TRILHO DO VOLFRÂMIO - SERRA DAS FLORES (TRILHOS DAS SERRAS DO PORTO)
near Broalhos, Porto (Portugal)
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PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
O Parque das Serras do Porto, com perto de 6.000 hectares, é composto por seis serras: Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, abrangendo território dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. Esta área, classificada desde 2017, como Paisagem Protegida Regional, integra o Sítio Rede Natura “Valongo” e o Parque Paleozóico de Valongo. Aqui, os visitantes podem desfrutar da imensa beleza cultural e paisagística de serras, vales e rios, salientando-se a singularidade geológica, que nos leva a uma interessante viagem pela Era Paleozoica.
Os vales dos rios Ferreira e Sousa convidam a um certo isolamento em estreito contacto com a natureza, enquanto o efeito miradouro das linhas de cumeada proporciona uma excelente perspetiva do território envolvente. Atualmente, o Parque das Serras do Porto tem três centros de receção ao visitante com informação útil sobre o Parque (Visitar Página oficial).
TRILHOS DAS SERRAS DO PORTO
O Parque está, desde setembro de 2020, a criar uma Rede de Percursos Pedestres que irá ligar os vários trilhos e sinalizar o seu património biológico, geológico, arqueológico, imaterial e construído. São quase 260 km de trilhos para calcorrear por terras de Gondomar, Paredes e Valongo. A rede será composta por uma grande rota, que deverá totalizar 57km ao longo dos três concelhos, e 19 percursos distintos, com pequenas rotas em cada território que deverá estar finalizada na Primavera de 2021. O projeto prevê a instalação de mobiliário, sinalética e uma página web para ajudar quem fizer os percursos, fornecendo informação sobre o território e os pontos de interesse. Enquanto aguardamos a conclusão do projeto começamos a percorrer os trilhos previstos, naquilo que podemos chamar de uma versão de reconhecimento, para inspirar a tua próxima aventura pelo Parque das Serras do Porto…
DESCRIÇÃO DO TRILHO REALIZADO
PR - TRILHO DO VOLFRÂMIO (SERRA DAS FLORES)
O trilho percorre a Serra das Flores ou Açores, que com uma altitude de 320 metros é a 3085º elevação de Portugal Continental. Está situada no concelho de Gondomar, a oeste da Serra de Santa Iria, a sul de Aguiar de Sousa e ao norte de Medas. Neste percurso é possível o contacto com a natureza e o desfrute da paisagem envolvente, bem como o contacto com as ruínas de um complexo mineiro do Sítio do Corgo. O percurso é realizado por caminho florestal, onde predominam os eucaliptos. O percurso, em janeiro 2021, ainda não está sinalizado pelo que se aconselha o uso de GPS.
Iniciamos o trilho em Covelo, na Rua da Louseira (EM615), não sabemos se será o local oficial de inicio e fim deste trilho, mas aqui encontramos um amplo estacionamento. No local não encontramos qualquer painel informativo ou sinalética do percurso. Na ausência informação e de marcações no terreno realizamos o trilho recorrendo ao mapa em pdf apresentado pela Câmara Municipal de Gondomar. Optamos por fazer o percurso no sentido dos ponteiros do relógio.
Seguimos para norte por um caminho florestal, sempre a subir em direção ao alto da Serra das Flores (320m) sem atingir o seu cume, aos 221 metros de altitude, rodamos 90º à direita para seguir pela cumeada da serra até ao Marco Geodésico das Medas (245m) e às Ruinas da Capela de Santa Bárbara (252m).
A Capela de Santa Bárbara (224m), padroeira dos mineiros, foi mandada erigir em 1884, no alto da Serra das Flores (ou Açores), a 252 metros de altitude, pela Companhia das Minas Riba-Douro. A capela era um espaço onde os muitos mineiros católicos tinham um local para rezar. Contudo a capela nunca seria terminada e hoje restam apenas as ruinas deste edifício.
