Volta à Península de Peniche
near Peniche de Cima, Leiria (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Percurso pedestre à volta da orla costeira da península de Peniche, com início e final na Praia da Gamboa. Uma caminhada farta de paisagens de mar e falésias e pontos geológicos.
Entrada na cidade abaluartada pelas Portas de Peniche de Cima, costa norte, onde no areal da praia junto às muralhas logo vemos uns barcos, anunciando o carácter piscatório da povoação.
Passamos por um moinho e pouco depois estamos nas ruínas do Forte da Luz. As falésias agrestes têm aqui vista para o Baleal.
Segue-se o Limbo do Leste, uma enorme pedra a boiar no mar separada de terra. E a Papôa, mais um ilhéu calcário e brecha vulcânica. Este conjunto forma uma bela baía. Contíguo à rocha conhecida por Papôa fica nova península, a qual percorremos até à sua ponta. É um dos vários atractivos geológicos de Peniche, cheia de formações cársicas nas suas falésias, as quais moldaram a paisagem de uma forma incrível desde há muitos milhões de anos.
A Ponta do Trovão e a Prainha do Abalo estão frente à Papôa e formam mais uma característica enseada. Este lugar possui o melhor registo a nível mundial da transição entre os intervalos de tempo Pliensbaquiano-Toarciano (Jurássico Inferior).
O caos de rochas a partir de Frei Rodrigo e do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é mais um testemunho da acção dos elementos sobre a pedra calcária ao longo do tempo, resultando num fantástico campo de lápias, cheio de formas irreais - penso ter visto por lá uma tromba de elefante. Com vista para o mar e para as Berlengas.
O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios fica no extremo ocidental da península de Peniche, com frente para o mar e traseiras para um vasto terreiro. Tem capela cujo interior quase totalmente revestido a azulejo azul e branco não deve ser perdido. Junto a ele, um revelim e uma cruz (são inúmeras as cruzes ao longo desta costa, sobretudo inscritas em lápides de pedra).
O Cabo Carvoeiro com o seu farol já não fica longe. Vem acompanhado de outros dois pontos de interesse: a Varanda de Pilatos e a Nau dos Corvos, um miradouro natural com uma aberta na rocha para o ilhéu cuja forma faz lembrar aquela embarcação.
Já caminhando na vertente sul da península, seguimos agora por cima das falésias que escondem uma série de covas e grutas. A Cova de Dominique e a Furninha são dois exemplos. Nesta última foram encontrados vestígios de ocupação pré-histórica (Paleolítico Médio e o final do Calcolítico) e esta cavidade natural junto ao mar terá sido usada como abrigo e necrópole nessa época.
Depois de passarmos pela Praia do Porto da Areia Sul vem um típico bairro de pescadores cheio de habitações pitorescas. É o Carreiro de São Marcos e o respectivo miradouro é uma das imagens de Peniche.
Lado a lado com outro dos seus grandes símbolos: a Fortaleza de Peniche.
A Fortaleza de São Francisco correspondia à cidadela da vila de Peniche, instalada sobre uma escarpa e tornada prisão política durante o Estado Novo. Ficou célebre a “impossível” fuga de Álvaro Cunhal desta fortaleza que se pensava inexpugnável. Era parte de um sistema defensivo construído a partir do século XVI no sentido de proteger a península de Peniche, Lisboa e o Reino de Portugal, juntamente com outras estruturas fortificadas (como o Forte de São João Baptista, nas Berlengas, o Forte de Nossa Senhora da Consolação, na praia da Consolação, o Fortim do Baleal, na praia do Baleal - desaparecido -, o Forte de Nossa Senhora da Luz - em ruína - e outras baterias na península também já desaparecidas). A frente de terra tinha (tem) uma muralha com baluartes a protegê-la, enquanto que a frente de mar era protegida pela escarpa rochosa. A Fortaleza de Peniche estava encerrada a visitas na época desta nossa caminhada (Junho de 2022), em preparação para o futuro Museu Nacional Resistência e Liberdade. A não perder a muito cénica Prainha de São Pedro junto à Fortaleza.
E assim chegamos ao centro de Peniche, onde fica o seu casco histórico (com Igreja de São Pedro e Museu da Renda de Bilros e Pelourinho e Igreja da Misericórdia), porto e molhe - e já se vê a Praia da Consolação.
No Jardim, breve desvio até à Pastelaria Roma para nos abastecermos de uns deliciosos “penichenses”, queijadas de amêndoa e doce de ovos.
De volta ao Jardim atravessámos a Ponte Velha para melhor percebemos a implantação da cidade e fortaleza, rodeadas por um fosso de água.
