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Rota de 5 aldeias do Alvão (Agarez, Arnal, Galegos da Serra, Sirarelhos e Quintelas)

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Author

Trail stats

Distance
11.01 mi
Elevation gain
2,329 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
2,329 ft
Max elevation
3,927 ft
TrailRank 
80 5
Min elevation
3,927 ft
Trail type
Loop
Time
7 hours 45 minutes
Coordinates
1827
Uploaded
March 16, 2024
Recorded
March 2024
  • Rating

  •   5 2 Reviews

near Agarez, Vila Real (Portugal)

Viewed 271 times, downloaded 8 times

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.


CASCATA DE GALEGOS DA SERRA


CALÇADA RURAL ENTRE MUROS

- Regresso ao Alvão para percorrer um fantástico trilho desenhado e testado no terreno pelos Caminhantes, em novembro de 2016 e a quem agradeço a partilha;
- Trilho circular sem marcações, que coincide com partes do antigo PR2 – Parque Natural do Alvão: Agarez, Galegos da Serra, Arnal e do novo PR12 VRL: Agarez - Arnal, com início e fim no parque de estacionamento junto ao Parque Infantil de Agarez (opcional);
- Partindo-se da aldeia de Agarez, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, após percorrer-se cerca de 300 metros pela CM1214, sai-se desta e entra-se na calçada de Galegos da Serra, uma antiga via romana que estabelecia uma ligação ao antigo concelho de Ermelo e à Terra de Basto. Acompanhados por excecionais vistas sobre o vale de Vila Real, sobe-se pela calçada até ao Moinho e ponte da ribeira de Arnal, a qual abandonamos para seguir pela direita num caminho de terra que nos levará de novo até à CM1214, ao lado da qual se encontra a belíssima cascata de Galegos da Serra. Seguindo mais um pouco pela estrada asfaltada, sensivelmente aos 2,1 kms desviamos para a esquerda, atravessando a ribeira de Arnal sob poldras e continua-se pela encosta acima, primeiro em caminho de terra e depois por trilho serrano (trilho de pastores) na direção da aldeia de Arnal. Pelo caminho desfruta-se de belíssimas vistas panorâmicas sobre as encostas da serra e as aldeias que se espraiam nas suas vertentes e, ao fundo, no vale, a cidade de Vila Real. À entrada da aldeia encontra-se o Refúgio do Arnal do GMVR. Atravessada a aldeia pelas suas vielas, entra-se agora em terrenos mais agrestes, graníticos, continuando a longa subida até ao estradão do Alto da Portela, olhando amiúde para trás de forma a usufruir da incrível paisagem que nos rodeia (infelizmente, no dia em que aqui voltamos a passar, o teto de nuvens estava muito baixo, encobrindo o horizonte e não nos proporcionando a paisagem que gostaríamos de rever). Chegados ao estradão, virou-se à esquerda e seguiu-se ao longo deste, passando ao lado do VG do Alto do Vaqueiro. Aos 7,8 kms voltou-se a fazer novo desvio à esquerda para se tomar o caminho do Lameirinho das Vacas, encosta abaixo, na direção da aldeia de Galegos da Serra. Porém, sensivelmente a meio realizou-se mais um desvio, desta vez à direita para, após passar uma cancela para o gado, se acompanhar o ribeiro das Pedras sobre uma calçada pela sua margem