Volta da Ilha de Florianópolis (Ilha de Santa Catarina)
near Costeira do Ribeirao, Santa Catarina (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
Iniciamos a volta da Ilha de Santa Catarina (Floripa) na Freguesia de Ribeirão da Ilha, nossa escolha se deu por dois motivos, a previsão de tempo era melhor para os primeiros dias assim teríamos certeza de sol ao passar pelo sul e leste da ilha e o segundo motivo foi a facilidade de deixar o carro na pousada Ecomar por uma semana.
Chegamos na pousada as 15 horas e decidimos fazer a trilha da Praia de Naufragados nesse final de tarde indo de carro até o estacionamento (R$ 30,00) que fica no final da rodovia. Trilha fácil de 6 km, ida e volta. A praia de Naufragados é muito bonita. No dia seguinte iniciamos a volta da Ilha sem caminhar na rodovia sem calçada ou acostamento até Naufragados.
Dia 1 – Saímos da pousada as 7:30 h da pousada seguindo no sentido sul até a estrada Chico do Alambique que dá acesso ao sertão da ilha e logo se iniciou uma longa subida por uma rua pavimentada com blocos de concreto. Ao chegar no ponto mais elevado termina a pavimentação e começa a entrar no vale interior, onde aparecem algumas residências e uma capela, cenário bonito. Outra subidinha e iniciamos a descida em direção à praia dos Açores, fomos contornando o bairro e seguimos para a Praia da Solidão. Após uma parada para um lanchinho embaixo da base dos Guarda Vidas, única sombra da praia, seguimos pela praia e por trilha na costeira até a Praia dos Açores e Pântano do Sul, são a mesma praia, cada extremidade tem um nome, como outras da ilha. Pegamos a trilha para a Praia da Lagoinha do Leste que possui um considerável ganho de altimetria (200 metros), porém é curta com apenas 2,5 km para chegar na Praia da Lagoinha. Em seguida a Trilha Matadeiro com 3km e ganho de altimetria de 100 m, bem mais fácil que a anterior e finalmente chegamos à Praia do Matadeiro e por uma curta trilha seguimos para a praia da Armação onde nos hospedamos. Conheci a Praia da Armação em 1984, a praia sofreu uma grande transformação com o avanço do mar e recuo da areia, ao chegar na praia não entendi de imediato o que ocorreu, naquela época existia um morro no lado sul da praia que subimos no mirante, não conseguia entender e achava que estava confundindo as praias até que percebemos que esse morro hoje é uma ilha.
Dia 2 – Nossa hospedagem na Armação não contava com café da manhã, assim pudemos tomar café mais cedo e as 7:00 h já estávamos caminhando, em geral o café da manhã nas pousadas inicia as 8h, muito tarde para quem vai caminhar. Seguimos pelo calçadão e depois pela areia fofa da praia e logo pegamos o rumo da Lagoa do Peri, passamos por um bosque de pinheiros e chegamos à margem da lagoa, continuamos até a área de lazer do Parque e saímos para a rodovia passando pelo setor de visitantes. Mais a frente na curva da rodovia tem-se a melhor vista da Armação. Continuamos caminhando pelo acostamento acompanhando a costeira com belas vistas do mar e das pedras até que chegamos à Praia Morro das Pedras, mais uma das praias que possui um nome em cada extremidade e assim sempre na mesma praia chegamos à Praia do Campeche que está bem na rota dos aviões que pousam em Floripa. Na curva da praia uma fila enorme de pessoas que esperavam a vez para pegar um barco e curtir uma Praia “deserta” na Ilha do Campeche. Continuamos caminhando na mesma praia e mais para o final ela muda de nome novamente virando Praia da Joaquina, que possui alguns hotéis e restaurantes de praia atraindo um monte de gente. Após uma parada para lanche seguimos por uma estrada até Rendeiras onde nos hospedamos, bem próximo da lagoa da Conceição. O dia não tinha terminado, deixamos as cargueiras na pousada e seguimos para a Praia do Gravatá que está fora da rota do contorno da ilha. A praia do Gravatá foi a mais bonita que visitamos neste dia.
