Viagem Do século 12/03/2019

12/03
Acordei as 7 e meia, depois de uma chuva leve. Arrumei as coisas e botei a barraca pra secar. Tempo nublado a úmido, já era 9 e meia e nada de barraca seca. Resolvi embrulhar tudo molhado mesmo. Comi umas bolachas e peguei a pista sentido Montevidéu. Passei por uma serralheria e resolvi perguntar se dava pra soldar a pazinha o cara olhou e falou que aquele material parece não pegar solda. Peguei um ima e grudei na pá. Ele olhou espantado e falou, se é magnético dá pra soldar sim. E fomos pra dentro. Depois de um tempo, a pazinha estava funcionando novamente e me custou 300 pesos, cerca de 35 reais. Continuei até chegar em Montevideo, atravessei-a inteira, é uma cidade bonita, ruas limpas e poucos prédios. Trânsito é tranquilo, tipo Ribeirão Preto no horário de pico, filas, mas não muito. Poucas motos nas ruas. Quase ninguém a pé. A pista é muito tranquila também, tem alguns pedágios, mas moto não paga. Nem fui atrás de ver o valor da balsa pra Buenos Aires. Resolvi ir rodando. Em Cardona parei de em um trailer de comida e pedi um lanche com um bife à milanesa e um refrigerante, grande e gostoso, 200 pesos. Em pouco tempo cheguei em Mercedes, botei 200 pesos de gasolina só pra garantir. Pois a cidade Argentina mais próxima ficava a 60km e eu já estava na reserva a 70 km. Cheguei na aduana e foi tudo muito rápido, apenas alguns carros na fila.

A fronteira entre Uruguai e Argentina é conjunta e tudo é feito ali mesmo, sem nem descer da moto. Peguei dois papéis, alguns carimbos, entreguei um papel carimbado e pronto. Estava liberado. Na saída do Uruguai tem um pedágio que é 50 pesos pra moto e cruzando a ponte já está na Argentina. Tecnicamente não vi muita diferença entre os dois países, mas a gasolina é mais barata na Argentina. Abasteci na primeira cidade Gualeguaychu, 44 pesos e troquei uns reais em uma casa de câmbio a 1:9. Usando wifi do posto, vi que o câmbio estava 1:10.5 e o frentista ofereceu câmbio também, negociamos 1:9.25 troquei bastante dinheiro e espero não ter feito um mau negócio. Saí da cidade e já era umas 6h resolvi procurar um lugar pra acampar. Não é fácil achar, mesma coisa que no Uruguai. Entrei em uma estrada de chão, mas estava tudo tão embarreado que fui pro chão em menos de 30m. Insisti uns 500m imaginando que mais pra frente teria um lugar pra montar barraca, mas ali também tinha cerca dos dois lados, desisti e voltei pra pista. Peguei o retorno e parei no posto que tinha a uns 500m antes da estrada de chão. Perguntei se poderia ficar aqui, o frentista disse que no pátio era complicado pois ali só para caminhão, mas poderia perguntar pro dono do restaurante se podia ficar no gramado. O dono chegou depois de uma hora, já estava escuro. Perguntei pra ele e ele disse que sim, não haveria problema algum. Ainda bem, pois já estava sem opções. Comprei uma bolacha e montei acampamento. Aqui tem muito pernilongo, muito mesmo não dá pra ficar fora da barraca. Acho que amanhã de manhã vai chover de manhã então não deixei nada esparramado. Ruim vai ser esse barulho de caminhão na pista o tempo todo... Por isso gosto de acampar mais longe da rodovia, mas faz parte.
Fui escovar dente no banheiro do posto e vi que tinha um box onde antigamente existia um chuveiro. Hoje só um cano na parede cuspindo água gelada. Como já havia dois dias que não me lavava, resolvi arriscar. Depois vi no painel da moto A temperatura ambiente, 19 graus. Não foi muito confortável, mas deu pra tomar um banho completo. Esqueci de levar a toalha então botei a roupa todo molhado mesmo. Fui pra barraca tremendo, mas logo já estava tudo certo.