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Trilhos de Vila Real: de Arrabães à Torre de Quintela

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Trail stats

Distance
3.1 mi
Elevation gain
108 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
938 ft
Max elevation
2,179 ft
TrailRank 
54 5
Min elevation
2,179 ft
Trail type
One Way
Time
one hour 42 minutes
Coordinates
574
Uploaded
November 14, 2021
Recorded
November 2021
  • Rating

  •   5 2 Reviews

near Arrabães, Vila Real (Portugal)

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.


TORRE DE QUINTELA

- Trilho linear sem marcações, com início junto do Centro Cultural e Recreativo de Arrabães e fim junto à Torre de Quintela, monumento nacional (opcional);
- Ao longo deste percurso existem vários pontos de interesse, com destaque para os vestígios da Via Romana / Medieval entre Bracara Augusta (Braga) a Ocelodurum (Zamora), a igreja de São Tiago de Mondrões e a Torre de Quintela (monumento nacional), assim como as excelentes vistas panorâmicas sobre o vale de Vila Real, as serras do Alvão e do Marão;
- Misto de caminhos rurais, vestígios de calçadas e ruas pavimentadas (alcatrão);
- Trilho com características fáceis, tendo em conta a curta distância e ausência de declives relevantes;
- Os troços de calçada Romana / Medieval, pela sua elevada importância cultural e histórica, merecem especial atenção e cuidado, tanto na sua manutenção, como da parte de quem por aqui passe;
- A Torre de Quintela é um monumento nacional extremamente interessante que, infelizmente, tem estado votado ao esquecimento e à incúria. A evidente falta de manutenção tem óbvios reflexos no estado de conservação da torre. A boa notícia é o facto de que, brevemente, este monumento será alvo (finalmente) de uma intervenção de restauro e adaptação. Pelo menos, assim se espera... De qualquer das formas, esta torre medieval, pela sua importância e imponência é, por si só, motivo suficiente para uma visita ao local;
- Este trilho é um percurso muito acessível mas, se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão acrescidas;
- No seu todo, é um percurso culturalmente muito interessante, com vários pontos em destaque e excelentes vistas panorâmicas. E a Torre de Quintela é, com certeza, um importante monumento para se visitar e conhecer.


PANORÂMICA DE MONDRÕES (IGREJA DE SÃO TIAGO)

Outros percursos realizados nesta região:
Alvão
Entre o Marão e o Alvão
Trilho das Silhas (entre Campanhó a Pardelhas)
Trilhos do Marão: de Montes à Senhora da Serra e minas de Maria Isabel
De Mafómedes à Senhora da Serra
Travessia do Alvão - ETAPA 1/2
Travessia do Alvão - ETAPA 2/2


VIA ROMANA / MEDIEVAL (MONDRÕES)