Dia 3 – Como de praxe o café da manhã da pousada era as 8h, nos deixaram um lanche a noite o que nos possibilitou sair cedo novamente. A previsão do tempo aos poucos foi se alterando e uma onda de calor surgiu com força, o dia seria de sol e muita umidade. A primeira praia que passamos foi a Praia Mole, caminhamos pela areia da praia e passamos por uma trilhinha entre as pedras chegando na Praia da Galheta e de lá pegamos a trilha da Boa Vista, com 190 metros de altura, seu mirante justifica o nome, de onde se avista a Praia Mole, Galheta, Rendeiras, Lagoa da Conceição e Barra da Lagoa. Descemos a trilha e saímos na Barra da Lagoa, aqui compramos mais 3 litros de água para repor o que já havíamos consumido em 2 pessoas, sabendo que tinha pela frente os 14 km da praia de Moçambique e não tem onde comprar nada nesse trecho. Já com o sol bem forte fomos caminhando pela praia que inicialmente tem areia firme, mas em alguns trechos alterna areia mais fofa, trechos planos e trechos inclinados, tentamos caminhar na trilha que acompanha a praia, piorou, é areia de duna fofa e a vegetação baixa bloqueia o vento, o calor castigando. Mais a frente avistamos alguns ciprestes próximos à praia e paramos para o lanche. Mais uma vez tentamos caminhar pela trilha, mas estava abafado demais e voltamos a caminhar pela praia até que avistamos carros estacionados, vimos uma estrada paralela à praia e seguimos por ela, ficando mais fácil e tinha sombra das árvores. A estrada terminou no finalzinho da praia e caminhamos mais um pouco até pegar a trilha para a Praia do Santinho. O visual na trilha é muito bonito, começa com a vista da Moçambique, depois da costeira e do mar à direita e o paredão do morro à esquerda. Na metade da trilha encontrei um ponto de água que achei confiável e peguei mais um litro por garantia. Esta trilha está com um pouco de erosão e em alguns trechos o mato cobre a trilha, foi a trilha em pior estado que pegamos. Chegando na Praia do Santinho os últimos metros de trilha tem até passarela, ali tem a pinturas rupestres do Costão. Na Praia do Santinho caminhamos toda a praia e no final pegamos a trilha para a Praia dos Ingleses onde nos hospedamos na melhor pousada até aqui, mas para nosso azar teve uma pane elétrica e ficamos no escuro até as 23 h com os mosquitos fazendo a festa. Com o calor intenso consumimos 7 litros de água e 1,5 litro de água de coco e suco em duas pessoas.
Dia 4 – Mais uma vez café da manhã a partir das 8h e o esquema do lanchinho. O trecho de hoje Ingleses – Canasvieiras coincide com o Caminho de Santiago da Ilha. Caminhamos quase toda a extensão da Praia dos Ingleses, saindo da praia para passar pela ponte sobre o rio e no final da praia passamos por uma calçada de um condomínio e pegamos a trilha para a praia Brava. Foi a trilha mais enlameada de todas, apesar de ser moderada. Na praia Brava caminhamos um pouco mais da metade da praia e andamos pelas ruas do bairro e estradinha para acessar a Trilha do Morro do Rapa, na entrada da trilha encontramos três pessoas treinando corrida e uma delas era deficiente visual, um exemplo de superação. A trilha do Rapa é uma das melhores da ilha, trilha larga com poucos trechos erodidos. Chegamos à Praia da Lagoinha, caminhamos pela praia até o final e pelas ruas do bairro acessamos a praia de Ponta das Canas, e outra vez caminhamos pela praia que mais à frente ganha o nome de Canasvieiras e pela praia fomos caminhando até que a quantidade de pessoas impossibilitava a passagem, seguimos pelas ruas do bairro até a pousada onde nos hospedamos.