esquerda. Este troço do percurso é absolutamente maravilhoso: musgo de um verde luxuriante a cobrir árvores e pedras, o som do ribeiro e toda a natureza envolvente a proporcionarem uma experiência sensorial memorável até se chegar à aldeia. Volta-se agora a percorrer, mais uma vez, a CM1214 entre as aldeias de Galegos da Serra e de Sirarelhos. Uma chamada de atenção para as vistas panorâmicas sobre os socalcos agrícolas de ambas as aldeias, que constituem uma paisagem ímpar e de enorme beleza. Após sair-se de Sirarelhos, continua-se a descer por caminho de terra (areão), desta vez na direção da aldeia de Quintelas, passando ainda por um miradouro natural que proporciona uma vista panorâmica deslumbrante sobre as fragas por onde corre a ribeira de Arnal, que se projeta encosta abaixo formando um impressionante conjunto de quedas de água. É, sem sombra de dúvida, um local de paragem obrigatória, pois a paisagem que nos é oferecida é qualquer coisa de espetacular! Após passar-se o centro de Quintelas (onde existe um café e uma fonte), desce-se ainda até à ponte que cruza a ribeira de Arnal, local onde se inicia a subida final de regresso à aldeia de Agarez. Algumas centenas de metros mais à frente, chega-se de novo à CM1214, na qual se segue até ao ponto de início e término deste percurso;
- Ao longo do trajeto existem vários pontos de referência, com destaque para as fragas das encostas da serra do Alvão, o casario (sobretudo o rural) das aldeias de Agarez, Arnal, Galegos da Serra, Sirarelhos e Quintelas, a calçada de Galegos da Serra, as pontes e poldras sobre as ribeiras de Arnal e das Pedras, os socalcos agrícolas das aldeias de Galegos da Serra e de Sirarelhos, o Alto da Portela e o VG do Alto do Vaqueiro, a cascata de Galegos da Serra e as cascatas da ribeira de Arnal, a calçada pela margem do ribeiro das Pedras, as excecionais vistas panorâmicas sobre as encostas da serra do Alvão e, por fim, todo o entorno natural que esta magnifica região nos proporciona;
- Este é um percurso longo e abrangente, sendo uma boa alternativa para quem gosta de caminhadas mais longas e fisicamente mais exigentes;
- Misto de caminhos rurais e trilhos de terra, estradões florestais, antigas calçadas, ruas calcetadas e algum piso asfaltado;
- Percurso acessível, mas com características moderadas, sobretudo pela distância percorrida assim como pelos declives mais acentuados, quer ascendentes, quer descendentes. Se chover e com vento, as dificuldades serão bastante acrescidas. O uso de GPS constitui sempre uma boa ajuda e, neste caso concreto, é essencial devido à ausência de marcações no trilho;
- No seu todo é um percurso fantástico por uma região belíssima, que resulta numa excelente proposta para um dia de caminhada. Permite usufruir desta excecional paisagem serrana transmontana, assim como de um bom conjunto de pontos de interesse. É, sem dúvida, uma experiência muito gratificante percorrer estes antigos caminhos, cheios de história e cultura popular. Trás-os-Montes e o concelho de Vila Real no seu melhor, com um trilho pelo Alvão absolutamente recomendado!!


