ROTA DO VADE

Nome do Percurso: Trilho do Vade
Entidade Promotora: Município de Vila Verde
Localização do Percurso: Aboim da Nóbrega
Tipo de Percurso: Pequena rota (circular)
Âmbito do Percurso: Paisagístico - Cultural
Ponto de Partida: Carvalheiras, Casais de Vide
Distância do Percurso:12,7 km
Grau de dificuldade: Fácil/moderado
Cota Máxima atingida: 750m
Cota Mínima atingida: 325m

O trilho do Vade é um percurso equestre, marcado e sinalizado de acordo com as diretrizes internacionais e nacionais. Este percurso, de âmbito cultural e paisagístico, percorre os ancestrais caminhos da freguesia de Aboim da Nóbrega, outrora sede de concelho de Vila Verde, extinto em 1853. Tem início num local muito conhecido, as "Carvalheiras", no lugar de Casais de Vide, freguesia de Aboim da Nóbrega, concelho de Vila Verde.
Ao longo deste trilho, o nosso olhar deve voltar-se para as formas e estruturas aproveitadas pelos pastores e animais para abrigos provocados pelo processo de erosão, bem como para as raças autótones (garranos e cachenas) que facilmente se encontram ao longo do percurso.
Iniciamos o percurso no meio de um pequeno bosque de carvalhos, para depois seguir num caminho de terra em direção à Casa da Pequenina, cuja edificação em granito, com os seus complementos, como os espigueiros,o relógio de sol, a eira e os seus campos, revelam a grandiosidade da arquitetura rural minhota. Podemos bater à porta e pedir para observar este magnífico conjunto arquitetónico. Regressaremos ao nosso caminho, atravessamos a estrada alcatroada e seguimos por um estradão florestal até ao Castelo de Aboim. Situado na linha da cumeiera que spara a bacia hidrográfica dos rios Lima e Cávado, a uma altura de cerca de 750m , possui geoformas de tipo castle koppie. Este sítio, pelo seu valor geo-estratégico, terá tido uma ocupação pré-romana com as funções de posto de vogia. É um autêntico miradouro que domina a paisagem de vários concelhos, repleto de paisagens bucólicas. Daqui voltamos por um atalho (deixando o trilho oficial)à via que nos levou ao Castelo de Aboim e continuamos pelo caminho em terra que nos conduzirá até à capela de S. João de Padornelo. Edificada no séc. XVII, apresenta uma grande simplicidade arquitetónica nas suas fachadas construídas com pedra da região. Antes desta capela encontramos ainda um cruzeiro seiscentista.
Dixamos para trás a Capela de S. João de Padornelo, viramos à direita por um estradão florestal e seguimos viagem até ao lugar de Outeiro para observar a Casa de D. João de Aboim, mordomo-mor de D. Afonso III.
Avançamos, por caminhos em terra e alcatroados, para chegarmos até à igreja de Aboim da Nóbrega, cuja padroeira é a Nª Srª da Assunção - um notável exemplar de igreja estilo arquitetónico maneirista, edificada no séc. XVI. Foi, em tempos, um Mosteiro das freiras Bentas. O teto da igreja é considerado um dos mais ricos, preciosos e artísticos do Norte do país, pela sua talha dourada pela forma trabalhada e pelas suas magníficas pinturas com motivos da vida de Maria e passos da Paixão e morte de Jesus Cristo. Junto a esta Igreja, é possível aprender a bordar um Lenço dos Namorados ou simplesmente observar a arte de os bordar e ver a antiga cadeia, quando descemos em direção ao rio Vade. Junto ao rio, as águas transmitem-nos uma ambiência de acalmia, destacando-se a Truta-de-rio (Salmon trutta fario) O som das águas do rio acompanhamos durante o percurso até à mítica fonte do Dente Santo ou Dente de S. Frutuoso, localizada no lugar de Barges, ladeando uma casa onde, segundo reza a lenda, vivia um homem de nome Manuel António Martins detentor de um dente de S. Frutuoso, ao qual lhe eram atribuídos poderes excecionais para curar mordeduras de cães raivosos.
Continuamos caminho, deixamos para tás a povoação para entrarmos num ambiente de montanha, trilhos de pastores, rodeados de carvalhos e por uma densa vegetação, de singular beleza, até aos lugares de Bemposta, Lameiras e Povoadura. Neste lugar, onde perduram ancestrais casas de granito, merece destaque a capela de S. Sebastião de arquitetura simples. Seguimos em frente, atravessamos a estrada municipal e subimos este lugar por caminhos estreitos empedrados até encontrarmos um estradão florestal que nos levará até à estrada que segue para Santo António de Mixões da Serra. Viramos à esquerda para, a poucoa metros à frente, encontrarmos o lugar onde teve início este passeio.

Nota: Após o ponte de interesse 11 "Bosque de Carvalhos" num entroncamento do estradão florestal foi tomada a direção da direita pelo meio dos carvalhos mas o percurso oficial parece ser o da esquerda. Este percurso também foi mais longo, cerca de 14 km, do que está referenciado.

O percurso pode ser feito como atividade pedestre, como foi o caso.