Dia 5 – Nesta hospedagem não tinha café da manhã incluso, fizemos nosso café da manhã e saímos bem cedo, fomos até a praia com intenção de passar pela costeira, mas a maré estava alta e tivemos que mudar os planos, contornando o morro pela avenida e saindo na praia de Canajure. Seguimos para a praia de Jurere, mesma faixa de areia com dois nomes, no final de Jurere subimos em direção à Fortaleza de São José, que estava fechada para visitação, e chegamos à Praia do Forte. No final da praia do Forte pegamos uma trilha que possui uma placa de entrada proibida e encontramos com o simpático Sr. Luiz que cuida da trilha para deixá-la limpa e transitável, após uma boa prosa e com todas as dicas necessárias seguimos caminho passando por duas prainhas que nem nome tem e chegamos na Praia da Daniela. É bem longa, vai até a extremidade da ilha onde seu nome muda para Praia do Pontal, seguimos até onde deu pra ir e retornamos para Daniela. Entramos no condomínio e seguimos até a última rua onde se inicia a estrada, como a estrada é estreita e sem acostamento preferimos pegar um Uber para percorrer esses 4,5 km de estrada até Santo Antonio de Lisboa, onde aproveitamos para comer uma coxinha muito bem recheada na praça em frente a igreja. Seguimos acompanhando a costeira em direção ao Sambaqui passando pela Praia das Flores e finalmente chegamos na Praia do Fogo (ou praia do Sambaqui) onde ficamos hospedados.
Dia 6 – Aqui também não tinha café incluso e pudemos sair mais cedo, retornamos à praia do Fogo e seguimos acompanhando a costeira passando por algumas prainhas que não sei o nome e finalmente chegando na praia do Indio. Em seguida pegamos uma trilha de um km pela mata saindo numa rua sem pavimentação entre chácaras e propriedades rurais até que retornamos aos bairros e chegamos em Santo Antonio de Lisboa novamente e dali seguimos acompanhando a costeira até chegar em Cacupé. Lá o percurso é interrompido por um manguezal e tivemos que seguir pela rodovia, ao terminar a calçada e a ciclofaixa nós percorremos 2 km de ônibus para evitar caminhar no acostamento de uma rodovia de 3 faixas muito movimentada. Retornamos em direção ao mar, fomos acompanhando a costeira passando pelas praias do Barcelo e do João Paulo e retornamos novamente para a rodovia, mas desta vez com calçada e ciclofaixa. Passamos pela Praia de São Luis e seguimos até a praça da Luz próximo à Ponte Hercílio Luz, região onde nos hospedamos.
Dia 7 – Finalmente, num hotel na cidade o café da manhã se iniciava às 6h e lá estávamos as 6:00 h. Fizemos checkout e partimos para o último dia da jornada. Fomos até a Ponte e descemos pelas escadarias ao lado para seguir pela rodovia abaixo e o problema é que precisávamos atravessar, mas só pudemos fazer isso uns 200 metros pra frente. Após atravessar seguimos pela calçada para pedestre, passamos pelo Sambódromo, por algumas prainhas e por um mangue até chegar no aeroporto. Lá pegamos um ônibus para a Tapera para passar por dentro dos 4,5 km da base aérea. Descemos do ônibus no primeiro ponto após a base e seguimos pelas ruas da Tapera até retornar para a rua da costeira novamente e por ela fomos seguindo até a Freguesia do Ribeirão da Ilha para finalmente chegar na pousada onde deixamos o carro. Durante os dias de caminhada o amigo Regis deu uma dica de uma trilha muito boa no continente, Vale da Utopia, pegamos o carro e partimos para Pinheira (em Palhoça) para fazer essa trilha no dia seguinte.
Todos os 7 trechos da volta da ilha são de dificuldade moderada, porém o total da volta da Ilha de Florianópolis pode ser considerado difícil devido ao cansaço acumulado dia após dia. Dos 215 km percorridos fizemos 170 km caminhando, utilizamos transporte em trechos que tínhamos que compartilhar espaço com os carros ou trecho proibido, também evitamos caminhar nas pedras das costeiras. Afinal fomos para curtir a ilha com suas praias e montanhas e não para encarar desafios e riscos desnecessários.
Sugestões para quem for fazer a volta da Ilha:
- Planejar bem o percurso, lembrando-se que nos últimos dias o cansaço vai bater mais forte, assim melhor deixar trechos planos para o final. Acompanhar a previsão do tempo para fazer o lado oceânico da ilha, parte mais bonita, nos dias de melhor tempo.
