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Eco-escolas Eco-trilho Agr.Escolas Nuno de Santa Maria

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Trail stats

Distance
3.04 mi
Elevation gain
52 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
52 ft
Max elevation
216 ft
TrailRank 
46
Min elevation
216 ft
Trail type
Loop
Moving time
54 minutes
Time
2 hours 14 minutes
Coordinates
824
Uploaded
May 12, 2020
Recorded
May 2020
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near Tomar, Santarém (Portugal)

Viewed 1178 times, downloaded 22 times

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Itinerary description

Eco-trilho da Vala - Tomar.
Num trajeto relativamente próximo das escolas e possível de percorrer a pé, e num horário relativamente curto, será possível percorrer um território onde não faltam os pretextos para a sua exploração: o património construído, a história recente de Tomar, a geologia local e o seu enquadramento com a evolução geológica global, o rio Nabão e as suas margens, a diversidade e a evolução florística, a vegetação caraterística do calcário e a vegetação mediterrânea, os solos, os materiais geológicos e as construções humanas e a exploração de formas de energia.
Com este guia, qualquer guia, professor ou leitor pode acompanhar este percurso que começa nos arrabaldes da urbe tomarense, junto da uma das mais emblemáticas fábricas que outrora laborou em Tomar, entranha-se numa densa e descuidada mata, confronta-se com um majestoso açude no rio Nabão, quase nunca deixando de avistar a Vala do açude que serviu de designação a este percurso. E porque a Ecologia é o estudo da interação dos seres vivos com o meio ambiente e porque os seres humanos são um desses seres vivos que ajudou e continua a modificar o ambiente que o rodeia, decidimos designar este percurso por “Ecotrilho da Vala”, um trilho onde predomina o percurso não pavimentado, onde o explorador pode tomar contacto com informação diversa, como diverso e multifacetado é a interpretação da paisagem.

Waypoints

PictographPhoto Altitude 194 ft
Photo ofEscola Secundária Santa Maria do Olival

Escola Secundária Santa Maria do Olival

PictographPhoto Altitude 200 ft
Photo ofRuínas da fábrica da fiação de Tomar Photo ofRuínas da fábrica da fiação de Tomar

Ruínas da fábrica da fiação de Tomar

Eis a ruína da “Fábrica de Fiação” de Tomar. A raiz da história desta fábrica pode ser encontrada em 1771 quando um mestre de manufaturas a trabalhar na Real Fábrica de Sedas, em Lisboa (Noel Le Maitre) pediu ao rei D. José autorização para instalar em Tomar uma “Fábrica de meias, calções, luvas, barretes e manguitos de lã e algodão fabricados em teares”.

PictographPhoto Altitude 200 ft
Photo ofCasas dos trabalhadores e casas dos Engenheiros

Casas dos trabalhadores e casas dos Engenheiros

Olhando para a parte lateral esquerda do portão principal da fábrica pode-se observar um longo edifício de primeiro andar destinado a albergar famílias de trabalhadores. A capacidade da fábrica em atrair mão de obra de locais distantes, fez com que os proprietários construíssem estes alojamentos para aqui albergar, ainda que temporariamente, essas pessoas recém-chegadas a Tomar. Do lado esquerdo, no local onde há poucos anos se instalou habitações em condomínio, outrora apresentava as residências destinadas aos engenheiros e pessoal técnico, algumas que permaneciam em Tomar por pouco tempo.

PictographPhoto Altitude 194 ft
Photo ofA vala Photo ofA vala

A vala

A “Vala” é um canal com cerca de 1150 metros de comprimento por cerca de 6 metros de largura, construído no século XVIII, com origem no “Açude de Pedra” e destinado a fornecer água para a movimentação das máquinas da fábrica. Antes desta água ter sido utilizada como força motriz, a fábrica da Fiação foi a primeira fábrica do país a introduzir a iluminação elétrica nas suas instalações, energia conseguida através da rotação de uma turbina provocada pela queda de água da vala. Em meados do século XX as paredes da vala foram reforçadas, pelo que a construção que hoje vemos já é o resultado dessa obra de melhoramento.