- VILA REAL
É cidade, sede de concelho e capital de distrito, localiza-se na Região Norte, no Douro. Fica situada numa das encostas da serra do Marão, a uma altitude média de 460 m, na confluência dos rios Corgo e Cabril. Os seus habitantes distribuem-se por três freguesias: Nossa Senhora da Conceição, S. Dinis e S. Pedro. Dista 115 km do Porto e 435 km de Lisboa. A área do concelho está subdividida em 30 freguesias: Abaças, Adoufe, Andrães, Arrois, Borbela, Campeã, Constatim, Ermida, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Lamas de Olo, Lordelo, Mateus, Mondrões, Mouçós, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição, Parada de Cunhos, Pena, Quintã, São Dinis, São Pedro, São Tomé do Castelo, Torgueda, Vale de Nogueiras, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho de Samardã. O natural ou habitante de Vila Real denomina-se vila-realense.
O distrito é composto por 14 concelhos: Alijó, Boticas, Chaves, Mesão Frio, Mondim de Basto, Montalegre, Murça, Peso da Régua, Ribeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real. É um dos dois distritos que constituem a província tradicional de Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo limitado ao norte pela Espanha, a sul pelo de Viseu, do qual é separado pelo rio Douro, a leste pelo de Bragança e a oeste pelos de Braga e Porto. É muito montanhoso, atingindo a maior altitude na serra do Larouco, a 1525 m. Mas também são de salientar as serras de Coroa, das Alturas, da Padrela e do Marão, bem como o planalto do Barroso, a mais de 1200 m de altitude. É banhado pelo curso inicial do rio Cávado e pelo seu afluente Rabagão, nos quais se desenvolveram grandes empreendimentos hidroelétricos: barragens de Rabagão, Paradela, Pisões e Venda Nova. Atravessam ainda o distrito os rios Tâmega, Corgo, Pinhão e Tua, afluentes do Douro, rio onde também, nas águas que banham o distrito, existem as barragens hidroelétricas de Bagaúste e Valeira.
A fundação da povoação é atribuída ao rei D. Dinis que lhe concedeu o foral em 1289. Dizia-se que a vila era protegida d'el rei, daí a derivação para Vila Real. D. Manuel outorgou-lhe foral novo em 1515. Foi nomeada sede de distrito em 1835, tendo ascendido a cidade em 1925. Possui vários monumentos dignos de registo: a Sé, mandada construir por D. João I em 1427, edifício gótico; a Capela de S. Brás, pequena ermida gótica, do século XIV; as igrejas da Misericórdia (séc. XVI), dos Clérigos, com traçado barroco, com influências italianas, e a Igreja de S. Pedro (1528) que sofreu bastantes remodelações, sendo a mais importante a que lhe deu as feições de estilo barroco; o Palácio dos Marqueses de Vila Real ou Casa do Arco, de estilo manuelino; a casa de Diogo Cão (séc. XV), outras casas brasonadas e o pelourinho. Situado nas proximidades da cidade encontra-se o Solar de Mateus, que foi mandado construir, sob traça de Nicolau Nasoni, na primeira metade do século XVIII.
Vila Real tem o seu feriado municipal no dia 13 de junho, dia de Santo António, seu padroeiro. Nesta cidade, realizam-se anualmente o encontro de cantores de janeiras; a festa a S. Brás de 2 e 3 fevereiro; as festas da cidade, que incluem a Festa de S. António, a 13 de junho; e a Festa de S. Pedro, a 28 e 29 de junho, ou Feira dos Pucarinhos, em que as pessoas compram púcaros e, em roda no centro da festa, lançam os púcaros entre si até se partirem (os mais foliões, às vezes, enchem o púcaro de farinha ou água); a Festa de Nossa Senhora de Almodena, a 8 de setembro; e, por fim, a Festa de Santa Luzia, a 13 de dezembro. É tradição nesta festa as raparigas darem o pito (pastel de massa folhada recheada com chila) e os rapazes darem a gancha (barra de rebuçado em forma de cordão).