- Levar boa quantidade de água e lanche de trilha, apesar de bem povoada em alguns trechos não tem nenhum comércio. Levar purificador de água para tomar água de riachos em caso de necessidade.
- Utilizar bota de caminhada e calça comprida, em algumas trilhas a vegetação tem espinhos, e a presença de cobras peçonhentas está documentada nesta trilha.
- Levar lanterna para algum imprevisto. Foi útil na praia dos Ingleses quando a pousada ficou sem energia.
- Boné e protetor solar.
- Fazendo a volta da Ilha fora da alta temporada é possível reservar as pousadas um dia antes, como fizemos, isso dá maior flexibilidade.
- Desde Outubro estamos acompanhando a previsão do tempo em busca de uma janela de bom tempo, os meses de dezembro a fevereiro (alta temporada) estavam descartados, a janela só apareceu em março, porém a onda de calor causou desgastes desnecessários. O ideal é escolher meses menos quentes.
- Leve o mínimo de roupa, sempre é possível lavar a roupa e fazer um varal no quarto para secar.
- Nós levamos uma pequena bolsa térmica na mochila com 4 garrafinhas de água congelada, assim tínhamos água, suco e até cerveja gelados o dia inteiro, e frutas tb. Todas as pousadas que ficamos possuíam frigobar.
MUITO IMPORTANTE:
- Respeite a fauna local, não alimente os saguis. Eles são animais sociais e os filhotes aprendem com os adultos a encontrar alimentos na mata, quando alimentados por turistas esse aprendizado fica prejudicado.
- NUNCA MATE COBRAS OU OUTROS ANIMAIS QUE VOCÊ CONSIDERE PERIGOSOS, basta evitá-los e fotografe sem se aproximar demais. Caso encontre uma cobra obstruindo a trilha, espante ela com um galho longo ou mesmo com o bastão de caminhada sem bater nela. O animal mais perigoso que você pode encontrar numa trilha é o ser humano, já tivemos vários casos de assassinato e estupros em trilhas e você não sai matando todos os humanos que encontra bloqueando sua trilha.
Chegamos na pousada as 15 horas e decidimos fazer a trilha da Praia de Naufragados nesse final de tarde indo de carro até o estacionamento (R$ 30,00) que fica no final da rodovia. Trilha fácil de 6 km, ida e volta. A praia de Naufragados é muito bonita. No dia seguinte iniciamos a volta da Ilha sem caminhar na rodovia sem calçada ou acostamento até Naufragados.
Dia 1 – Saímos da pousada as 7:30 h da pousada seguindo no sentido sul até a estrada Chico do Alambique que dá acesso ao sertão da ilha e logo se iniciou uma longa subida por uma rua pavimentada com blocos de concreto. Ao chegar no ponto mais elevado termina a pavimentação e começa a entrar no vale interior, onde aparecem algumas residências e uma capela, cenário bonito. Outra subidinha e iniciamos a descida em direção à praia dos Açores, fomos contornando o bairro e seguimos para a Praia da Solidão. Após uma parada para um lanchinho embaixo da base dos Guarda Vidas, única sombra da praia, seguimos pela praia e por trilha na costeira até a Praia dos Açores e Pântano do Sul, são a mesma praia, cada extremidade tem um nome, como outras da ilha. Pegamos a trilha para a Praia da Lagoinha do Leste que possui um considerável ganho de altimetria (200 metros), porém é curta com apenas 2,5 km para chegar na Praia da Lagoinha. Em seguida a Trilha Matadeiro com 3km e ganho de altimetria de 100 m, bem mais fácil que a anterior e finalmente chegamos à Praia do Matadeiro e por uma curta trilha seguimos para a praia da Armação onde nos hospedamos. Conheci a Praia da Armação em 1984, a praia sofreu uma grande transformação com o avanço do mar e recuo da areia, ao chegar na praia não entendi de imediato o que ocorreu, naquela época existia um morro no lado sul da praia que subimos no mirante, não conseguia entender e achava que estava confundindo as praias até que percebemos que esse morro hoje é uma ilha.
