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Trilhos de Cerveira

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Trail stats

Distance
11.84 mi
Elevation gain
2,628 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
2,628 ft
Max elevation
2,070 ft
TrailRank 
76 5
Min elevation
3 ft
Trail type
Loop
Time
7 hours 31 minutes
Coordinates
1748
Uploaded
September 11, 2021
Recorded
September 2021
  • Rating

  •   5 2 Reviews

near Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo (Portugal)

Viewed 858 times, downloaded 28 times

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.


MIRADOURO DO ESPÍRITO SANTO (PORTA DO CÉU)

- Este percurso foi instintivamente desenhado no terreno, graças à amabilidade de um amigo Cerveirense que nos guiou, permitindo-nos assim percorrer uma vasta área da Serra da Gávea;
- Trilho circular, sem marcações, com início e fim em Vila Nova de Cerveira, no parque de estacionamento junto à Câmara Municipal (opcional);
- Decorre, no início, pela ecovia do Rio Minho até ao Forte de Lovelhe. Daí inicia-se uma longa subida pela encosta poente do Monte da Senhora da Encarnação, progredindo pela serra numa constante ascensão até se chegar ao Alto da Salgosa. Desse ponto, fletindo em arco para a direita, ascende-se ainda ao ponto mais elevado da serra da Gávea: o Alto da Pena. Deste local, cujas vistas panorâmicas são de excelência, empreende-se agora uma longa descida de regresso à vila, até se chegar ao ponto inicial. Ao longo do percurso existem vários pontos de referência, com destaque para o Castelo de Vila Nova de Cerveira e o seu centro histórico, o Forte e a Atalaia de Lovelhe, o miradouro do Espirito Santo, também conhecido por Porta do Céu, as Escadinhas da Encarnação e a Capela de Nossa Senhora da Encarnação, com o seu excelente parque natural, o miradouro e o baloiço do Cervo, o alto da Salgosa e o alto da Pena, ambos locais de excelência pelas soberbas vistas panorâmicas que oferecem, as fontes da Encarnação e da Bagoada (únicos pontos de água ao longo deste exposto percurso), a Capela de São Pedro de Rates e, já ao terminar, a Forca de Vila Nova de Cerveira;
- Misto de caminhos de terra, trilhos de pé posto, estradões florestais e algum piso alcatroado;
- Trilho com características moderadas, tendo em conta a distância considerável, assim como alguns declives muito acentuados (alguns trechos são trilhos de trail, BTT e corta-fogos);
- O rio Minho, linha divisória de fronteira, que corre entre férteis vales de cultivo e as encostas montanhosas do concelho de Tominho (Espanha), é um cenário belíssimo. As encostas da Serra da Gávea, arborizadas por densos pinhais que contornam os verdes lameiros no fundo do vale, a nascente, dispersamente povoado por lugares e freguesias rurais, confirmam-nos que estamos em plena região do Minho: verde, exuberante, confusa, mas sempre muito bonita;
- Vila Nova de Cerveira, com todo o seu legado histórico e cultural, será outra das razões que justificam a visita a esta região. Cultura, Eno-turismo, gastronomia e natureza são razões mais do que suficientes para nos fazer pernoitar nesta lindíssima vila e aí desfrutar de toda a sua vasta e excelente oferta turística;
- É difícil encontrar palavras que descrevam as deslumbrantes paisagens que os miradouros do Espírito Santo, do Cervo e do Alto da Pena nos oferecem. Apenas um reparo para o novíssimo baloiço implantado junto ao miradouro do Cervo: reconheço que esta seja um bom motivo de visita. Mas, infelizmente, considero que esta nova "moda" está a atrair demasiados visitantes para lugares que merecem mais cuidado e boa manutenção. O lixo aí deixado, aliado ao excessivo número de curiosos que acedem a estes locais, leva a que boas intenções se transformem rapidamente em pesadelos típicos de Shopping-center!;
- Este trilho é um percurso relativamente acessível. No entanto, convém ter em conta o número de kms, assim como alguns troços cujo declive exige boa capacidade física (um ou outro requer mais atenção e cuidado). Se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão muito acrescidas. Botas e bastões são essenciais;
- No seu todo, é um percurso lindíssimo, diria mesmo cénico mas com alguma exigência física em determinadas partes. Esta bela região minhota fará, com certeza, as delícias de quem a visite!!