PictographPhoto Altitude 197 ft
Photo ofEutrofização da água da vala Photo ofEutrofização da água da vala

Eutrofização da água da vala

Ao longo da Vala é possível assistir à eutrofização da água denunciada pelo grande desenvolvimento de fitoplâncton (principalmente, algas verdes) que se acumula à tona da água, sem poder de locomoção. Esta eutrofização está associada à estagnação das águas nesta conduta, ao aumento da quantidade de nutrientes (geralmente, fósforo e azoto) ou à matéria orgânica dissolvida na água, resultando num grande desenvolvimento destes seres fotossintéticos. Uma vez que esta água é canalizada desde o rio Nabão não havendo aqui despejos de esgotos nem receção de águas provenientes de terrenos de cultivo com adubos, esta eutrofização é natural, associada à acumulação de resíduos vegetais de margem que ao longo dos anos se acumula na vala e ali é decomposta, enriquecendo a água de minerais e de matéria orgânica. Outrora, este fenómeno natural era evitado com a limpeza regular da vala e a retirada da vegetação pendente e dos lodos. O objetivo desta vala era apenas a condução de água para a fábrica, mas em ecossistemas onde se pretende a biodiversidade, este fenómeno da eutrofização é nefasto, uma vez que a grande produtividade do fitoplâncton e a sua acumulação à superfície, conduz a uma diminuição na penetração da luz que afeta a comunidade vegetal aquática submersa, diminuindo o teor de oxigénio em profundidade, empobrecendo as comunidades de invertebrados e vertebrados. Por outro lado, o hiperdesenvolvimento destas algas conduz ao grande desenvolvimento de microrganismos decompositores consumidores de oxigénio, podendo verificar-se uma gradual diminuição do teor deste gás em todo o ecossistema e da acidez das águas, o que poderá levar à destruição do ecossistema.

PictographPhoto Altitude 187 ft
Photo ofMateriais de construção das casas antigas

Materiais de construção das casas antigas

Em tempos de tecnologia mais rudimentar, as construções estavam ajustadas aos materiais fornecidos pela Natureza. Nas ruínas desta casa é possível ver alguns materiais usados na sua construção: tijolos pequenos de barro, argamassa de cal e areia a revestir as paredes e a parede exterior dotada de pedras calcárias unidas por uma matriz de barro. Estação de trabalho: Investigação Pedra, barro, cal, tintas, areia, brita, cimento e ferro são materiais comuns nas construções tradicionais e nas construções modernas. No regresso à escola procede a uma rápida investigação sobre a origem desses materiais usados nas construções.

PictographPhoto Altitude 187 ft
Photo ofOs campos de cultivo e a ação do rio Photo ofOs campos de cultivo e a ação do rio

Os campos de cultivo e a ação do rio

Os rios são agentes de meteorização, erosão, transporte e deposição, verificando-se que a acumulação dos sedimentos ocorre quando diminui o poder de transporte das águas ou se registam episódios de cheias que levam ao extravasar das águas e dos materiais que transporte do seu leito normal. Assim, à semelhança de qualquer outro rio com as caraterísticas do rio Nabão, ao longo dos tempos geológicos, foram-se acumulando minerais e material orgânico no leito de cheia trazidos de montante, o que associado à disponibilidade de água, faz com que os terrenos de margem sejam muito produtivos para a prática agrícola.

PictographPhoto Altitude 184 ft
Photo ofO desvio da água da vala para a rega dos campos Photo ofO desvio da água da vala para a rega dos campos Photo ofO desvio da água da vala para a rega dos campos

O desvio da água da vala para a rega dos campos

Apesar da proximidade das águas do Nabão, tornou-se muito mais fácil o uso da água da vala para a rega dos campos adjacentes. Caindo por gravidade, os agricultores podiam ter acesso rápido à água, evitando, assim, a retirada manual da água, a construção e a manutenção de açudes e das “rodas”. Para tal, bastava o acordo que deverá ter sido estabelecido com os proprietários da fábrica. A partir da vala há alguns locais de derivação, encontrando-se nos limites dos terrenos canais e estruturas de regulação da entrada da água. Estação de trabalho: Investigação Açudes e barragens são estratégias de armazenamento de água de um rio, tendo em vista o aproveitamento das suas águas. Porém, as suas construções não são inócuas em termos ambientais. Procede a uma rápida investigação sobre as consequências ecológicas e ambientais que podem resultar da sua construção.

