Trilhos de Baião III: pelo vale do rio Ovil e carvalhal de Reixela
near Queimada, Porto (Portugal)
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Itinerary description
RIO OVIL (LUGAR DE MEDIM)
PEQUENO RIBEIRO POR CARVALHAL (ENCOSTAS DA ABOBOREIRA)
- Este trilho teve por base o percurso desenhado e percorrido por João Quina, (a quem desde já agradeço a partilha), que o testou no terreno no início de janeiro de 2024.
- Trilho circular sem marcações mas que coincide em alguns troços com o percurso oficial PR1 BAO: Trilho das Florestas Naturais (essencialmente na passagem pelas encostas da Aboboreira, entre Ovil e Queimada), com início e fim na rua Cimo de Vila de Queimada, junto à N321 (opcional);
- Partindo-se da aldeia de Queimada, no sentido dos ponteiros do relógio, após deixar o casario rural desta, desceu-se até aos lameiros junto ao ribeiro de Loivos e restantes linhas de água que originam o rio Ovil. Atravessada a ribeira, subiu-se até à aldeia de Casal de Arão, na encosta oposta do vale onde, após cerca de 500 metros por estrada, nos desviamos para a direita e entrou-se no Carvalhal de Reixela, uma das maiores e mais importantes manchas de Carvalho Alvarinho (Quercus Robur) de Portugal e da Península Ibérica. Todo o troço que percorre este carvalhal é belíssimo, constituindo, sem dúvida, um dos pontos de maior interesse de todo o percurso. Ao sair-se do carvalhal entra-se numa calçada rural que, encosta acima, nos levará até à aldeia de Matos. O troço seguinte une esta aldeia a Outoreça, sempre a meia encosta pelo meio de urzais e giestais. Ao entrar-se na aldeia, o percurso deriva para a esquerda na direção do Parque de Lazer de Medim, outro local de especial beleza em redor do rio Ovil. Aliás, segue-se agora junto a este pela sua margem direita durante cerca de 500 metros, ponto onde nos afastamos do rio para subir na direção das aldeias de Mervins, primeiro, e Chavães, logo a seguir. Contornando a orografia da encosta, dirigimo-nos para Ovil, passando pela sua Igreja S. João Batista e, por entre casario disperso, alguns arruamentos e caminhos rurais, chegamos novamente à N321. Neste ponto, por opção, fizemos um pequeno desvio (400 m) até à aldeia de Boscras, mais concretamente para almoçarmos na Tasca do Bozo, local que recomendamos vivamente tendo em conta a qualidade e o preço das refeições e petiscos que aí podemos degustar. Após o almoço e bem compostos (corpo e alma), regressamos ao ponto onde teríamos que atravessar a N321 para retomar o trilho e subir na direção dos carvalhais que se espraiam pelas encostas da serra da Aboboreira. IMPORTANTE - APÓS PASSAR O CASARIO DO LUGAR DE CARVALHAL, ATRAVESSA-SE UM SOUTO PRIVADO QUE, PARA JÁ, NÃO É UM OBSTÁCULO. CONTORNANDO O MESMO PELA ESQUERDA, APÓS SUBIR A PRONUNCIADA LADEIRA, É FUNDAMENTAL TOMAR UMA DAS SEGUINTES DUAS OPÇÕES: SEGUIR EM FRENTE PELO CAMINHO ATÉ AO ESTRADÃO FLORESTAL E NESTE VIRAR À DIREITA (OPÇÃO FÁCIL E SEM COMPLICAÇÕES) OU, EM ALTERNATIVA, SEGUIR O TRILHO QUE AQUI SE PUBLICA. ESTA SEGUNDA OPÇÃO DEVEU-SE AO FACTO DE TERMOS CONHECIMENTO DE QUE NESTAS ENCOSTAS EXISTEM ANTIGOS CAMINHOS MURADOS QUE ATRAVESSAM O DENSO CARVALHAL, CAMINHOS ESSES BELÍSSIMOS MAS QUE CAÍRAM EM DESUSO E NÃO ESTÃO ASSINALADOS NOS MAPAS. COM PACIÊNCIA E ALGUMA DETERMINAÇÃO, PODE-SE IR EXPLORANDO ESTA VERTENTE DA ABOBOREIRA. FOI ISSO QUE FIZEMOS, PORÉM, ATÉ UM CERTO PONTO, POIS AS HORAS PASSAVAM RÁPIDO E ESTE TIPO DE EXPLORAÇÃO REQUER TEMPO, UMA VEZ QUE O TERRENO NÃO ESTAVA AINDA RECONHECIDO. POR CONSEGUINTE, FICA AQUI O REGISTO DO QUE FOI POSSÍVEL PERCORRER E AS RESPETIVAS ADVERTÊNCIAS NOS LOCAIS MAIS COMPLICADOS E DE DIFÍCIL PASSAGEM. Retomado o percurso no estradão florestal, resta agora "rolar" tranquilamente até ao fim, por entre o denso e sublime carvalhal que nos rodeia nestas belas encostas da serra da Aboboreira e desfrutar das magníficas vistas panorâmicas sobre o vale do rio Ovil, a mancha verde do carvalhal de Reixela nas encostas opostas e os promontórios que o rodeiam, com destaque para o castelo de Matos. Após percorrer os cerca de 4 kms de estradão, chegamos mais uma vez à N321, local de início e término deste trilho;