PORMENOR JUNTO À CAPELA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO


FORTE DE LOVELHE (PORMENOR DO PERCURSO)

Outros percursos realizados nesta região:
Trilhos D'Arga: PR4 VCT - Trilho do Pôr-do-Sol + PR5 VCT - Trilho do Pincho
PR1 VCT - Trilho da Montanha Sagrada
Trilhos da Serra da Gávea
Trilhos da Serra d'Arga: de Cerquido a Montaria
Trilhos da Serra d'Arga
Planalto da Serra D'Arga
De Paredes de Coura ao Corno de Bico
Da Vacariça à Mesa dos 4 Abades, pelo Corno de Bico


CAMINHO FLORESTAL DE LOVELHE

- VILA NOVA DE CERVEIRA
Fundada no séc. XIV por D. Dinis, sob a condição de se juntarem cem moradores para a constituir, a vila tomou o nome de Cerveira devido à colónia de cervos que existiam na região. Vila Nova de Cerveira é uma lindíssima Vila Minhota, sede de concelho, bem na região Norte, debruçada sobre o Rio Minho que a separa da vila Espanhola de Góian, Cuja travessia é efectuada por um ferry-boat. Vila fronteiriça, desenvolveu-se em volta das suas muralhas, que a protegiam dos ataques Espanhóis, situada numa região de grande beleza natural. Vila histórica, predominantemente rural, mas com algumas indústrias que se têm desenvolvido nos últimos anos, Vila Nova de Cerveira é famosa pela sua prestigiada Bienal de Artes Plásticas, que atrai muitos visitantes e conceituados artistas nacionais e internacionais, realizada desde 1978. A origem do nome Vila Nova de Cerveira tem duas possíveis explicações: poderá derivar de uma grande colónia de cervos que existia na região, ou poder-se-á referir ao primeiro Senhor de Cerveira que teve solar por estes sítios no tempo do Rei D. Sancho I. A ocupação das margens do rio Minho tem início na Pré-História, sendo já vários os vestígios detetados no concelho, passando por seixos talhados e gravuras rupestres. Contudo, uma das principais descobertas foi o tesouro da sepultura da Quinta de Água Branca, pertencente à Idade do Bronze e cujo espólio está integrado nos tesouros do Museu Nacional de Arqueologia. As fronteiras continuaram no entanto a ser palco de confrontos e disputas entre portugueses e espanhóis que culminam no séc. XVII com as Guerras da Restauração. Para proteção da Vila, o Governador de Armas do Minho manda construir duas fortificações, a Atalaia do Alto do Lourido e o Forte de Lovelhe. As suas várias casas apalaçadas, brasonadas e típicos solares minhotos concedem-lhe um tom senhorial, que denota a importância e poderio económico ao longo dos séculos, enriquecendo a beleza da vila, envolta ela própria num ambiente idílico de montanhas verdejantes e copiosos cursos de água. Com uma ocupação que remonta à idade do Bronze, a sua relevância é elevada com a atribuição da Carta de Foral por D. Dinis, corria o ano de 1321, e através da qual se mandava construir o Castelo de Cerveira, atualmente um dos principais ex-libris mais visitados por turistas que se deixam encantar pela sua particularidade arquitetónica e a beleza da paisagem que dele se disfruta. Cerveira é uma das terras do escultor José Rodrigues. Ajudou a fundar a Bienal de Artes, em 1978, comprou e restaurou, na década de 80, o devoluto Convento de São Paio, onde fixou residência e colocou muito do seu espólio artístico, e criou algumas das mais simbólicas peças escultóricas da vila, como o já referido Cervo, o Esforço, perto da câmara, e a Navegações, junto ao rio. A interação entre a arte e a natureza é um dos segredos desta vila do Alto Minho. Foi isso que atraiu José Rodrigues e é isso que continua a chamar milhares de pessoas.