PictographPhoto Altitude 187 ft
Photo ofMarcos e a delimitação de terrenos

Marcos e a delimitação de terrenos

A Fábrica de Fiação dispunha de vastos terrenos que as sucessivas administrações foram adquirindo ao longo do tempo. Grande parte dos terrenos localizados entre a fábrica, a vala e as margens do rio Nabão, até ao “Açude de Pedra”, era património desta empresa. À delimitação dos terrenos era feito por “marcos”, alguns dos quais bem antigos ainda hoje se preservam.

PictographPhoto Altitude 190 ft
Photo ofUma comporta na vala

Uma comporta na vala

Uma comporta é um dispositivo de regulação da saída de água. Neste caso, trata-se de um dispositivo que permitia regular a saída de água da vala para os campos de cultivo de acordo com as necessidades dos utilizadores. A água desviada passa em conduta subterrânea por baixo da estrada que ladeia a vala.

PictographPhoto Altitude 190 ft
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Canaviais

Um canavial é um habitat natural caraterístico das zonas inundáveis e húmidas, geralmente junto de linhas de água, estuários, lagos ou zonas do rio com menor caudal. No verão, devido à menor humidade e afastamento da água do rio, esta vegetação quase seca, desaparecendo o aspeto verde apresentado nas épocas mais chuvosas. Além da beleza desta vegetação, estas plantas possuem um importante papel ecológico, podendo ser usada para controlar a poluição, ao absorver produtos tóxicos acumulados nos campos agrícolas, decorrente da aplicação de pesticidas e herbicidas.

PictographPhoto Altitude 184 ft
Photo ofO abandono dos campos e as sucessões ecológicas secundárias

O abandono dos campos e as sucessões ecológicas secundárias

Ao longo do trajeto pode observar campos que foram abandonados da sua prática tradicional, a agrícola e a florestal. Nestes casos, é fácil assistir-se à colonização desses espaços abandonados por novas variedades vegetais, herbáceas e arbustivas. As silvas e outras plantas espinhosas rapidamente chegam a estes locais, mas tempos depois é possível verificar-se a chegada de árvores adaptadas ao solo e ao clima; e se a mão humana não intervir nesta evolução ecológica, é possível verificar-se a mudança brusca da comunidade outrora instalada para outra comunidade perfeitamente ajustada ao local e, eventualmente, bem diferente, com variedades autóctones. Em Ecologia, esta gradual substituição de espécies num local onde já havia uma comunidade instalada, chama-se “sucessão secundária”. As causas destas sucessões secundárias são sempre processos ambientais agressivos, como incêndios, vendavais, inundações, deslizamentos de terrenos, mas também o simples abandono dos campos agrícolas ou a falta de limpeza dos terrenos pode conduzir a este ajustamento ecológico, como aconteceu numa parte significativa deste trilho.

PictographPhoto Altitude 184 ft
Photo ofA entrada do “Parque do Açude” Photo ofA entrada do “Parque do Açude”

A entrada do “Parque do Açude”

A Fábrica de Fiação possuía vastos terrenos ao longo da linha de água até ao “Açude de Pedra”. Alguns destes terrenos eram agricultáveis, cedidos à exploração de rendeiros; mas outros eram de usufruto privado. Neste caso, encontra-se a vasta área outrora conhecida por “Parque do Açude”. O acesso deste parque era feito por um portão do qual apenas resta o seu batente, sendo o espaço delimitado por um muro do qual ainda se vê as suas ruínas, pelo rio Nabão a poente e a nascente pela vala e outros terrenos limítrofes. Este espaço era privado, apenas tendo acesso os proprietários, administradores e pessoas da sua confiança que aqui se deliciavam com a frescura e paisagens únicas propiciadas pela água corrente. Mas a imaginação popular não tem limites, chegando-se a relatar banquetes e bailes de pompa tendo a rainha D. Maria II como protagonista a convite de um dos seus validos, o conde Costa Cabral. Mas que imaginação tão fértil!