O percurso recua 300 metros para descer, em direção a sudoeste, pela encosta o caminho florestal onde predominam os eucaliptos para rodar 90º à direita e voltar a seguir para norte. Ao km 5.8 abandonamos o caminho florestal para seguir um trilho mal definido de pé posto que interseta o Ribeiro do Corgo o qual acompanhamos por alguns metros em sucessivas travessias, para voltar a amplo caminho florestal e seguir em direção às Ruínas da Mina do Corgo.
A Mina do Corgo designada Sitio do Corgo arrolada no Catálogo Descritivo da Secção de Minas (1889) ou, simplesmente, mina do Corgo, retratada no Inquérito Industrial de 1890, situava-se na freguesia de Medas, na vertente ocidental da Serra das Flores (Serra dos Açores). A mina tinha uma área de 54 hectares e fora concedida, em 1884, à firma Shore e Cudell, formada por dois estrangeiros: o alemão Gustavo Cudell e o inglês Augusto Shore. Poucos anos depois, esta companhia trespassou a propriedade a uma companhia inglesa denominada The Lixa Mining Company Limited.
Esta companhia, para além de ter a exploração de antimónio em várias concessões, decidiu construir no local da mina do Corgo uma fundição para produzir o “régulo” de antimónio e ouro. Esta seria a tentativa para que a indústria de antimónio na região se pudesse desenvolver, em vez de exportar apenas o sulfureto de antimónio sem passar pelo processo metalúrgico. A exportação do sulfureto e do “régulo” do antimónio das minas da região mineira do Douro, seria uma forma de alargar o mercado deste minério a outros países sem as minas do Douro estarem dependentes da indústria transformadora inglesa através da qual era efetuada a maior parte da comercialização do antimónio. A iniciativa poderia ser uma boa solução para dinamizar a indústria da região; contudo o processo não seria do agrado das empresas de fundição que tratavam do minério em Londres. Isto leva a que vários poderosos e influentes empresários do mercado inglês tentassem dificultar os negócios de The Lixa Mining Company Limited, impedindo por diversos meios que as outras minas vendessem o minério à empresa da mina do Corgo.
A mina do Corgo, de que era concessionária a empresa The Lixa Mining Company Limited, por motivos de falta de capital acaba por ficar sem a posse da mina e esta é declarada abandonada a 21 de junho de 1908 (ADP, Processos..., C/10/8/2-6.26).
O percurso continua por amplo caminho florestal para sul para rodar 360º novamente para norte, quase a intersetar o caminho anteriormente realizado, aqui requer alguma cautela, para virar à esquerda, em direção a oeste e pouco depois temos como referência a A41 até à Rua da Louseira, ponto de inicio e fim deste trilho.
FICHA TÉCNICA
Realização: 16 de janeiro de 2021
Percurso: Covelo (Rua da Louseira) - Capela de Santa Bárbara - Mina do Corgo - Covelo
Distancia: 10,5 km
Duração: 3h58min
Tempo em movimento: 2h26min
Tempo parado: 1h32min
Movimento médio: 4,3km/h
Acumulado positivo: 406m
Acumulado negativo: 410m
TRILHOS JÁ REALIZADOS NO PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
TRILHO DA SERRA DO CASTIÇAL
TRILHO DO VOLFRÂMIO - SERRA DAS FLORES
TRILHO DA CARQUEJA - SERRA DAS BANJAS
TRILHO DE BELÓI - ALTO DA PENECA
TRILHO HISTÓRICO - SERRA DE SANTA IRIA
TRILHO DO VALE DO TORNO - SERRA DO CASTIÇAL
TRILHO DA RIBEIRA DE SANTA COMBA
TRILHO DE ALVRE
TRILHO DOS MOINHOS
TRILHO DE PIAS E CASTIÇAL
TRILHO DO MEL E DO OURO ROMANO
TRILHO DAS ALDEIAS
TRILHO DO VALE DE AGUIAR
TRILHO DOS ROMANOS
TRILHO PORTO À VISTA
TRILHO DA RIBEIRA DE SILVEIRINHOS
TRILHO DO CASTELO
TRILHO DE PIAS
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PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
O Parque das Serras do Porto, com perto de 6.000 hectares, é composto por seis serras: Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, abrangendo território dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. Esta área, classificada desde 2017, como Paisagem Protegida Regional, integra o Sítio Rede Natura “Valongo” e o Parque Paleozóico de Valongo. Aqui, os visitantes podem desfrutar da imensa beleza cultural e paisagística de serras, vales e rios, salientando-se a singularidade geológica, que nos leva a uma interessante viagem pela Era Paleozoica.