CASARIO RURAL EM GALEGOS DA SERRA


MOINHO DA RIBEIRA DE ARNAL

Outros percursos realizados nesta região:
Rota de 3 aldeias do Alvão (Cavernelhe, Bilhó e Vila Chã)
Trilhos do Marão / Alvão: do vale da Campeã ao VG de Covelos
Trilhos do Marão / Alvão: Carvalhal de Gontães e Mineiro
Trilho das Silhas (entre Campanhó a Pardelhas)
Trilhos do Marão: de Montes à Senhora da Serra e minas de Maria Isabel
PR3 Fornos da Cal, Campanhó - Mondim de Basto
Trilhos de Vila Real: de Arrabães à Torre de Quintela
Travessia do Alvão - ETAPA 1/2
Travessia do Alvão - ETAPA 2/2
Entre o Marão e o Alvão
Alvão


GADO MARONÊS NA ALDEIA DE ARNAL


GADO OVINO NA ALDEIA DE SIRARELHOS

- SERRA DO ALVÃO
A Serra do Alvão é uma elevação de Portugal Continental, com 1283 metros de altitude. Situa-se a Noroeste de Vila Real, sendo nela predominantes os xistos e os granitos, separados por afloramentos de quartzitos. Aí se localiza o Parque Natural do Alvão.
A serra é limitada pelos vales dos rios Tâmega, a oeste, Cabril e Corgo a sudoeste, e pelo Avelâmes e ribeira de Vidago a norte e noroeste. A sul, a veiga da Campeã separa-a da serra do Marão.
Entre as principais curiosidades geológicas deste local estão as quedas de água conhecidas como Cascata de Fisgas do Ermelo (uma das maiores da Europa) e a Cascata de Agarez.
Na Serra do Alvão distinguem-se duas áreas com morfologia e paisagem distintas consoante a sua litologia. Uma área granítica de planalto na Serra do Alvão, onde se localizam as povoações de Alvadia e Lamas de Ôlo e uma outra, fortemente recortada pela acção da tectónica, predominantemente xistosa, onde se desenvolvem vertentes declivosas em direcção aos vales encaixados dos principais cursos de água: o rio Ôlo, o rio Cabril e o rio Poio. O contacto destas duas unidades litológicas da Serra do Alvão é feito por uma barreira quartzítica que marca a transição da paisagem, e na qual se localiza o mais emblemático acidente geomorfológico regional: as quedas de água das Fisgas de Ermelo.
O rio Ôlo constitui um dos cursos de água mais importantes da Serra do Alvão, senão mesmo o mais relevante. Com um percurso de 42 km, nasce na Cabeça de Tamões a 1 263 m de altitude e corre pelos granitos até alcançar a povoação de Lamas de Ôlo no coração da Serra do Alvão. Neste percurso, o rio Ôlo adapta-se claramente à rede de fracturação da Serra do Alvão.


PINHAL NO ALTO DA SERRA (PORMENOR DO PERCURSO)


PANORÂMICA DAS ENCOSTAS DA SERRA

- PARQUE NATURAL DO ALVÃO
O Parque Natural do Alvão, com 7.220 ha, é uma zona essencialmente granítica com algumas manchas de xisto, possuindo ainda inúmeros afloramentos rochosos. Das linhas de água, muito encaixadas, destaca-se o rio Olo, na vertente oeste da Serra do Alvão, que integra o imponente maciço montanhoso onde se inclui a Serra do Marão. Este rio corre entre fragas e penhascos e atravessa as rochas nas Fisgas de Ermelo, caindo em cascatas de uma altura de cerca de 250 metros. Impressionante pela força das águas, este é um dos locais mais belos da região e está representado no símbolo do Parque. O curso do rio Olo une duas realidades distintas.
A uma altitude média de 1.000 m, na zona de Lamas de Olo, predomina o granito e a vegetação de alta montanha, que apresenta um coberto arbóreo variado, com carvalhais nas zonas mais elevadas e bosques mistos de folhosas alternam com plantações de exóticas, com presença do vidoeiro na proximidade das linhas de água; em baixo, junto a Ermelo, onde a altitude ronda os 450 m, prevalece o xisto e a paisagem é verdejante como no Minho. Aqui, nas áreas agrícolas, surgem campos de centeio, de milho e batata, lameiros onde se cria o gado maronês e baldios em que se apascenta a cabrada - e vasta área de matorral. Também plantas raras, caso da Orvalhinha ou Rorela Drosera rotundifolia, espécie carnívora que cresce em terrenos encharcados e margens dos cursos de água, enriquecem a flora local.
Quanto à fauna típica das serranias do norte interior, destaque para a presença do Lobo-ibérico e de interessante cortejo de anfíbios e répteis. O xisto, o granito e o colmo são os materiais usados na construção das casas das aldeias típicas de Lamas de Olo, Anta ou Ermelo, em que o tempo corre tão devagar que parece estarmos muito longe de qualquer cidade, mas afinal o Porto fica apenas a uma hora de viagem. Para ter uma ideia do modo de vida das gentes destes lugares, visite o núcleo Ecomuseológico do Arnal, que recria o ambiente de uma aldeia tradicional do Alvão.


