TRILHOS DA SERRA DA ABOBOREIRA (PR1+PR3)
near Vilarelho, Porto (Portugal)
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FOTOS DESTA E DE OUTRAS TRILHAS EM ”CAMINHANTES"
SERRA DA ABOBOREIRA
A Serra da Aboboreira integra hoje o território administrativo de três concelhos: Amarante, Baião e Marco de Canaveses. Apresenta altitudes em geral superiores a 700 metros, com um clima de Terra Temperada Fria e uma geologia contínua de granitos. Inclui espaços de relevo ondulado associado a espaços de planalto com declives que aumentam para as linhas de cabeceira onde se formam as principais linhas de água do território.
Predominam na paisagem os espaços abertos com vegetação de porte baixo, em particular nas áreas planálticas. Dominam os matos rasteiros e os prados de gramíneas altas, perpetuados pelos incêndios e por algum pastoreio. Do ponto de vista da biodiversidade, assinala-se a presença de uma rica fauna de aves de rapina, bem como de turfeiras residuais nas cabeceiras de algumas linhas de água. Nas vertentes da serra da Aboboreira é por vezes vigorosa a regeneração espontânea da floresta nativa de carvalhos.
Os domos e blocos graníticos são também comuns na paisagem, caracterizada por ser uma área muito interessante sob o ponto de vista ecológico e arqueológico. Terá sido o espaço escolhido por povos primitivos para se fixarem há cerca de 5 mil anos.
Atualmente, tentam-se esforços para responder a muitas perguntas relacionadas com as descobertas aí realizadas, sobretudo ao longo do século XX. A Anta de Chã de Parada, que faz parte de um conjunto de monumentos megalíticos constituído por mais três mamoas, está classificada como Monumento Nacional desde 1910, conferindo-lhe um valor sociocultural e arquitetónico relevante. Já o conjunto megalítico da Aboboreira encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1990.
A Anta de Chã de Parada atrai anualmente muitos curiosos, escolas e estudiosos. Construído durante a primeira metade do III milénio a. C., este monumento funerário pré-histórico faz parte de um conjunto de quatro outros exemplares pertencentes à denominada Necrópole Megalítica da Serra da Aboboreira. A mamoa tem uma câmara de planta poligonal, é constituída por oito esteios laterais e um de cobertura, este último de grandes dimensões. De planta sub-retangular, o corredor é relativamente curto. Uma das particularidades desta mamoa reside na presença de um conjunto de pinturas nos seus esteios, todas elas executadas a vermelho, compreendendo alguns motivos circulares, além de um sub-retangular de base trapezoidal e apêndice lateral encurvado.
in. Serra da Aboboreira, património, natureza e paisagem, AMBT
DESCRIÇÃO DO TRILHO
O percurso realizado resulta da junção do PR1-Trilho das Florestas Naturais com o PR3-Trilho dos Caminhos de Água, ambos pertencentes à rede de percursos pedestres da Serra da Aboboreira promovidos pelo Município de Baião +info.
É um trilho circular que percorre essencialmente a Serra da Aboboreira e algumas das suas aldeias da vertente de Baião. A maior parte do percurso é feito por estradão florestal, os trechos das aldeias são em caminhos pavimentados em paralelepípedos.
Iniciamos o percurso, que batizamos de “Trilhos da Serra da Aboboreira”, na Igreja Matriz de S. João de Ovil. A título de curiosidade, que quiser poderá visualizar parte de um friso românico na fachada norte da igreja, testemunho de um primeiro templo aqui erigido.
Seguimos a sinalética do PR1, após iniciar o percurso, a paisagem que se observa nas áreas de meia encosta reflete a natureza dinâmica da vegetação e a forma como esta evoluiu na ausência de usos e outras perturbações causadas pelo Homem.
O percurso leva-nos ao lugar de Castanhal, atravessamos o pequeno lugar e começamos verdadeiramente a subir para a serra. Tivemos alguma dificuldade em encontrar o trilho devido a recente movimentação de terras nesta encosta da serra, mas lá fomos progredindo em direção ao ponto alto e ao estradão florestal… Numa curva acentuada à esquerda, deixamos o estradão florestal para continuar por um caminho à direita que progressivamente vai sendo “comido” pela vegetação, são 500 metros de progressão lenta devido à forte vegetação de giestas e algumas silvas. Aconselho continuar pelo estradão, é um percurso mais longo (+-1km) mas acreditem que valerá bem a pena!
Depois de alguns arranhões lá alcançamos novamente o estradão principal, agora é só seguir pela serra, desfrutar da paisagem, subir progressivamente até ao seu ponto mais alto aos 965 metros. Na parte superior do trilho, encontramos três dólmens que fazem parte dos monumentos do conjunto megalítico da Serra da Aboboreira. Um no PR1, o Dólmen de Chã de Parada, que impressiona pelas suas dimensões generosas e encontra-se erguido num lugar sereno que conforta o espírito.
Dólmen de Chã de Parada. Escreveu José Saramago: “Debaixo destas pedras, o viajante retira-se do mundo”.