Segundo reza a história da ponte de Misarela, nas margens do Rabagão, em Montalegre, um homem perseguido de perto, invocou o diabo, dizendo-lhe: "Se me fizeres passar para a outra margem do Rabagão dou-te a minha alma". O diabo aceitou o pacto e tratou de fazer uma ponte. Algum tempo depois, chegaram os perseguidores, mas não conseguiram continuar a perseguição porque, entretanto, a ponte tinha sido destruída. Anos mais tarde, o homem falou do acontecido a um padre, em confissão na hora da sua morte. O padre, pouco antes da meia-noite, dirigiu-se ao mesmo local onde tinha estado o homem e invocou também o diabo fazendo-lhe o mesmo pedido, que foi aceite de imediato. O padre atravessou então a ponte, mas antes da última das doze badaladas molhou um ramo de alecrim num recipiente com água benta que tinha levado escondido e benzeu a ponte três vezes. Foi então que se ouviu um estrondo, o diabo tinha rebentado.
Em Cerva, concelho de Ribeira da Pena, nomeadamente na ponte de Cavês, sobre o rio Tâmega, realiza-se a Romaria de S. Bartolomeu, de 22 a 24 de agosto. Até 1957 esta romaria era um pouco trágica, porque sempre que havia ressentimentos, rivalidades, paixões, invejas e ódios, estes iam sendo adiados para o tradicional ajuste de contas na ponte de Cavês. Então, já bebidos, os intervenientes lançavam o grito de guerra com os proverbiais desafios de parte a parte. Como por exemplo: "Vinde ao santo, valentões" ou "Viva Trás-os-Montes" - diziam uns; "Vinde à fonte, cobardes" ou "Viva o Minho" - diziam outros. Depois era a luta a pau, à faca ou a tiro.
Em Monforte de Rio Livre, em Chaves, conta-se que D. Francisco, irmão do rei D. João V, foi de visita ao castelo daquela localidade, tendo sido alvo de uma oferta da qual não gostou muito. Por iniciativa dos vereadores locais, D. Francisco, ao receber as honras dos seus vassalos, foi ofertado com cestos ornados de flores com a única fruta de que dispunham - figos - levados pelas raparigas mais bonitas do lugar. Houve quem sugerisse pinhas em vez dos figos, uma vez que os pinhões eram também uma fruta da localidade, mas os figos foram os escolhidos. O Infante achou uma ofensa ser presenteado com tal oferta, que considerava mesquinha, e, furioso, mandou prender a um poste o vereador que teve a ideia. Assim feito, mandou os seus lacaios disparar contra o vereador, mas em vez de balas os projéteis eram os figos, provocando o riso a todos os que acompanhavam D. Francisco. A vítima deste infeliz acontecimento, toda lambuzada de figos, ainda teve coragem para dizer: "- Ainda bem que não lhe oferecemos pinhas!".
As mais importantes produções agrícolas do distrito são o vinho, o azeite, a batata, a castanha, os cereais e a fruta. As encostas da margem direita do Douro fazem parte da chamada Região Demarcada do Douro, onde se cultivam as vinhas das quais se extraem as uvas de que se faz o Vinho do Porto. As indústrias mais importantes são as de cerâmica, curtumes, madeiras e produtos alimentares. Nesta última salienta-se a de carnes fumadas, de que o afamado presunto da região constitui um ex libris. O distrito de Vila Real também é rico em minérios - estanho, chumbo, volfrâmio e ferro. Possui importantes fontes de águas minero-medicinais, com relevância para as de Vidago, Pedras Salgadas, Chaves e Carvalhelhos. São exemplos do artesanato típico a albardaria, os bonecos de palha, a cerâmica, o linho, as mantas e os curtumes.


