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Trilhos do Demo: do Parque Botânico 'Jardins da Beira' às Grutas das Minas de Queiriga

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Trail stats

Distance
12.36 mi
Elevation gain
758 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
758 ft
Max elevation
2,504 ft
TrailRank 
81 5
Min elevation
2,079 ft
Trail type
Loop
Time
6 hours 33 minutes
Coordinates
1587
Uploaded
May 6, 2023
Recorded
May 2023
  • Rating

  •   5 4 Reviews

near Fráguas, Viseu (Portugal)

Viewed 782 times, downloaded 28 times

Trail photos

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.


GRUTAS DAS MINAS DE QUEIRIGA (GALERIAS DE ENTRADA)


CAMINHO ENTRE MIMOSAS (PLANALTO DA NAVE / SERRA DE LEOMIL)

- Este trilho reúne vários troços de percursos do Centro de Trail Running de Vila Nova de Paiva, nomeadamente os percursos 1, 2 e 3, combinados e adaptados aos locais que pretendíamos visitar;
- Trilho circular com algumas marcações (referentes aos percursos acima enunciados), com início e fim no parque de estacionamento junto à Casa de Cantoneiros, próximo do Parque Botânico Arbutus do Demo "Jardins da Beira" (opcional);
- Prosseguindo-se no sentido dos ponteiros do relógio, o percurso divide-se em 3 partes, da seguinte forma: a primeira parte desenvolve-se pelos bosques circundantes da aldeia de Queiriga, até ao centro desta. A seguir, atravessada a povoação, inicia-se a segunda parte, com o percurso a seguir na direção do Dolmen de Orca dos Juncais (um monumento megalítico de referência nacional), e descendo depois pelas encostas da serra da Nave / Leomil até às Minas de Queiriga. Após a visita ao local mais emblemático de todo este percurso, inicia-se a terceira parte, primeiro pelas margens da ribeira do Rebentão e a seguir pelas margens da ribeira de Queiriga. Posteriormente, o percurso segue encosta acima, atravessando novamente os densos bosques em redor da aldeia de Queiriga. Pouco antes de terminar, esticou-se ainda o trilho até à Orca da Corga dos Moços, mais um monumento megalítico dos muitos que existem nesta região. A seguir regressou-se ao ponto de partida deste percurso;
- Ao longo do trilho passa-se por vários pontos de interesse, tais como o Parque Botânico Arbutus do Demo e os frondosos bosques em redor da aldeia de Queiriga, o casario com características muito "particulares" desta aldeia, os monumentos megalíticos do Dolmen de Orca dos Juncais e da Orca da Corga dos Moços, as deslumbrantes e imponentes Grutas das Minas de Queiriga, as ribeiras do Rebentão e de Queiriga, com as suas azenhas, pontes e baloiços e todo o entorno verde, belíssimo, desta região beirã;
- Este percurso, conforme já referi, apresenta algumas marcações referentes aos vários trilhos com que coincide, o que pode causar alguma confusão. Por conseguinte, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso do GPS;
- Misto de caminhos florestais, trilhos de pé posto e alguns arruamentos;
- Este é um trilho longo mas acessível, com características moderadas devido à quilometragem apresentada. Não é um percurso complexo, pelo que apenas é necessário a capacidade física suficiente para vencer a distância percorrida. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão acrescidas. Botas e bastões são essenciais;
- As minas de Queiriga são, sem dúvida alguma, o ponto de maior interesse de toda este percurso. No entanto, devido ao seu estado de abandono, a visita ao interior das galerias deve ser feita com todo o cuidado e atenção, pois podem ocorrer deslizamentos de rochas. Além disso, sendo um ambiente húmido, o terreno onde se pisa torna-se também escorregadio e todas as precauções são necessárias. Seguindo estas indicações, a visita a este singular espaço é uma experiência fantástica, pois a beleza deste local é surpreendente. Além disso, se a visita ocorrer à hora certa (entre as 12:00 e as 15:00), a incidência dos raios solares sobre o lago interior, através das galerias, iluminam-no potenciando a sua espetacular cor azul turquesa... um espetáculo deslumbrante, quase mágico! Mas mais uma vez deixo o alerta: cuidado com as escorregadelas, pois por mais espetaculares que sejam as fotos dos efeitos provocados pelo sol, estamos dentro de uma gruta sem vigilância...;
- No seu todo é um percurso muito bonito, com passagem por bosques muito verdes e densos. Resulta numa excelente aliança entre natureza, história e descoberta, o que torna esta experiência de caminhada muito agradável, quer pela paisagem envolvente, quer pelos diversos pontos de interesse que a mesma nos oferece. Sem dúvida, esta é uma região cheia de potencial para os amantes da natureza. Para voltar e continuar a explorar!!