PANORÂMICA DOS SOCALCOS DE GALEGOS DA SERRA


RIBEIRO DAS PEDRAS (PORMENOR DO PERCURSO)

- VILA REAL
É cidade, sede de concelho e capital de distrito, localiza-se na Região Norte, no Douro. Fica situada numa das encostas da serra do Marão, a uma altitude média de 460 m, na confluência dos rios Corgo e Cabril. Os seus habitantes distribuem-se por três freguesias: Nossa Senhora da Conceição, S. Dinis e S. Pedro. Dista 115 km do Porto e 435 km de Lisboa. A área do concelho está subdividida em 30 freguesias: Abaças, Adoufe, Andrães, Arrois, Borbela, Campeã, Constatim, Ermida, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Lamas de Olo, Lordelo, Mateus, Mondrões, Mouçós, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição, Parada de Cunhos, Pena, Quintã, São Dinis, São Pedro, São Tomé do Castelo, Torgueda, Vale de Nogueiras, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho de Samardã. O natural ou habitante de Vila Real denomina-se vila-realense.
O distrito é composto por 14 concelhos: Alijó, Boticas, Chaves, Mesão Frio, Mondim de Basto, Montalegre, Murça, Peso da Régua, Ribeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real. É um dos dois distritos que constituem a província tradicional de Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo limitado ao norte pela Espanha, a sul pelo de Viseu, do qual é separado pelo rio Douro, a leste pelo de Bragança e a oeste pelos de Braga e Porto. É muito montanhoso, atingindo a maior altitude na serra do Larouco, a 1525 m. Mas também são de salientar as serras de Coroa, das Alturas, da Padrela e do Marão, bem como o planalto do Barroso, a mais de 1200 m de altitude. É banhado pelo curso inicial do rio Cávado e pelo seu afluente Rabagão, nos quais se desenvolveram grandes empreendimentos hidroelétricos: barragens de Rabagão, Paradela, Pisões e Venda Nova. Atravessam ainda o distrito os rios Tâmega, Corgo, Pinhão e Tua, afluentes do Douro, rio onde também, nas águas que banham o distrito, existem as barragens hidroelétricas de Bagaúste e Valeira.
A fundação da povoação é atribuída ao rei D. Dinis que lhe concedeu o foral em 1289. Dizia-se que a vila era protegida d'el rei, daí a derivação para Vila Real. D. Manuel outorgou-lhe foral novo em 1515. Foi nomeada sede de distrito em 1835, tendo ascendido a cidade em 1925. Possui vários monumentos dignos de registo: a Sé, mandada construir por D. João I em 1427, edifício gótico; a Capela de S. Brás, pequena ermida gótica, do século XIV; as igrejas da Misericórdia (séc. XVI), dos Clérigos, com traçado barroco, com influências italianas, e a Igreja de S. Pedro (1528) que sofreu bastantes remodelações, sendo a mais importante a que lhe deu as feições de estilo barroco; o Palácio dos Marqueses de Vila Real ou Casa do Arco, de estilo manuelino; a casa de Diogo Cão (séc. XV), outras casas brasonadas e o pelourinho. Situado nas proximidades da cidade encontra-se o Solar de Mateus, que foi mandado construir, sob traça de Nicolau Nasoni, na primeira metade do século XVIII.
Vila Real tem o seu feriado municipal no dia 13 de junho, dia de Santo António, seu padroeiro. Nesta cidade, realizam-se anualmente o encontro de cantores de janeiras; a festa a S. Brás de 2 e 3 fevereiro; as festas da cidade, que incluem a Festa de S. António, a 13 de junho; e a Festa de S. Pedro, a 28 e 29 de junho, ou Feira dos Pucarinhos, em que as pessoas compram púcaros e, em roda no centro da festa, lançam os púcaros entre si até se partirem (os mais foliões, às vezes, enchem o púcaro de farinha ou água); a Festa de Nossa Senhora de Almodena, a 8 de setembro; e, por fim, a Festa de Santa Luzia, a 13 de dezembro. É tradição nesta festa as raparigas darem o pito (pastel de massa folhada recheada com chila) e os rapazes darem a gancha (barra de rebuçado em forma de cordão).