PictographPhoto Altitude 177 ft
Photo ofAs argilas e a impermeabilização dos terrenos

As argilas e a impermeabilização dos terrenos

Nas margens dos rios com caudal de algum significado, há sempre sedimentos finos transportados pelas águas que nas suas enchentes depositam no leito de cheia. A mistura destas partículas finas de argilas e de siltes em associação com a matéria orgânica da abundante vegetação que ladeia a estrada do parque, permite a impermeabilização dos terrenos pelo que as águas das chuvas e a abundante humidade local, humedecem o trajeto e até a formação de depósitos de água quando chove. Estação de trabalho: Investigação Recolhe porções de solo de várias partes do trajeto. Uma vez chegado ao laboratório da escola procede à sua análise granulométrica e procede a ensaios de permeabilidade, de acordo com as sugestões do teu professor. Depois de realizados os resultados desses ensaios, tenta explicar a razão do encharcamento deste solos mais finos.

PictographPhoto Altitude 177 ft
Photo ofUma conduta da rede nacional de gás natural

Uma conduta da rede nacional de gás natural

O gás natural é uma energia de origem fóssil, não renovável, resultado da decomposição da matéria orgânica fóssil no interior da Terra, que se acumula em rochas porosas, frequentemente associada às armadilhas petrolíferas. A vantagem da combustão do gás natural relativamente a outros combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão, reside no facto da sua combustão ser completa, resultando como subprodutos o dióxido de carbono e o vapor de água, dois componentes não tóxicos, embora com algumas consequências nefastas no efeito de estufa. Como tal, não é correto afirmar-se que o gás natural seja uma fonte de energia limpa, pois embora tenha baixo impacto ambiental, não é isenta de consequências ambientais. Porém, por ser um combustível menos poluente que o petróleo, óleos combustíveis, lenha ou carvão, a sua utilização foi estimulada nos últimos anos, podendo verificar-se a sua utilização doméstica e nos automóveis Portugal dispõe de um “Sistema Nacional de Gás Natural”, um conjunto das infraestruturas de serviço público destinadas à receção, armazenamento, regaseificação e distribuição de gás natural. Além de um terminal marítimo no porto de Sines que recebe gás liquefeito proveniente de vários países (principalmente da Nigéria, mas também do Qatar, Guiné Equatorial eTrinidad e Tobago), há um “gasoduto” que provém de Espanha, com origem na Argélia, passando por Marrocos, Estreito de Gibraltar, Tarifa (Espanha), Córdoba, Badajoz, entrando em Portugal por Campo Maior. De Campo Maior o gasoduto segue em direção a Elvas e Monforte e nesta vila alentejana, há uma derivação de gasodutos, seguindo um pelo interior do país em direção a Castelo Branco e Guarda e outro em direção ao litoral. Esta última derivação segue em direção a Alter do Chão, Ponte de Sor, Pego, Asseiceira, passando a poente de Tomar em direção a Sabacheira, Ourém e Bidoeira, aqui entroncando com o gasoduto com origem no Porto de Sines. Neste local de paragem podemos observar estruturas do ramal deste gasoduto proveniente de Espanha, que atravessando o rio e a vala, se dirigem a um edifício de onde se faz o abastecimento de gás natural à cidade de Tomar. Estação de trabalho: Investigação Na escola, procede a uma rápida pesquisa sobre os subprodutos da combustão de combustíveis comuns: gasolina, gasóleo, carvão e gás. No final, tenta comparar o efeito ambiental desses subprodutos, de acordo com a quantidade libertada.

PictographPhoto Altitude 177 ft
Photo ofMuro de suporte da vala e a invasão de plantas infestantes

Muro de suporte da vala e a invasão de plantas infestantes

As plantas infestantes podem ser definidas como qualquer planta que está adaptada ao habitat alterado pelo Homem e que interfere negativamente na sua atividade. Todos sabemos o vigor exuberante da Natureza e, em espaços menos cuidados, logo se instala uma grande variedade de plantas espontâneas, infestantes, muitas vezes dotadas de grande biodiversidade. No caso do muro de pedra da vala é possível verificar-se que, passadas algumas décadas da construção desta estrutura, no cimento colocado nos espaços entre as pedras, se instalaram estas plantas invasoras, precisamente nos locais onde as sementes e outras estruturas reprodutoras encontraram resíduos de um solo. E ali cresceram, e ali continuam a meteorizar os blocos de pedra, conduzindo à sua degradação. Como tal, para manter esta estrutura livre da invasão destas variedades espontâneas, a solução é a sua retirada manual ou o uso de herbicidas químicos, solução menos aconselhável, dada as suas acumulações nos solos.