Dia 2 – Nossa hospedagem na Armação não contava com café da manhã, assim pudemos tomar café mais cedo e as 7:00 h já estávamos caminhando, em geral o café da manhã nas pousadas inicia as 8h, muito tarde para quem vai caminhar. Seguimos pelo calçadão e depois pela areia fofa da praia e logo pegamos o rumo da Lagoa do Peri, passamos por um bosque de pinheiros e chegamos à margem da lagoa, continuamos até a área de lazer do Parque e saímos para a rodovia passando pelo setor de visitantes. Mais a frente na curva da rodovia tem-se a melhor vista da Armação. Continuamos caminhando pelo acostamento acompanhando a costeira com belas vistas do mar e das pedras até que chegamos à Praia Morro das Pedras, mais uma das praias que possui um nome em cada extremidade e assim sempre na mesma praia chegamos à Praia do Campeche que está bem na rota dos aviões que pousam em Floripa. Na curva da praia uma fila enorme de pessoas que esperavam a vez para pegar um barco e curtir uma Praia “deserta” na Ilha do Campeche. Continuamos caminhando na mesma praia e mais para o final ela muda de nome novamente virando Praia da Joaquina, que possui alguns hotéis e restaurantes de praia atraindo um monte de gente. Após uma parada para lanche seguimos por uma estrada até Rendeiras onde nos hospedamos, bem próximo da lagoa da Conceição. O dia não tinha terminado, deixamos as cargueiras na pousada e seguimos para a Praia do Gravatá que está fora da rota do contorno da ilha. A praia do Gravatá foi a mais bonita que visitamos neste dia.
Dia 3 – Como de praxe o café da manhã da pousada era as 8h, nos deixaram um lanche a noite o que nos possibilitou sair cedo novamente. A previsão do tempo aos poucos foi se alterando e uma onda de calor surgiu com força, o dia seria de sol e muita umidade. A primeira praia que passamos foi a Praia Mole, caminhamos pela areia da praia e passamos por uma trilhinha entre as pedras chegando na Praia da Galheta e de lá pegamos a trilha da Boa Vista, com 190 metros de altura, seu mirante justifica o nome, de onde se avista a Praia Mole, Galheta, Rendeiras, Lagoa da Conceição e Barra da Lagoa. Descemos a trilha e saímos na Barra da Lagoa, aqui compramos mais 3 litros de água para repor o que já havíamos consumido em 2 pessoas, sabendo que tinha pela frente os 14 km da praia de Moçambique e não tem onde comprar nada nesse trecho. Já com o sol bem forte fomos caminhando pela praia que inicialmente tem areia firme, mas em alguns trechos alterna areia mais fofa, trechos planos e trechos inclinados, tentamos caminhar na trilha que acompanha a praia, piorou, é areia de duna fofa e a vegetação baixa bloqueia o vento, o calor castigando. Mais a frente avistamos alguns ciprestes próximos à praia e paramos para o lanche. Mais uma vez tentamos caminhar pela trilha, mas estava abafado demais e voltamos a caminhar pela praia até que avistamos carros estacionados, vimos uma estrada paralela à praia e seguimos por ela, ficando mais fácil e tinha sombra das árvores. A estrada terminou no finalzinho da praia e caminhamos mais um pouco até pegar a trilha para a Praia do Santinho. O visual na trilha é muito bonito, começa com a vista da Moçambique, depois da costeira e do mar à direita e o paredão do morro à esquerda. Na metade da trilha encontrei um ponto de água que achei confiável e peguei mais um litro por garantia. Esta trilha está com um pouco de erosão e em alguns trechos o mato cobre a trilha, foi a trilha em pior estado que pegamos. Chegando na Praia do Santinho os últimos metros de trilha tem até passarela, ali tem a pinturas rupestres do Costão. Na Praia do Santinho caminhamos toda a praia e no final pegamos a trilha para a Praia dos Ingleses onde nos hospedamos na melhor pousada até aqui, mas para nosso azar teve uma pane elétrica e ficamos no escuro até as 23 h com os mosquitos fazendo a festa. Com o calor intenso consumimos 7 litros de água e 1,5 litro de água de coco e suco em duas pessoas.
