Desafio de Charles 3 - Areia muita Areia
near Pasmado, Pernambuco (Brazil)
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Itinerary description
Quando estávamos realizando o pedal até Tabocas, PJ deu o alerta: "Precisamos refazer Desafio de Charles. Aquele banho no rio é muito bom". Como ela não é uma trilha fácil, e atendendo ao pedido do Capitão, comecei a procurar variações, alternativas. Como Charles I e Charles II têm passagens de platô com 'empurra-bike-morro-acima' escolhi Charles III pro exercício. Estica dali, corta daqui, 'novesfora', mantive o mesmo trajeto à direita da BR-101, na área do antigo Engenho Velho, hoje Comunidade Botafogo, e alterei a subida, que é muito íngreme após o Engenho Umbu.
Apesar de termos estacionado na PRF de Itapissuma, um ponto melhor de partida seria a praça ao lado da passarela em Botafogo (fica a dica). Tomamos o canavial e logo foi fácil notar nosso principal desafio: AREIA, muita areia! Em diversos trechos no canavial, em que acontece uma parte mais baixa e plana, uma areia assoreava a pista e nos amarrava. Foi comum descer das magrelas e empurra-las. Porém, não há do que se queixar porque a paisagem compensa tudo.
Tudo dentro dos conformes até nos deparamos com o primeiro obstáculo. Aliás, vale dizer que em tantos anos de pedal nunca enfrentamos um daqueles: um pivô central de irrigação. Começamos a estudar como ultrapassá-lo, sem tomar banho de vinhoto. Como a cana estava baixa, o mais fácil foi cruzar pelo canavial. Eu dei uma bobeira e ainda ganhei uns borrifos. O capitão, que fora conversar com o trabalhador que operava o equipamento, enquanto atravessávamos, voltou e resolveu enfrentar o banho. Achou até que estava geladinho! Entretanto, ele insistiu que voltássemos porque o caminho estava bloqueado. Posso até estar sendo leviano, mas pareceu que ele amarelou. Fica para os demais dizerem o que acham. Contrariando-o, seguimos em frente e o tal intransponível era um bobagem. Antes de chegarmos no Eng. Umbu passamos pela região que outro dia foi embargada pelo IBAMA por extração ilegal de areia de frigir (areia de praia sem sal). Aparentemente o garimpo ilegal continua. Em seguida cruzamos com uns pedaleiros na ponte do Rio Itapirema, e ainda paramos prá comer azeitona roxa.
No Umbu procuramos um lugar para reabastecer, mas estava tudo fechado. Rápida investigação e nos falaram que na margem do rio tinham duas barracas. No pé da ladeira, a esquerda, encontramos a primeira. Fazendo companhia ao dono, que varria o terreiro, um bebum (já às 9 da matina) curioso e falante se juntou ao grupo. É preciso registrar aqui dois fenômenos:
- Ele conseguiu calar PJ. O cara era uma metralhadora falatória. Não parou um segundo de emendar uma conversa na outra e PJ não aguentou a concorrência, ficou tímido, mudo;
- Sérgio encontrou um parente. O sujeito disse que, com muito orgulho, era da Paraíba, de Pitimbu. Sérgio, resolveu investigar, e começou "conhece fulano?", "e beltrano?", "num-sei-que-lá", "num-sei-que-lá", como diz o poeta J.Quirino, e os dois se descobriram da mesma raiz. Mundo pequeno, este.
Seguimos nosso rumo após a coca-cola, as barras e os biscoitos, subindo para o platô, sendo que todos conseguiram fazê-lo no pedal. Lá em cima, pudemos apreciar a vista, que nesta trilha é das melhores. Na sequência passamos por uma matinha, canavial com areia, até chegarmos no 'brigadeiro de Leite Moça': o downhill de 80 metros. Pense um descida inigualável. Dá prá fazer sem freio, estrada larga, quase sem valas. E quando termina, é hora de se banhar nas águas do riacho Umbu. Eita banho gelado! É aquela corrente d'água limpa, transparente, constante. Ficamos ali uma meia hora, sendo arrastado pela correnteza, jogando conversa fora, falando 'bem' dos amigos, essas coisas que ninguém faz.
Depois de lavarmos os camelos, tomamos o rumo prá subir novamente e enfrentar o retão. Pedalando, comecei a sentir algum desconforto na sela, como se estivesse com assaduras. No final, resolvemos mudar novamente o traçado, para passar no Açude Botafogo. Apesar do areial da sua margem, a vista antes da descida paga o sacrifício.
Chegando em casa descobri o motivo do desconforto: areia, muita areia na cueca.
Para registro: tiramos algumas fotos com o pavilhão nacional para marcar a participação no dia 13 de março à nossa maneira.
Apesar de termos estacionado na PRF de Itapissuma, um ponto melhor de partida seria a praça ao lado da passarela em Botafogo (fica a dica). Tomamos o canavial e logo foi fácil notar nosso principal desafio: AREIA, muita areia! Em diversos trechos no canavial, em que acontece uma parte mais baixa e plana, uma areia assoreava a pista e nos amarrava. Foi comum descer das magrelas e empurra-las. Porém, não há do que se queixar porque a paisagem compensa tudo.