PictographPhoto Altitude 187 ft
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Muro de suporte da vala e a invasão de plantas infestantes

As plantas infestantes podem ser definidas como qualquer planta que está adaptada ao habitat alterado pelo Homem e que interfere negativamente na sua atividade. Todos sabemos o vigor exuberante da Natureza e, em espaços menos cuidados, logo se instala uma grande variedade de plantas espontâneas, infestantes, muitas vezes dotadas de grande biodiversidade. No caso do muro de pedra da vala é possível verificar-se que, passadas algumas décadas da construção desta estrutura, no cimento colocado nos espaços entre as pedras, se instalaram estas plantas invasoras, precisamente nos locais onde as sementes e outras estruturas reprodutoras encontraram resíduos de um solo. E ali cresceram, e ali continuam a meteorizar os blocos de pedra, conduzindo à sua degradação. Como tal, para manter esta estrutura livre da invasão destas variedades espontâneas, a solução é a sua retirada manual ou o uso de herbicidas químicos, solução menos aconselhável, dada as suas acumulações nos solos.

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Photo ofVegetação ripícola (ribeirinha)

Vegetação ripícola (ribeirinha)

A vegetação ripícola (ou ribeirinha) é a vegetação herbácea e arbustiva que se instala nas proximidades de rios ou de lagos, em áreas que fazem a transição entre o ecossistema terrestre e o aquático. Não se trata de uma mera componente florística de enorme beleza paisagística, verificando-se que esta vegetação assume uma enorme importância ecológica, na medida que integra um importante ecossistema de transição importante para a manutenção da biodiversidade aquática. No caso concreto desta zona do rio Nabão, a zona ripícola fornece uma parte significativa da matéria orgânica ao ecossistema aquático, evita a deslocação de sedimentos proveniente dos terrenos, retém alguns sedimentos transportados pelo rio, limita a erosão hídrica e retém nutrientes de lixiviação proveniente dos campos vizinhos (como o azoto e o potássio, nutrientes bastante móveis), funcionando como um filtro biológico de nutrientes e de poluentes da prática agrícola moderna. Neste troço do rio Nabão, são significativas a densidade e a diversidade da vegetação arbórea e arbustiva, surgindo amieiros, choupos e freixos lado a lado com silvas e sabugueiros e muitas outras variedades arbustivas. Estação de trabalho: Investigação A vegetação e os animais das zonas ribeirinhas diferem das zonas envolventes, e cada região possuiu as suas caraterísticas de acordo com a região climática atravessada pela linha de água. Procede a uma pesquisa sobre as principais variedades da flora e fauna ripícola presentes nos cursos de água desta região do país.

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Photo ofDiversidade florística no Parque Florestal da Vala Photo ofDiversidade florística no Parque Florestal da Vala Photo ofDiversidade florística no Parque Florestal da Vala

Diversidade florística no Parque Florestal da Vala

Na linha do que foi habitual no século XIX em parques envolventes de grandes edifícios (por exemplo, os parques de termas), em áreas florestais de redobrado interesse (caso da mata do Bussaco) ou mais recentemente, no século XX, nos parques florestais nacionais (como o da Mata Nacional dos Sete Montes), também esta área situada entre o rio e a Vala foi sendo preenchido variedades vegetais importadas de outras paragens. De facto, apesar do notório abandono deste espaço, podem avistar-se choupos, plátanos ou eucaliptos, lado a lado com vegetação local como os carvalhos. O abandono do espaço estimulou o vigor do ecossistema na tentativa de encontrar novo equilíbrio ecológico, assistindo-se a uma pulverização de variedades florísticas onde a vegetação arbustiva espontânea ganhou uma significativa presença.

