As voltas do impossível
near Rio de Frades, Aveiro (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Por muitas voltas que dê, os atalhos da vontade continuam a levar-me para os caminhos da serra da Freita. Desta vez, o motivo eram As Voltas do Impossível, a prova mais recente da Freita. A prova estende-se por mais de 100 km, em cinco voltas e com limites horários. Em 2014 consegui terminar a minha primeira prova de trail, a exigente Ultra Trail Serra da Freita, mas sabia que não estaria preparado para este novo desafio, cujo contexto deambula pelas serranias e histórias mineiras de Rio de Frades. Amante da Freita, fiquei de imediato em pulgas fazer uma volta por lá e aproximar-me do impossível.
Cheguei a Rio de Frades quando o sol de inverno ainda estava escondido pelas encostas altaneiras e por uma neblina que se atrasava pelos vales. O termómetro marcava 1º C. Depois dos preparativos fui até à pedra de xisto da meta e iniciei o périplo. Subi pelo caminho rural e passei pela aldeia acolhedora. Entrei depois no encalço do PR8 – Rota do Ouro Negro, subindo a encosta que me haveria de levar ao planalto. No fundo dos vales envolventes subsistia uma neblina espalhada em farrapos de mar. Quando cheguei à crista da encosta reencontrei a fantástica paisagem da Pena Amarela. Há largos anos que não andava por ali, mas bastou um segundo para perceber que o fascínio se mantinha.
Ao terminar a primeira parte da subida cheguei a um planalto e o trilho prossegue depois com vistas deslumbrantes para os dois vales, em particular para a Pena Amarela. Mais acima, quando me aproximei da cascata que encima o vale, notei a existência de um trilho que descia para a zona da cascata e não consegui resistir a seguir no seu encalço. Recordei então o dia em que vi pela primeira vez o vale da Pena Amarela do topo do enorme rochedo que fica ao lado da cascata, nos idos de 2011. Na altura andava à procura do lugar certo para uma história e foi o encontro perfeito.
Desci quase até ao rio para contemplar a cascata e voltei a subir. Ao chegar ao planalto descansei as vistas e acelerei o passo para recuperar o tempo. Acompanhando a estrada, mas quase sempre por antigos trilhos, desci para o rio Frades. Como o rio tinha bastante água, para não molhar os pés ainda tive de dar um salto de fé. O início da levada é espetacular, com passagens suspensas sobre as cascatas/lagoas. Passei por Tebilhão de soslaio e apanhei o trilho para Cabreiros. As folhas caídas das árvores criam uma passadeira natural muito fotogénica, complementada com o som bucólico dos riachos.
Deixando Cabreiros para trás, investi na subida da Gralheira. A paisagem alterou-se bastante desde que saltitava pelas encostas despidas da Pena Amarela. Com menos motivos de interesse, acelerei o passo pelo antigo estradão até às abandonadas minas das Chãs. Gostei de revisitar o local e continuei depois pelo planalto da Gralheira, cumprimentando os gigantes de vento que por lá perduram. No chão, o gelo dos últimos dias continua a vencer as horas de sol e foi por esta altura que começou a cair uma chuva miudinha e fria que me fez acelerar ainda mais o passo. O céu estava fechado num cinzento infinito.
Entrei depois no PR2 – Rota das Bétulas e espreitei o miradouro da ribeira Escura. Na descida para o Candal apanhei vários caminhos de água, mas felizmente já tinha parado de chuviscar. Subsistem nas encostas envolventes as leiras esverdeadas, entretanto deixadas ao abandono. Passei pela aldeia em modo acelerado e iniciei a subida para o monte encimado por uma cruz. A partir daí andei por terrenos desconhecidos. Corri pelo trilho até encontrar o ponto de descida para o rio Frades. Mais abaixo, encontrei os resquícios da exploração mineira. Passei a mina da galeria com o mesmo fascínio de sempre e desci depois a escadaria para a parte inferior da aldeia, junto ao rio. Para trás tinham ficado sete horas e 22 km de mais uma experiência fantástica!
