade.
Muitos destes calcários com rudistas foram explorados como pedras ornamentais e
de cantaria – o denominado calcário de Lioz – e estão presentes em numerosos
monumentos.
Clima
O Parque Florestal de Monsanto situa-se na região de Lisboa onde o clima tipicamente mediterrânico, de verões quentes e secos e invernos frios e húmidos, é capaz de desenvolver diferentes microclimas dependendo da topografia do terreno e da sua exposição.
Também o Parque, ao ter diferentes exposições, acaba por proporcionar variações
climáticas anuais lentas e graduais originando um clima ameno ao longo do ano. No
entanto as encostas expostas a sul são mais soalheiras e por isso mais quentes e
secas, enquanto as encostas voltadas a norte são mais frias e húmidas com
maiores oscilações de temperatura. A precipitação média anual oscila normalmente
entre os 600 e 800 mm e a temperatura entre os 8°C e os 25°C, nunca baixando
mais do que os 0°C nem atingindo os 40°C.
Texto - CML

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