RIBEIRA DA MARINHEIRA

- SERRA DO ALVÃO
Serra do distrito de Vila Real, predominantemente granítica, cuja altitude máxima é de 1330 metros, com uma orientação nor-nordeste/su-sudoeste. O Parque Natural do Alvão abrange a sua vertente oeste, prolongando-se por uma zona indefinida de transição entre esta serra e a do Marão.
A serra do Alvão faz parte da barreira montanhosa que se estende desde a Galiza até ao Douro e que contribui para as diferenças marcantes entre o litoral e o interior transmontano, no que respeita ao clima e à paisagem.
Reveste-se de aspetos geomorfológicos e paisagísticos de grande interesse como: as quedas de água do rio Olo (afluente do Tâmega, aqui nascido), em Fisgas do Ermelo, numa bancada de quartzitos; o caos granítico de Miras-Arnal; e ainda a queda de água de Moinho de Galegos da Serra, em Arnal.
Esta foi, outrora, uma região bastante povoada, pois os seus planaltos eram propícios ao pastoreio e às atividades agrícolas. Nesses locais são inúmeras as inscrições rupestres e outros vestígios antropomórficos e zoomórficos, registando-se também a existência de dezenas de dólmenes.


LAMEIROS NA MARGEM DA RIBEIRA DA MARINHEIRA

Waypoints

PictographWaypoint Altitude 2,162 ft
Photo ofEspigueiro Photo ofEspigueiro Photo ofEspigueiro

Espigueiro

Para além do típico espigueiro de granito, neste local ainda é visível, no muro de pedra, o nicho onde em tempos existiram umas alminhas e respetiva caixa de esmolas. Não se sabe quando desapareceram deste local, mas os vestígios ainda lá estão, atestando o ancestral e profundo teor religioso difundido por estas regiões rurais.

PictographPanorama Altitude 2,087 ft
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Panorâmica de Vila Real

PictographRuins Altitude 2,065 ft
Photo ofCalçada Romana (vestígios) Photo ofCalçada Romana (vestígios)

Calçada Romana (vestígios)

Principal via utilizada na transposição da serra do Marão. Estudos apontam para a existência de uma importante via medieval, subsidiária da rede viária romana, para a qual convergiam caminhos provenientes das regiões vizinhas. Esta via perdurou ao longo de muitos séculos, servindo de palco às presúrias asturianas e às reformas administrativas empreendidas por D. Dinis. No século XVII, a via foi sujeita às primeiras remodelações, mas as grandes obras de beneficiação ocorreram apenas no século XIX.

PictographRuins Altitude 1,930 ft
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Calçada Romana

Vestígios da Via Romana entre Bracara Augusta (Braga) a Ocelodurum (Zamora). Na margem esquerda do rio Tâmega, esta via poderia entroncar, nas proximidades de Padronelo, com a via proveniente da cidade romana de Tongobriga (Freixo, Marco de Canaveses). A via proveniente de Amarante unia-se a esta, passando depois pela calçada do Marancinho. Depois do Marancinho, a via seguiria por Roçadas, Sanche e Aboadela, onde atra- vessaria o rio Ovelha, possivelmente no lugar de Rua, e subia o Marão em direção à Campeã. No lugar de Trás do Vale poderá ter existido uma bifurcação. Um ramo continuaria para norte, passando para a margem esquerda do rio Sôrdo, nas proximidades da localidade de Quintã, onde existe a Ponte Pedrinha, possivelmente com origens romanas, e continuaria em direção a Mondrões, onde se encontra um importante troço lajeado, com cerca de 50 m, a poente da igreja paro- quial. Ao longo deste segmento da via partiriam os acessos aos povoados de Gontães, ao castro do Cruzeiro da Pena e ao castro de Mondrões. O outro ramo seguiria em frente pela margem direita do rio Sôrdo, em direção a Arrabães. A comprovar este traçado estão os pequenos troços lajeados que se encontram entre os Lameirões e a localidade do Barro Vermelho. Esta parte da via está situada sobre os terrenos mais baixos da Veiga da Campeã e, consequentemente, mais alagadiços. Parte deste troço lajeado foi destruído ou aterrado pela construção do IP4. A via seguiria por Arrabães e Torgueda em direção a Arnadelo.

PictographReligious site Altitude 1,804 ft
Photo ofAlminhas

Alminhas

PictographReligious site Altitude 1,790 ft
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Igreja de São Tiago de Mondrões