Os vales dos rios Ferreira e Sousa convidam a um certo isolamento em estreito contacto com a natureza, enquanto o efeito miradouro das linhas de cumeada proporciona uma excelente perspetiva do território envolvente. Atualmente, o Parque das Serras do Porto tem três centros de receção ao visitante com informação útil sobre o Parque (Visitar Página oficial).
TRILHOS DAS SERRAS DO PORTO
O Parque está, desde setembro de 2020, a criar uma Rede de Percursos Pedestres que irá ligar os vários trilhos e sinalizar o seu património biológico, geológico, arqueológico, imaterial e construído. São quase 260 km de trilhos para calcorrear por terras de Gondomar, Paredes e Valongo. A rede será composta por uma grande rota, que deverá totalizar 57km ao longo dos três concelhos, e 19 percursos distintos, com pequenas rotas em cada território que deverá estar finalizada na Primavera de 2021. O projeto prevê a instalação de mobiliário, sinalética e uma página web para ajudar quem fizer os percursos, fornecendo informação sobre o território e os pontos de interesse. Enquanto aguardamos a conclusão do projeto começamos a percorrer os trilhos previstos, naquilo que podemos chamar de uma versão de reconhecimento, para inspirar a tua próxima aventura pelo Parque das Serras do Porto…
DESCRIÇÃO DO TRILHO REALIZADO
PR - TRILHO DO VOLFRÂMIO (SERRA DAS FLORES)
O trilho percorre a Serra das Flores ou Açores, que com uma altitude de 320 metros é a 3085º elevação de Portugal Continental. Está situada no concelho de Gondomar, a oeste da Serra de Santa Iria, a sul de Aguiar de Sousa e ao norte de Medas. Neste percurso é possível o contacto com a natureza e o desfrute da paisagem envolvente, bem como o contacto com as ruínas de um complexo mineiro do Sítio do Corgo. O percurso é realizado por caminho florestal, onde predominam os eucaliptos. O percurso, em janeiro 2021, ainda não está sinalizado pelo que se aconselha o uso de GPS.
Iniciamos o trilho em Covelo, na Rua da Louseira (EM615), não sabemos se será o local oficial de inicio e fim deste trilho, mas aqui encontramos um amplo estacionamento. No local não encontramos qualquer painel informativo ou sinalética do percurso. Na ausência informação e de marcações no terreno realizamos o trilho recorrendo ao mapa em pdf apresentado pela Câmara Municipal de Gondomar. Optamos por fazer o percurso no sentido dos ponteiros do relógio.
Seguimos para norte por um caminho florestal, sempre a subir em direção ao alto da Serra das Flores (320m) sem atingir o seu cume, aos 221 metros de altitude, rodamos 90º à direita para seguir pela cumeada da serra até ao Marco Geodésico das Medas (245m) e às Ruinas da Capela de Santa Bárbara (252m).
A Capela de Santa Bárbara (224m), padroeira dos mineiros, foi mandada erigir em 1884, no alto da Serra das Flores (ou Açores), a 252 metros de altitude, pela Companhia das Minas Riba-Douro. A capela era um espaço onde os muitos mineiros católicos tinham um local para rezar. Contudo a capela nunca seria terminada e hoje restam apenas as ruinas deste edifício.