Segundo reza a história da ponte de Misarela, nas margens do Rabagão, em Montalegre, um homem perseguido de perto, invocou o diabo, dizendo-lhe: "Se me fizeres passar para a outra margem do Rabagão dou-te a minha alma". O diabo aceitou o pacto e tratou de fazer uma ponte. Algum tempo depois, chegaram os perseguidores, mas não conseguiram continuar a perseguição porque, entretanto, a ponte tinha sido destruída. Anos mais tarde, o homem falou do acontecido a um padre, em confissão na hora da sua morte. O padre, pouco antes da meia-noite, dirigiu-se ao mesmo local onde tinha estado o homem e invocou também o diabo fazendo-lhe o mesmo pedido, que foi aceite de imediato. O padre atravessou então a ponte, mas antes da última das doze badaladas molhou um ramo de alecrim num recipiente com água benta que tinha levado escondido e benzeu a ponte três vezes. Foi então que se ouviu um estrondo, o diabo tinha rebentado.
Em Cerva, concelho de Ribeira da Pena, nomeadamente na ponte de Cavês, sobre o rio Tâmega, realiza-se a Romaria de S. Bartolomeu, de 22 a 24 de agosto. Até 1957 esta romaria era um pouco trágica, porque sempre que havia ressentimentos, rivalidades, paixões, invejas e ódios, estes iam sendo adiados para o tradicional ajuste de contas na ponte de Cavês. Então, já bebidos, os intervenientes lançavam o grito de guerra com os proverbiais desafios de parte a parte. Como por exemplo: "Vinde ao santo, valentões" ou "Viva Trás-os-Montes" - diziam uns; "Vinde à fonte, cobardes" ou "Viva o Minho" - diziam outros. Depois era a luta a pau, à faca ou a tiro.
Em Monforte de Rio Livre, em Chaves, conta-se que D. Francisco, irmão do rei D. João V, foi de visita ao castelo daquela localidade, tendo sido alvo de uma oferta da qual não gostou muito. Por iniciativa dos vereadores locais, D. Francisco, ao receber as honras dos seus vassalos, foi ofertado com cestos ornados de flores com a única fruta de que dispunham - figos - levados pelas raparigas mais bonitas do lugar. Houve quem sugerisse pinhas em vez dos figos, uma vez que os pinhões eram também uma fruta da localidade, mas os figos foram os escolhidos. O Infante achou uma ofensa ser presenteado com tal oferta, que considerava mesquinha, e, furioso, mandou prender a um poste o vereador que teve a ideia. Assim feito, mandou os seus lacaios disparar contra o vereador, mas em vez de balas os projéteis eram os figos, provocando o riso a todos os que acompanhavam D. Francisco. A vítima deste infeliz acontecimento, toda lambuzada de figos, ainda teve coragem para dizer: "- Ainda bem que não lhe oferecemos pinhas!".
As mais importantes produções agrícolas do distrito são o vinho, o azeite, a batata, a castanha, os cereais e a fruta. As encostas da margem direita do Douro fazem parte da chamada Região Demarcada do Douro, onde se cultivam as vinhas das quais se extraem as uvas de que se faz o Vinho do Porto. As indústrias mais importantes são as de cerâmica, curtumes, madeiras e produtos alimentares. Nesta última salienta-se a de carnes fumadas, de que o afamado presunto da região constitui um ex libris. O distrito de Vila Real também é rico em minérios - estanho, chumbo, volfrâmio e ferro. Possui importantes fontes de águas minero-medicinais, com relevância para as de Vidago, Pedras Salgadas, Chaves e Carvalhelhos. São exemplos do artesanato típico a albardaria, os bonecos de palha, a cerâmica, o linho, as mantas e os curtumes.