A actual freguesia de São Tiago de Mondrões conheceu grande prestígio, tendo chegado a ser vila, e possuindo longas ligações à ordem hieronimita, inclusivamente como vigariado pertencente ao padroado do Mosteiro dos Jerónimos de Belém. A igreja paroquial de Mondrões terá sido edificada nas primeiras décadas do século XVI, possivelmente em data próxima de 1519, quando o vizinho concelho de Penaguião recebeu foral manuelino, beneficiando também as vilas limítrofes.O templo, dedicado a São Tiago, possui planimetria e espacialidade manuelinas, com nave única cujo comprimento duplica a largura, portais Sul e Norte rasgados em eixo, e capela-mor rectangular, sendo todas as coberturas feitas através de elegantes abóbadas estreladas. No entanto, a estrutura original foi grandemente desvirtuada por obras de reconstrução posteriores, datadas já de 1744, época na qual toda a região vivia grande prosperidade económica. A fachada principal reflecte claramente as alterações do barroco final, embora traçada de forma muito invulgar. Sob a empena recortada, relativamente simples, recorta-se uma série de molduras, nichos e elementos decorativos avulsos, entre os quais se destaca a moldura oval encimando o portal principal. É composta por uma grinalda vegetalista, recordando elementos manuelinos talvez presentes na fachada primitiva, e substitui visualmente uma rosácea; serve de enquadramento às esculturas relevadas de São Tiago a cavalo com a figura de um mouro a seus pés, tema ilustrativo do orago local, mas cuja iconografia despertava particular interesse justamente nas épocas da construção e da reconstrução do templo. É possível que esta figuração seja uma versão mais moderna de uma representação manuelina semelhante, somando à simbólica neo-cruzadística que esta iconografia assumira na primeira metade de Quinhentos, o sentido contra-reformista de resistência às heresias que caracteriza a sua utilização seiscentista e setecentista. Naturalmente, não será de menor importância, no âmbito da representação do mata-mouros, a situação de Vila Real como ponto de passagem das peregrinações a Santiago de Compostela, através do caminho de Lamego. O portal, de verga recta, é enquadrado inferiormente por duas aletas, e no cimo por volutas envolvendo uma vieira (símbolo igualmente compostelano). Nos lados do portal rasgam-se duas edículas, rematadas por arcos redondos, abrigando imagens de Doutores da Igreja; a eixo com estes vãos abrem-se dois janelões rectangulares, de sacada, sendo esta composta por mísulas gomadas. Os janelões são encimados por um motivo de volutas semelhante ao do portal, mas enquadrando florões, e, acima destes, pelas imagens de São Pedro (à esquerda) e de São Paulo (à direita). Ao centro da composição, sobre o portal, desenha-se o medalhão ovalado de grandes dimensões, sobrepujado pela figura de um anjo músico, cujo torso se encaixa já no friso recortado que remata a empena da igreja, terminado por um globo sustentando cruz com braços rematados em trevo. Os vãos possuem decoração variada, merecendo destaque a profusão de ornamentos recordando as tradições populares, como os ingénuos recortes de corações, bandeiras, florões e enrolamentos geométricos, muito idênticos aos motivos bordados no linho ou característicos da ourivesaria, sempre presentes nos festejos locais. Adossada à fachada, à esquerda, eleva-se a torre sineira. No interior, além da elegante estrutura e do abobadamento quinhentistas, ressalvem-se os elementos do século XVIII, como os retábulos, em estilo barroco e rococó, caso do retábulo no altar-mor, e outros elementos de talha policromada, sem particular interesse artístico, mas testemunhos de uma intervenção globalizante que é sobretudo testemunho histórico do investimento que o templo suscitou ao longo dos anos. O coro-alto resulta ainda de uma intervenção posterior, embora pareça anterior à reconstrução setecentista.

PictographPanorama Altitude 1,712 ft
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Panorâmica de Vila Real

PictographPanorama Altitude 1,558 ft
Photo ofPanorâmica Photo ofPanorâmica

Panorâmica

Panorâmica das aldeias de Mondrões, Sirarelhos e Galegos da Serra

PictographWaypoint Altitude 1,525 ft
Photo ofPresa Photo ofPresa Photo ofPresa

Presa

PictographBridge Altitude 1,351 ft
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Ponte sobre ribeira da Marinheira

PictographPanorama Altitude 1,442 ft
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Panorâmica ponte Alto Douro - A4

PictographMonument Altitude 1,324 ft
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Torre de Quintela