Cheguei a Rio de Frades quando o sol de inverno ainda estava escondido pelas encostas altaneiras e por uma neblina que se atrasava pelos vales. O termómetro marcava 1º C. Depois dos preparativos fui até à pedra de xisto da meta e iniciei o périplo. Subi pelo caminho rural e passei pela aldeia acolhedora. Entrei depois no encalço do PR8 – Rota do Ouro Negro, subindo a encosta que me haveria de levar ao planalto. No fundo dos vales envolventes subsistia uma neblina espalhada em farrapos de mar. Quando cheguei à crista da encosta reencontrei a fantástica paisagem da Pena Amarela. Há largos anos que não andava por ali, mas bastou um segundo para perceber que o fascínio se mantinha.
Ao terminar a primeira parte da subida cheguei a um planalto e o trilho prossegue depois com vistas deslumbrantes para os dois vales, em particular para a Pena Amarela. Mais acima, quando me aproximei da cascata que encima o vale, notei a existência de um trilho que descia para a zona da cascata e não consegui resistir a seguir no seu encalço. Recordei então o dia em que vi pela primeira vez o vale da Pena Amarela do topo do enorme rochedo que fica ao lado da cascata, nos idos de 2011. Na altura andava à procura do lugar certo para uma história e foi o encontro perfeito.
Desci quase até ao rio para contemplar a cascata e voltei a subir. Ao chegar ao planalto descansei as vistas e acelerei o passo para recuperar o tempo. Acompanhando a estrada, mas quase sempre por antigos trilhos, desci para o rio Frades. Como o rio tinha bastante água, para não molhar os pés ainda tive de dar um salto de fé. O início da levada é espetacular, com passagens suspensas sobre as cascatas/lagoas. Passei por Tebilhão de soslaio e apanhei o trilho para Cabreiros. As folhas caídas das árvores criam uma passadeira natural muito fotogénica, complementada com o som bucólico dos riachos.
Deixando Cabreiros para trás, investi na subida da Gralheira. A paisagem alterou-se bastante desde que saltitava pelas encostas despidas da Pena Amarela. Com menos motivos de interesse, acelerei o passo pelo antigo estradão até às abandonadas minas das Chãs. Gostei de revisitar o local e continuei depois pelo planalto da Gralheira, cumprimentando os gigantes de vento que por lá perduram. No chão, o gelo dos últimos dias continua a vencer as horas de sol e foi por esta altura que começou a cair uma chuva miudinha e fria que me fez acelerar ainda mais o passo. O céu estava fechado num cinzento infinito.
Entrei depois no PR2 – Rota das Bétulas e espreitei o miradouro da ribeira Escura. Na descida para o Candal apanhei vários caminhos de água, mas felizmente já tinha parado de chuviscar. Subsistem nas encostas envolventes as leiras esverdeadas, entretanto deixadas ao abandono. Passei pela aldeia em modo acelerado e iniciei a subida para o monte encimado por uma cruz. A partir daí andei por terrenos desconhecidos. Corri pelo trilho até encontrar o ponto de descida para o rio Frades. Mais abaixo, encontrei os resquícios da exploração mineira. Passei a mina da galeria com o mesmo fascínio de sempre e desci depois a escadaria para a parte inferior da aldeia, junto ao rio. Para trás tinham ficado sete horas e 22 km de mais uma experiência fantástica!
Comments (3)
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Olá bom dia!
Estive a ler a tua aventura e adorei a descrição que fizeste, Top 😉
Sou praticante de trail e como não conheço a serra da Freita! Só de bike é que fiz uns passeios..
Gostaria de saber se o trilho que fizeste é possível de fazer?
Não importa se é difícil...se fosse fácil não não era a mesma coisa 😉
Obrigado
José Duarte.
Olá!
Obrigado :)
Sim, o trilho é perfeitamente possível. É um bom trail e dá para experimentar algumas das dificuldades da Freita, que depois podes explorar mais para o lado da Drave / vale do rio Paivô.
Abraço,
António
Muito obrigada pela resposta.
Assim que for possível vou lá experimentar a serra da Freita
Abraço
José Duarte