PictographPhoto Altitude 187 ft
Photo ofEstruturas de lazer do parque Photo ofEstruturas de lazer do parque Photo ofEstruturas de lazer do parque

Estruturas de lazer do parque

Como dissemos, o Parque da Vala pertencia à Fábrica de Fiação, sendo o seu acesso restrito aos proprietários e gestores. Aqui existia uma enorme piscina para usufruto de uma elite, balneários e sanitários. Porém, com a revolução do 25 de abril tudo se alteraria, passando este espaço a encontrar-se mais ou menos abandonado. Inicialmente, um pouco a medo, as pessoas começaram a subir os muros, a ladear o portão e não tardaria que o portão fosse aberto e o espaço tornado disponível aos trabalhadores e à população de Tomar. Desde então, e durante muitos anos, era habitual as famílias irem para o parque da Vala fazer piqueniques, dormirem a sesta e usufruir do espaço.

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Photo ofA manta morta Photo ofA manta morta

A manta morta

A manta morta é a camada formada pela acumulação de restos de plantas (folhas, ramos, flores, sementes) e de restos de animais (fezes e cadáveres). Nos solos sobre a qual se acumula a manta morta verifica-se uma grande concentração de material orgânico em diferentes estágios de decomposição, onde as bactérias e os fungos assumem particular destaque, lado a lado com os seres detritívoros e os fragmentadores. A manta morta tem uma enorme importância nos ecossistemas, ao intervir na reciclagem da matéria, constituindo um estádio de transição entre a matéria orgânica e a matéria mineral, especialmente, na forma do húmus, de lenta decomposição, constituindo, deste modo, uma reserva nutritiva dos solos. Por outro lado, a manta morta mantém a integridade dos ecossistemas, na medida que atenua os processos erosivos, funciona como camada térmica, retém água, reduz e a evaporação dos solos e armazena sementes e estruturas reprodutoras essenciais para a regeneração florística. Estação de trabalho: Investigação Procede à recolha de uma porção de manta morta de duas zonas distintas do percurso: da área florestal e da zona de matagal. No laboratório, procede à sua análise, verificando o tipo de resíduos que aí se encontra, relacionando essa constatação com abundância de matéria orgânica nos dois solos onde foi efetuada a recolha.

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Photo ofO “Açude de Pedra” Photo ofO “Açude de Pedra” Photo ofO “Açude de Pedra”

O “Açude de Pedra”

Um açude é uma represa de água. Neste caso, o “Açude de Pedra” foi propositadamente construído nos últimos anos do século XVIII (cerca de 1790) com intenção de desviar a água aprisionada para a Vala que iria abastecer a fábrica de Fiação. A par da comporta da Vala, o açude dispõe ainda de uma comporta acessória, capaz de regular a intensidade do caudal. Instalado no local onde até então existia a ponte da Granja, este açude que liga as duas margens do rio Nabão foi construído com blocos calcários a partir do fundo rochoso do leito, acumuladas inclinadamente, de modo a garantir a resistência da força da corrente, outrora mais vigorosa. Apesar da sua solidez, em 1798, uma cheia no rio Nabão causou grandes estragos no açude. Na margem esquerda do rio uma estrutura romântica de contemplação permite visualizar uma parte significativa do troço do rio Nabão. Este rio nasce em Ansião, vendo reforçado o seu caudal com as águas da ressurgência do Agroal, a par dos seus pequenos e principais afluentes, a ribeira do Olival, a ribeira de Seiça e a ribeira da Beselga. O rio Nabão desagua no rio Zêzere, na localidade da Foz do Rio, na freguesia da Linhaceira.

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Photo ofA comporta da vala Photo ofA comporta da vala

A comporta da vala

A comporta da Vala controla as águas que acedem à Vala, através de um sistema de quatro portões metálicos que sobem ou se mantêm fechados, de acordo com as necessidades de água. O atual sistema de comportas data do século XX, provavelmente instalado aquando da grande recuperação de toda a vala, em meados desse século.

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Photo ofRaízes aéreas de sustentação e a fixação dos terrenos Photo ofRaízes aéreas de sustentação e a fixação dos terrenos

Raízes aéreas de sustentação e a fixação dos terrenos

Em certas locais como áreas de acentuado declive, podem-se observar estruturas conhecidas por “raízes de sustentação” que saem do solo, auxiliando o suporte da planta. Estas estruturas verificam-se em situações em que o caule assume porte elevado e as raízes, só por si, não conseguem garantir a sustentabilidade da planta. Embora aparentem raízes aéreas, em muitos casos estas estruturas não são estruturalmente raízes, mas apenas extensões do caule da planta. Contudo, tal como as raízes, colaboram na fixação da planta, e na sustentação do solo, estando, no entanto, limitadas, à absorção de nutrientes, outra importante função das raízes.