CALÇADA DE GALEGOS DA SERRA


PANORÂMICA DAS CASCATAS DA RIBEIRA DE ARNAL

Waypoints

PictographWaypoint Altitude 2,190 ft

Agarez (aldeia)

Data da época medieval. O casario que hoje existe terá a sua origem na Ermida de São Torcato, também designado de Outeiro do Santo. Agarez tem a vantagem de estar protegida pela maioria das aldeias da freguesia. Uma das raridades desta pacata aldeia era o artesanato em linho que os seus moradores cultivavam, teciam e bordavam primorosamente. Depois de colhido, serviria de sustento às gentes que aí moravam. Actualmente ainda se trabalha o linho, embora já não seja fonte de rendimento. Fazem-no por prazer e amor à tradição. Quem conhece Agarez, conhece certamente uma das mais belas paisagens transmontanas. A paisagem é imponente oferecendo a quem por lá passa uma magnífica vista sobre a cidade de Vila Real. O símbolo de marca desta aldeia é o seu antiquíssimo cipreste, com mais de um século de existência, que prima por ser majestoso e motivo de orgulho para os habitantes da aldeia. A alegria destas gentes revela-se sobretudo no mês de Fevereiro quando se festeja o já famoso Carnaval de Agarez. Há alguns anos atrás imperava o trabalho comunitário, nomeadamente nas sementeiras, nas malhadas do centeio e nas desfolhadas. Todos se reuniam com um espírito de inter-ajuda, na hora da lavoura e na bendita hora das merendas.

PictographWaypoint Altitude 2,999 ft
Photo ofArnal / fonte (aldeia) Photo ofArnal / fonte (aldeia) Photo ofArnal / fonte (aldeia)

Arnal / fonte (aldeia)

Arnal, terra de encanto e de gente recatada, é a aldeia mais distante da sede de freguesia. Escondida, dentro do Parque Natural do Alvão, desde cedo se tornou uma das suas pérolas mais preservadas, quer pela sua riqueza em tradições e lendas, como pelas suas magnificas paisagens e tesouros naturais. Os seus habitantes viveram, em tempos, da exploração do minério e da exploração florestal. Actualmente subsistem maioritariamente da agricultura e pastorícia. Esta aldeia protagoniza uma das mais bonitas lendas do distrito de Vila Real, a lenda do Calhau Encantado, ou Penedo Negro, como alusão ao maciço granítico que junto à aldeia, devota de Nossa Senhora do Rosário, se ergue de forma muito imponente. Esta aldeia é o termino de um dos mais belos percursos pedestres referenciados, que os amantes da natureza e da paisagem percorrem regularmente. Foi um importante centro de povoação em tempos anteriores, albergando uma das poucas escolas da freguesia. Hoje em dia, para além da sua paisagem e seus moinhos, são ponto de visita o museu de artes artesanais e a escola ecológica (antiga casa florestal).

PictographWaypoint Altitude 2,328 ft
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Calçada de Galegos da Serra

Ainda que na Idade Média a Via do Marão constituísse o principal eixo de ligação entre a Terra de Panóias e o Litoral, existia paralelamente um eixo secundário através da Serra do Alvão, um itinerário que incluía algumas variantes e estabelecia uma ligação ao antigo concelho de Ermelo e à Terra de Basto. Um pouco acima de Agarez, a via passava pelo imponente troço de calçada lajeada que ainda hoje se conserva até Galegos da Serra.

PictographWaypoint Altitude 3,020 ft
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Calçada entre muros

PictographDoor Altitude 3,307 ft
Photo ofCancela para gado Photo ofCancela para gado

Cancela para gado

Embora neste local exista uma cancela, a passagem é feita por aqui, implicando apenas a recolocação da cancela no seu lugar, de forma a impedir a circulação do gado que se encontra na serra.

PictographReligious site Altitude 2,956 ft
Photo ofCapela de Arnal (Senhora da Paz)

Capela de Arnal (Senhora da Paz)

PictographWaterfall Altitude 2,577 ft
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Cascata de Galegos da Serra

A Cascata de Galegos da Serra é uma queda de água localizada em Galegos da Serra, freguesia de Vila Marim, concelho e distrito de Vila Real. Esta queda de água localiza-se dentro da área protegida do Parque Natural do Alvão, numa paisagem de aspecto rude, com caminhos estreitos e difíceis. Surgem na paisagem grandes lajes graníticas profundamente desgastadas pela erosão à mistura com rochas duras. Trata-se de terrenos inóspitos de alta serra que são adoçados pelo irromper desta queda de água. A altura da cascata ronda os 8 metros e forma na sua base um pequeno poço. Encontra-se a curta distância da povoação com o mesmo nome.