ANTIGA FORCA DE VILA NOVA DE CERVEIRA

- SERRA DA GÁVEA
A Serra da Gávea é “a continuação de um importante relevo granítico disposto em arco de círculo e que rodeia a região de Vila Nova de Cerveira alongando-se quase até ao rio Minho, formando o espigão que delimita pelo ocidente a larga enseada de S. Pedro da Torre (freguesia do concelho de Valença), para sul e sudeste a cintura granítica do Alto da Pena prolonga-se até Sopo. O afloramento é constituído por granito de grão grosseiro, de duas micas, tipo de rocha que envolve o granito de grão médio da região de Gondarém e Sopo. Pelo que diz respeito à composição mineralógica, o granito da serra da Gávea é um granito alcalino, com muita microclina, com biotite e moscovite”. No que diz respeito à Serra da Gávea, a mesma não se caracteriza por qualquer tipo de vegetação dominante, apenas na faixa basal alguma floresta de caducifólias. É uma zona com testemunhos de ter sido habitada na Idade do Bronze pois foram encontradas na Serra da Gávea insculturas rupestres descritas como ‘covinhas’, dispersas ou agrupadas, associadas a motivos circulares ou em U, que constituem “manifestações artístico-culturais e em cronologias que as colocam na idade do Bronze, muito provavelmente na sua fase média-tardia”.


PANORÂMICA DA FOZ DO RIO MINHO

- RIO MINHO
Localizado no noroeste da Península Ibérica, é sem dúvida o rio mais importante e poderoso da Galiza e um dos principais da península.
​Conhecido como "pai dos rios galegos", nasceu no Pedregal de Irimia (formação de blocos periglacial), a uma altitude de cerca de 695 metros acima do nível do mar, na encosta oeste da Serra de Meira (montanhas da Cantábria), nos pés do Pico do Forno de Martín (892 msnm) (Meira-Lugo). O seu afluente mais importante é o rio Sil, com 241 km de extensão, cuja confluência ocorre em Os Peares (Lugo), e que traz quase o dobro da água que o Miño leva naquele ponto. Além disso, desde o seu nascimento, à direita, recebe águas dos rios Ladra, Avia, Tea e Louro; e à esquerda dos rios Neira, Arnoia, Moura e Coura, entre outros.
​Desde 1864 (Tratado de Limites, assinado em Lisboa em 29 de setembro de 1864), os últimos 77,8 km do rio Minho servem de fronteira física e administrativa entre Espanha e Portugal, desde a foz do rio Troncoso ou Barxas (também fronteira) até a foz do Oceano Atlântico, entre as cidades de Caminha (Pt) e A Guarda (Es). É o chamado Troço Internacional do Rio Minho (TIRM).
A bacia hidrográfica do troço internacional do rio Minho (CHIRM) abrangue 1.918 km2, correspondendo a 11,3% da área total da bacia hidrográfica. Administrativamente, abrange as províncias galegas de Ourense e Pontevedra e o distrito de Viana do Castelo na parte portuguesa. A um nível menor, na Espanha, abrange 26 concelhos e, em Portugal, 9 municípios.
No troço internacional o vale alarga-se, diminuindo gradualmente a velocidade da água e permitindo maior deposição de materiais devido a alterações naturais do curso do rio (variações sazonais) ou por influência humana (a construção de reservatórios na década de 1960 limitou os picos de caudal e aumentou a sedimentação, bem como a existência de pesqueiras, que também afectam a dinâmica sedimentar). Essa sedimentação permite a formação de bancos de areia ou ilhas aluviais: as morraceiras, ínsuas ou mouchões, típicas da parte baixa, embora existam também ilhas rochosas graníticas, mais típicas da parte alta (a montante de Monção). Esses processos são muito dinâmicos, as ilhas podem formar-se em dias ou anos, desaparecer, mover-se ou consolidar e serem colonizadas pela vegetação. As mais conhecidas são as de Canosa, Morraceira do Grilo, Boega ou grupo de Verdoejo. Essas ilhas são áreas de grande interesse ecológico. A questão da nacionalidade das ilhas é muito complexa devido à sua própria dinâmica de formação/desaparecimento. O único documento existente assinado pelos dois países é o Tratado de Límites de 1864, e seus anexos de 1866 que delimitaram a fronteira do rio. Hoje, a situação das ilhas é obviamente muito diferente daquela época. Com base na fotointerpretação de ortofotos e imagens de satélite (históricas e atuais), foi feito um inventário aproximado das ilhas existentes no TIRM, considerando-se estas como terras permanentemente emersas, cercadas por água (em regimes normais de fluxo) e com vegetação consolidada. Os pequenos afloramentos rochosos foram desprezados. O uso das ilhas internacionais ​também é regulamentado, principalmente a caça,é da competência da Capitania do Porto de Caminha (Autoridade Marítima Nacional) e da Comandancia Naval del Miño (Armada Española).
​A ilha de Santo Isidro, conhecida como Ínsua, localizada fora da foz do Minho, ao lado da praia de Moledo (Caminha), pertence a Portugal. É uma ilha granítica, sem relação geomorfológica com as anteriores. Abriga o Forte da Ínsua ou Forte de Nossa Senhora da Ínsua, uma fortificação do século XVII classificada como Monumento Nacional.
Historicamente, o rio Minho tem sido bem documentado em importância como uma marca do território que abrange, conforme descrito por autores como Estrabón, Mela, Plinio ou Ptolomeu. A origem etimológica de -Miño- é controversa entre os investigadores. Alguns autores mencionam que a origem pode estar no termo latino minio, que significa "a cor do minio", um mineral vermelho. Essa afirmação vem da mais antiga referência existente feita por Marco Juniano Justino, um grande historiador da Segunda Era de outra época. Em sua obra Justini Historiarum Philippicarum Libri XLIV, antologia da história universal da antiguidade que foi escrita por Trogo Pompeyo (historiador galo-romano do primeiro século), que não é preservada, em relação aos territórios de Gallaecia, de sua riqueza mineral e o nome que ele tirou de um rio.
Uma interpretação seria "abundante [a Galiza] tanto em cobre quanto em chumbo e em minio, que até deu nome ao rio vizinho". Esta afirmação não parece correta, uma vez que o vale do rio Minho não possui depósitos minerais nem as suas águas têm essa cor. Seria mais provável que ele se referisse ao rio Sil por uma etimologia de remissão ao termo latino sil, no grego Okhra, ou seja, o ocre (óxido de ferro), já que possui águas dessa cor, principalmente porque na sua bacia localizam-se importantes explorações de ouro.
​Muito provavelmente, como é afirmado por outros autores, a origem de -Miño- está na raiz indo-européia *mein- "anda, marcha, flui" ou tem uma relação com hidrônimos pré-europeus como *men-iyo- "mountain" para o que seria o rio "montanhoso", muito consistente com a topografia galaica.