Dia 4 – Mais uma vez café da manhã a partir das 8h e o esquema do lanchinho. O trecho de hoje Ingleses – Canasvieiras coincide com o Caminho de Santiago da Ilha. Caminhamos quase toda a extensão da Praia dos Ingleses, saindo da praia para passar pela ponte sobre o rio e no final da praia passamos por uma calçada de um condomínio e pegamos a trilha para a praia Brava. Foi a trilha mais enlameada de todas, apesar de ser moderada. Na praia Brava caminhamos um pouco mais da metade da praia e andamos pelas ruas do bairro e estradinha para acessar a Trilha do Morro do Rapa, na entrada da trilha encontramos três pessoas treinando corrida e uma delas era deficiente visual, um exemplo de superação. A trilha do Rapa é uma das melhores da ilha, trilha larga com poucos trechos erodidos. Chegamos à Praia da Lagoinha, caminhamos pela praia até o final e pelas ruas do bairro acessamos a praia de Ponta das Canas, e outra vez caminhamos pela praia que mais à frente ganha o nome de Canasvieiras e pela praia fomos caminhando até que a quantidade de pessoas impossibilitava a passagem, seguimos pelas ruas do bairro até a pousada onde nos hospedamos.
Dia 5 – Nesta hospedagem não tinha café da manhã incluso, fizemos nosso café da manhã e saímos bem cedo, fomos até a praia com intenção de passar pela costeira, mas a maré estava alta e tivemos que mudar os planos, contornando o morro pela avenida e saindo na praia de Canajure. Seguimos para a praia de Jurere, mesma faixa de areia com dois nomes, no final de Jurere subimos em direção à Fortaleza de São José, que estava fechada para visitação, e chegamos à Praia do Forte. No final da praia do Forte pegamos uma trilha que possui uma placa de entrada proibida e encontramos com o simpático Sr. Luiz que cuida da trilha para deixá-la limpa e transitável, após uma boa prosa e com todas as dicas necessárias seguimos caminho passando por duas prainhas que nem nome tem e chegamos na Praia da Daniela. É bem longa, vai até a extremidade da ilha onde seu nome muda para Praia do Pontal, seguimos até onde deu pra ir e retornamos para Daniela. Entramos no condomínio e seguimos até a última rua onde se inicia a estrada, como a estrada é estreita e sem acostamento preferimos pegar um Uber para percorrer esses 4,5 km de estrada até Santo Antonio de Lisboa, onde aproveitamos para comer uma coxinha muito bem recheada na praça em frente a igreja. Seguimos acompanhando a costeira em direção ao Sambaqui passando pela Praia das Flores e finalmente chegamos na Praia do Fogo (ou praia do Sambaqui) onde ficamos hospedados.
Dia 6 – Aqui também não tinha café incluso e pudemos sair mais cedo, retornamos à praia do Fogo e seguimos acompanhando a costeira passando por algumas prainhas que não sei o nome e finalmente chegando na praia do Indio. Em seguida pegamos uma trilha de um km pela mata saindo numa rua sem pavimentação entre chácaras e propriedades rurais até que retornamos aos bairros e chegamos em Santo Antonio de Lisboa novamente e dali seguimos acompanhando a costeira até chegar em Cacupé. Lá o percurso é interrompido por um manguezal e tivemos que seguir pela rodovia, ao terminar a calçada e a ciclofaixa nós percorremos 2 km de ônibus para evitar caminhar no acostamento de uma rodovia de 3 faixas muito movimentada. Retornamos em direção ao mar, fomos acompanhando a costeira passando pelas praias do Barcelo e do João Paulo e retornamos novamente para a rodovia, mas desta vez com calçada e ciclofaixa. Passamos pela Praia de São Luis e seguimos até a praça da Luz próximo à Ponte Hercílio Luz, região onde nos hospedamos.