PictographPhoto Altitude 213 ft
Photo ofO matagal Mediterrâneo Photo ofO matagal Mediterrâneo

O matagal Mediterrâneo

Ladeando o estreito caminho de regresso, podemos contemplar alguns exemplares da vegetação caraterística da área mediterrânea. Porque se trata de uma área intervencionada pela mão humana, obviamente, não se trata de um ecossistema único, como podemos observar nalguns locais protegidos; porém, podemos nalgumas dezenas de metros de extensão ver exemplares da floresta autóctone portuguesa preparados para sofrer os rigores de um clima de cariz mediterrâneo, quente e seco, aliado à falta de água à superfície, dada a natureza calcária dos solos. E, de facto, estas variedades apresentam folhas endurecidas, para evitar a exagerada evaporação e evitar a perda de água do solo. Neste curto trajeto poder-se-á apreciar o resultado da alteração da floresta primitiva portuguesa, aquela que conseguiu resistir às glaciações do Terciário, sendo possível ver o espaço partilhado por árvores dispersas com predomínio para exemplares do género Quercus, destacando-se algumas variedades de carvalho, a azinheira, sobreira e carrascos, ao lado de exemplares arbustivos como o medronheiro ou a murta, por exemplo. A influência do clima e a mineralogia dos solos com características físico-químicas muito específicas determinaram, pois, o surgimento deste maciço vegetal mediterrânea de solos calcários e argilosos, apresentando elevada biodiversidade.

PictographPhoto Altitude 213 ft
Photo ofUm pouco de história geológica. A degradação do cálcário Photo ofUm pouco de história geológica. A degradação do cálcário

Um pouco de história geológica. A degradação do cálcário

Os materiais geológicos de superfície de Tomar enquadram-se no contexto da formação da Bacia Lusitaniana. Quando há cerca de 250 milhões de anos a Península Ibérica emergiu e as grandes cadeias montanhosas hercínicas que resultaram da colisão de antigos blocos continentais já estavam formadas em resultado da formação da Pangeia, iniciar-se-ia um conjunto de processos faseados que conduziram à sua fragmentação, os quais terão ocorrido desde o Jurássico médio até ao Cenozóico inferior (entre 175 e os 60 milhões de anos). Não muito longe do local que hoje pisamos, processos distensivos iriam formar vastas depressões que gradualmente se foram enchendo de água durante o Mesozoico, dando origem primeiro a lagos, depois a um mar interior e à medida que prosseguiu a atividade da grande fratura do “rifte”, haveria de surgir, primeiro, um mar interior e, mais tarde, o Oceano Atlântico. Uma dessas depressões foi a “Bacia Lusitaniana” ou “Lusitânica”, uma das bacias de sedimentação que ficam no limite oriental daquilo que é agora o oceano Atlântico, e para a qual as águas de escorrência terão transportado os detritos do Maciço Hespérico, vindo a constituir-se a “Orla Sedimentar Mesocenozóica”, cuja espessura total ronda os 4 a 5 km. Assim, neste período distensivo (Triássico Superior - final do Cretácico) se terão formado, primeiro as rochas carbonatadas como os calcários (Triássico Superior) a partir dos materiais dissolvidos nas águas e rochas siliciclásticas (Cretácico), rochas sedimentares detríticas como as argilas e outros detritos de maior calibre que foram arrastadas pelas linhas de água até esta bacia Lusitaniana. Estes materiais podem encontrar-se, sensivelmente, na direção norte- sul, numa extensão de mais de 200 km por 70 km de largura, de Aveiro a Tomar, seguindo depois para sul, lado a lado com os materiais mais recentes cenozoicos (inferiores a 65 milhões de anos) da bacia sedimentar do Tejo (que cobriram os antigos materiais) até à costa litoral. Bem mais tarde, no Miocénio (23 a 5 milhões de anos), a placa africana começou a derivar para norte, em relação à Península Ibérica, e algumas rochas que se tinham depositado nessa Bacia Lusitaniana durante o Jurássico e o Cretácio sofreram deformação, dando origem às serras do Maciço Calcário Estremenho (encontrando-se a zona de Tomar num dos seus limites) e à serra da Arrábida, havendo também lugar à reativação de antigas falhas que levaram à elevação de terrenos e à subsidência de outros (caso da Serra de Aire ou de Sicó, por exemplo). As rochas que refletem o período compressivo que decorreu desde o final do Cretácico até à atualidade são constituídas, essencialmente, por rochas sedimentares siliciclásticas. É neste período que se geraram as grandes manchas calcárias do nosso país e se destacaram na paisagem os terrenos calcários com os processos de erosão diferencial. Não é, pois, de estranhar, a abundância de testemunhos geológicos destas épocas antigas, e a abundância de calcários na nossa região. Os calcários como rochas essencialmente formadas por carbonato de cálcio, está sujeita às habituais ações de meteorização pelos agentes de geodinâmica externa: por um lado, sofre fraturação como qualquer outra rocha, resultado da ação do calor e dos processos de expansão; mas o que mais carateriza a alteração do calcário é a degradação química do carbonato de cálcio por ação das chuvas ligeiramente ácidas e dos ácidos orgânicos dos solos, conduzindo à alteração destas rochas com a acumulação nas suas proximidades de materiais finos como as argilas, o resultado da alteração das “impurezas” agregadas à calcite do calcário. Estação de trabalho Investigação A meteorização do calcário resulta em vários fragmentos rochosos de diferente calibre, mas também dá origem a materiais geológicos que não se encontram na rocha original. Procede a uma investigação sobre as consequências da alteração física e química do calcário.

