Chapéu de Sol
near Casa das Pedras, Paraná (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
Trilha realizada em jan/2015.
O Morro Chapéu de Sol é um morro de altitude modesta, com apenas 934m de altitude nas cartas topográficas, encravado na zona de transição entre as Serras do Ibitiraquire, ao norte, e da Graciosa (ou Farinha Seca), ao sul. No entanto sua posição é estratégica, encravado no vértice das encostas do Vale do Rio Mãe Catira.
Sua altitude nas cartas topográficas da área (MI-2843-3 - Morretes, e MI-2843-3-NO - Estrada da Graciosa) é indicada com 934m. A marcação com GPS já corrigida para o modelo geoidal atualizado (MAPGEO 2015) indicou 985m. Reinhard Maack, em sua obra "Geografia Física do Estado do Paraná" apontou sua altitude com 1.002m.
Seu cume, na verdade uma discreta e diminuta clareira, é cercado de vegetação alta, permitindo pouca visibilidade ao redor, mas sua ascensão, como desafio e conhecimento da região, vale a pena. Uma garrafa PET, deixada pendurada por montanhistas que ali estiveram antes de nós, ficou como marcação do local do cume.
CARACTERÍSTICAS DO TRAJETO:
O acesso a esta montanha se dá a partir da Estrada da Graciosa, onde se pode deixar o carro no Recanto Eng. Lacerda (sugestão). A partir do recanto se caminha descendo pela estrada por cerca de 1200m até o Marco 22, a partir de onde a trilha realmente começa.
A partir dali é necessário bastante atenção, pois o início concentra o encontro de diversas trilhas da região, com várias roubadas (trilhas e desvios laterais, muitos dos quais "circulares"), e as fitas de sinalização eventualmente colocadas são constantemente vandalizadas por caçadores, palmiteiros e outros tipos que por ali caminham e não desejam ser incomodados por montanhistas.
A trilha no início se mantém aberta e vai se fechando cada vez, quanto mais se afasta do seu início, até que se transforma num vara mato. Necessário em diversos pontos abrir caminho no peito ou usando facão em meio à grossa vegetação - dominada por um emaranhado de taquarinhas entrelaçadas, a famigerada "quiçassa"!
O trajeto marcado, antes de atingir o Chapéu de Sol passa pelo cume de um morrote secundário, que apelidamos de "Cume 895" (sua altitude no GPS).
DIFICULDADE:
A trilha, apesar da curta distância total, é de exigência física moderada, com ganho altimétrico total baixo (cerca de 200m), com baixos gradientes de inclinação do terreno na maior parte do trajeto. A progressão se dá por meio de simples caminhada,não existindo trechos com exposição a quedas, tão somente pequenas e ocasionais escalaminhadas de barrancos.
Ainda que a ascensão não demande dificuldade física, ela exige atenção constante, em face da vegetação alta e densa, especialmente com animais peçonhentos e insetos, abundantes na região, além de precisão na navegação e interpretação do terreno.
A maior dificuldade da trilha reside justamente na orientação, pois não é sinalizada e, como é pouco frequentada, os rastros de passagens anteriores são escassos. Recomenda-se proficiência em trilhas exploratórias para percorrê-la com segurança. Sua repetição não é recomendada para pessoas sem experiência e equipamento adequado.
Com base nessas características, a sua graduação de dificuldade é estabelecida em nível DIFÍCIL (segundo classificação baseada no padrão MIDE tropicalizado).
O tempo de execução deste percurso foi de pouco mais de 5h na ida, e retorno em menos de 1h40, descontadas algumas paradas longas no trajeto.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
Como todo percurso em ambiente natural, há riscos que devem ser conhecidos e bem avaliados pelo caminhante, tais como quedas de mesmo nível, encontro com animais peçonhentos (cobras), insetos nocivos (aranhas, carrapatos, abelhas).
- Recomenda-se SEMPRE o uso de calçado adequado para trilhas em terrenos acidentados: no caso bota de trekking com bom suporte ao tornozelo e calcanhar.
- Recomenda-se também portar equipamentos básicos para qualquer caminhada, como lanterna de cabeça e pilhas sobressalentes, proteção contra chuva e frio – como um poncho ou anoraque e comida e água suficientes para se manter num dia de jornada.
- Recomenda-se fortemente para este percurso a utilização de perneiras (polainas) anticobras (as melhores são da fabricante paranaense Alpamayo).
Ao trilhar pela região você também se torna responsável por ela. Lembre-se:
- Você é o principal responsável por sua saúde e segurança. Preste atenção onde pisa, onde senta e onde se segura. Cobras, aranhas e outros animais potencialmente perigosos geralmente são encontrados na área e constituem riscos reais em qualquer área natural, especialmente nas estações de primavera e verão.
- TRAGA TODO o seu lixo de volta consigo. Se você foi capaz de levar uma embalagem cheia, não vai cair teu braço de trazê-la de volta vazia e dispensá-la corretamente no lixo. Isso inclui suas bitucas de cigarro se você possui o hábito de fumar. Uma latinha metálica dessas pastilhas de hortelã tipo Mentos-Kiss com um pedaço de algodão embebido em água dentro é ideal como cinzeiro, e para carregar suas bitucas com você!
