VN GAIA - MARCO ZERO N2

Cada viagem nos ensina alguma coisa, desde que paremos para refletir e colóquenos essas reflexões no papel.

Essa viagem fiz sozinho pois quero me acostumar a viajar só. Essa opção é interessante pois faz as coisas no seu ritmo, da sua maneira e nos seus tempos.

Estar acompanhado por outros amigos implicar, primeiro, um ajuste nas agendas - o que muitas vezes se mostra complicado.

Segundo, ha que ter uma sintonia no destino e nas paradas, ou seja, os gostos tem que ser semelhantes (mesmo que seja só para a viagem em questão).

Terceiro, ambos tem que estar com a mesma capacidade financeira disponível para gastar na viagem. Isso implica que tem condições de comer no mesmo lugar, que podem abastecer no mesmo lugar, que podem dormir no mesmo local e etc.

Quarto, há que haver Harmonía no ritmo da tocada na viagem e nas necesidades de paradas para descansar. Uns querem andar mar rápido, outros precisam de mais paradas para “esticar as pernas”, a depender uns querem ir rápido pelas autoestradas enquanto outros querem pegar as nacionais e deitar nas curvas.

Quinto, e não menos importante, a que se pensar que quem viaja junto vai conviver e a convivência é sempre um factor que pode adocicar ou amargar a viajem. Daí que é importante ter espaços onde cada qual possa fazer a coisa da sua maneira sem incomodar o outro, como marcar check-points para reagrupar na estrada para que entre os pontos cada um possa, se quiser, fazer ao seu ritmo. As dormidas, se houver, devem procurar o mais possível ser em quartos separados pois é importante se reservar esse espaço e evitar zonas de conflito, pois um vai querer a melhor cama, o outro ronca, aquele peida, esse acorda de noite para mijar e ascende a luz e dá descarga, aquele acorda muito cedo e por aí vai. Ademais, é importante que haja afinidade entre os viajantes. Daí que é bom, por exemplo, um jantar antes da viajem para todos se conhecerem - se for um grupo que não convive.

Enfim, ao menos esses cinco pontos tem que estar de acordo para que se saia em grupo - se não houver mais pontos que acabei esquecendo de colocar aqui. Por isso, viajar só é uma alternativa excelente para quem é inquieto e gosta de estar sempre conhecendo novos lugares.

Porém, viajar com amigos tem a sua vantagem, sem dúvidas. Daí, um solução é o “inquieto” que quer juntar os amigos, mas que ao mesmo tempo quer que as coisas saiam a sua maneira, planear a viagem e, então, propor para quem quiser aderir, deixando uma margem para que se não aparecer ninguém, ele vá sozinho.

Uma coisa que não se precisa imaginar é que viajar sozinho implicar em estar só. Neste viajem eu falei e conheci mais gente do que em 7 dias de viagem pela N2 com meus amigos C Xavier e J Saramago.

Em Vila Real conhecia a Filipa da Casa Lapao e la o Ricardo que é dono de um empresa de turismo pelo rio Douro, que me deu o seu cartão.

Em Chaves fiquei prosear com o António do bar Kilómetro Zero, que ficou me conta do a história da N2 e me mostrou um livro que eu não conhecia e que acabei comprando.

Enfim, viajar sozinho pode ser, inclusive, um excelente oportunidade para conhecer gente nova.