PictographPhoto Altitude 197 ft
Photo ofEstação de distribuição de gás para a cidade de Tomar Photo ofEstação de distribuição de gás para a cidade de Tomar

Estação de distribuição de gás para a cidade de Tomar

O Sistema Nacional de Gás Natural dispõe dos gasodutos de transporte de gás que abastece uma Rede de Distribuição de Gás Natural (rede primária e rede secundária), que abastecem as várias empresas responsáveis pela distribuição de gás em áreas concessionadas. A Tagusgás – Empresa de Gás do Vale do Tejo, SA, é a empresa distribuidora de gás combustível canalizado da área de concessão correspondente aos distritos de Santarém e Portalegre. Ao edifício em frente do qual nos encontramos, chega o gás do gasoduto de Espanha e daqui parte a rede de gás que abastece uma parte significativa da cidade de Tomar.

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Photo ofMateriais siliclásticos e os depósitos de margem do rio Nabão

Materiais siliclásticos e os depósitos de margem do rio Nabão

Nas proximidades da Fábrica de Fiação é possível observar-se fragmentos de rochas distribuídas numa matriz diversificada de natureza argilosa e siltosa. Estes clastos têm origem diversa: por um lado podem corresponder a antigos fragmentos, vestígios da também antiga Bacia Lusitaniana, embora estes se encontrem frequentemente agregados por ação de agentes diagénicos; mas por outro lado, dada a proximidade do leito de cheia do rio Nabão, muitos destes fragmentos arredondados, terão sido transportados por ação das enchentes do rio e aqui depositados.

PictographPhoto Altitude 210 ft
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Aplicação dos materiais geológicos: argila nos adobes, cimento, pedra calcária, brita no alcatrão

Neste troço do trajeto podemos ver a aplicação de uma diversidade de materiais geológicos nas construções. Na casa defronte encontramos tijolos de adobe, tijolos de terra argilosa, seca ao sol, e que nalguns casos podia conter palha para garantir maior consistência ao bloco. Trata-se de um dos mais antigos materiais de construção, particularmente utilizado em regiões onde os blocos de pedra não abundavam. Na região de Tomar há abundante pedra calcária extraída de pedreiras (a freguesia da Pedreira deve o seu topónimo a essa atividade extrativa); porém, o seu transporte não estaria acessível a todas as carteiras, pelo que uma solução rápida e local, era a produção caseira destes blocos argilosos para integrar as paredes das casas mais modestas. No mesmo local, também podemos observar outros materiais de construção: as pedras de cantaria calcária a delimitar os passeios, o cimento que resulta da combustão de calcários margosos, os fragmentos calcários de brita e o alcatrão dos asfaltos, os resíduos hidrocarbonatados da destilação do petróleo, espessos e aglutinantes.

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