- Ao longo do trajeto existem vários pontos de referência, com destaque para os densos carvalhais de Reixela e da serra da Aboboreira (nas encostas opostas), o casario rural das aldeias de Queimada, Casal de Arão, Matos, Outoreça, Chavães e Ovil, a capela de São Tiago (Queimada) e a igreja de S. João Batista de Ovil, as calçadas rurais de Matos, o Parque de Lazer de Medim e o rio Ovil, a Casa de Chavães, a Tasca do Bozo em Boscras, os antigos caminhos murados pelos carvalhais da Aboboreira, as excecionais vistas panorâmicas sobre o vale do rio Ovil e, por fim, todo o entorno natural e rural que esta magnifica região de Baião nos proporciona;
- Este é um percurso longo e abrangente, sendo uma boa alternativa para quem gosta de caminhadas mais longas mas sem serem fisicamente demasiado exigentes;
- Misto de caminhos rurais, estradões florestais, antigas calçadas, ruas calcetadas e algum (pouco) piso asfaltado;
- Percurso acessível, mas com características moderadas, sobretudo pela distância percorrida, assim como por alguns declives mais acentuados. Se chover e com vento, as dificuldades serão acrescidas. O uso de GPS constitui sempre uma boa ajuda e, neste caso concreto, é essencial devido à ausência de marcações no trilho;
- No seu todo é um percurso muito bonito que resulta numa excelente opção para um dia de caminhada. Permite usufruir da excecional paisagem rural do vale do rio Ovil, assim como de um bom conjunto de pontos de interesse, com absoluto destaque para o carvalhal de Reixela. É, sem dúvida, uma experiência muito gratificante percorrer estes caminhos cheios de história e cultura popular. O concelho de Baião e a recém criada Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira no seu melhor. Altamente recomendado!
MANJEDOURA (ALDEIA DE QUEIMADA)
CARVALHAL DE REIXELA (PORMENOR DO PERCURSO)
Outros percursos realizados nesta região:
Trilhos da Serra da Aboboreira
PR1 MCN - Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago
Trilhos do Marão: percurso do 30º 'Abril Marão' (2022)
PR7 MCN - Margens e aldeias do rio Ovelha (alargado)
PR4 BAO/MCN/AMT - Trilho dos Dólmens
Trilhos de Baião I
Trilhos de Baião II
Trilhos da Aboboreira
Rota do Românico: entre Marco de Canaveses e Baião
Pelo Marão, até Gondar
GADO OVINO (ALDEIA DE CASAL DE ARÃO)
RIBEIRO DOS LOUREIROS
- PR1 BAO: TRILHO DAS FLORESTAS NATURAIS (Descrição oficial)
A Igreja Matriz de S. João de Ovil marca o início deste percurso. A título de curiosidade, poderá visualizar parte de um friso românico na fachada norte da igreja, testemunho de um primeiro templo aqui erigido.
A paisagem que se observa nas áreas de meia encosta reflete a natureza dinâmica da vegetação e a forma como esta evoluiu na ausência de usos e outras perturbações causadas pelo Homem. O abandono agrícola e pastoril permitiu a recuperação da vegetação espontânea e o desenvolvimento de extensos carvalhais jovens de carvalho-alvarinho e carvalho-negral.
As encostas da serra encontram-se sulcadas por várias linhas de água, colonizadas pelo salgueiro-negro e pelo amieiro. Aí poderá observar diversas espécies de fauna, como a rã-ibérica ou o lagarto-de-água, cujos machos se distinguem bastante bem na época de reprodução pela coloração azul-turquesa do pescoço e cabeça.
Na parte superior do percurso, encontrará grande parte dos monumentos mais emblemáticos do Conjunto megalítico da Serra da Aboboreira: o menir da Pena e os dólmens de Chã de Parada 1 e Meninas do Crasto 3.
