Casas Subterrâneas Kaingang
near Guabiroba, Paraná (Brazil)
Viewed 459 times, downloaded 2 times
Trail photos
Itinerary description
Os kaingang, uma das 305 atuais etnias do Brasil, já habitavam o Planalto Meridional Brasileiro três mil anos antes da chegada dos europeus. Estes povos eram conhecidos como Proto-Kaingang, povos da Tradição Taquara ou Povo das Casas Subterrâneas.
Para se proteger do inverno rigoroso que castiga as elevadas regiões do Sul do Brasil, chamados Campos de Cima da Serra, construíam suas casas de forma enterrada, mantendo-as, assim, protegidas dos ventos fortes e gelados que cortam o planalto.
Por vezes, as paredes eram compactadas com argila mais fina, resultando em uma camada de revestimento. O teto era apoiado sobre estacas: uma estaca principal no centro, que descia até o chão da casa, e estacas laterais, que irradiavam do mastro central e se apoiavam na superfície do solo, na parte externa. Este teto ficava pouco acima do nível do terreno, garantindo ventilação, iluminação e trânsito.
Trata-se de verdadeiras casas circulares, escavadas na terra: em alguns casos, em rocha basáltica, em outros, em basalto composto ou rocha mole de arenito. Suas dimensões são variáveis; os registros mais importantes revelam estruturas com tamanhos médios entre 2 e 13 metros de diâmetro com profundidade média de 2,5 a 5 metros de altura, havendo casos registrados de 4 e até 6 metros de profundidade. Segundo a descrição de vários pesquisadores, com base nas casas melhor conservadas, sobre a cova circular que delimitava a casa, erguia-se uma cobertura de folhas sustentada em uma armação de madeira, em parte fixada na base da casa, e em parte fixada nas bordas laterais da cova, inclusive com o auxílio de pedras.
Em algumas casas os arqueólogos mencionam ter encontrado um revestimento de piso e, em outras, revestimento em pedra nas paredes ou parte delas.
Ainda que, em um número significativo de sítios arqueológicos se encontrem casas subterrâneas isoladas, é comum encontrar-se conjuntos dessas casas, seja formando
pares, seja formando verdadeiras aldeias de mais de 5 casas, sendo vários os agrupamentos entre 8 e 10 delas, e havendo, mesmo, casos de mais de 20 casas em um mesmo lugar. O espaçamento entre essas casas varia de 1 a 10 metros, em média.
Ainda que alguns arqueólogos tenham sugerido que as casas subterrâneas não teriam sido, de fato, casas de habitação, mas apenas centros cerimoniais, a posição mais comum e sustentável indica que realmente essas estruturas eram a residências dos grupos humanos que as construíram. O arqueólogo André Prous também descarta a hipótese de que as casas maiores fossem apenas centros cerimoniais, enquanto as menores seriam de moradia, uma vez que, com freqüência, as casas maiores ocorrem isoladas ou estão presentes justamente nos menores conjuntos de casas subterrâneas.
É importante, porém, observar-se a época em que as casas subterrâneas foram construídas e habitadas, para pensarmos na relação delas com outras formas de habitação antigas dos Kaingang. A arqueologia brasileira tem relacionado as casas subterrâneas com o que convencionou chamar de "tradição Taquara-Itararé". Segundo Prous, para essa tradição "até há pouco, as datações mais antigas eram exclusivamente do Rio Grande do Sul, entre o primeiro e o sexto século de nossa era.
Várias outras obtidas para o mesmo estado, Argentina e Paraná eram do século XIV, e duas do início do período histórico. Recentemente, datações de 475 AD (fase Candoi) e 500 AD na Argentina vieram mostrar que a cultura das casas subterrâneas desenvolveu-se em diversas regiões, grosso modo, na mesma época, e não se pode descartar a possibilidade de aparecerem, com as novas pesquisas, datações tão antigas quanto a, isolada por enquanto, de 140 AD para a fase Guatambu, cujo término foi datado de 1790 AD".
Para se proteger do inverno rigoroso que castiga as elevadas regiões do Sul do Brasil, chamados Campos de Cima da Serra, construíam suas casas de forma enterrada, mantendo-as, assim, protegidas dos ventos fortes e gelados que cortam o planalto.
Por vezes, as paredes eram compactadas com argila mais fina, resultando em uma camada de revestimento. O teto era apoiado sobre estacas: uma estaca principal no centro, que descia até o chão da casa, e estacas laterais, que irradiavam do mastro central e se apoiavam na superfície do solo, na parte externa. Este teto ficava pouco acima do nível do terreno, garantindo ventilação, iluminação e trânsito.