- NÃO DESMATE, NÃO ARRANQUE plantas nativas tais como xaxins, flores e cipós. Se usar o facão, o faça de maneira moderada, apenas para suprimir trechos de vegetação de taquarinhas, bambus e samambaias necessários à sua passagem. Tampouco corte ou faça marcas em árvores.
- NÃO FAÇA FOGUEIRAS - toda a área é de preservação ambiental e fica sensível a incêndios, especialmente no inverno, quando tudo fica muito mais seco. EVITE ao máximo FUMAR na área e, se o fizer já sabe: não descarte suas bitucas no chão - apague-as com água e traga junto com o seu lixo;
- FAÇA SILÊNCIO e desfrute da natureza como ela é, inclusive seus sons característicos – que não incluem qualquer estilo musical (por mais que você goste) e tampouco as incríveis vocalizações de bípedes como nós;
- Necessidades fisiológicas devem ser feitas longe de cursos d'água (pelo menos a 50m de distância). Dejetos sólidos devem ser enterrados e o papel higiênico trazido de volta com seu lixo.
Agindo desta forma você não se coloca em risco e nem a outras pessoas, como seus próprios companheiros de caminhada ou ainda terceiros que poderiam ser acionados para um resgate, além de contribuir para a preservação do local e da região como um todo, mantendo-os belos e interessantes aos que por ali irão passar depois de você. RESPEITE!
Mais informações sobre o local retratado neste percurso em:
. Relato do Autor no Mochileiros.com.
. Wikimapia - Chapéu de Sol.
. Cartas topográficas da área: MI-2843-3 (Morretes), e MI-2843-3-NO (Estrada da Graciosa).
"A natureza também pertence aos que ainda estão por vir"
Boas trilhas!
Waypoints
Chapéu de Sol
Cume do morro Chapéu de Sol, com 985m de altitude (medido com GPS), corrigido pelo MOGEO 2015 do IBGE.
895
Morrote, cota 895m. Fica na crista de acesso ao cume do Chapéu de Sol. Cume fechado de vegetação, sem vista do entorno.
Bifurcação
Bifurcação, encontro de rastros
Marco 22
Marco 22, marco quilométrico de pedra, original da Estrada da Graciosa antiga. É o "portal" para as trilhas que acedem à região sul da Serra do Ibitiraquire e ao Rio Mãe Catira.
Recanto Lacerda
Recanto Eng. Lacerda, na Estrada da Graciosa. Fica a 1200m do Marco 22. Tem área e estacionamento e banheiros. No local há também um quiosque com venda de pastéis, bebidas e guloseimas da região.
Trifurca
Trifurcação. Três rastros se encontram aqui. Necessário atenção.
Trilha
Trilha Principal. Até aqui a trilha ainda apresenta rastros e marcações. Daqui pra frente torna-se fechada, sem sinalizações e com rastros muito tênues .
Acampamento
Acampamento permanente de palmiteiros/caçadores e afins. Próximo da área do Marco 22. Recomenda-se atenção.
Comments (11)
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Oi Gê! Essa não tinha visto ainda.. É nova?
Olá Tannia!
Não é "nova" compartilhei esses dias, mas os dados são de jan/2015.
Bem pancadaria essa, quiçassa forte, apesar de saber que você não se intimida com esse tipo de dificuldades.
Abraço!
Legal. Bem pouco conhecido esse cume. Sabe me dizer se existe um cume chamado Forquilha. Sim, tem o rio. Mas me refiro ao cume.
Salve Alex!
Sim, existe um cume chamado Forquilha (se ninguém ainda o mudou de nome, rsrs). Fica a NO e do Pediplano dos Agudos e a SO do Baixo Siri, cerca de 1km em linha reta deste último.
Buenas! Bom treinamento esse, hehe! Acessamos essa e na volta esticamos até a cachoeira da santa.
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Montanha pouco visitada, trilha um tanto batida no início, mas depois some. Necessário estar atento à vegetação e marcas no trajeto, pois não há caminho batido. GPS recomendável para evitar roubadas. Lembrar que a região é repleta de insetos e ofídios. Topamos com 3 jararacas pelo caminho, mesmo com tempo relativamente frio. Também removemos algum lixo deixado no cume.
Muito completas as informações! Dá gosto ver o capricho de algumas trilhas que são compartilhadas por aqui. Parabéns, e obrigado por compartilhar!
Mais uma que pretendo fazer nesta temporada.
Salve pessoal! Grato pelos comentários e avaliações!
Olá gvogetta! Pelo que vi a entrada para este morro fica na altura do marco de pedra na Graciosa, isso?
Alguma sinalização ali, por cores ou outros indicativos sobre o percurso a seguir?
Olá Senderista!
Sim, o início da trilha é pelo Marco 22 (marco de pedra) que existe numa espécie de "praça" a cerca de 120mm descendo do Recanto Eng. Lacerda. NÃO existe sinalização padronizada ali, tampouco placas indicativas, apenas fitas em árvores. Soube que recentemente estiveram fitando a trilha. Muita atenção é necessária porque deste mesmo ponto de início partes diferentes trilhas que levam a outros locais e existem diversos "perdidos" naquela área. Conhecimentos de orientação ali são essenciais para quem não conhece os trajetos. Abraço e boas trips!