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Um passeio pela Rota do Volfrâmio

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Trail stats

Distance
2.74 mi
Elevation gain
709 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
709 ft
Max elevation
2,595 ft
TrailRank 
51 5
Min elevation
1,987 ft
Trail type
Loop
Moving time
one hour 47 minutes
Time
2 hours 7 minutes
Coordinates
811
Uploaded
June 2, 2021
Recorded
June 2021
  • Rating

  •   5 1 review
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near Sazes da Beira, Guarda (Portugal)

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Itinerary description

Ali juntinho ao local onde estacionámos estava a Capela de Santa Eufémia e o coreto no adro das festas mas nem uma nem outro conseguiram calar a distração que a animada conversa provocou. Adia-se a visita para ocasião menos distraída.
Palrando, quais crianças que regressam ao recreio da escola, vamos subindo o rústico escadório em direção à Senhora do Monte Alto.
Desvio-me um pouco para apreciar o jardim que segue ao nosso lado. Um olhar de culpa para a capela de Santa Eufémia e outro de deleite sobre a paisagem que se estende pelo vale do Alva afora.
O altar sacrificial no alpendre tem a porta cerrada por detrás anulando qualquer pretensão de visitar o pequeno templo da Senhora do Monte Alto.
Seguimos caminho já na rua 25 de Abril. Reparamos num leão orgulhoso que guarda uma antiga sineta que, se tocada, não só chamaria o dono da casa como alertaria toda a povoação.
Entramos num caminho de terra. Os poucos pinheiros que sobreviveram ao grande incêndio de 2001 não escondem as paisagens de beleza serrana que se nos oferecem ao olhar. Os pássaros chilream, cantam e piam à nossa volta. As borboletas oferecem-nos o colorido das asas no voo errante ao sabor da brisa. Rodeados do verde da vegetação e dos cambiantes castanhos do xisto chegamos a uma das "chaminés" da mina. Diz-se que já os romanos daqui tiravam o estanho que combinavam com o cobre para obter o bronze das estátuas, sinos e de mais uma miríade de utensílios. A época áurea das minas seria, no entanto, no início do século XX na exploração do Volfrâmio para as armas que haveriam de dizimar uma parte significativa do velho continente. Então os pastores e lavradores, netos de outros que subiram a Serra à procura de pastagens e parcelas de cultivo, vindos de Corgas e Sandomil, entraram na terra buscando o sustento numa atividade difícil e perigosa mas mais rentável que a pastorícia e a agricultura de subsistência. As escombreiras que ladeiam à nossa esquerda são prova de uma atividade contínua e pesada. O Couto Mineiro de Malhapão, este, seria de pequena monta, não tendo comparação com a Panasqueira ou a Borralha mas deixou marcas nas terras e gentes desta região.
Passamos uma entrada de acesso à mina. Apertada e húmida terá visto homens sãos entrar e cirroses sair para que não faltasse a outros a matéria prima dos instrumentos de morte.
O pensamento atrasou meus passos e já sigo, correndo, no encalço dos meus companheiros.
Passamos ruínas de velhas casas que guardaram utensílios, minério, gente e histórias que as pedras calam em tristes segredos.
Atravessamos a ribeira de Sazes mesmo juntinho à nascente. Lá muito em baixo entregará suas águas ao Alva.
Descemos por caminhos de pastores e agricultores. Grandes lages xistosa enterradas à esquerda impedem derrocadas e balizam o caminho. Em dias frios de névoa serão como anjos da guarda. Cogitamos sobre homens de enxada às costas, mulheres de feixes à cabeça, crianças apressando o gado, pássaros chilreando alheios à labuta que aqui se ia desenrola num desfiar de tristezas e alegrias de vidas mais aceites que vividas.
Descemos lestos passeando a nossa indiferença no usufruto de uma natureza pródiga e descomprometida com alegrias e sofrimentos.
Não deixo de apreciar estas maravilhosas paisagens que se estendem pelo Vale do Alva além. Faltam-me qualificativos para as descrever.
Aqui só vem quem por bem vem.
Uma pequena levada leva-nos até à aldeia. Somos indiferentes ou mesmo invisíveis para as ovelhas que pastam na courela mas um pequeno cordeiro barrega e vem na nossa direção. "que lindo!" ouço dizer. E o resto?... Questiono-me.
Casas de xistos alternam com outras rebocadas e marcadas pela emigração. As primeiras grangeiam a nossa atenção e admiração, as outras a nossa indiferença. No entanto são estas últimas que terão sido mais desejadas por quem aqui vivia invernos e verões. O fim da exploração mineira deu lugar à emigração e a população que era de mais de 670 habitantes nos anos 60 do século passado resume-se agora a pouco mais de 300.
A igreja de Nossa Senhora do Rosário que data da primeira metade do século XVIII, está, como tantas outras país afora, encerrada. Fica por ver o altar gótico que trazíamos como referência.
O acumulado de gente no café da aldeia cerceou-nos a vontade de uma cerveja fresquinha.
Seguimos pela avenida (avenida apenas porque é a rua mais larga) Jorge Correia (será que este era o sr. Jorge da Fisel que foi presidente da câmara de Seia?...) e deparamo-nos com uma alminha em forma de estela de granito incrustada num muro de xisto. Que idade terá?... de onde veio?... o que invocava?... Tudo questões sem resposta.
E foi assim, pensativo, que cheguei como não havia partido...
Belo passeio. Para 1º dia na serra não está mal. Amanhã espera-nos a descida de Alvoco a Vide.