LEVADA DE QUEIRIGA


AZENHA JUNTO À RIBEIRA DE QUEIRIGA

Outros percursos realizados nesta região:
PR1 SAT - Rota do Míscaro (c/traçado alternativo)
PR3 - Complexo de Trilhos de Tarouca
PR3 MBR - Rota do Távora
PR6 LMG - Percurso das Máscaras de Lazarim + PR4 LMG - Percurso da Anta de Mazes


RIBEIRA DO REBENTÃO


AÇUDE NA RIBEIRA DO REBENTÃO

- TERRAS DO DEMO
Em 1919, nascia, pelo punho de Aquilino Ribeiro, o termo “Terras do Demo“, pretendendo o escritor descrever a vida e as dificuldades de subsistir num território do interior profundo de Portugal, onde a pobreza, associada ao clima agreste, moldavam o caráter das gentes. Este território, que compreende os concelhos de Sernancelhe, Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva (distrito de Viseu), apresenta privilegiadas condições climáticas e de constituição do solo, responsáveis pela excelente qualidade da maçã, da castanha, do vinho e do espumante. De entre os sabores da Beira, encontramos o melhor fumeiro, queijo e doces, para além dos tradicionais pratos de cabrito e de borrego.
Chamou-lhe Aquilino Ribeiro “Terras do Demo” às serranias beirãs onde nasceu a sua escrita, aquela que não poderemos prescindir se alguma vez quisermos entender o primitivo sentido das gentes na sua relação com a natureza. São do Demo por serem “onde nunca Cristo ali rompeu as sandálias, passou el-rei a caçar ou os apóstolos da Igualdade em propaganda. Bárbaras e agrestes, mercê apenas do seu individualismo se têm mantido, sem perdas nem lucros, à margem da civilização”. Pelas serranias as gentes não temem o Demo, porque a dureza do lugar e da vida erguiam no início do séc. XX, sem enjeitar a miséria imposta, essa dignidade que nada tem a ver com o que representava para o escritor o cúmulo da miséria moral: «ser um cão tinhoso da plebe, curvar-se perante o rei, beijar o anel do bispo, segurar a espada do nobre e mesmo assim ter medo do inferno».
Nestas paisagens marcadas pelos muros de divisão de propriedade, esse não é motivo para não encontramos ainda sinais vivos do comunitarismo. Esse pulsar popular sempre presente no afecto do escritor. Nas vindimas da região vinícola Távora-Varosa, ou simplesmente da marca “Terras do Demo”, tal como acontecia um pouco por toda a região centro-norte, deparamo-nos com as vindimas comunitárias e a ajuda mútua.
Uma outra explicação é possível para se chamarem estas serranias Terras do Demo, que não a partir do latim demoníaco de daemon. Talvez derivem antes do grego primitivo de daímon, génio natural bom ou mau, tal qual as gentes e os lugares; ou talvez mais acertadamente, Terras do grego dêmos, que exprime a noção de povo. O povo que encontramos na vindima comunitária e não o povo suspenso nos credos da demo cracia, pelo qual o elemento grego de composição krátos exprime a noção de governo e poder.
Por isso tudo, percorrer a paisagem das Terras do Demo, demorar-nos na leitura de Aquilino e quem sabe saborear o vinho colhido em conjunto pode trazer consigo um outro sabor da terra e… do Demo.