O percurso recua 300 metros para descer, em direção a sudoeste, pela encosta o caminho florestal onde predominam os eucaliptos para rodar 90º à direita e voltar a seguir para norte. Ao km 5.8 abandonamos o caminho florestal para seguir um trilho mal definido de pé posto que interseta o Ribeiro do Corgo o qual acompanhamos por alguns metros em sucessivas travessias, para voltar a amplo caminho florestal e seguir em direção às Ruínas da Mina do Corgo.
A Mina do Corgo designada Sitio do Corgo arrolada no Catálogo Descritivo da Secção de Minas (1889) ou, simplesmente, mina do Corgo, retratada no Inquérito Industrial de 1890, situava-se na freguesia de Medas, na vertente ocidental da Serra das Flores (Serra dos Açores). A mina tinha uma área de 54 hectares e fora concedida, em 1884, à firma Shore e Cudell, formada por dois estrangeiros: o alemão Gustavo Cudell e o inglês Augusto Shore. Poucos anos depois, esta companhia trespassou a propriedade a uma companhia inglesa denominada The Lixa Mining Company Limited.
Esta companhia, para além de ter a exploração de antimónio em várias concessões, decidiu construir no local da mina do Corgo uma fundição para produzir o “régulo” de antimónio e ouro. Esta seria a tentativa para que a indústria de antimónio na região se pudesse desenvolver, em vez de exportar apenas o sulfureto de antimónio sem passar pelo processo metalúrgico. A exportação do sulfureto e do “régulo” do antimónio das minas da região mineira do Douro, seria uma forma de alargar o mercado deste minério a outros países sem as minas do Douro estarem dependentes da indústria transformadora inglesa através da qual era efetuada a maior parte da comercialização do antimónio. A iniciativa poderia ser uma boa solução para dinamizar a indústria da região; contudo o processo não seria do agrado das empresas de fundição que tratavam do minério em Londres. Isto leva a que vários poderosos e influentes empresários do mercado inglês tentassem dificultar os negócios de The Lixa Mining Company Limited, impedindo por diversos meios que as outras minas vendessem o minério à empresa da mina do Corgo.
A mina do Corgo, de que era concessionária a empresa The Lixa Mining Company Limited, por motivos de falta de capital acaba por ficar sem a posse da mina e esta é declarada abandonada a 21 de junho de 1908 (ADP, Processos..., C/10/8/2-6.26).
O percurso continua por amplo caminho florestal para sul para rodar 360º novamente para norte, quase a intersetar o caminho anteriormente realizado, aqui requer alguma cautela, para virar à esquerda, em direção a oeste e pouco depois temos como referência a A41 até à Rua da Louseira, ponto de inicio e fim deste trilho.
FICHA TÉCNICA
Realização: 16 de janeiro de 2021
Percurso: Covelo (Rua da Louseira) - Capela de Santa Bárbara - Mina do Corgo - Covelo
Distancia: 10,5 km
Duração: 3h58min
Tempo em movimento: 2h26min
Tempo parado: 1h32min
Movimento médio: 4,3km/h
Acumulado positivo: 406m
Acumulado negativo: 410m
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Information
Easy to follow
Scenery
Easy
Ao longo do trilho e como ainda está em fase de implementação a informação é escassa.
É um trilho que precisa de uma limpeza, muito lixo nas beiras, junto ao marco geodésico e à capela podiam fazer uma limpeza para se poder ver a paisagem.
Obrigado pela partilha e boas caminhadas!
Olá Hélio Videira!
Infelizmente as Serras do Porto, em alguns pontos de fácil acesso a veículos, encontram-se com entulho de obras ou de eletrodomésticos, é de uma grande falta de civismo da população.
Obrigado pelo comentário e avaliação da trilha. Saudações.
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Sem dificuldades de maior…