Tudo dentro dos conformes até nos deparamos com o primeiro obstáculo. Aliás, vale dizer que em tantos anos de pedal nunca enfrentamos um daqueles: um pivô central de irrigação. Começamos a estudar como ultrapassá-lo, sem tomar banho de vinhoto. Como a cana estava baixa, o mais fácil foi cruzar pelo canavial. Eu dei uma bobeira e ainda ganhei uns borrifos. O capitão, que fora conversar com o trabalhador que operava o equipamento, enquanto atravessávamos, voltou e resolveu enfrentar o banho. Achou até que estava geladinho! Entretanto, ele insistiu que voltássemos porque o caminho estava bloqueado. Posso até estar sendo leviano, mas pareceu que ele amarelou. Fica para os demais dizerem o que acham. Contrariando-o, seguimos em frente e o tal intransponível era um bobagem. Antes de chegarmos no Eng. Umbu passamos pela região que outro dia foi embargada pelo IBAMA por extração ilegal de areia de frigir (areia de praia sem sal). Aparentemente o garimpo ilegal continua. Em seguida cruzamos com uns pedaleiros na ponte do Rio Itapirema, e ainda paramos prá comer azeitona roxa.
No Umbu procuramos um lugar para reabastecer, mas estava tudo fechado. Rápida investigação e nos falaram que na margem do rio tinham duas barracas. No pé da ladeira, a esquerda, encontramos a primeira. Fazendo companhia ao dono, que varria o terreiro, um bebum (já às 9 da matina) curioso e falante se juntou ao grupo. É preciso registrar aqui dois fenômenos:
- Ele conseguiu calar PJ. O cara era uma metralhadora falatória. Não parou um segundo de emendar uma conversa na outra e PJ não aguentou a concorrência, ficou tímido, mudo;
- Sérgio encontrou um parente. O sujeito disse que, com muito orgulho, era da Paraíba, de Pitimbu. Sérgio, resolveu investigar, e começou "conhece fulano?", "e beltrano?", "num-sei-que-lá", "num-sei-que-lá", como diz o poeta J.Quirino, e os dois se descobriram da mesma raiz. Mundo pequeno, este.
Seguimos nosso rumo após a coca-cola, as barras e os biscoitos, subindo para o platô, sendo que todos conseguiram fazê-lo no pedal. Lá em cima, pudemos apreciar a vista, que nesta trilha é das melhores. Na sequência passamos por uma matinha, canavial com areia, até chegarmos no 'brigadeiro de Leite Moça': o downhill de 80 metros. Pense um descida inigualável. Dá prá fazer sem freio, estrada larga, quase sem valas. E quando termina, é hora de se banhar nas águas do riacho Umbu. Eita banho gelado! É aquela corrente d'água limpa, transparente, constante. Ficamos ali uma meia hora, sendo arrastado pela correnteza, jogando conversa fora, falando 'bem' dos amigos, essas coisas que ninguém faz.
Depois de lavarmos os camelos, tomamos o rumo prá subir novamente e enfrentar o retão. Pedalando, comecei a sentir algum desconforto na sela, como se estivesse com assaduras. No final, resolvemos mudar novamente o traçado, para passar no Açude Botafogo. Apesar do areial da sua margem, a vista antes da descida paga o sacrifício.
Chegando em casa descobri o motivo do desconforto: areia, muita areia na cueca.
Para registro: tiramos algumas fotos com o pavilhão nacional para marcar a participação no dia 13 de março à nossa maneira.
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Comments (8)
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Haroldo, sua resenha não foge à realidade dos fatos. Ops, melhor escrevendo, do nosso pedal!!!
Excelente trajeto, porém mesmo sendo um mais curto, senti-me desafiado em algumas subidas e areais. Excelente! No mais, suas recordações, me faz desejar estar nas águas tranquilas e geladas daquele riacho. Pense num lugar retado! Isso, é Turma do Pedal!!!!!
Essa foi uma das melhores resenhas! Rindo até 2020.rsrs
Parabéns por mais uma bela resenha!!!
A Trilha realmente foi excelente!!!
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Trilha excelente!!!
Queria deixar como registro o agradecimento pelo mapeamentos aqui encontrados, tanto seu como de Sergio Cunha e Ailton_Jr. Tenho um Grupo familiar onde incentivei meus parentes a ter a MTB como estilo de vida, e hj Graças a Deus e a seus mapeamentos (já percorri quase todos rsrsrsrsrs) eles estão vibrando com o esporte. Apesar de não conhece-los pessoalmente, quem sabe um dia né KKKKKKKKK, OBRIGADO! e não deixem de sempre postar por aqui suas Trilhas. VALEU TURMA!
Jonathas, valeu pela msg de agradecimento. essa é a principal razão no qual deixarmos as trilhas aqui publicadas. aproveite nossa trilhas mencionando os méritos em sua resenha, isso nos motiva a continuar colocando-as. aproveite bastante junto a seus familiares. As trilhas feitas pela Turma do Pedal-PE conta com pessoas super experientes no MTB. vamos nos encontrar em breve. abraço
Prezado Jonathas,
Confesso-me pavoneado!. Ao mesmo tempo, um sentimento de gratidão enorme, um sincero "Muito obrigado!". Como bem falou Sergio, o feedback nos motiva a continuar dividindo com todos nossas experiências 'bicicletivas' para que outros como vc e familiares possam compartilha-las.
Com já afirmamos em outro post, e tb prá aqueles que nos procuraram pela internet, nosso grupo é aberto e quem quiser pode chegar. Será um prazer pedalarmos.
gostei de ler o relato da trilha toda viajei nela kkkkkkk, e belo relato e bela trilha e esses pontos marcados deu para acompanhar um pouco a trilha, imagino o visual que vocês devem ter visto.