Os outros dois no PR3, o Dólmen Meninas de Castro 3, de modestas dimensões e com uma certa graciosidade integra já um segundo momento construtivo que ocorreu nos inícios do IV milénio AC. e o Dólmen Furnas 2, erguido numa pequena elevação, tendo-se a partir dele uma ampla visibilidade, observando-se a norte e a nordeste a Serra do Marão. Trata-se de um dólmen fechado, que integra o primeiro momento de construção deste tipo de monumentos na Serra da Aboboreira: entre finais do V e início do IV milénio A.C.
O Dólmen Meninas de Castro 3 marca o ponto de interseção do PR1 com o PR3. Neste ponto seguimos pela direita o PR3, passando pelos referidos dólmens e começamos a descer a serra em direção a Carvalho de Rei. Este troço do percurso passa por diversos aglomerados rurais de montanha que pela sua arquitetura tradicional e gentes simpáticas são locais de visita obrigatória, como Pé Redondo, a Aldeia Nova e a Aldeia Velha - expressão singular do povoamento em altitude, de padrão concentrado que contrasta com a disseminação em pequenos lugares típica das terras baixas. Conservam uma arquitetura tradicional caraterística, frequentemente polarizada numa eira comum envolvida por conjuntos de espigueiros.
São muitos os lameiros e os campos agrícolas que pontuam a paisagem e os caminhos tradicionais, esses, evidenciam a utilização racional dos recursos, uma vez que servem muitas vezes de levadas por onde passa a água antes de chegar aos campos. É um percurso muito bonito que mostra que Homem e Natureza podem coexistir em harmonia.
Passado pela Aldeia Velha o trilho volta a subir em direção ao planalto da serra, onde tem o seu miradouro natural junto de dois cruzeiros que se localizam perto na Capela da Nossa Senhora da Guia, sítio ideal para absorver a paisagem como um todo (Para visitar é necessário fazer um pequeno desvio ao trilho). Deste ponto, alcança-se um vasto e impressionante horizonte: avista-se todo o vale do Rio Ovil e a Serra do Castelo que lhe fica em frente.
Voltamos a intersetar o PR1-Trilho das Florestas Naturais, resta-nos uma forte e ingreme descida de sensivelmente 4 kms até aos arredores de Chavães para contornar o aglomerado por uma bonita floresta em direção a Ovil, local de termino deste trilho.
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A equipa Caminhantes
SERRA DA ABOBOREIRA
A Serra da Aboboreira integra hoje o território administrativo de três concelhos: Amarante, Baião e Marco de Canaveses. Apresenta altitudes em geral superiores a 700 metros, com um clima de Terra Temperada Fria e uma geologia contínua de granitos. Inclui espaços de relevo ondulado associado a espaços de planalto com declives que aumentam para as linhas de cabeceira onde se formam as principais linhas de água do território.
Predominam na paisagem os espaços abertos com vegetação de porte baixo, em particular nas áreas planálticas. Dominam os matos rasteiros e os prados de gramíneas altas, perpetuados pelos incêndios e por algum pastoreio. Do ponto de vista da biodiversidade, assinala-se a presença de uma rica fauna de aves de rapina, bem como de turfeiras residuais nas cabeceiras de algumas linhas de água. Nas vertentes da serra da Aboboreira é por vezes vigorosa a regeneração espontânea da floresta nativa de carvalhos.
Os domos e blocos graníticos são também comuns na paisagem, caracterizada por ser uma área muito interessante sob o ponto de vista ecológico e arqueológico. Terá sido o espaço escolhido por povos primitivos para se fixarem há cerca de 5 mil anos.
Atualmente, tentam-se esforços para responder a muitas perguntas relacionadas com as descobertas aí realizadas, sobretudo ao longo do século XX. A Anta de Chã de Parada, que faz parte de um conjunto de monumentos megalíticos constituído por mais três mamoas, está classificada como Monumento Nacional desde 1910, conferindo-lhe um valor sociocultural e arquitetónico relevante. Já o conjunto megalítico da Aboboreira encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1990.
A Anta de Chã de Parada atrai anualmente muitos curiosos, escolas e estudiosos. Construído durante a primeira metade do III milénio a. C., este monumento funerário pré-histórico faz parte de um conjunto de quatro outros exemplares pertencentes à denominada Necrópole Megalítica da Serra da Aboboreira. A mamoa tem uma câmara de planta poligonal, é constituída por oito esteios laterais e um de cobertura, este último de grandes dimensões. De planta sub-retangular, o corredor é relativamente curto. Uma das particularidades desta mamoa reside na presença de um conjunto de pinturas nos seus esteios, todas elas executadas a vermelho, compreendendo alguns motivos circulares, além de um sub-retangular de base trapezoidal e apêndice lateral encurvado.
in. Serra da Aboboreira, património, natureza e paisagem, AMBT
DESCRIÇÃO DO TRILHO
O percurso realizado resulta da junção do PR1-Trilho das Florestas Naturais com o PR3-Trilho dos Caminhos de Água, ambos pertencentes à rede de percursos pedestres da Serra da Aboboreira promovidos pelo Município de Baião +info.