RIBEIRO DE SÃO GONÇALO (TRAVESSIA)

Waypoints

PictographCastle Altitude 121 ft
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Forte de Lovelhe

Este forte seiscentista foi construído pela altura das Guerras da Restauração para reforçar o sistema de defesa raiano da vila de Cerveira. Agiria em conjunto com o Castelo, o Penedo do Castelinho e a Atalaia de Lovelhe. Mandado construir pelo General D. Francisco de Azevedo que era também engenheiro, o Forte de Lovelhe terá sido erguido entre 1660 e 1662. A única porta de entrada encontra-se voltada a Sudeste. É composta por dois arcos de volta perfeita e um corredor. No interior, na praça de armas, são ainda visíveis ruínas dos antigos quartéis, cavalariças, paiol e capela, e três rampas de acesso aos terraplenos. Em 1758, já quase um século depois da Guerra da Restauração, a praça estava sem guarnição e sem sentinela. Quartéis e armazéns arruinados. O Forte de Lovelhe serviria até de abrigo para gado. Em 1776, as muralhas seriam reformadas. Os cinco quartéis, incluindo o armazém da pólvora, teriam sido também restaurados. O Forte de Lovelhe tinha novamente valia militar, com cinco a dez soldados em permanência. Algumas décadas depois, em 1809, o Forte de Lovelhe, enfrentaria o seu maior desafio. No decurso da 2a invasão francesa, o Forte ajudaria a repelir os exércitos bem treinados do General Soult. O General Soult quando teve oportunidade, levou a cabo a sua vingança. Depois de entrarem em Portugal, por Chaves, conduziu as tropas napoleónicas a Vila Nova de Cerveira incendiando e pilhando tudo por onde passavam. Entre roubos e saques, as tropas de Napoleão fizeram explodir as instalações interiores deste Forte. No século XIX, o Forte de Lovelhe perderia definitivamente a sua função militar. Em 1857 serviu como lazareto, devido a uma epidemia. No início do século XX, é vendido um dos prédios militares do Forte. Na década de 30 vários quartéis e outros edifícios no interior do Forte foram alugados a particulares. Nos anos 80 e 90, já sob tutela pública, o Forte de Lovelhe foi sujeito a obras de requalificação.

