Xertelo aos Chamiçais e a Pena Calva
near Xertelo, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Uma bruta aventura, e com troços que obrigam a atenção e cuidados redobrados, em especial a saída de Pena Calva em direcção às Sete Lagoas.
Até à lagoa do Teixo o caminho faz-se bem, por trilhos de pé posto, apesar da descida com muita pedra rolada à saída do Xertelo. A partir do Teixo é um autêntico desafio, devido à inexistência de quaisquer trilhos ou marcações, e porque somos obrigados a desbravar caminho por entre a vegetação rasteira, e muitos calhaus, passando por manchas de vegetação alta e às vezes intransponível, com direito a buracos no solo da erosão das águas, até à necessidade de evoluir por entre as pedras e rochedos do rio, por falta de alternativas em ambas as margens. Nada fácil mas um grande e excelente desafio.
A nossa opção de fugir a completar a subida ao Alto dos Chamiçais, atalhando directamente da Corga do Sobroso para Pena Calva, praticamente em linha recta até à cumeeira, revelou-se uma dura prova. Mas fomos recompensados pela alegria de chegar lá acima. Mais um desafio superado!
Vencida essa prova passou-se à descida, quase simétrica mas menos íngreme, porque feita mais na diagonal, até à corga e Poço de Pena Calva. Também é um troço duro, e a ser feito com atenção e cuidado redobrados. E absolutamente desaconselhado em dias de chuva ou muita humidade no solo.
A saída de Pena Calva, em direcção às Sete Lagoas, é um pequeno suplício e com bastantes riscos pelo meio, e, apetece pensar, sem nada que justifique o esforço, porque a lagoa de Pena Calva nada acrescenta à imponência e sublime beleza das lagoas anteriores, sendo só mais do mesmo.
No global, a jornada constitui-se como uma aventura inesquecível, pela beleza ímpar dos lugares, a esmagadora imponência das cumeeiras, as mágicas lagoas e açudes, o silêncio absoluto, entrecortado pelos sons e o chamamento da montanha.
O melhor e mais encantado Gerês continua intocado. E é bom que assim seja. A única pessoa com quem nos cruzamos, em toda a jornada, foi um pastor, o Paulo.
À chegada à aldeia, no final da jornada, fomos assediados pela dona Maria, tarefa que antes desempenhada pelo finado marido. E dei comigo com dois frascos de meio quilo mel, e uma garrafa de bagaceira. Já em casa, e pesado o mel, que parecia menos que o apregoado, deu para ver que cada meio quilo mais não era que 360 gramas. A vida não está fácil para ninguém, mas são sempre deploráveis as chico-espertezas.
Para terminar, não há palavras que cheguem para homenagear o meu companheiro e irmão desta e de outras aventuras, pela coragem, persistência e saudável loucura. A vida é um doce sortilégio, mas o que ela tem de melhor só está acessível a uns quantos.
Até à lagoa do Teixo o caminho faz-se bem, por trilhos de pé posto, apesar da descida com muita pedra rolada à saída do Xertelo. A partir do Teixo é um autêntico desafio, devido à inexistência de quaisquer trilhos ou marcações, e porque somos obrigados a desbravar caminho por entre a vegetação rasteira, e muitos calhaus, passando por manchas de vegetação alta e às vezes intransponível, com direito a buracos no solo da erosão das águas, até à necessidade de evoluir por entre as pedras e rochedos do rio, por falta de alternativas em ambas as margens. Nada fácil mas um grande e excelente desafio.
A nossa opção de fugir a completar a subida ao Alto dos Chamiçais, atalhando directamente da Corga do Sobroso para Pena Calva, praticamente em linha recta até à cumeeira, revelou-se uma dura prova. Mas fomos recompensados pela alegria de chegar lá acima. Mais um desafio superado!
Vencida essa prova passou-se à descida, quase simétrica mas menos íngreme, porque feita mais na diagonal, até à corga e Poço de Pena Calva. Também é um troço duro, e a ser feito com atenção e cuidado redobrados. E absolutamente desaconselhado em dias de chuva ou muita humidade no solo.
A saída de Pena Calva, em direcção às Sete Lagoas, é um pequeno suplício e com bastantes riscos pelo meio, e, apetece pensar, sem nada que justifique o esforço, porque a lagoa de Pena Calva nada acrescenta à imponência e sublime beleza das lagoas anteriores, sendo só mais do mesmo.
No global, a jornada constitui-se como uma aventura inesquecível, pela beleza ímpar dos lugares, a esmagadora imponência das cumeeiras, as mágicas lagoas e açudes, o silêncio absoluto, entrecortado pelos sons e o chamamento da montanha.
O melhor e mais encantado Gerês continua intocado. E é bom que assim seja. A única pessoa com quem nos cruzamos, em toda a jornada, foi um pastor, o Paulo.
À chegada à aldeia, no final da jornada, fomos assediados pela dona Maria, tarefa que antes desempenhada pelo finado marido. E dei comigo com dois frascos de meio quilo mel, e uma garrafa de bagaceira. Já em casa, e pesado o mel, que parecia menos que o apregoado, deu para ver que cada meio quilo mais não era que 360 gramas. A vida não está fácil para ninguém, mas são sempre deploráveis as chico-espertezas.
Para terminar, não há palavras que cheguem para homenagear o meu companheiro e irmão desta e de outras aventuras, pela coragem, persistência e saudável loucura. A vida é um doce sortilégio, mas o que ela tem de melhor só está acessível a uns quantos.
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Bruta aventura, monumental, com paisagens de me tirar o fôlego, literalmente. Apesar da maioria dos troços serem a corta mato e com subidas e descidas íngremes e perigosas, alguns pedaços lembram-me sítios celestiais, dignos do melhor com que a natureza nos brinda.
Uma vénia ao meus companheiro de aventuras, estoico, presente, e que, por mais difícil que se revele a jornada, termina-a melhor do que eu. Isto revela que a vida é mais uma maratona do que uma corrida de 100 metros.
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Scenery
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Espetacular