DOLMEN DE ORCA DOS JUNCAIS


RIBEIRA DE QUEIRIGA

- BEIRA INTERIOR
A Beira Interior é uma das regiões incluídas na proposta de sete regiões para a Regionalização de Portugal. De modo informal, é desde há muito uma designação habitual para a parte interior das Beiras, ao ponto de ter sido empregue no nome oficial de uma universidade pública portuguesa sediada na cidade da Covilhã, a Universidade da Beira Interior. Resulta da moderna união da antiga província da Beira Baixa, com a Beira Trasmontana (parte da antiga província da Beira Alta correspondente, grosso modo, ao distrito da Guarda (excetuando o concelho de Vila Nova de Foz Côa pertencente à antiga província de Trás-os-Montes e Alto Douro).
O património natural é um dos cartões de visita da Beira Interior. As suas paisagens bucólicas únicas atraem visitantes de todo o país. A neve, rara em Portugal mas frequente na Beira Interior, é o principal atrativo. É nesta região que se situa a maior área protegida do país, o Parque Natural da Serra da Estrela, que contém valores naturais relevantes, incluindo algumas espécies de flora únicas no país; na fauna destaca-se o lobo, o javali, a lontra e a raposa. Na Torre, situa-se a única estância de esqui natural do país, a Estância de Esqui Vodafone. Na zona norte da região, situa-se o Parque Natural do Douro Internacional, famoso pelas suas arribas dos vales dos rios Douro e Águeda, onde abundam as aves. Nos concelhos do Sabugal e Penamacor, localiza-se o Reserva Natural da Serra da Malcata, caracterizado pela sua fauna única, onde prontificam espécies como o lobo e a raposa. Foi criada para servir de santuário para o lince-ibérico, espécie em perigo extremo de extinção. A sul, o Parque Natural do Tejo Internacional, caracterizado pelos seus bosques de sobreiros, azinheiras e salgueiros, e por populações únicas de cegonhas, águias, abutres, lontras e veados.
A Beira Interior é a região por excelência do património. É uma das regiões com mais castelos e fortalezas, cerca de 45 no total, a sua grande maioria em bom estado de conservação. Conserva um ambiente medieval, que aliado às suas paisagens bucólicas, a torna um destino turístico por excelência. 12 dos 13 núcleos históricos recuperados ao abrigo do programa "Aldeias Históricas de Portugal" localizam-se na Beira Interior: Almeida, Castelo Mendo e Castelo Bom, Sortelha, Castelo Rodrigo, Marialva, Linhares da Beira, Belmonte, Trancoso, Castelo Novo, Idanha-a-Velha e Monsanto.
As cidades são também muito ricas em património, de várias épocas e estilos arquitetónicos. Aqui destacam-se a o centro histórico e a Sé da Guarda (gótico-manuelina, século XIV-XVI), o Paço Episcopal de Castelo Branco, e as antigas fábricas da Covilhã. Imperdíveis são também os centros históricos de Sabugal, Trancoso, Celorico da Beira, Gouveia, Belmonte, Penamacor e Fundão, a fortaleza em forma de estrela de Almeida, a jóia da arquitetura militar portuguesa, e a antiga cidade episcopal de Pinhel. De outras épocas, há ainda múltiplas antas, sepulturas antropomórficas e construções romanas (destaque para Centum Cellas, em Belmonte). O património tem vindo a ser recuperado e conservado pelas autarquias e governo, e assume um papel fulcral na vocação turística da Beira Interior. Sente-se a falta de uma autoridade regional que articule as diferentes políticas de turismo e património, e divulgue verdadeiramente esta região belíssima, mas que a maioria dos portugueses ainda não descobriu.


CAMINHO POR BOSQUE (PORMENOR DO PERCURSO)


CARVALHO EM PROPRIEDADE PRIVADA (PORMENOR DO PERCURSO)

- VISEU (DÃO LAFÕES)
Viseu é uma cidade histórica de Portugal e da Europa, com mais de 2500 anos de história. Com ocupação humana desde a Idade do Ferro, foi sucessivamente Civitas romana, berço da ideia de nacionalidade, corte da mais insigne geração de Reis e príncipes portugueses, cidade renascentista. Hoje afirma-se como “A Melhor Cidade para Viver”.
A identidade de Viseu resulta de uma cultura de qualidade de vida, hospitalidade e tradição que se renova a cada passo. É a Cidade de Viriato, Cidade-Jardim e Cidade Vinhateira do Dão. Viseu é a conjugação perfeita dessa tríade mostrando-se como marca da região do Dão, com os seus infindáveis parques e jardins que sublinham o seu rico e diversificado património cultural.
Aqui encontramos um destino com uma agenda recheada de eventos de excelência, para todos os públicos, durante todo o ano. O mais reconhecido é a secular Feira de São Mateus, que contou com mais de 1 milhão de visitantes nas suas anteriores edições. Nos últimos anos, os três eventos enoturísticos – “Tons da Primavera”, “Festa das Vindimas” e “Vinhos de Inverno” – têm vindo a destacar a identidade criativa e feliz que caracterizam a cidade.
Em 2019, Viseu foi “Destino Nacional da Gastronomia”, celebrando os melhores sabores da região. À mesa destacam-se a comida de conforto, o Rancho à Moda de Viseu, o cabrito e a vitela da região ou as enguias de conserva típicas da Feira de São Mateus, os Viriatos, as Castanhas de Ovos, as Filhoses de Mel de Várzea de Calde e o Pão de São Bento são parte da rica doçaria do concelho. A sua origem, a sua história e os seus ingredientes são parte da identidade viseense.
No coração da Beira Alta as portas estão sempre abertas a todos aqueles que desejam experienciar este apaixonante destino de excelência.