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: cultural, ambiental e paisagístico
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Ovil, Baião
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Igreja Matriz de S. João de Ovil, Ovil
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 04h30
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 12,6 km
- GRAU DE DIFICULDADE: média
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +644m / -644m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 528m / 944m
- ÉPOCA ACONSELHADA: todo o ano
CASARIO EM RUÍNAS (ALDEIA DE MATOS)
HABITANTE "FELINO" DA ALDEIA DE MATOS
- PAISAGEM PROTEGIDA REGIONAL DA SERRA DA ABOBOREIRA
A Serra da Aboboreira e o território envolvente constituem no seu conjunto um espaço de elevado valor natural, cultural, paisagístico e económico, situado na confluência dos Municípios de Amarante, Baião e Marco de Canaveses, onde os residentes desenvolvem as suas atividades socioeconómicas e os visitantes podem desenvolver diversas atividades de recreio e lazer. Estas atividades são potenciadas, por um lado, pela multiplicidade de ecossistemas e pela biodiversidade que neles ocorre, e pelas paisagens de grande amplitude e qualidade visual. Por outro lado, os valores culturais e a ancestralidade do património arqueológico e arquitetónico presente, de elevada importância no contexto nacional, promovem e potenciam o desenvolvimento de economias locais, em particular no que respeita ao sector do turismo, e incrementam a competitividade territorial.
O património natural e cultural de um território contextualiza a decisão e ação do Homem. A caracterização e a análise das relações ancestrais entre as atividades humanas e o meio biofísico são fundamentais no sentido de promover um adequado planeamento, ordenamento e gestão do território. O papel das autarquias e suas associações como atores privilegiados no prosseguimento do desenvolvimento sustentável e o empenho demonstrado pelos municípios de Amarante, Baião e Marco de Canaveses, e pela Associação de Municípios do Baixo Tâmega, na conservação e preservação deste território, nomeadamente através da promoção do procedimento conducente à classificação da mesma como Área Protegida, conduziu à classificação desta área como Paisagem Protegida de âmbito Regional.
A classificação da Serra da Aboboreira como área Protegida tem por efeito possibilitar a adoção de medidas eficazes que permitam a manutenção e valorização da diversidade biológica e geológica, dos ecossistemas e dos seus serviços, e do caráter da paisagem, assim como a mitigação de (e a adaptação a) fatores de risco históricos e emergentes, e ainda a preservação e manutenção do património cultural e o envolvimento das populações locais na economia e gestão sustentável do território.
CANASTRO OU ESPIGUEIRO (ALDEIA DE QUEIMADA)
GADO ASININO (ALDEIA DE OUTOREÇA)
- BAIÃO
O concelho de Baião, do distrito do Porto, localiza-se na Região do Norte e do Tâmega e situa-se no norte de Portugal, na margem norte do rio Douro. Fica enquadrado na serra do Marão, sendo o concelho mais interior do distrito. Confina com os concelhos de Marco de Canaveses a oeste, Amarante a norte, Mesão Frio e Peso da Régua a este, e Resende e Cinfães a sul, ambos do distrito de Viseu. Constitui uma área de transição entre as regiões transmontana e de Entre-Douro-e-Minho.
O concelho assume um carácter rural, com paisagens de serrania, cortadas pelos leitos do rio Douro e dos seus afluentes, com destaque para os rios Teixeira e Ovil, pontuadas por férteis campos agrícolas. O natural ou habitante de Baião denomina-se baianense.
O povoamento do território do concelho remonta à pré-história. Existem referências a Baião do século XI. Obteve foral em 1513 concedido por D. Manuel I. Os seus principais monumentos são o Castro do Cruito, o Pelourinho da Teixeira, o Convento de Ancede e a Casa de Tormes. Este concelho terá servido de inspiração ao escritor Eça de Queirós, que aqui viveu, tendo habitado no Solar de Tormes.
O folclore de Baião encontra-se patente nos ranchos folclóricos. Estes usam instrumentos variados, como a viola de chula, o cavaquinho e a rabeca, entre outros. Nas danças tradicionais evidenciam-se a chula de Baião, o malhão, a contra dança e a cana verde.
Da tradição do concelho fazem também parte os carros de bois, puxados por uma junta de bois. As vindimas realizam-se por volta do mês de setembro. Carregam-se cestos com uvas, que depois são levados às costas por homens. São cada vez mais raros os lagares onde antigamente se fazia a pisa das uvas. A tecelagem, os trabalhos em cantaria, a cerâmica, a funilaria, a ferraria, a cestaria com os cestos de piorna, as bengalas, as mantas de retalhos e os chapéus de palha compõem as principais atividades e os principais produtos do artesanato do concelho.