Dia 7 – Finalmente, num hotel na cidade o café da manhã se iniciava às 6h e lá estávamos as 6:00 h. Fizemos checkout e partimos para o último dia da jornada. Fomos até a Ponte e descemos pelas escadarias ao lado para seguir pela rodovia abaixo e o problema é que precisávamos atravessar, mas só pudemos fazer isso uns 200 metros pra frente. Após atravessar seguimos pela calçada para pedestre, passamos pelo Sambódromo, por algumas prainhas e por um mangue até chegar no aeroporto. Lá pegamos um ônibus para a Tapera para passar por dentro dos 4,5 km da base aérea. Descemos do ônibus no primeiro ponto após a base e seguimos pelas ruas da Tapera até retornar para a rua da costeira novamente e por ela fomos seguindo até a Freguesia do Ribeirão da Ilha para finalmente chegar na pousada onde deixamos o carro. Durante os dias de caminhada o amigo Regis deu uma dica de uma trilha muito boa no continente, Vale da Utopia, pegamos o carro e partimos para Pinheira (em Palhoça) para fazer essa trilha no dia seguinte.
Todos os 7 trechos da volta da ilha são de dificuldade moderada, porém o total da volta da Ilha de Florianópolis pode ser considerado difícil devido ao cansaço acumulado dia após dia. Dos 215 km percorridos fizemos 170 km caminhando, utilizamos transporte em trechos que tínhamos que compartilhar espaço com os carros ou trecho proibido, também evitamos caminhar nas pedras das costeiras. Afinal fomos para curtir a ilha com suas praias e montanhas e não para encarar desafios e riscos desnecessários.
Sugestões para quem for fazer a volta da Ilha:
- Planejar bem o percurso, lembrando-se que nos últimos dias o cansaço vai bater mais forte, assim melhor deixar trechos planos para o final. Acompanhar a previsão do tempo para fazer o lado oceânico da ilha, parte mais bonita, nos dias de melhor tempo.
- Levar boa quantidade de água e lanche de trilha, apesar de bem povoada em alguns trechos não tem nenhum comércio. Levar purificador de água para tomar água de riachos em caso de necessidade.
- Utilizar bota de caminhada e calça comprida, em algumas trilhas a vegetação tem espinhos, e a presença de cobras peçonhentas está documentada nesta trilha.
- Levar lanterna para algum imprevisto. Foi útil na praia dos Ingleses quando a pousada ficou sem energia.
- Boné e protetor solar.
- Fazendo a volta da Ilha fora da alta temporada é possível reservar as pousadas um dia antes, como fizemos, isso dá maior flexibilidade.
- Desde Outubro estamos acompanhando a previsão do tempo em busca de uma janela de bom tempo, os meses de dezembro a fevereiro (alta temporada) estavam descartados, a janela só apareceu em março, porém a onda de calor causou desgastes desnecessários. O ideal é escolher meses menos quentes.
- Leve o mínimo de roupa, sempre é possível lavar a roupa e fazer um varal no quarto para secar.
- Nós levamos uma pequena bolsa térmica na mochila com 4 garrafinhas de água congelada, assim tínhamos água, suco e até cerveja gelados o dia inteiro, e frutas tb. Todas as pousadas que ficamos possuíam frigobar.
MUITO IMPORTANTE:
- Respeite a fauna local, não alimente os saguis. Eles são animais sociais e os filhotes aprendem com os adultos a encontrar alimentos na mata, quando alimentados por turistas esse aprendizado fica prejudicado.
- NUNCA MATE COBRAS OU OUTROS ANIMAIS QUE VOCÊ CONSIDERE PERIGOSOS, basta evitá-los e fotografe sem se aproximar demais. Caso encontre uma cobra obstruindo a trilha, espante ela com um galho longo ou mesmo com o bastão de caminhada sem bater nela. O animal mais perigoso que você pode encontrar numa trilha é o ser humano, já tivemos vários casos de assassinato e estupros em trilhas e você não sai matando todos os humanos que encontra bloqueando sua trilha.
Waypoints
Fauna
423 ft
Cobra Caninana
Cobra não peçonhenta e se alimenta de outras cobras. Não maltrate os animais.
Fauna
640 ft
Jararaca
A Jararaca é uma serpente peçonhenta que merece respeito, esta estava no meio da trilha, tivemos que cutuca-la para que acordasse e saísse para o mato. Nunca mate uma serpente elas não representam um perigo tão grande, é mais provável alguém ser morto numa trilha por outro humano que por uma serpente, mesmo com tanto perigo não matamos os humanos que encontramos nas trilhas. Deixem os animais nativos viverem.
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