PictographRuins Altitude 368 ft
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Atalaia de Lovelhe

Situada na encosta oeste do Monte da Senhora da Encarnação, sobranceiro a Vila nova de Cerveira e ao Rio Minho, a Atalaia, ou Fortim da Atalaia, localiza-se a 100 metros de altitute, sendo acessível pela estrada da Senhora da Encarnação. Atualmente, a pequena fortaleza é rodeada por vegetação abundante. O fortim apresenta um corpo central de planta centralizada, formando um torreão circular, correspondente à bateria, cuja fachada é rodeada por cornija e rasgada por fenestrações, precedidas por balcões suportadas por cachorros. No centro deste edifício foi construída uma cisterna. A bateria é rodeada por uma muralha, que comportava o caminho de ronda, na qual foi rasgada a entrada principal da fortaleza, em arco quebrado. A Atalaia é uma construção anterior às Guerras da Restauração, podendo datar-se a sua edificação entre o início do século XVI e os meados do século XVII. Na verdade, esta construção moderna de tipo mota-fosso-rampa-torre circular terá substituído uma torre de atalaia medieval, já que alguns autores referem que há notícias de uma atalaia situada no Monte da Senhora da Encarnação desde o ano 714, quando foi registada pelas tropas do califa Muza durante a invasão muçulmana. Mais tarde, durante a invasão normanda de 1015, terá servido como local de alerta da incursão das tropas inimigas, utilizado o sistema de fachos. A sua localização estratégica na defesa da fronteira constituída pelo Rio Minho terá sido fundamental para manter a estrutura ativa e renovada depois da independência de Portugal, à semelhança do que aconteceu com o castelo de Vila Nova de Cerveira durante os reinados da Primeira Dinastia. Na Idade Moderna, a decisão de construir, ou mais concretamente reconstruir, o fortim voltou a prender-se com opções geoestratégicas de defesa da fronteira, já que a localização da atalaia e o seu ângulo de tiro eram "um complemento defensivo, de rectaguarda e de apoio a qualquer tentativa de assalto ao castelo da vila [de Cerveira] e ao forte de Azevedo-Lovelhe", este último edificado já depois de 1640, impedindo assim o avanço de exércitos inimigos que surgissem da Serra da Gávea ou protegidos pelas fortalezas do lado galego da fronteira do Rio Minho. A Atalaia está classificada como monumento de interesse público desde 2017.

PictographPanorama Altitude 668 ft
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Miradouro do Espírito Santo (Porta do Céu)

Muito próximo do centro de Vila Nova de Cerveira, na Serra da Gávea, encontram-se as ruínas remanescentes da Capela do Espírito Santo da qual apenas existe o pórtico de entrada, na fachada frontal e dois alinhamentos em pedra, que marcam o início da construção das paredes laterais que nunca foram concluídas. Apesar disso, o pórtico virado para o rio Minho e para Espanha atraí muitos curiosos e tornou-se num miradouro imensamente fotografado, pela sua peculiaridade. Do alto da montanha, o pórtico enquadra na perfeição o vale do Minho, a ilha dos amores e a paisagem espanhola, sendo conhecido como "Porta do Céu" pela sua localização única.

PictographWaypoint Altitude 583 ft
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Escadinhas da Encarnação

PictographReligious site Altitude 781 ft
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Capela de Nossa Senhora da Encarnação

Diz a tradição que no local onde hoje se ergue um cruzeiro em granito, a sul da capela, apareceu Nossa Senhora da Encarnação, representada sob a forma de uma pequena imagem, sentada dentro de um oratório de folha e vidro com umas asas. Acrescenta ainda que numa gruta de penedia, perto da capela, vivia um ermitão que era guardião da Senhora. Já um documento das Memórias Paroquiais de 1758, fazia referência a uma capela de Nossa Senhora de Encarnação, de construção pobre, sita no monte de Crasto. No altar talhado em madeira encontrava-se a imagem de Nossa Senhora da Encarnação e no altar lateral as imagens do Senhor do Socorro, Santa Luzia e Santa Brízida. Em 1944, um incêndio destruiu a capela escapando a imagem da padroeira por se encontrar na Igreja da paróquia. De imediato se iniciou a reconstrução da capelinha, que foi decorrendo de forma gradual, conforme as doações dos fiéis, sendo inaugurada em 1967. Mais tarde procedeu-se à abertura de uma estrada e arranjos no exterior da capela.