Quintela é actualmente um lugar da freguesia de Vila Marim, concelho de Vila Real, que ainda mantém uma certa magia por conservar casas baixas e permitir perscrutar, de certos ângulos, o monumento que o torna peculiar – a Torre de Quintela. O acesso à torre contorna os elementos do relevo até chegar ao casario, e daí ao sopé da Torre, sempre a descer, o visitante envolve-se paulatinamente no ambiente e apercebe-se da sua magnificência – a Torre de Quintela é uma construção robusta, altaneira, que inspira respeito, de resto talvez o grande objectivo dos seus proprietários originais. As primeiras notícias de Quintela surgem ainda antes do alvorecer da nacionalidade portuguesa. Em 1082 aparece referência a um espaço “no lugar de Quintela, perto do rio Corgo”, no testamento de um casal, Garcia e Maiorina de seus nomes. Já a primeira referência à Torre de Quintela surge nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258. Aí se pode ler “a torre que está começada em Quintela”. Já no séc. XVII (mais precisamente em 1695) registam-se os foros e prazos recebidos na Torre pelo seu senhor, D. Francisco de Portugal, Conde do Vimioso, no Tombo do Morgado da Torre de Quintela. Na introdução a esse fabuloso documento, actualmente guardado no Arquivo Distrital de Vila Real, descreve-se com alguma minúcia não só a Torre como também os outros elementos que comporiam o espaço da quinta ou herdade – uma capela devotada a Santa Maria Madalena e um terreiro, situado entre as duas construções. Já nessa altura, porém, não teria a Torre outro valor para além do simbólico, pois não tinha já sobrados no seu interior, ou sequer telhado. Na Rellação de Villa Real e seo termo, remetida à Academia Real da História em 1721, faz-se referência à mesma capela, a “carecer de reforma”, e à “magnífica torre muy levantada”. Em Junho de 1910, no término da monarquia portuguesa, a Torre de Quintela é classificada como Monumento Nacional. E só a fortuna impede o seu desaparecimento, porquanto o pedreiro que a comprara nos inícios do séc. XX, com o objectivo de reaproveitar a pedra lavrada, achou que seria demasiado dispendioso desmontá-la… O que permitiu a sua sobrevivência até os nossos dias. Em 1982, sob o auspício do então Instituto Português do Património Cultural (actualmente Instituto Português do Património Arquitectónico), foi objecto de obras de restauro e qualificação, que lhe atribuíram o aspecto que ostenta hoje, apresentando como maior diferença face ao original o nivelamento em pedra do piso térreo, que seria antes em madeira e permitia um acesso a uma divisão inferior. Em 1989 foi autorizada a cessão a título precário da Torre de Quintela ao Município de Vila Real, com o objectivo de aí se instalar uma unidade museológica. A sua presença marcante, verdadeiro ex-libris de Vila Real, tornou-a motivo de variadas representações, divulgadas em diversas publicações ou editadas em colecções de postais. O Projecto de Qualificação da Torre de Quintela e espaço envolvente, apresentado ao público em cerimónia integrada na comemoração das Jornadas Europeias do Património 2006, no passado dia 22 de Setembro, prevê que a Torre de Quintela constitua um núcleo museológico integrado na estrutura do Museu de Numismática de Vila Real.

Comments  (4)

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ Dec 6, 2021

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    Trilho excelente para fazer antes do almoço. Bonito e com história.
    E com boa companhia, ainda melhor!! Abraço

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Dec 6, 2021

    Obrigado, bioRAIA, pelo comentário e avaliação do trilho.
    Foi uma bela caminhada matinal, seguida de um memorável almoço.
    Se valeu!! Continuação de boas caminhadas.

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi Dec 6, 2021

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    Gostei! Do trilho e do almoço convívio... e a Torre de Quintela é muito interessante.
    Foi uma caminhada cultural e gastronómica memorável. Obrigado pela partilha!!

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Dec 6, 2021

    Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
    Foi uma bela manhã de domingo!! Continuação de boas caminhadas.

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