Trata-se de verdadeiras casas circulares, escavadas na terra: em alguns casos, em rocha basáltica, em outros, em basalto composto ou rocha mole de arenito. Suas dimensões são variáveis; os registros mais importantes revelam estruturas com tamanhos médios entre 2 e 13 metros de diâmetro com profundidade média de 2,5 a 5 metros de altura, havendo casos registrados de 4 e até 6 metros de profundidade. Segundo a descrição de vários pesquisadores, com base nas casas melhor conservadas, sobre a cova circular que delimitava a casa, erguia-se uma cobertura de folhas sustentada em uma armação de madeira, em parte fixada na base da casa, e em parte fixada nas bordas laterais da cova, inclusive com o auxílio de pedras.
Em algumas casas os arqueólogos mencionam ter encontrado um revestimento de piso e, em outras, revestimento em pedra nas paredes ou parte delas.
Ainda que, em um número significativo de sítios arqueológicos se encontrem casas subterrâneas isoladas, é comum encontrar-se conjuntos dessas casas, seja formando
pares, seja formando verdadeiras aldeias de mais de 5 casas, sendo vários os agrupamentos entre 8 e 10 delas, e havendo, mesmo, casos de mais de 20 casas em um mesmo lugar. O espaçamento entre essas casas varia de 1 a 10 metros, em média.
Ainda que alguns arqueólogos tenham sugerido que as casas subterrâneas não teriam sido, de fato, casas de habitação, mas apenas centros cerimoniais, a posição mais comum e sustentável indica que realmente essas estruturas eram a residências dos grupos humanos que as construíram. O arqueólogo André Prous também descarta a hipótese de que as casas maiores fossem apenas centros cerimoniais, enquanto as menores seriam de moradia, uma vez que, com freqüência, as casas maiores ocorrem isoladas ou estão presentes justamente nos menores conjuntos de casas subterrâneas.
É importante, porém, observar-se a época em que as casas subterrâneas foram construídas e habitadas, para pensarmos na relação delas com outras formas de habitação antigas dos Kaingang. A arqueologia brasileira tem relacionado as casas subterrâneas com o que convencionou chamar de "tradição Taquara-Itararé". Segundo Prous, para essa tradição "até há pouco, as datações mais antigas eram exclusivamente do Rio Grande do Sul, entre o primeiro e o sexto século de nossa era.
Várias outras obtidas para o mesmo estado, Argentina e Paraná eram do século XIV, e duas do início do período histórico. Recentemente, datações de 475 AD (fase Candoi) e 500 AD na Argentina vieram mostrar que a cultura das casas subterrâneas desenvolveu-se em diversas regiões, grosso modo, na mesma época, e não se pode descartar a possibilidade de aparecerem, com as novas pesquisas, datações tão antigas quanto a, isolada por enquanto, de 140 AD para a fase Guatambu, cujo término foi datado de 1790 AD".
Waypoints
Waypoint
3,022 ft
Portão da Fazenda do Bugre
Lembrando que se trata de uma propriedade particular, por isso é bom pedir autorização
Archaeological site
3,034 ft
Casa Subterrânea de Kaingang vulgarmente chamada de Buraco de Bugre
Está é a de mais fácil acesso, pois se encontra ao lado da estrada
Archaeological site
3,071 ft
Casa Subterrânea de Kaingang vulgarmente chamada de Buraco de Bugre
Para se chegar nela precisa seguir exatamente o ponto de GPS pois ela não tem acesso visível da trilha.
Archaeological site
3,011 ft
Casa Subterrânea de Kaingang vulgarmente chamada de Buraco de Bugre
Apesar de estar do lado da estrada esse local é de difícil acesso por isso é bom prestar atenção no ponto do GPS
Archaeological site
3,071 ft
Casa Subterrânea de Kaingang vulgarmente chamada de Buraco de Bugre
Esta é uma das mais difíceis de se encontrar ela esta no exato ponto do GPS .
Archaeological site
3,068 ft
Casa Subterrânea de Kaingang vulgarmente chamada de Buraco de Bugre
Esta se encontra do lado da outra casa, porém o local é de difícil acesso
Comments (1)
You can add a comment or review this trail
Encontrei alguns desses «buracos de bugre» em meio à
mata de «pinheiros-de-grinfa» na Serra Gaúcha
(Parque Nacional de Aparados da Serra,
ainda relativamente bem conservados, em 2006.
Celso do Lago Paiva
Parque Nacional da Serra do Cipó
Santana do Riacho MG