Zambujeira do Mar - São Miguel (Odeceixe)
near Zambujeira do Mar, Beja (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Etapa 3
Zambujeira a Odeceixe 20,18km
Acumulado 83,02km
Saída do alojamento em direcção à praça central da Zambujeira do Mar, junto à capela que fica perto da falésia. Aí facilmente encontrei as marcas do caminho. Estava bem mais agradável que nos dias anteriores, menos vento e não havia nuvens a ameaçar chuva como nos dias anteriores.
Enquanto descia na direcção da praia da Zambujeira, já avistava outros caminhantes que subiam a encosta seguinte. Nada mau para aquecer os músculos. E assim foi, passei a praia e também subi a encosta que permitiu ter uma visão previligiada da Zambujeira do Mar. O caminho segue pelo planalto, permitindo uma excelente visão das falésias, mas este caminho está sempre a surpreender, um conjunto de passadiços permitem uma descida segura numa zona de falésias. Logo de seguida uma subida íngreme permite "escalar" a próxima falésa. Nada mau pensei eu, hoje o caminho é curto mas subidas e descidas não faltam. Novamente no planalto contínuo o meu trabalho preferido, fotografar e gravar em vídeo toda a beleza com que sou presenteado.
Novamente uma descida íngreme leva até à praia do Carvalhal, aí foi altura de me libertar da camisola de manga comprida, porque já sabia que após uma descida há sempre uma subida, ou não esteja a percorrer uma zona de falésias.
Novamente no planalto o caminho fica um pouco diferente, acabou o sobe e desce e o trilho segue por zonas bem compactadas que permitem um bom andamento, zonas de arbustos de grande porte que formam túneis de verdura, passagem também por algumas linhas de água, intensificadas com a chuva dos últimos dias, mas umas pedras e paus vão permitindo passar sem molhar. Algumas zonas com pontes, e dá que pensar no trabalho que deram a construir, porque não há forma de transporte para aqueles locais.
Estamos também numa zona de agricultura intensiva e há uma dessas quintas que tem de ser contornada, foi a primeira vez que o percurso teve uma zona de estrada, mas assim que passou a quinta volta novamente para junto da costa. Os trilhos nesta zona eram de areia solta, que por vezes intercalava com pinhal. Como o dia estava quente, sabia muito bem caminhar por entre as árvores, o fresco do pinhal era muito bem vindo.
Sempre junto ao oceano, mas bem alto o trilho leva-me até às Azanhas do Mar. Uma pequena povoação no cimo de uma escarpa, com um passadiço que permite descer até ao mar. Cá em baixo a Ildocas estava à espera para a merenda da manhã. Como o caminho hoje é curto não dediquei tempo a cuidar dos pés, estava a sentir-me bem, bastou tratar do estômago.
Como estou junto ao mar, nem é preciso dizer que o caminho sobe a encosta a sul, desta vez bem íngreme, a vista era mais soberba a cada passada mas o esforço também. Já perto do ponto mais alto os músculos das pernas até queimavam com o esforço, felizmente não tenho de carregar um uma mochila pesada, porque se tivesse o esforço seria ainda maior.
Mas a vista lá de cima rapidamente fez esquecer a dificuldade da subida. A cada passo uma paisagem que surpreende, a beleza do oceano em luta constante com as rochas da nossa costa. Eu não sabia que podia ver estas paisagens aqui, elas estão vedadas a todos os que só querem conhecer confortavelmente sentados no seu carro. Para ver estas paisagens há que pagar um tributo, o esforço que acaba por ser um prazer e que permite percorrer estes caminhos.
Caminhar é mais que nos deslocar no terreno, é uma forma de meditação, uma forma de estarmos em sintonia connosco. E ainda temos como brinde a bezela da costa portuguesa, que já foi descoberta pelos de fora, já me cruzei com centenas de caminhantes e até agora nem um me respondeu em português.
Entretido com os meus pensamentos, numa zona do caminho também de grande beleza, chego à beira de uma enorme falésia e quando eu penso que já nada né pode surpreender, vejo a praia de Odeceixe. Eu já conhecia a praia vista do outro lado, em que estamos apenas um pouco mais altos. Mas vista do lado oposto, aquela língua de areia, rodeada pela Ribeira de Seixe, que nesta zona separa o Alentejo do Algarve, a imagem o conjunto de casas de um branco imaculado no início da língua de areia, tudo enquadrado com linha de água que se perde de vista em direção a Odeceixe, é uma composição que não me vai sair da memória. Fiquei algum tempo simplesmente a contemplar algo que eu nem podia imaginar que existia.
Já estou perto do final da etapa, o trilho desce até à ribeira e segue ao longo dela até Odeceixe. Como eu ia ficar no parque de campismo, foi para lá que me dirigi, ainda não foi hoje que entrei no Algarve.
Amanhã vai ser uma etapa maior, já que novamente vou juntar duas etapas e já vai ser feita em terras do reino do Algarve.