Waypoints

PictographPhoto Altitude 2,226 ft
Photo ofDo Santuário de Santa Eufémia à Senhora do Monte Alto Photo ofDo Santuário de Santa Eufémia à Senhora do Monte Alto Photo ofDo Santuário de Santa Eufémia à Senhora do Monte Alto

Do Santuário de Santa Eufémia à Senhora do Monte Alto

PictographPhoto Altitude 2,225 ft
Photo ofSubindo para a Senhora do Monte Alto Photo ofSubindo para a Senhora do Monte Alto

Subindo para a Senhora do Monte Alto

PictographPhoto Altitude 2,174 ft
Photo ofO bonequinho perdido e o leão que guarda a sineta Photo ofO bonequinho perdido e o leão que guarda a sineta Photo ofO bonequinho perdido e o leão que guarda a sineta

O bonequinho perdido e o leão que guarda a sineta

PictographPhoto Altitude 2,236 ft
Photo ofPaisagem serrana em dia de neblina

Paisagem serrana em dia de neblina

PictographPhoto Altitude 2,227 ft
Photo ofRuínas de casa de xisto junto da escombreira da mina Photo ofRuínas de casa de xisto junto da escombreira da mina Photo ofRuínas de casa de xisto junto da escombreira da mina

Ruínas de casa de xisto junto da escombreira da mina

PictographPhoto Altitude 2,243 ft
Photo ofPaisagens bucolicamente serranas junto à um acesso das minas Photo ofPaisagens bucolicamente serranas junto à um acesso das minas Photo ofPaisagens bucolicamente serranas junto à um acesso das minas

Paisagens bucolicamente serranas junto à um acesso das minas

PictographPhoto Altitude 2,308 ft
Photo ofUm pinhal que não foi queimado

Um pinhal que não foi queimado

PictographPhoto Altitude 2,375 ft
Photo ofTrilhos de antigamente

Trilhos de antigamente

PictographPhoto Altitude 2,178 ft
Photo ofEscorredouro de água sobre socalcos de cultivo Photo ofEscorredouro de água sobre socalcos de cultivo

Escorredouro de água sobre socalcos de cultivo

PictographPhoto Altitude 2,126 ft
Photo ofPor onde se subia de enxada às costas e descia com molhos de feijão ou cabazes de milho

Por onde se subia de enxada às costas e descia com molhos de feijão ou cabazes de milho

PictographPhoto Altitude 2,412 ft
Photo ofUma pequenina de grande beleza

Uma pequenina de grande beleza

PictographPhoto Altitude 2,578 ft
Photo ofA água vai escorrendo pelas pedras à procura da ribeira

A água vai escorrendo pelas pedras à procura da ribeira

PictographPhoto Altitude 2,461 ft
Photo ofDesfiando ruínas Photo ofDesfiando ruínas Photo ofDesfiando ruínas

Desfiando ruínas

PictographPhoto Altitude 2,401 ft
Photo ofCarreiros sustidos e protegidos por rochas plantadas Photo ofCarreiros sustidos e protegidos por rochas plantadas

Carreiros sustidos e protegidos por rochas plantadas

PictographPhoto Altitude 2,358 ft
Photo ofDescendo por onde subiam e desciam mineiros, pastores e agricultores

Descendo por onde subiam e desciam mineiros, pastores e agricultores

PictographPhoto Altitude 2,342 ft
Photo ofMuros de granito que conservam o caminho

Muros de granito que conservam o caminho

PictographPhoto Altitude 2,279 ft
Photo ofOlhando para Sazes

Olhando para Sazes

PictographPhoto Altitude 2,259 ft
Photo ofVelhas ruínas calando histórias de tempos idos

Velhas ruínas calando histórias de tempos idos

PictographPhoto Altitude 2,213 ft
Photo ofNão afundam mais os caminhos porque são poucos os passos Photo ofNão afundam mais os caminhos porque são poucos os passos

Não afundam mais os caminhos porque são poucos os passos

PictographPhoto Altitude 2,171 ft
Photo ofUma questão de dimensão Photo ofUma questão de dimensão Photo ofUma questão de dimensão

Uma questão de dimensão

PictographPhoto Altitude 2,124 ft
Photo ofSombreando o caminho

Sombreando o caminho

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Photo ofAs ovelhas vão pastando e nós pasmando Photo ofAs ovelhas vão pastando e nós pasmando

As ovelhas vão pastando e nós pasmando

PictographPhoto Altitude 2,068 ft
Photo ofNem só os romanos calcetavam assim as ruas

Nem só os romanos calcetavam assim as ruas

PictographPhoto Altitude 2,018 ft
Photo ofCasa de xisto com andar elevado Photo ofCasa de xisto com andar elevado Photo ofCasa de xisto com andar elevado

Casa de xisto com andar elevado

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Photo ofO fontanário e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário Photo ofO fontanário e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário Photo ofO fontanário e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário

O fontanário e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário

PictographPhoto Altitude 2,018 ft
Photo ofAlminhas granítica em muro de xisto

Alminhas granítica em muro de xisto

PictographPhoto Altitude 2,040 ft
Photo ofSanto António falando a quem passa

Santo António falando a quem passa

PictographPhoto Altitude 2,097 ft
Photo ofFontanário

Fontanário

Comments  (1)

  • Photo of maria.alice.ligeiro
    maria.alice.ligeiro Jun 10, 2021

    Um pequeno e agradável passeio. Paisagens maravilhosas num trilho histórico de baixo grau de dificuldade.

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