Porto Santo - Geomonumentos (Lado Poente)
near Ponta, Madeira (Portugal)
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Itinerary description
Passeio pelo lado Poente da ilha do Porto Santo, ao longo do qual podemos visitar alguns dos Geossítios / Geomonumentos da ilha
A ilha do Porto Santo apresenta-se como uma estrutura complexa, resultado das fases de construção submarina, de transição e subaérea. Desenvolveu-se como vulcão-escudo submarino durante o Miocénico Inferior, há cerca de 18 Ma.
A partir dos 14,5 Ma, a ilha foi emergindo com manifestações vulcânicas tanto de natureza submarina como subaérea, com domínio da atividade subárea por volta dos 13,5 Ma. As últimas erupções desta fase ocorreram há 10,2 Ma, com a formação da chaminé do Pico de Juliana. A atividade eruptiva continuou com episódios vulcânicos, representados por intrusões filonianas, e ter-se-á extinguido há 8 Ma.
As rochas magmáticas são moderadamente alcalinas, tendo os processos de diferenciação magmática gerado litótipos sobre-saturados como traquitos e riólitos.
Ocorrem, ainda, afloramentos de rochas sedimentares, sob a forma de duas unidades principais. A primeira, do Miocénico Médio, é contemporânea da atividade vulcânica que ocorreu durante a fase de transição de vulcanismo submarino para subaéreo, representada por calcários ou biocalcarenitos fossilíferos, como as estruturas recifais do Ilhéu da Cal.
Um outro conjunto sedimentar, originado no Plistocénico em ambiente subaéreo, está representado por arenitos carbonatados, biogénicos, acumulados e consolidados em calcarenitos eólicos de que são exemplos os depósitos do Calhau da Serra de Fora e da Fonte da Areia.
In: geodiversidade.madeira.gov.pt
Waypoints
Miradouro dos Morenos
A arriba costeira da zona dos Morenos apresenta uma rede de condutas vulcânicas fissurais de natureza variável, de máfica (basáltica) a félsica (traquitica). Estes filões evidenciam várias fases de ascensão magmática relacionadas com distintas etapas de atividade vulcânica na ilha. Alguns filões apresentam disjunção prismática. Ocorrem, ainda, escoadas e hialoclastitos gerados em ambiente submarino, e lavas subaéreas de natureza basáltica, do Miocénico Médio. Este conjunto de materiais encontra-se coberto por depósitos eolianíticos amarelo-alaranjados, muito mais recentes (Quaternário) nos quais se desenvolveram horizontes de paleosolos silto-argilosos acastanhados. Os eolianitos (Formação Eolianítica) são um tipo específico de arenito constituído maioritariamente por partículas de algas calcárias e conchas de organismos marinhos, transportadas e deposicionadas pelo vento. A estrutura interna dos depósitos (estratificação entrecruzada) dá-nos a indicação de que os ventos dominantes aquando da deposição teriam soprado do quadrante W. A presença de rizoconcreções nestes eolianitos revela a existência de um antigo coberto vegetal que se terá desenvolvido sobre estas areias há cerca de 30 mil anos. As rizoconcreções são estruturas resultantes da calcificação à volta de raízes por precipitação de carbonato de cálcio à medida que as plantas extraíam água do solo. Ocorrem ainda, fósseis de gastrópodes terrestres, muitos deles de espécies endémicas já extintas. In: https://geodiversidade.madeira.gov.pt/
Morenos
Rizoconcreções dos Morenos PSt 03 A arriba costeira da zona dos Morenos apresenta uma rede de condutas vulcânicas fissurais de natureza variável, de máfica (basáltica) a félsica (traquitica). Estes filões evidenciam várias fases de ascensão magmática relacionadas com distintas etapas de atividade vulcânica na ilha. Alguns filões apresentam disjunção prismática. Ocorrem, ainda, escoadas e hialoclastitos gerados em ambiente submarino, e lavas subaéreas de natureza basáltica, do Miocénico Médio. Este conjunto de materiais encontra-se coberto por depósitos eolianíticos amarelo-alaranjados, muito mais recentes (Quaternário) nos quais se desenvolveram horizontes de paleosolos silto-argilosos acastanhados. Os eolianitos (Formação Eolianítica) são um tipo específico de arenito constituído maioritariamente por partículas de algas calcárias e conchas de organismos marinhos, transportadas e deposicionadas pelo vento. A estrutura interna dos depósitos (estratificação entrecruzada) dá-nos a indicação de que os ventos dominantes aquando da deposição teriam soprado do quadrante W. A presença de rizoconcreções nestes eolianitos revela a existência de um antigo coberto vegetal que se terá desenvolvido sobre estas areias há cerca de 30 mil anos. As rizoconcreções são estruturas resultantes da calcificação à volta de raízes por precipitação de carbonato de cálcio à medida que as plantas extraíam água do solo. Ocorrem ainda, fósseis de gastrópodes terrestres, muitos deles de espécies endémicas já extintas. In: https://geodiversidade.madeira.gov.pt/
Pico de Ana Ferreira
Disjunções colunares prismáticas PSt04 Nesta antiga pedreira do Pico de Ana Ferreira observa-se uma disjunção prismática com colunas quase perfeitas, de elevado valor estético. Esta estrutura, de cor cinza clara, foi originada pelas tensões de contração que se geraram durante o arrefecimento do magma no interior de uma conduta vulcânica. A rocha resultante do magma consolidado - mugearito, por ser mais resistente do que as rochas encaixantes, sobreviveu à ação erosiva, enquanto o material à sua volta foi desaparecendo ao longo do tempo. In: https://geodiversidade.madeira.gov.pt/
Areias fossilizadas
PSt07 A Fonte da Areia é dominada por depósitos quarternários, nomeadamente por depósitos da Formação Eolianítica, representados pelos arenitos biogénicos carbonatados mais antigos da ilha, com cerca de 31 mil anos. Estes eolianitos correspondem a areias marinhas, de natureza organoclástica, na sua larga maioria constituídos por fragmentos de conchas de moluscos, de placas e espículas de equinodermes, algas calcárias e foraminíferos, remobilizadas da plataforma insular existente em torno da ilha, e que sofreram transporte essencialmente eólico até aos locais de deposição. Na base ocorrem depósitos de natureza argilosa em claro contraste com as rochas vulcânicas subjacentes, cortadas “à faca” por antiga superfície topográfica actualmente exposta junto ao topo da arriba marinha por significativa erosão marinha do sector norte da ilha desde o último máximo glaciário. A geração destas areias marinhas remontam à última glaciação, período Wurm, que decorreu entre os 110 e os 11 mil anos. São conhecidas 4 unidades distintas que intercalam 3 paleossolos, níveis de tonalidade acastanhada, que correspondem a períodos de pausa no transporte e acumulação das areias e permitiram a instalação de um solo ou a deposição de material lamacento. O tipo de estratificação existente sugere que a dominância dos ventos tenha sido do quadrante N. Observam-se, ainda, finas camadas de calcário pouco coerente que correspondem a crostas calcárias, denominadas localmente por laginhas de cal, originadas por remobilização e encouraçamento do carbonato de cálcio, fenómeno que ainda ocorre atualmente à superfície desta formação. A presença de fósseis de gastrópodes pulmonados terrestres e de rizoconcreções representam a ocupação biológica deste habitat litoral. https://geodiversidade.madeira.gov.pt/
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