Zambujeira a Odeceixe 20,18km
Acumulado 83,02km
Saída do alojamento em direcção à praça central da Zambujeira do Mar, junto à capela que fica perto da falésia. Aí facilmente encontrei as marcas do caminho. Estava bem mais agradável que nos dias anteriores, menos vento e não havia nuvens a ameaçar chuva como nos dias anteriores.
Enquanto descia na direcção da praia da Zambujeira, já avistava outros caminhantes que subiam a encosta seguinte. Nada mau para aquecer os músculos. E assim foi, passei a praia e também subi a encosta que permitiu ter uma visão previligiada da Zambujeira do Mar. O caminho segue pelo planalto, permitindo uma excelente visão das falésias, mas este caminho está sempre a surpreender, um conjunto de passadiços permitem uma descida segura numa zona de falésias. Logo de seguida uma subida íngreme permite "escalar" a próxima falésa. Nada mau pensei eu, hoje o caminho é curto mas subidas e descidas não faltam. Novamente no planalto contínuo o meu trabalho preferido, fotografar e gravar em vídeo toda a beleza com que sou presenteado.
Novamente uma descida íngreme leva até à praia do Carvalhal, aí foi altura de me libertar da camisola de manga comprida, porque já sabia que após uma descida há sempre uma subida, ou não esteja a percorrer uma zona de falésias.
Novamente no planalto o caminho fica um pouco diferente, acabou o sobe e desce e o trilho segue por zonas bem compactadas que permitem um bom andamento, zonas de arbustos de grande porte que formam túneis de verdura, passagem também por algumas linhas de água, intensificadas com a chuva dos últimos dias, mas umas pedras e paus vão permitindo passar sem molhar. Algumas zonas com pontes, e dá que pensar no trabalho que deram a construir, porque não há forma de transporte para aqueles locais.
Estamos também numa zona de agricultura intensiva e há uma dessas quintas que tem de ser contornada, foi a primeira vez que o percurso teve uma zona de estrada, mas assim que passou a quinta volta novamente para junto da costa. Os trilhos nesta zona eram de areia solta, que por vezes intercalava com pinhal. Como o dia estava quente, sabia muito bem caminhar por entre as árvores, o fresco do pinhal era muito bem vindo.
Sempre junto ao oceano, mas bem alto o trilho leva-me até às Azanhas do Mar. Uma pequena povoação no cimo de uma escarpa, com um passadiço que permite descer até ao mar. Cá em baixo a Ildocas estava à espera para a merenda da manhã. Como o caminho hoje é curto não dediquei tempo a cuidar dos pés, estava a sentir-me bem, bastou tratar do estômago.
Como estou junto ao mar, nem é preciso dizer que o caminho sobe a encosta a sul, desta vez bem íngreme, a vista era mais soberba a cada passada mas o esforço também. Já perto do ponto mais alto os músculos das pernas até queimavam com o esforço, felizmente não tenho de carregar um uma mochila pesada, porque se tivesse o esforço seria ainda maior.
Mas a vista lá de cima rapidamente fez esquecer a dificuldade da subida. A cada passo uma paisagem que surpreende, a beleza do oceano em luta constante com as rochas da nossa costa. Eu não sabia que podia ver estas paisagens aqui, elas estão vedadas a todos os que só querem conhecer confortavelmente sentados no seu carro. Para ver estas paisagens há que pagar um tributo, o esforço que acaba por ser um prazer e que permite percorrer estes caminhos.
Caminhar é mais que nos deslocar no terreno, é uma forma de meditação, uma forma de estarmos em sintonia connosco. E ainda temos como brinde a bezela da costa portuguesa, que já foi descoberta pelos de fora, já me cruzei com centenas de caminhantes e até agora nem um me respondeu em português.
Entretido com os meus pensamentos, numa zona do caminho também de grande beleza, chego à beira de uma enorme falésia e quando eu penso que já nada né pode surpreender, vejo a praia de Odeceixe. Eu já conhecia a praia vista do outro lado, em que estamos apenas um pouco mais altos. Mas vista do lado oposto, aquela língua de areia, rodeada pela Ribeira de Seixe, que nesta zona separa o Alentejo do Algarve, a imagem o conjunto de casas de um branco imaculado no início da língua de areia, tudo enquadrado com linha de água que se perde de vista em direção a Odeceixe, é uma composição que não me vai sair da memória. Fiquei algum tempo simplesmente a contemplar algo que eu nem podia imaginar que existia.
Já estou perto do final da etapa, o trilho desce até à ribeira e segue ao longo dela até Odeceixe. Como eu ia ficar no parque de campismo, foi para lá que me dirigi, ainda não foi hoje que entrei no Algarve.
Amanhã vai ser uma etapa maior, já que novamente vou juntar duas etapas e já vai ser feita em terras do reino do Algarve.
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