Trilho - serra do Gerês - Fafião + Salgueiro+ curral do 'Bebedoiro'+curral dos Bicos Altos +curral do Pradolã+curral do Pinhô

Regressamos à serra do Gerês, para mais uma caminhada. O objetivo, era conhecer, o "pequeno curral", que se aloja na cabeceira da depressão dos Bicos Altos e subir ao Pradolã, pela encosta poente. Da última vez que visitamos este belíssimo vale, percebemos que, além do curral dos Bicos Altos, com os seus abrigos pastoris ( novo e velho), há ainda um mais pequeno, com um muro circular, sem abrigo, que mais parece uma antiga silha. Percebe-se que já não é utilizado, e na posição onde está, a ligação ao Pradolã, só poderia ser feita por animais de menor porte, ágeis, por exemplo - a rês. Alguns mariolas, apontam para a sua ligação ao trilho da vezeira , desembocando perto do Pradolã. No topo, junto àquele carreiro , há um "portelo"" em pedra, para evitar que os animais, se precipitem pela encosta abaixo. Foi esta a impressão com que ficamos...
Ao raiar da aurora, depois de nos encontrarmos na cidade de Braga, rumamos até Fafião. A manhã despontou magnífica, ensolarada, com temperatura amena e sem vento. O nevoeiro, ficou-se pelos vales mais profundos. Tudo se conjugava, para uma excelente jornada de montanha. Percurso circular, pouco extenso, face às horas de luz disponíveis , era o condimento essencial, para que tudo corresse bem, além da excelente companhia. Depois de ultrapassada a ponte em betão, sobre o rio de Fafião, passamos pela antiga silha e derivamos, encosta acima até à fonte de Salgueiro. Subida prolongada, por entre o que resta de troncos de árvores e sulcos provocados pela forte erosão, devido à pendente da encosta. Depois do curral, avançamos para a travessia da Corga de Carnicente. Desta zona já se pode ver o Penedo Torrão e espreitar para o rio, à procura da ponte da Matança, escondida no fundo do vale. Continuamos a subir até ao curral do Bebedouro ( ou Bebedoiro ? ), onde ainda vai resistindo a frágil vedação, para evitar que os animais se despenhem na corga que se forma a partir dali. Mais à frente, depois de ultrapassado um ribeirinho que se precipita no rio de Fafião, fomos subindo até ao vale dos Bicos Altos, voltando a atravessar a Corga de Carnicente. Paragem obrigatória para observar o "pequeno curral". A vista deste local é excelente, melhorando à medida que se sobe, para o trilho da Vezeira. Um ou mariola, vai-nos dizendo, que por ali já andou gente. Procurando as melhores passagens, fomos ter a um "portelo" e daqui ao Pradolã - estávamos no trilho da vezeira! Regressamos ao curral do Pinhô, fugindo ao carreiro do trilho da vezeira. Foi então que decidimos, descobrir o antigo carreiro de ligação, antes da construção do estradão florestal. Muito tapado pela vegetação, nalguns troços, mas valeu o esforço, pela descoberta. A visita à cascata e às poldras do regato que nasce para os lados da Pousada e se precipita no rio Conho, merece que se perca algum tempo.Contornado o Espeto, descemos ao rio, aravessamos a ponte e subimos até ao ponto de partida.

Cartografia - Folha 44 ( Ruivães) do IGE - escala 1/25000

- Locais com interesse: esta zona da serra, além de ser fértil em paisagens, permite ainda uma visita a alguns dos currais da - Vezeira de Fafião. Só quem se aventura a percorre-la, é que é capaz de perceber o espírito comunitário, num território difícil.
- Com atenção, dos pontos altos, tanto podemos descobrir os cumes da serra da Cabreira, passar pela barragem de Paradela, observar o trilho para o Porto da Lage, tentar descobrir o fojo do lobo de Pincães ou descobrir os Borrageiros, a Roca Negra, o Cutelo de Pias ou o cume da Arrocela, sobranceiro ao vale do Conho.

Distância real - 13,1 km

Nota - Evitar fazer a subida do "curral pequeno" para o Pradolâ, com condições adversas.