Tapacura no Galo da Madrugada - PE

"Chegou o inimigo à boca do tabocal e querendo sair a uma segunda campina que se seguia à primeira, os nossos o receberam com ânimo determinado e valente [...] Resistiram os nossos naquele passo por mais de uma hora ao inimigo tão porfidiamente, que lhe foi forçado retirar-se alguns passos atrás, aclamando os nossos "Vitória! Vitória".[...] A este tempo, estava o campo onde o inimigo pelejava todo tinto de sangue e alastrado de corpos mortos. [...] Durou este combate quatro para cinco horas contínuas, da uma e meia depois do meio dia até a noite fechada, que foi o que fez cessar a briga" Calado, O valeroso Lucideno, ii, pp.5-14.

A narrativa do Frei Calado lembra-nos do histórico da nossa rota: O Monte das Tabocas, palco da 1a vitória da Insurreição Pernambucana - Casa Forte, e as duas batalhas nos Guararapes vieram em seguida. Atravessamos o Tapacurá transportando de mão-em-mão as magrelas e subimos o monte, onde fizemos várias fotos, contemplando a paisagem.

De lá seguimos a trilha planejada, na tentativa de atravessar a mata sudoeste da barragem de Tapacurá, a Mata do Camocim. O traçado não foi exitoso: entre o Ponto 1 e o Ponto 2 NÃO HÁ TRILHA P/ BIKES, tivemos que carregá-las. Assim, nós não recomendamos repetir esta trilha neste trecho. Num olhar um pouco mais atento, no conforto de casa, dá para chegar vindo de oeste, mas fica para uma próxima oportunidade.

Decrépitos que estávamos após a travessia desta fase, quase sem água p/ beber, encontramos uma mangueira que 'pingava' deliciosas mangas espadas! Recarregamos as baterias, parando em seguida para reparar um pneu. Seguindo o trajeto, descansamos por cerca de meia hora às margens da repressa, em frente às ruínas da antiga Escola Superior de Agricultura de São Bento.
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Na saída da Estação Ecológica do Tapacurá, saudamos o Curupira, protetor daquelas matas.

Só fomos conseguir água para beber numa pequena comunidade, pouco antes de chegar ao paredão. Panejamos uma trajetória diferente para a volta, mais próxima ao lago. Porém, nós não encontramos a trilha ou aquela que parecia ser a traçada estava muito suja, e devido ao nosso estado físico, optamos por seguir uma rota que levou-nos a BR-232, para concluir o percurso de 9 horas após o almoço no Bode-Grill de Bonança.