PictographWaypoint Altitude 0 ft

Estradão do Alto da Portela

PictographWaypoint Altitude 2,600 ft
Photo ofFornos da Quinta do Bouco Photo ofFornos da Quinta do Bouco Photo ofFornos da Quinta do Bouco

Fornos da Quinta do Bouco

PictographWaypoint Altitude 2,800 ft
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Galegos da Serra (aldeia)

Localiza-se entre duas ribeiras de onde emergem as mais belas cascatas do concelho de Vila Real, dentro da Área protegida do Parque Natural do Alvão. Rica em tradições, entre as quais se destacam o "beijar a Boneca" durante o Carnaval, em que as gentes da aldeia correm e pulam para dar a beijar uma boneca de pano e palha em sinal de provocação ao sexo oposto. Existem ainda os cânticos entoados durante a Quaresma por pessoas de fé da aldeia, na parte mais alta do casario, os denominados "Cantares de Alerta", para relembrar aos habitantes que devem rezar e jejuar. São ainda tradições desta aldeia as Travessuras de São João em Junho, em que os rapazes novos da aldeia roubam durante a noite os vasos e carros de bois e os atravessam nos caminhos, formando arranjos divertidos. Galegos é um topónimo de colonização antiga e o seu orago é Santa Marinha (mártir de Orense). As festas da aldeia realizam-se todos os anos pela semana que antecede o dia 18 de Julho, dia dedicado à padroeira. Os seus habitantes vivem maioritariamente da exploração agrícola e pastorícia. Os jovens saem da aldeia para procurar emprego na cidade. Há muito tempo atrás as gentes desta aldeia viviam da exploração mineira e florestal. Entre as suas peças de artesanato mais conhecidas estão as mantas e passadeiras de farrapos, coloridas e tecidas em teares manuais.

PictographBridge Altitude 2,507 ft
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Moinho e ponte da ribeira de Arnal

O Moinho da ribeira de Arnal, localizado nas proximidades da ponte, é uma estrutura tradicional criada com o objetivo de moer o cereal através de um engenho simples, utilizando a energia hidráulica (da água) para movimentar o rodízio, acionando assim o sistema de moagem. Atualmente ainda se verifica o seu uso, embora tendencionalmente descontinuado desde os finais do séc. XIX.

PictographPanorama Altitude 2,911 ft
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Panorâmica da serra

PictographPanorama Altitude 2,618 ft
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Panorâmica das cascatas da ribeira de Arnal

PictographPanorama Altitude 3,073 ft
Photo ofPanorâmica de Sirarelhos (aldeia) Photo ofPanorâmica de Sirarelhos (aldeia)

Panorâmica de Sirarelhos (aldeia)

PictographPanorama Altitude 2,419 ft
Photo ofPanorâmica de Vila Real (1) Photo ofPanorâmica de Vila Real (1) Photo ofPanorâmica de Vila Real (1)

Panorâmica de Vila Real (1)

PictographPanorama Altitude 2,527 ft
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Panorâmica das encostas sobre a ribeira de Arnal

PictographPanorama Altitude 3,388 ft
Photo ofMiradouro natural (Vila Real e Arnal)

Miradouro natural (Vila Real e Arnal)

PictographPanorama Altitude 3,268 ft
Photo ofPanorâmica da aldeia de Arnal Photo ofPanorâmica da aldeia de Arnal

Panorâmica da aldeia de Arnal

PictographPanorama Altitude 2,840 ft
Photo ofPanorâmica dos socalcos de Galegos da Serra Photo ofPanorâmica dos socalcos de Galegos da Serra Photo ofPanorâmica dos socalcos de Galegos da Serra

