Serra da Estrela, Covão dos Conchos - Lg. Comprida - Covão - Represa Vale Rossim

Caminho - Lagoa comprida - Covão dos Conchos - Represa de Vale Rossim
Iludido pelo "street View" do Google Maps, achei que seria uma tarefa simples levar 10 pessoas em 4 jipes desde a Lagoa Comprida até ao Covão dos Conchos para contemplar a engenharia do famoso buraco desta lagoa.

Iniciamos o nosso caminho pelas 18:30, na frente seguia eu com um Jeep Grand Cherokee WJ 3.1TD sem alterações, acompanhado por um Jeep Cherokee XJ 2.5TD Lift +5cm pneus AT, um Ford Maverick com pneus 31" MUD e um Land Rover Discovery II TD5 com Lift +5cm pneus MUD.

Seguimos na orla da Lagoa comprida até chegar ao primeiro ponto de interesse, no caminho a terra batida com algumas rochas pouco salientes deram lugar a pedras soltas, grandes mas que eram limitadoras a um veiculo com suspensão de origem.
Perguntamos a um caminhante que seguia em sentido oposto se o caminho seria todo assim e se era possível seguir de jipe, sendo a resposta positiva que apenas ali haveria aquela dificuldade.
Seguimos então, devagar pedra sob pedra, (mas já só com três jipes pois o Grand Cherokee ficou ali estacionado), sendo que já não seria só onde o caminhante nos informou mas sim com mais uma subida com alguma dificuldade.

Avançamos, devagar, pois por vezes o caminho apresentava-se com pedras e rochas que dificultavam a progressão.

Após várias paragens de avaliação do terreno e consideração de avançar ou voltar para trás, acabamos por chegar ao Covão dos Conchos pelas 20:00, com um lusco-fusco no horizonte. O buraco, esse não era propriamente fácil de encontrar mesmo olhando para a lagoa até que foi descoberto após uma breve caminhada pela margem da lagoa.

(21:20) Após a descontracção e a sensação de conquista perante as dificuldades encontradas apresentava-se agora, já a escurecer, uma decisão importante, escolher o caminho de regresso com duas opções:
1- Fazer o caminho inverso considerando as dificuldades já encontradas e conhecidas ou;
2- Seguir na direcção oposta esperando que o caminho se apresentasse mais colaborante.

Escolhemos a segunda opção, no primeiros metros seguimos bem com uma progressão bem ritmada até o caminho desaparecer entre as giestas e outra vegetação. Mais um momento de decisão, e, fazendo jus ao nome do team, Fuços, decidimos avançar.

Foi o percurso mais lento, exigente e difícil que fiz.

No terreno dava para perceber que era um caminho delineado mas ali, sem rede móvel, os auxilio dos GPS era nulo, apenas um mapa offline que apresentava um leve tracejado naquela direcção.
Progressão muito devagar, até conjugar a falta de visão causada pela vegetação com obstáculos enormes de pedras soltas e fixas.
Optamos por ficar um homem fora dos veículos a progredir apeado e auxiliar as manobras e ser devorado pela vegetação e insectos para que pudéssemos avançar um pouco mais rápido.
Chegamos a outro ponto de interesse marcado, que nos pôs à prova. O trilho desapareceu por entre um planalto com terreno fofo coberto por erva rasteira em plena escuridão da noite. Inevitavelmente, saímos logo do trilho delineado pelo GPS offline.
Com o desespero a tomar conta de cada um de nós, eis que o ultimo jipe atascou. Enquanto uns pensavam em manter-mo-nos juntos outros optavam por fazer prospecção do terreno desesperando por encontrar um caminho.
Desatascamos o jipe e concentra-mo-nos no outro ponto de interesse marcado junto a uma parede de betão, provavelmente estávamos numa lagoa seca,
Atravessamos o ribeiro, com um leito baixo mas com pedras grandes a dificultar a passagem, e do outro lado encontramos novamente um trilho.

Este por fim já com alguma rede móvel que ia e vinha iria dar a um estradão visivelmente mais largo e sem obstáculos.
No entanto, embora parecesse ali perto o terreno não permitiu que avançasse-mos continuamente, entre pedregulhos enormes, valas e vegetação que nos punham à prova a cada centímetro que avançávamos.

Perto da 01:00 chegamos por fim ao estradão onde houve lugar a algum festejo,alivio e fúria pelas opções tomadas até então.
Não obstante do caminho anterior decidimos ir pela esquerda por iria mais rapidamente ter ao Sabugueiro com o fim de ir recuperar o Jeep estacionado aquando do inicio da aventura, e mais uma vez, iludidos pelos mapas online, a Barragem não tinha saída sem ser apeado, invertemos a marcha e seguimos então até à Represa de Vale Rossim, onde já em asfalto perto da 01:20 paramos para aliviar a tenção seguir por asfalto até à Lagoa Comprida para recuperar o outro Jeep e ir embora.

Não houve lugar a imagens do trajecto pois a tensão foi sempre ao rubro.
Ficam apenas algumas do propósito da viagem - Covão dos Conchos.

Lesões:
LR TD5 - Para choques traseiro e plásticos dos cantos, mossas na chapa atrás.

Ford - Para choques da frente partido nos apoios, mossa funda na lateral dta.

Jeep XJ - Terminais das barras de direcção e ruído a avaliar da transmissão da roda do lado esq.

P.S.
Se quiserem fazer este caminho de 4x4 apenas para visitar o Covão voltem pelo mesmo caminho. Utilizem baixa pressão nos pneus e de preferência na luz do dia.