Final deste belo e interessante percurso logo após o Jardim do Baluarte.
Entrada na cidade abaluartada pelas Portas de Peniche de Cima, costa norte, onde no areal da praia junto às muralhas logo vemos uns barcos, anunciando o carácter piscatório da povoação.
Passamos por um moinho e pouco depois estamos nas ruínas do Forte da Luz. As falésias agrestes têm aqui vista para o Baleal.
Segue-se o Limbo do Leste, uma enorme pedra a boiar no mar separada de terra. E a Papôa, mais um ilhéu calcário e brecha vulcânica. Este conjunto forma uma bela baía. Contíguo à rocha conhecida por Papôa fica nova península, a qual percorremos até à sua ponta. É um dos vários atractivos geológicos de Peniche, cheia de formações cársicas nas suas falésias, as quais moldaram a paisagem de uma forma incrível desde há muitos milhões de anos.
A Ponta do Trovão e a Prainha do Abalo estão frente à Papôa e formam mais uma característica enseada. Este lugar possui o melhor registo a nível mundial da transição entre os intervalos de tempo Pliensbaquiano-Toarciano (Jurássico Inferior).
O caos de rochas a partir de Frei Rodrigo e do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é mais um testemunho da acção dos elementos sobre a pedra calcária ao longo do tempo, resultando num fantástico campo de lápias, cheio de formas irreais - penso ter visto por lá uma tromba de elefante. Com vista para o mar e para as Berlengas.
O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios fica no extremo ocidental da península de Peniche, com frente para o mar e traseiras para um vasto terreiro. Tem capela cujo interior quase totalmente revestido a azulejo azul e branco não deve ser perdido. Junto a ele, um revelim e uma cruz (são inúmeras as cruzes ao longo desta costa, sobretudo inscritas em lápides de pedra).
O Cabo Carvoeiro com o seu farol já não fica longe. Vem acompanhado de outros dois pontos de interesse: a Varanda de Pilatos e a Nau dos Corvos, um miradouro natural com uma aberta na rocha para o ilhéu cuja forma faz lembrar aquela embarcação.
Já caminhando na vertente sul da península, seguimos agora por cima das falésias que escondem uma série de covas e grutas. A Cova de Dominique e a Furninha são dois exemplos. Nesta última foram encontrados vestígios de ocupação pré-histórica (Paleolítico Médio e o final do Calcolítico) e esta cavidade natural junto ao mar terá sido usada como abrigo e necrópole nessa época.
Depois de passarmos pela Praia do Porto da Areia Sul vem um típico bairro de pescadores cheio de habitações pitorescas. É o Carreiro de São Marcos e o respectivo miradouro é uma das imagens de Peniche.
Lado a lado com outro dos seus grandes símbolos: a Fortaleza de Peniche.
A Fortaleza de São Francisco correspondia à cidadela da vila de Peniche, instalada sobre uma escarpa e tornada prisão política durante o Estado Novo. Ficou célebre a “impossível” fuga de Álvaro Cunhal desta fortaleza que se pensava inexpugnável. Era parte de um sistema defensivo construído a partir do século XVI no sentido de proteger a península de Peniche, Lisboa e o Reino de Portugal, juntamente com outras estruturas fortificadas (como o Forte de São João Baptista, nas Berlengas, o Forte de Nossa Senhora da Consolação, na praia da Consolação, o Fortim do Baleal, na praia do Baleal - desaparecido -, o Forte de Nossa Senhora da Luz - em ruína - e outras baterias na península também já desaparecidas). A frente de terra tinha (tem) uma muralha com baluartes a protegê-la, enquanto que a frente de mar era protegida pela escarpa rochosa. A Fortaleza de Peniche estava encerrada a visitas na época desta nossa caminhada (Junho de 2022), em preparação para o futuro Museu Nacional Resistência e Liberdade. A não perder a muito cénica Prainha de São Pedro junto à Fortaleza.
E assim chegamos ao centro de Peniche, onde fica o seu casco histórico (com Igreja de São Pedro e Museu da Renda de Bilros e Pelourinho e Igreja da Misericórdia), porto e molhe - e já se vê a Praia da Consolação.
No Jardim, breve desvio até à Pastelaria Roma para nos abastecermos de uns deliciosos “penichenses”, queijadas de amêndoa e doce de ovos.
De volta ao Jardim atravessámos a Ponte Velha para melhor percebemos a implantação da cidade e fortaleza, rodeadas por um fosso de água.
Final deste belo e interessante percurso logo após o Jardim do Baluarte.
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