PictographPanorama Altitude 983 ft
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Miradouro do Cervo

Trata-se do miradouro mais conhecido de Vila Nova de Cerveira, localizado junto à escultura do Cervo, uma popular obra em ferro da autoria do escultor José Rodrigues. Localizada numa colina denominada Alto do Crasto, é uma homenagem ao símbolo da vila onde, antigamente, abundavam veados. O Miradouro do Cervo está implantado sobre as ruínas arqueológicas da primeira fortificação das Terras de Cerveira, um castelo roqueiro erigido nos inícios da idade média, aproveitando a localização geoestratégica do Monte da Senhora da Encarnação, para controlar toda a entrada do vale do Minho. Apesar de estar situado a apenas 300 metros de altitude, espanta pela vista de extrema beleza e imponência. Daqui poderá vislumbrar grande parte do rio Minho, desde a passagem por Valença até à foz, em Caminha. Do outro lado, vê-se o concelho de Tominho, já na Galiza. Do lado de cá poderá ver uma parte do concelho de Vila Nova de Cerveira, assim como a Serra da Arga e a Serra de Góis. No centro do rio encontra-se a ponte internacional – mais conhecida como Ponte da Amizade, que liga Cerveira a Goián –, as ilhas da Boega e dos Amores. Sem dúvida, um dos mais belos miradouros do país!

PictographPhoto Altitude 993 ft
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Baloiço do Cervo

O Baloiço do Cervo (CerLove) tem dois lugares e está instalado no monte do Miradouro do Cervo. Daqui pode vislumbrar boa parte do leito do rio Minho, desde a passagem por Valença até à foz, em Caminha, com o oceano Atlântico lá ao fundo.

PictographPanorama Altitude 1,079 ft
Photo ofPanorâmica (Cervo, Baloiço e Rio Minho) Photo ofPanorâmica (Cervo, Baloiço e Rio Minho) Photo ofPanorâmica (Cervo, Baloiço e Rio Minho)

Panorâmica (Cervo, Baloiço e Rio Minho)

PictographLake Altitude 1,127 ft
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Lagoa do Cervo

PictographSummit Altitude 1,781 ft
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Alto da Salgosa

PictographPanorama Altitude 1,739 ft
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Panorâmica do Convento San Payo

O Convento San Payo, fundado nos fins do séc. XIV por religiosos provenientes da Galiza, pertencentes à Congregação dos Frades Menores de S. Francisco, foi o quarto Convento Franciscano a ser construído em Portugal. As asperezas do isolamento, os sucessivos saques e imposições políticas ao longo dos séculos, contribuíram para que o convento progressivamente caísse em ruínas e finalmente abandonado em meados do século XIX. Até que um dia o Escultor José Rodrigues o (re)encontra … Pelo cuidadoso restauro de que foi objecto, o Convento constitui um museu em si, por conservar e patentear um espécimen raro de arquitectura conventual e de franciscanismo observante. Habitado por uma das mais notáveis referências da arte portuguesa contemporânea, tornou-se uma espécie de museu - atelier. A colecção de esculturas, desenhos e pinturas, de propriedade do autor que o integra, num acervo de algumas centenas de peças, permite ao visitante conhecer melhor a obra de José Rodrigues. O Convento San Payo promove visitas e oficinas de sensibilização à Arte e Natureza, que têm como ponto de partida as colecções e obras do Escultor José Rodrigues.