Panorâmica dos socalcos de Galegos da Serra

PictographPanorama Altitude 3,172 ft
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Panorâmica da ribeira de Arnal

PictographRiver Altitude 2,645 ft
Photo ofPoldras (ribeira de Arnal) Photo ofPoldras (ribeira de Arnal) Photo ofPoldras (ribeira de Arnal)

Poldras (ribeira de Arnal)

PictographBridge Altitude 1,782 ft
Photo ofPonte sobre ribeira de Arnal Photo ofPonte sobre ribeira de Arnal Photo ofPonte sobre ribeira de Arnal

Ponte sobre ribeira de Arnal

PictographWaterfall Altitude 3,107 ft
Photo ofRibeiro das Pedras (queda d'água) Photo ofRibeiro das Pedras (queda d'água) Photo ofRibeiro das Pedras (queda d'água)

Ribeiro das Pedras (queda d'água)

PictographWaypoint Altitude 2,059 ft
Photo ofQuintelas / fonte / café (aldeia) Photo ofQuintelas / fonte / café (aldeia)

Quintelas / fonte / café (aldeia)

PictographMountain hut Altitude 2,971 ft
Photo ofRefúgio do Arnal do GMVR Photo ofRefúgio do Arnal do GMVR

Refúgio do Arnal do GMVR

GMVR - Grupo de Montanhismo de Vila Real é um dos clubes pioneiros nas actividades organizadas de montanhismo na região transmontana, já com 40 anos de vida. Milhares de quilómetros de marchas de montanha e dezenas de quilómetros de escaladas farão, sem dúvidas, parte do seu espólio desportivo – as dezenas de marchas e as centenas de vias de escalada realizadas pelos seus associados garantirão aquele currículo. A Sede Social desta pequena/grande colectividade está localizada em Vila Real, província e Trás os Montes e Alto Douro. Está filiado e é clube fundador na FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE MONTANHISMO E ESCALADA - FPME.

PictographBridge Altitude 2,787 ft
Photo ofRibeiro das Pedras (ponte) Photo ofRibeiro das Pedras (ponte) Photo ofRibeiro das Pedras (ponte)

Ribeiro das Pedras (ponte)

PictographRiver Altitude 3,132 ft
Photo ofRibeiro das Pedras (1) Photo ofRibeiro das Pedras (1) Photo ofRibeiro das Pedras (1)

Ribeiro das Pedras (1)

PictographRiver Altitude 3,041 ft
Photo ofRibeiro das Pedras (2) Photo ofRibeiro das Pedras (2) Photo ofRibeiro das Pedras (2)

Ribeiro das Pedras (2)

PictographWaypoint Altitude 0 ft

Saída do estradão (caminho do Lameirinho das Vacas)

PictographWaypoint Altitude 2,874 ft
Photo ofSirarelhos (aldeia) Photo ofSirarelhos (aldeia) Photo ofSirarelhos (aldeia)

Sirarelhos (aldeia)

Comments  (4)

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi Mar 26, 2024

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    Já fazia algum tempo que não passava por estas aldeias... o Alvão continua uma serra esplêndida para caminhar, dá-me muito prazer percorrer estas velhas calçadas e caminhos serranos. E as cascatas estavam qualquer coisas de espetacular! Muito bom, este trilho. Obrigado aos Caminhantes pela partilha, é um percurso excelente. Abraço e até breve!

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Mar 26, 2024

    Obrigado pela avaliação e comentário ao trilho, Aiguille du Midi.
    Foi de facto uma caminhada muito bonita, com paisagens excecionais. E mesmo as nuvens baixas de manhã tiveram o seu encanto, foi ótimo regressar a este percurso (já lá vão uns anos desde a última vez...). Abraço!

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ Mar 26, 2024

    Belo percurso pelo Alvão. Gostei das fotos, abraço!

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Mar 26, 2024

    Obrigado, _BIO_RAIA_. Abraço!!

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