Trilho pela serra de Sintra: Subida aos pontos mais altos da serra

Começamos a caminhada perto da estrada que liga a azoia a biscaias, estacionando o carro junto à entrada do estradão. Daí subimos em direção à peninha quase sempre por estradão, e atalhando de vez em quando por alguns carreiros para cortar caminho. Inicialmente segue-se sempre numa floresta bastante agradável com carvalhos, pinheiros, medronheiros e outros tipos de árvores autóctones. Mais à frente passa-se por um pequeno bosque de mimosas enormes, mas rapidamente se volta a entrar no estradão de árvores autóctones. A saída deste bosque, acontece uns metros mais à frente após passarmos um portão que nos avisa que entramos num cercado de cavalos soltos. A partir daqui a vegetação dominante passa a ser os Matos rasteiros, que nos acompanham até à peninha. Na peninha a vista é soberba e podemos disfrutar de uma visão 360º. Após a rápida visita ao miradouro do santuário, descemos em direção à estrada alcatroada que é rodeada por um bosque de cedros. Apesar de estas árvores não serem autóctones da serra, formam sem dúvida alguma um ambiente místico e aprazível, do qual desfrutamos. Em muitas árvores e até no chão desta floresta cresce uma espécie de hera que mais uma vez, dá mais um toque no ambiente místico desta floresta. Seguiremos então junto à estrada durante algumas centenas de metros, até passarmos a fonte das pedras irmãs, que é seguida de uma subida, onde teremos o nosso desvio à esquerda para um estradão de árvores não autóctones (mimosas, eucaliptos).
Esta envolvência menos aprazível, rapidamente é ultrapassada uns metros mais à frente, onde há uma transição espetacular da flora... Entramos num bosque de cipestres que proporciona uma sombra magnífica, principalmente nos dias de calor! Estes cipestres são dignos de serem contemplados!
Num piscar de olhos colocamo-nos à vista do alto do monge com os seus 490 mts e assinalado pelo seu enorme Marco geodésico, que é acompanhado por um monumento megalítico em recuperação designado tholos do monge. Aqui é um bom lugar para fazer uma curta pausa e desfrutar da envolvência arbórea espetacular. Pausa tratada é hora de descer o estradão até ao cruzamento alcatroado do convento dos capuchos. Até lá passamos pelo memorial aos 25 soldados que faleceram num grande incêndio que dizimou grande parte da serra de Sintra em 1966.
Esta parte do percurso faz-se relativamente rápido.
Daqui para a frente faremos mais ou menos 1km em estrada alcatroada, onde podemos ver uma grande diferença de um lado para o outro da estrada no que toca à flora. Do lado esquerdo vê-se a tapada D. Fernando II, que conserva espécies autóctones como o azevinho, carvalhos, entre outras e do outro lado, só eucaliptos e mimosas... Triste.
Na estrada fizemos um desvio antes de descer para a barragem do rio da mula virando à esquerda para o monte rodel, dentro da tapada de Monserrate. Dentro da tapada a distância percorrida é pouca, mas pode enganar devido às bifurcações que existem. Com 362 metros de altitude, desfruta-se mais uma vez de uma visão 360º espetacular!! Podemos observar já o palácio da pena, o castelo dos mouros, o alto do monge (é difícil perceber a localização porque é só arvoredo), Monserrate, Colares, Praia das Maçãs, praia da Adraga, ericeira e muitas outras zonas da região.
Voltamos pouco depois à estrada, recuando um bocadinho até encontrar-mos o desvio que se encontra à esquerda. Esta é a parte mais chata e secante do percurso porque o estado do caminho piora significativamente. Vão se deparar com algumas bifurcações e inclusive uma delas aparenta ao início estar tapada pela vegetação à esquerda, por isso nestes locais parem e vejam o track GPS. A última parte é mesmo mais a pique. Chegados à barragem do rio da Mula aproveitamos para almoçar apesar de o local não ter muitos sítios para o efeito. Toda a zona florestal que circunda a barragem do rio da Mula é a Tapada do Saldanha, uma área ecologicamente degradada. Outrora terreno real de caça e agrícola, é atualmente propriedade da Parques de Sintra – Monte da Lua, a qual tem procurado recuperar a vegetação autóctone e controlar espécies exóticas invasoras, com vista a restituir a floresta nativa, potenciar a biodiversidade e reduzir o risco de incêndio. De um lado e do outro do estradão, vemos plantadas pequenas árvores de espécies como medronheiro, castanheiro, aderno-de-folhas-estreitas, carrasco, carvalho-alvarinho e sobreiro. Umas já secaram, outras crescem devagar e com dificuldade, ao contrário da invasora acácia, pujante e imparável.
Almoço tratado, e tomamos o caminho da esquerda por alguns km. Este caminho vai ser sempre a subir porque descemos bastante para chegar à barragem. Nos primeiros km's podem observar o famoso trilho das pontes à vossa esquerda, que atravessa o pequeno rio da Mula. Subindo ao nosso ritmo lá chegamos ao desvio para a pedra amarela já na estrada alcatroada. Optamos por não subir ao alto para não nos atrasar para um compromisso, mas aconselho a subirem! De seguida entramos na tapada da urzeira, após passarmos o portão de madeira ao lado da estrada, e novamente entramos numa zona de árvores enormes espetaculares. Aqui o estado do caminho deteriora-se mais uma vez, mas desta vez por causa da quantidade de pó enorme. E o caminho estará assim até quase à peninha!
Serpenteando a montanha passamos ao lado de uma nova zona de reflorestação da serra e voltamos a atacar a subida à peninha. Aproveitamos também para beber água da sua fonte fresca, que até no verão tão seco deste ano ainda corria!
Após isto voltamos a entrar no estradão do início da caminhada e descemos então pela tapada do Pacheco até terminarmos a caminhada!
Magnífico melhor que isto é desfrutar de lá estar!