Trilho PNPG - Cela, Abelheira,Poço do Dola, Biduiças, Cela Cavalos.

Fomos para o PNPG fazer um percurso de 15 kms que ligaram a aldeia de Cela, a Corga da Abelheira, a cascata, o poço , lagoas e piocas do ribeiro Dola, o prado de Biduiças, Ribeiro da Abelheira, Cascata e piocas de Cela Cavalos e novamente a aldeia de Cela.

Começámos junto à Capela de Santa Luzia em Cela - aldeia muito cuidada - e iniciámos às 10.30 a subida para a Corga da Abelheira, primeiro fazendo um pouco de estrada - a M308 - até derivarmos ,passados 500 metros para um carreiro à direita que nos introduziu no bem bom: um caminho de pé posto, mariolado, fácil de seguir e de subir, pois técnico que bastasse, o que nos obrigava a diferentes abordagens ao terreno, sem cansar. Muito bom. O sol esse batia nas costas mas o vento norte fresco, que vinha "encanado" pelo vale mais a leste, refrescava o ambiente. Aliás este trilho como qualquer trilho "alto" do conjunto do PNPG, tem muito sol a descoberto sem sombras. Passámos por uma zona de terra queimada, e passados 4.30 quilómetros de subida, chegámos à Corga da Abelheira, ponto mais elevado do percurso, com 938 metros de acordo com o nosso GPS.

Como em todos os trilhos mariolados que muito nos agradam, o Grande Timoneiro vinha no GPS e no mapa e a Grande Imediata vinha de olho nas mariolas. Uma "tripulação eficaz".

Trincámos e bebemos qualquer coisa já a ver cá de cima e bem lá em baixo o poço do Dola e o vale do ribeiro e iniciámos a descida vertiginosa em piso de rocha e "rolling stones" que exigiu todos os nossos cuidados e atenção. É uma descida de 1 km, e um pendente medio de - 38%. Leram bem: menos trinta e oito por cento. Os bastões são obrigatórios neste ponto, como em todo o percurso.

Chegados lá abaixo o que se nos deparou é indescritível, pois acreditamos que seja o conjunto de lagoas mais inacessíveis e bem guardadas do Gerês, pois só lá se chega fazendo 5.3 kms a pé num percurso mais ou menos difícil e técnico ou de helicóptero.

O poço principal é imponente e as piocas e lagoas a montante do mesmo, uma loucura. O caudal era fraco o que fazia com que as águas das piocas estivessem com uma temperatura amena, o que nos fez dar uns mergulhos e braçadas numa delas, tal qual viemos ao mundo. Uma delícia. Nem da toalha precisámos para nos secar, pois o sol e a quentura da rocha fizeram o serviço. Mas havia que progredir, pois tinhamos mais 10 kms pela frente.

Acompanhámos o ribeiro Dola, cujo leito estava com um caudal mínimo e entre uma margem e outra ou mesmo pelo leito do mesmo, íamos progredindo com alguma dificuldade, a escolher os locais mais seguros para pisar, até chegarmos a um pequeno arvoredo junto da Cabana de Biduiças. Não chegámos a esse arvoredo nem à Cabana; optámos por fazer um pequeno corta mato até ao caminho de pé posto mariolado que nos levaria novamente em subida menos íngreme, até ao ponto de intersecção na Corga da Abelheira. De referir que o trajecto no leito do Dola começou a fazer os seus leves estragos fisicamente. Mesmo com bastões. Cerca de 1.25 kms em "ponha aqui o seu pézinho e tenha cuidadinho".

A subida suave, mariolada até à Corga da Abelheira tem cerca de 1 km e no topo, descemos pela vertente mais oeste, pelo vale do ribeiro da Abelheira; e esta descida é tramada. Com uma pendente entre os -21 e - 29%, em piso de pedra solta e terra, vamos sempre a travar, a usar os joelhos e a dizermos mal da nossa vida. Nada que seja impossível de fazer, muito pelo contrário, mas que exige concentração e paciência. Esta descida até à M308 tem cerca de 2 kms e no seu final um kito de mato à mistura. Nada de grave, se o mato não avançar muito. Caso contrário, pode ser um bocado mais complicado. Chegados à M308, começámos a descer pela nossa direita e passados 1.5 kms, metemos novamente em estradão de terra descendente até às piocas e cascata de Cela Cavalos, cerca de 2.5 kms. É um local com boa acessibilidade o que o torna num destino aprazível e fácil para muita gente. A última subida de 1.5 kms até ao carro é feita por estradão.