Turismo Histórico/Cultural Recanto do Balseiro (Itá) a Casa do Pastor (Aratiba)

Percurso da travessia realizada com caiaques turismo/oceânico na rota de disseminação histórica do vale do rio Uruguai, nos municípios de Itá (SC) e Aratiba (RS).

Saída do Recanto do Balseiro de Itá, onde o remador poderá visitar o Museu do Balseiro de Itá. Contém no acervo peças, artefatos, memórias e histórias dos Balseiros do Rio Uruguai. Classe de trabalhadores do ciclo econômico da exploração da madeira, entre 1920 a 1970. Os balseiros extraiam madeiras (cedro, canjerana, canela, angico), movimentavam as toras até a margem do rio, onde eram construídas balsas rusticas. A viagem dessa madeira, tinha destino São Borja, no Rio Grande do Sul, onde eram comercializadas com os argentinos. A viagem tinha 570km de navegação, sendo realizada sem paradas, levando em média 8 dias de viagem. O maior perigo aos balseiros era a transposição do Salto de Yocumã (ou Moconá, como os Argentinos conhecem), localizado nas intermediações do Parque Estadual do Turvo, em Derrubadas, RS. O salto somente era possível de ser transposto nos meses de vazões de enchente, onde o Salto de Yocumã permanecia submerso.

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Concomitante a atividade dos balseiros, ocorreu o processo de migração e imigração de alemães, teuto-brasileiros, italianos, ítalo-brasileiros e poloneses para as terras devolutas e não ocupadas. Essa colonização se deu via permissão dos governos estaduais do RS e SC e do governo federal a empresas colonizadoras gaúchas a venderem e incentivarem a vida desses colonos às atuais cidades de Concórdia, Itá, Seara, Arabutã, Mariano Moro, Aratiba e Severiano de Almeida. Temporalmente tudo isso ocorreu após 1916, com o término do conflito da Guerra do Contestado. Todo o fluxo migratório era advindo do Rio Grande do Sul, e a nova cidade de Erechim, fundada em 1908 era o centro da modernidade para a região. A Ferrovia São Paulo - Porto Alegre, mais precisamente as estações de Barro (atual Gaurama, RS) e Marcelino Ramos (RS) proveram o acesso desses imigrantes.

Nesse contexto, costumes, culturas, modos de viver desses imigrantes integraram ao novo e hostil solo adquirido, porém, sem a infraestrutura prometida pelas colonizadoras e totalmente negligenciado pelo poder estatal. A fé não era diferente. E muita da população teuta declaravam a fé luterana. Tinham a igreja como fonte de provimento de escola para as crianças e apoio espiritual.

No extremo dessa rota, temos o exemplo desses fragmentos de memória da comunidade de Linha Sarandi, onde em 1935 foi edificada a Casa do Pastor Evangélico Luterano Hans Idrich Krause, que atendia as comunidades rurais de Aratiba e também as comunidades luteranas em Itá e nas regiões lindeira ao rio Uruguai.

Devido a construção da UHE Itá e a inundação do reservatório, a comunidade ficou submersa, sendo a Casa do Pastor realocada para a atual localização. Da antiga comunidade de Barra do Sarandi, permaneceu a antiga Igreja Luterana, que ficou às margens da cota do reservatório, sendo acessível de caiaque para visitação.

Essa travessia proporciona a vivência com a natureza, a prática da canoagem, a valorização do patrimônio arquitetônico e a memória regional.