PONTE SOBRE RIBEIRA DO REBENTÃO


CAMINHO POR BOSQUE (PORMENOR DO PERCURSO)

Waypoints

PictographWaypoint Altitude 2,110 ft
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Azenha de Queiriga

PictographMountain hut Altitude 2,454 ft
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Casa do Guarda Florestal

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Dolmen de Orca dos Juncais

Localmente conhecida como “Pedra da Orca”, este sepulcro neolítico é um dos mais emblemáticos da Beira Alta e até um dos mais conhecidos a nível mundial. Na verdade, os vestígios aqui encontrados são tão importantes que estão expostos no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. Trata-se de um dólmen de nove esteios e um longo corredor, com mais de sete metros de comprimento. No entanto, a sua importância advém, essencialmente, das pinturas a vermelho conservadas no seu interior, com destaque para a “cena de caça”, exemplar único no contexto funerário pré-histórico.

PictographReligious site Altitude 2,314 ft
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Igreja Matriz de Queiriga

PictographWaypoint Altitude 2,322 ft
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Levada de Queiriga

PictographMine Altitude 2,206 ft
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Grutas das Minas de Queiriga (entrada)

PictographMine Altitude 2,252 ft
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Grutas das Minas de Queiriga (galerias)

As minas de Queiriga situam-se no concelho de Vila Nova de Paiva e são um autêntico tesouro por descobrir. São desconhecidas pela maioria das pessoas mas, aos poucos, há cada vez mais aventureiros que aqui se deslocam para contemplar as grutas formadas aquando da exploração mineira desta zona. São sobretudo os amantes do Geocaching, uma espécie de jogo de caça ao tesouro, que aqui se deslocam à procura das caixinhas secretas escondidas nestes túneis e que dão a conhecer este pequeno paraíso ao resto das pessoas. A freguesia de Queiriga é composta pelas povoações de Queiriga, Lousadela, Minas de Lagares e Quinta das Valas. Dista 6 km da sede do Concelho ficando a sul, entre a margem esquerda do rio Paiva e a margem direita do rio Vouga. Na primeira metade do séc. XX manteve intensa actividade mineira. As gerações na diáspora, maioritariamente por terras gaulesas, representam cinco vezes o número da população residente. As minas da Queiriga, ou minas de Lagares, foram uma exploração mineira com um apogeu na década de 40 chegando a empregar 500 operários, entre os quais várias dezenas de técnicos estrangeiros, principalmente britânicos, que na época era essenciais já que em Portugal escasseava a mão de obra qualificada nesta área. Desde então – meados do século passado -, Queiriga sofreu poucas alterações, permanecendo o limite norte da aldeia demarcado pelas casas outrora ocupadas pelos britânicos e actualmente recuperadas pelos locais para habitação permanente. A arquitectura e a disposição de algumas das habitações ainda mantêm as características originais, tais como a caixa-de-ar acessível entre o solo e o rés-do-chão, somente um piso por onde se distribuem todos os compartimentos, duas grandes águas na cobertura e generosos alpendres na fachada principal. Na época, um empreendimento mineiro como este já empregava um bom punhado de pessoas que formavam uma pequena comunidade composta por indivíduos de várias nacionalidades, pois eram também contratados técnicos belgas e franceses, especializados em engenharia de minas. É neste aspecto que o papel social desempenhado pelo centro comunitário assume grande relevância. No pequeno edifício onde funcionava o centro, as pessoas encontravam-se nos tempos livres para fruirem do convívio e do nicho cultural que aí se criara. Actualmente desactivadas, estão a ser objecto de um estudo de exploração turística por parte da Câmara de Vila Nova de Paiva e da empresa concessionária. Os principais minérios extraídos eram a Cassiterite (óxido de estanho) e a Wolframite (volfrâmio). Estas minas são particularmente interessantes pela forma pouco habitual de desmonte da rocha: não sendo a céu aberto, também não são em galerias. O desmonte foi feito criando grandes espaços sustentados por colunas naturais. Além disso, a busca do filão levou a que o desmonte tenha um desnível muito acentuado.