PictographRuins Altitude 841 ft
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Casa do Guarda Florestal da Bagoada

PictographFountain Altitude 697 ft
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Fonte da Bagoada

PictographReligious site Altitude 260 ft
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Capela de São Pedro de Rates

PictographWaypoint Altitude 165 ft
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Forca de Vila Nova de Cerveira

Nas costas da capela de S. Roque, sobre um morro pedregoso parcialmente encoberto pelas moradias que invadiram já o sopé, ergueu-se outrora a forca de Vila Nova de Cerveira. As suas origens remontam à Idade Média (séc XIV). É composta por dois pilares quadrados de cantaria, que sustentavam a trave de suspensão. Habitualmente, a forca localizava-se nos arredores da povoação, em ponto bem visível. A aplicação da justiça tinha um propósito dissuasor, demonstrado pela aplicação da pena de morte, e no modo como os corpos eram deixados em exposição. A forca de Vila Nova de Cerveira não foge a esta regra. Sendo um objeto de negra memória, mantém-se ainda hoje bem conservada, tendo sido reposto um pilar e as traves de suspensão.

PictographSummit Altitude 2,049 ft
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Alto da Pena

O marco Geodésico do Alto da Pena assinala o ponto mais elevado do concelho de Vila Nova de Cerveira.

PictographCastle Altitude 41 ft
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Castelo de Vila Nova de Cerveira

O Castelo inicia a sua história no século XIV com a fundação de Vila Nova de Cerveira. Após a assinatura do tratado de Alcanices que definiria as fronteiras dos reinos de Portugal e de Espanha, D. Dinis pôs em prática o seu plano de povoamento e defesa das terras raianas. Escreveu uma carta ao seu representante nesta terra para informar que era sua vontade fazer uma póvoa e edificar um castelo. Em 1321, atribuiu a Cerveira a sua primeira Carta de Foral e enviou cem homens para reforçar o povoamento desta terra nas margens do Rio Minho. Deu até privilégios a quem quisesse vir para cá morar: quem houvesse cometido um crime, mesmo que grave, poderia alcançar o perdão morando nesta terra se dali em diante vivesse uma vida regrada. Começou assim a construção desta fortificação em formato oval. Chamamos-lhe castelo, mas objetivamente é uma cerca porque para além da função militar, albergou desde sempre casas particulares em arruamentos bem definidos. Já no tempo de D. Dinis dificilmente caberiam no interior da cerca todas as casas dos cem povoadores. A Vila deveria estender-se além muros. O acesso ao Castelo fazia-se não como hoje pela Porta por baixo da Capela da Nossa Senhora da Ajuda, mas pela Torre de Menagem. Podemos ainda ver o escudo de D. Dinis a encimar essa entrada. Do lado do rio foi aberta uma outra porta, “A Porta da Traição”. A barbacã que envolve o castelo é posterior, do tempo das revoltas de 1383-85. Esta segunda linha de muralhas, mais baixa, será obra ou de D. Fernando ou de D. João. Já no século XIX, entre a autarquia e o Ministério da Guerra, estabeleceu-se um contencioso que se prolongou por vários anos até ao início do século XX. Em pleno século XX, e com uma outra mentalidade sobre o património, depois de obras de requalificação do Castelo, iniciou-se um processo de adaptação a Pousada. A Pousada, chamada D. Dinis em honra do rei, foi inaugurada em 1982.

PictographFountain Altitude 813 ft
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Fontanário de Nossa Senhora da Encarnação

PictographRiver Altitude 306 ft
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Ribeiro de São Gonçalo

Comments  (4)

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi Dec 7, 2021

    I have followed this trail  View more

    As terras de Cerveira são lindas!! E guiados por quem as conhece mesmo bem, é um luxo. Um muito obrigado ao nosso amigo Zé Gomes. Foi um trilho belíssimo!

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Dec 7, 2021

    Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
    Esta caminhada em terras de Cerveira foi memorável, quer pelos trilhos que o nosso "guia" Zé Gomes nos levou, quer pela beleza desta região. E sempre na melhor companhia!! Boas caminhadas.

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ Jun 15, 2022

    Ainda recentemente estive nesta região, que é mesmo muito bonita! Cerveira é uma vila belíssima, visitá-la é um prazer! Este trilho percorre locais fantásticos, autênticos ícones desta região. Muito bom!! Abraço.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Jun 15, 2022

    Obrigado, _BIO_RAIA_ pelo comentário e avaliação do trilho.
    Partilho em absoluto da sua opinião, Cerveira é linda!! Abraço!

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