Ascensão ao Gran Paradiso a partir do Refúgio Vitor Emanuel

Ascensão ao Gran Paradiso a partir do Refúgio Vitor Emanuel

Com uma altitude de 4061 mts, o Gran Paradiso é a montanha mais alta em território inteiramente italiano, já que a maioria dos 4000 na cordilheira alpina está de fato localizada nas fronteiras com a Suíça e França. A montanha está localizada no Vale da Aosta, uma das regiões mais remotas, com a natureza mais intocável de toda a Itália

A subida ao cume do Gran Paradiso é classificado como F+ (fácil +), e a via é relativamente fácil do ponto de vista técnico. Por essa razão, a montanha é muitas vezes observada como um primeiro destino para alpinistas iniciantes que tentam escalar seus primeiros 4000mts. No entanto, equipamentos técnicos e experiência em ambiente alpino são imprescindíveis para uma ascensão em segurança. Além do mais, o dia da ascensão ao cume é longo, com desnível superior a 1300 metros e muitas contrariedades podem surgir.
Ao contrário de muitas outras subidas alpinas, não há sistemas teleféricos que nos possam levar até meio do caminho, o que significa que o alpinista tem um desnível superior a 2000 mts para vencer.

No primeiro dia, a caminhada começa em Pont Breuil, subindo até ao Refúgio Victor Emanuel, como foi o nosso caso.

Depois do refúgio:

Existem duas principais vias para a ascensão ao cume do grande Paradiso.
Uma sai do refúgio Vítor Emanuel, a outra do refúgio Chabod.
Esta última, é uma via mais longa e apresenta também um desnível superior em 100 metros.

O nosso trilho teve início no refúgio Vitor Emanuel por volta das 4h30.
É necessário sair bem cedo para efetuar o percurso sem sobressaltos e de uma forma tranquila.
A nossa atividade foi efetuado na primeira semana de junho pelo que apanhamos neve logo à saída do refúgio e não nos apercebemos do início do glaciar.
O glaciar situa-se a uma cota sensivelmente superior aos 3400 ou 3500 mts e portanto ao chegar a esse nível é fundamental encordarmo-nos, até porque nesta altura do ano as cravasses estão tapadas pela neve recente.
Tivemos a oportunidade de efetuar o mesmo percurso em setembro de 2011 e constatamos inúmeras crevasses em todo glaciar.
Quando o trilho é feito no verão temos que atravessar uma extensa zona de rochas de dimensões variáveis até atingir o glaciar.
Em qualquer dos casos é importante seguir o trilho pisado e marcado na neve.
Contornamos um grande e alto ressalto rochoso pelo lado direito e continuamos a subida pelo lado direito da montanha para manter uma pendente mais suave.
Ao chegar relativamente perto da aresta viramos a esquerda em direção ao cume, uma torre rochosa, que o contornamos, em terreno nevado, pela esquerda (face Norte e leste), atingindo o seu ponto mais alto, onde está a estátua de “Madonna.
No regresso temos que fazer uma pequena travessia aérea, num passo rochosos exposto, que se encontra equipado com ancoragens na rocha.
Anteriormente a subida e descida utilizavam este passo rochoso exposto, mas devido ao elevado número de alpinistas e para evitar congestionamentos neste local, foi criado um trilho diferente para a subida.
O regresso até ao refúgio é efetuado pelo mesmo percurso.
A descida exige sempre mais cuidado que a subida, e não esquecer que nesta fase o esforço acumulado é grande e toda a atenção é necessária para uma descida em segurança.

Boas atividades