O setor primário domina a economia local, sendo a agricultura a principal atividade nas várias freguesias. Nos solos férteis produzem-se cereais, produtos hortícolas, frutas e vinhos. A pecuária e a exploração florestal encontram-se também presentes e, juntamente com alguns serviços, o pequeno comércio, a pequena indústria, nomeadamente de confeções, e a construção civil completam o quadro económico do concelho de Baião.
ANTIGA CALÇADA RURAL (ALDEIA DE MATOS)
CAMINHO PELO CARVALHAL DE REIXELA
Waypoints
Caminho a corta-mato
NOTA: este curto troço foi realizado a corta-mato. Existem silvas e arbustos que é necessário atravessar, embora não sejam (para já) muito complicados de transpor. Em alternativa, pode-se voltar um pouco atrás e subir para o estradão por zonas mais acessíveis.
Carvalhal de Reixela (1)
Localizado na freguesia de Campelo e Ovil, o Carvalhal de Reixela é uma das maiores manchas de Carvalho Alvarinho (Quercus robur) de Portugal e da Península Ibérica e estende-se por mais de 15 hectares. Trata-se de um dos verdadeiros refúgios de espécies naturais. Numa área de Carvalhal onde pontificam exemplares magníficos de Carvalho Alvarinho e Negral, é à sombra das suas árvores que podemos encontrar diversas espécies de artrópodes, muitas delas em vias de extinção e de difícil observação noutras paragens. Nesta área rica em biodiversidade poderá descobrir e observar espécimes imponentes de águia de Asa Redonda e monumentais exemplares de azevinho, amieiro, salgueiro e freixo. Em 2014 foi criado o Centro Interpretativo do Carvalhal de Reixela, Baião - CIAR, numa tentativa de dar a conhecer, com o devido cuidado, este verdadeiro património Nacional.
Casa de Chavães
Na Casa de Chavães funciona o Comando Sub-Regional da Proteção Civil para o Tâmega e Sousa. Este novo modelo sub-regional de Proteção Civil, em vigor desde o início de 2023, põe termo aos 18 comandos distritais de operações de socorro (CDOS), criando 24 comandos sub-regionais, implementado um comando sub-regional no território correspondente a cada uma das comunidades intermunicipais (CIM). Segundo o despacho que estabelece as condições de funcionamento destas novas estruturas de emergência e proteção civil, o Comando Regional do Norte abrange os comandos sub-regionais do Alto Minho; do Alto Tâmega e Barroso; da Área Metropolitana do Porto; do Ave; do Cávado; do Douro; do Tâmega e Sousa; e das Terras de Trás-os-Montes.
Estradão florestal
NOTA: neste ponto, o acesso ao estradão é complicado devido à vegetação. Com algum esforço e determinação é possível, mas é preciso paciência para desviar silvas e pisar bem a vegetação no terreno inclinado para se aceder ao estradão.
Comments (4)
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Scenery
Moderate
Espetacular! Faz tempo que queria conhecer o carvalhal de Reixela e esta foi a oportunidade perfeita. É simplesmente magnifico e vou ter o prazer de, nos próximos tempos, visita-lo mais vezes no trabalho de campo que tenho agendado. Foi uma jornada daquelas... com direito a almoço divinal e tudo! Grande abraço e até breve (assim o espero)!!!
Olá, _BIO_RAIA_!
Sem dúvida que este vale de Ovil é belíssimo. E o carvalhal de Reixela é uma pérola que, tendo em conta a criação recente da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira, espero seja bem cuidado e preservado, pois é mesmo uma jóia daquelas que já poucas temos. Fico a aguardar a disponibilidade para uma próxima incursão nesta bela região. Grande abraço!
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O trilho é muito bonito, muito verde, com passagem por locais fantásticos. Pessoas simpáticas, muitos animais, belas calçadas, carvalhais lindíssimos... enfim, todo um conjunto de atrativos que nos preencheram bem o dia! E gostei mesmo de almoçar em Boscras, na Tasca do Bozo! Quando voltámos lá?? Abraço :)
Viva, Aiguille du Midi! Por mim ia lá almoçar todas as semanas (mas fica fora de mão e era capaz de ficar um pouco pesado no orçamento mensal, eh, eh!) Mas nada como combinar uma nova incursão por esta região e assim fica a deixa para regressarmos ao Tasco do Bozo (grande posta, sem dúvida!!!). E obrigado pela avaliação do trilho, grande abraço!