PictographMine Altitude 2,256 ft
Photo ofGrutas das Minas de Queiriga (saída) Photo ofGrutas das Minas de Queiriga (saída) Photo ofGrutas das Minas de Queiriga (saída)

Grutas das Minas de Queiriga (saída)

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Orca da Corga dos Moços

Desta Orca de câmara simples restam apenas três esteios, datados do período Neolítico Final. O que resta da mamoa faz acreditar que esta orca teria cerca de 15 metros de diâmetro, relacionando-se com outros sepulcros da região, como a Tapada do Poço e da Abelha, em Vila Nova de Paiva, e a Orca do Aboleiro, nos Alhais, com características semelhantes. Trata-se de um dólmen de médias dimensões, possuindo túmulos de planta subcircular. No centro encontram-se três esteios da câmara. O acesso a este monumento é bastante fácil (EN323).

PictographPark Altitude 2,423 ft
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Parque Botânico Arbutus do Demo

É um dos projectos emblemáticos do concelho de Vila Nova de Paiva e, seguramente, um dos mais importantes e significativos entre os desenvolvidos nas últimas décadas. Sobretudo pelo seu carácter pluridisciplinar, abrangendo as áreas do ambiente, do lazer, do turismo, da cultura e até da ciência. O Parque, onde se encontra reunido mais de um milhar de diferentes espécies botânicas, dispostas por famílias, usos etnobotânicos e industriais, propriedades medicinais e características aromáticas.está instalado nos terrenos do antigo Viveiro Florestal de Queiriga. Do abandono passou-se à reabilitação, em resultado de uma parceria no âmbito do Programa Interreg III B Sudoe, em que participam o Município de Vila Nova de Paiva e os promotores Beirambiente (Guarda), Espanha (Burgos) e França (Chaise Dieu). Um espaço onde podem ser admiradas desde as pequenas briófitas às gigantescas Sequoia sempervirens, numa notável harmonia estética e ambiental. O Arbutus do Demo foi pensado e criado para responder de uma forma integrada, moderna e arrojada à procura de espaços de encontro entre motivos étnicos e técnicas artesanais. A estratégia assenta na reconstrução fiel da paisagem natural e antropogénica das terras altas do Paiva, num projecto de recuperação em que foi desejado e possível modernizar infra-estruturas no respeito pela história e passado do espaço, mantendo o sistema de águas residuais e de rega, as edificações originais e a estrutura arbórea. A presença de uma linha de água com plantas autóctones, de um prado de aluvião natural e de um pequeno lago onde as espécies animais ripícolas se associem, asseguram alguns dos pólos de interesse do parque. O visitante encontra ainda algumas estruturas de apoio, desde uma sala de interpretação audiovisual, a um pequeno parque infantil, parque de merendas, cais para pesca e um parque astronómico. O pastoreio e a apicultura são actividades a desenvolver no âmbito do Parque e, com o objectivo bem definido de conferir maior visibilidade ao espaço e dinamizar a actividade dos artesãos locais, está prevista a produção e comercialização, na forma de merchandising, de produtos endógenos derivados da transformação de plantas, cogumelos e mel.