É um trilho circular que percorre essencialmente a Serra da Aboboreira e algumas das suas aldeias da vertente de Baião. A maior parte do percurso é feito por estradão florestal, os trechos das aldeias são em caminhos pavimentados em paralelepípedos.
Iniciamos o percurso, que batizamos de “Trilhos da Serra da Aboboreira”, na Igreja Matriz de S. João de Ovil. A título de curiosidade, que quiser poderá visualizar parte de um friso românico na fachada norte da igreja, testemunho de um primeiro templo aqui erigido.
Seguimos a sinalética do PR1, após iniciar o percurso, a paisagem que se observa nas áreas de meia encosta reflete a natureza dinâmica da vegetação e a forma como esta evoluiu na ausência de usos e outras perturbações causadas pelo Homem.
O percurso leva-nos ao lugar de Castanhal, atravessamos o pequeno lugar e começamos verdadeiramente a subir para a serra. Tivemos alguma dificuldade em encontrar o trilho devido a recente movimentação de terras nesta encosta da serra, mas lá fomos progredindo em direção ao ponto alto e ao estradão florestal… Numa curva acentuada à esquerda, deixamos o estradão florestal para continuar por um caminho à direita que progressivamente vai sendo “comido” pela vegetação, são 500 metros de progressão lenta devido à forte vegetação de giestas e algumas silvas. Aconselho continuar pelo estradão, é um percurso mais longo (+-1km) mas acreditem que valerá bem a pena!
Depois de alguns arranhões lá alcançamos novamente o estradão principal, agora é só seguir pela serra, desfrutar da paisagem, subir progressivamente até ao seu ponto mais alto aos 965 metros. Na parte superior do trilho, encontramos três dólmens que fazem parte dos monumentos do conjunto megalítico da Serra da Aboboreira. Um no PR1, o Dólmen de Chã de Parada, que impressiona pelas suas dimensões generosas e encontra-se erguido num lugar sereno que conforta o espírito.
Dólmen de Chã de Parada. Escreveu José Saramago: “Debaixo destas pedras, o viajante retira-se do mundo”.
Os outros dois no PR3, o Dólmen Meninas de Castro 3, de modestas dimensões e com uma certa graciosidade integra já um segundo momento construtivo que ocorreu nos inícios do IV milénio AC. e o Dólmen Furnas 2, erguido numa pequena elevação, tendo-se a partir dele uma ampla visibilidade, observando-se a norte e a nordeste a Serra do Marão. Trata-se de um dólmen fechado, que integra o primeiro momento de construção deste tipo de monumentos na Serra da Aboboreira: entre finais do V e início do IV milénio A.C.
O Dólmen Meninas de Castro 3 marca o ponto de interseção do PR1 com o PR3. Neste ponto seguimos pela direita o PR3, passando pelos referidos dólmens e começamos a descer a serra em direção a Carvalho de Rei. Este troço do percurso passa por diversos aglomerados rurais de montanha que pela sua arquitetura tradicional e gentes simpáticas são locais de visita obrigatória, como Pé Redondo, a Aldeia Nova e a Aldeia Velha - expressão singular do povoamento em altitude, de padrão concentrado que contrasta com a disseminação em pequenos lugares típica das terras baixas. Conservam uma arquitetura tradicional caraterística, frequentemente polarizada numa eira comum envolvida por conjuntos de espigueiros.
São muitos os lameiros e os campos agrícolas que pontuam a paisagem e os caminhos tradicionais, esses, evidenciam a utilização racional dos recursos, uma vez que servem muitas vezes de levadas por onde passa a água antes de chegar aos campos. É um percurso muito bonito que mostra que Homem e Natureza podem coexistir em harmonia.
Passado pela Aldeia Velha o trilho volta a subir em direção ao planalto da serra, onde tem o seu miradouro natural junto de dois cruzeiros que se localizam perto na Capela da Nossa Senhora da Guia, sítio ideal para absorver a paisagem como um todo (Para visitar é necessário fazer um pequeno desvio ao trilho). Deste ponto, alcança-se um vasto e impressionante horizonte: avista-se todo o vale do Rio Ovil e a Serra do Castelo que lhe fica em frente.
Voltamos a intersetar o PR1-Trilho das Florestas Naturais, resta-nos uma forte e ingreme descida de sensivelmente 4 kms até aos arredores de Chavães para contornar o aglomerado por uma bonita floresta em direção a Ovil, local de termino deste trilho.
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Waypoints
Waypoint
2,795 ft
DÓLMEN FURNAS 2
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Efectuei este trilho no dia 13/12/2020. Bom trilho, paisagens bonitas, estragadas no cume por um incêndio que deixou tudo queimado.
Mas sim, recomendo, atenção logo no inicio, pouco depois de sair da aldeia de Ovil e após atravessar a estrada cerca de 500 a 1000 metros depois, as silvas tomaram conta do trilho, as picadelas são garantidas. Logo a seguir há um pouco de escalada para fazer na terra solta em que as raizes são as nossas melhores amigas.
Aldeias fantásticas, com gente super simpática.
Não se esqueçam de visitar os dolmens!
Olá Flávio Nuno Silva!
Obrigado pelo comentário e avaliação da trilha. Boas caminhadas.