PictographBridge Altitude 2,107 ft
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Ponte e Baloiço de Queiriga

PictographBridge Altitude 2,282 ft
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Pontelha (ribeiro do Rebentão)

PictographBridge Altitude 2,142 ft
Photo ofPontelha e Azenha Photo ofPontelha e Azenha Photo ofPontelha e Azenha

Pontelha e Azenha

PictographRiver Altitude 2,127 ft
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Ribeira de Queiriga

PictographRiver Altitude 2,084 ft
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Ribeira do Rebentão

PictographMountain hut Altitude 2,428 ft
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Casa de Cantoneiros (Viveiros)

Comments  (11)

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi May 16, 2023

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    É mesmo uma região muito bonita, com bosques frondosos e ribeiros de água transparente! E as grutas são mesmo um espanto, não estava à espera da grandiosidade das galerias. Pena estarem ao abandono, o que dá algum receio caminhar lá por dentro. Mas valeu bem a pena!! E no final, o arroz de salpicão do Mezio, ui, ui!!! Quando lá voltamos? Abraços

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes May 16, 2023

    Viva, Aiguille du Midi! Concordo plenamente, temos que lá voltar e explorar melhor a região, ficou ainda muito por conhecer! Obrigado pela avaliação e comentário ao trilho, grande abraço.

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ May 16, 2023

    Hummm... arroz de salpicão no Mezio?? Quando vai ser isso (outra vez)? :)
    A propósito, o trilho parece ser bem fixe, fiquei curioso, sobretudo com as minas! Abraço.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes May 16, 2023

    _BIO_RAIA_, seu guloso!!! Qualquer dia combinamos isso, mas com uns kms antes, para abrir o apetite, ok?
    Grande abraço.

  • Photo of zetoalves
    zetoalves Jun 3, 2023

    Parabéns, João. Excelente este trabalho de divulgação, quer da trilha, como das minas e da região. Uma pequena pérola. O meu obrigado, com a devida vénia.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Jun 3, 2023

    Viva, ZetoAlves! Muito obrigado pelas simpáticas palavras. Saber que esta partilha é efetiva é o maior prazer. Espero que tenha tido oportunidade de percorrer este trilho e visitar as minas de Queiriga, são sem dúvida um local que fica na memória de quem lá vai. Aliás, não só as Terras do Demo mas toda a região da Beira Alta (ou Beira Interior) merece uma visita demorada, pois o que nos espera é deveras compensador!!
    Grande abraço e votos de excelentes caminhadas!

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Jun 7, 2023

    Olá ZetoAlves! Muito obrigado pela avaliação e comentário ao trilho, vejo que desfrutaram do mesmo, ainda que em situação meteorológica adversa. Grande abraço e continuação de excelentes caminhadas!!

  • Photo of zetoalves
    zetoalves Jun 7, 2023

    Obrigado, João. As condições meteorológicas (muito) adversas não passaram de uma permanente e assustadora ameaça, felizmente. Quer a chuva, quer a trovoada, andaram sempre a rondar muito perto de nós, mas nunca fomos realmente afetados, tirando umas pingas ligeiras, aqui e acolá, e o piso encharcado na reta final da caminhada. O que nos fez fazer os "cortes" para abreviar o trecho final da caminhada, foi a ameaça em crescendo de borrasca da grossa, desenhada nas nuvens e horizonte. Que nuca se concretizou :)
    A nossa vénia, uma vez mais, com votos de muitas e boas caminhadas!

  • Photo of zetoalves
    zetoalves Jun 7, 2023

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    Excelente trilho, feito em dia de permanente ameaça borrasca, chuva e trovoadas, motivo pelo qual se fizeram alguns "cortes" na parte final do percurso original, desenhado pelo João Marques Fernandes, a quem endossamos a devida vénia.
    Trilho fácil e muito agradável, com piso técnico reduzido a uma ou duas centenas de metros, e algum risco de acidentes circunscrito às minas. Globalmente é um trilho muito recomendado, sendo as galerias das minas o seu ex-líbris.
    Uma vénia ainda para os companheiros de jornada, com os quais é um privilégio poder partilhar a Vida no que ela tem de melhor, e, em especial, para a Sandrinha, um ser luminoso, e a alma mater desta excelente caminhada.

  • Photo of Luciano Frade
    Luciano Frade May 11, 2024

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    Bem mais um trilho espetacular .
    Aquelas minas top . Ainda nao percebo como é que em Portugal não se preserve este sitios tao bonitos. Continuação de bons trilhos.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes May 11, 2024

    Viva, Luciano Frade! Muito obrigado pela avaliação e comentário acerca do trilho. É bom saber que gostou, este trilho também foi para mim uma excelente surpresa, não estava à espera de tanto... É como diz, como é possível locais assim como estas minas estarem entregues a... nada! Continuação de ótimas caminhadas!!

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