Trilho de Louredo da Serra (rota dos Brasileiros de Torna-viagem)
near Louredo, Porto (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.
- Trilho circular com marcações, com início e fim junto à Igreja de São Cristovão, matriz de Louredo (opcional);
- Decorre, em parte, pelo vale do Sousa e pela meia encosta da Serra de S. Tiago;
- Misto de caminhos rurais, caminhos de terra e calçadas em paralelo;
- Trilho muito acessível, sem declives muito acentuados e que não apresenta troços técnicos nem de especial exigência física;
- Pouco antes de chegar ao Parque de Lazer de Miragaia (sensivelmente no fim do primeiro quilómetro), é necessário atravessar vários campos. Neste local, as marcações não são explícitas, o que pode provocar alguma confusão. No entanto, o trilho atravessa o campo e depois, virando à direita, segue-se sempre pelo meio deste, até chegar ao Parque de Lazer;
- É um trilho com alguma exposição solar (embora também tenha vários trechos com muita sombra). É excelente para ser feito na primavera ou no outono (no verão, preferencialmente no período da manhã). Nos meses de inverno, se chover, torna-se bastante lamacento e escorregadio;
- Destaque para a herança histórica e cultural presente ao longo de todo o trilho. Visitar os vários locais requer tempo mas tal é altamente aconselhado;
- Ao longo do trilho existem ainda outros pontos de interesse, de cariz natural, tais como os caminhos pelos vários lameiros agrícolas, as travessias do rio Asmes (açude e poldra) e os caminhos de pé posto pela meia encosta da Serra de S. Tiago. Destaque ainda para os locais onde se pode usufruir de uma bela refeição, como é o caso da Cozinha da Terra (Casa de Louredo) e do Solar da Brita (antiga casa da Câmara / Tribunal);
- No seu todo, é um percurso muito acessível e muito bonito, que se percorre com facilidade e imenso prazer pela sua diversidade cultural e de natureza rural. As vistas panorâmicas sobre o Vale do Sousa são esplêndidas. E são muitos os apelos para nos perdermos em demoradas contemplações por tão variado património arquitetónico de referência. Sem dúvida alguma, um percurso altamente recomendado!
Outros percursos realizados nesta região:
De Paredes ao Cruzeiro de Baltar
Por terras de Arrifana de Sousa: de Penafiel a Vila Boa de Quires
Arrifana de Sousa (Penafiel) - Walking tour 01
De Figueira ao Castro do Monte Mozinho
Castro Mozinho a Figueira
Trekking d'Quintandona 2018
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- TRILHO DE LOUREDO DA SERRA - ROTA DOS BRASILEIROS DE TORNA-VIAGEM
Faça-se ao caminho. Caminhe pelo Patrimónlo, de Paredes. Fique a conhecer Louredo da Serra, que foi honra, beetria, concelho e provavelmente vila. Retroceda mais de 100 anos e veja a Castrália (casa de um brasileiro de torna-viagem) e os azulejos da Casa da Venda, a antiga Estância de Saúde de Louredo. Aprecie o Parque de Lazer do Rio Asmes, afluente do Rio Sousa, e a Serra de São Tiago. Visite a Igreja Matriz (uma jóia) e a Capela de São Tiago (um lugar singular). Passe pelas quintas com história(s): a Casa de Ribela, a Quinta do Sobrado de Baixo (ligada aos amores de Pedro e Inês), a Quinta do Sobrado de Cima (com os seus fontanários), a Quinta de Miragaia (com os seus animais), a Quinta de São Tiago e a Quinta de Sobradelo (com a sua capela). Descubra onde ficava o antigo Tribunal e a antiga Câmara e onde fica a "Forca" e o Pelourinho. Fale com os louredenses sobre a Fonte das 3 presas, a Mina dos 23 degraus, a Calçada Romana, os engenhos de água, o "Campo de Mouros", o "Coração de D. Inês/ Pêro Coelho", as memórias dos "Galinheiros", o Bueiro de vento, etc.
NOME: Trilho de Louredo da Serra - Rota dos Brasileiros de Torna-viagem
EXTENSÃO: cerca de 8,5 km
TIPO DE PERCURSO: circular de pequena rota
DURAÇÃO: cerca de 3h00
GRAU DE DIFICULDADE: médio
ÂMBITO: histórico, natural e paisagístico
- CONCELHO DE PAREDES - NA ROTA DOS BRASILEIROS DE TORNA-VIAGEM
Uma viagem pelos palacetes de emigrantes que fizeram fortuna do outro lado do Atlântico. Iniciando no centro de Paredes, aí encontramos o Palacete da Granja, hoje transformado em Casa da Cultura, com espaço para exposições, concertos e conferências. O seu primeiro dono foi o ilustre e abastado Joaquim Bernardo Mendes, 1º visconde de Paredes. Regressado da Bahia, o abastado senhor mandou construir esta “casa pintada de amarelo com um jardim à volta” (Sophia de Mello Breyner), onde receberia a visita do rei D. Carlos. O afilhado do visconde descreveu uma visita ao palacete “magestoso para uma terra de província, cercado de grande jardim gradeado, com dois mirantes e dois lagos com repuxos permanentes” (sic), no livro A Árvore das Patacas. Esta é a única casa de brasileiro torna-viagem sempre aberta ao público. O acesso é gratuito.
A seguir vem a freguesia de Louredo da Serra, conhecida pelos seus “bons ares” que explicam o sanatório, um grande edifício revivalista dos anos 20, hoje em avançado estado de degradação. Adriano Moreira de Castro é um dos motivos que o levará à pequena Louredo, a cerca de 6 km do centro da cidade de Paredes. Um emigrante que fez fortuna em Belém do Pará e, de regresso à sua aldeia natal, construiu a imponente Casa da Castrália, para além de financiar uma grande escola ali perto e atribuir bolsas de estudo. “Pão e educação” – os seus ideais republicanos traduzidos em acções foram reconhecidos pelo Presidente da República, General Óscar Carmona, que lhe atribuiu o título de Cavaleiro da Ordem da Instrução Pública, em 1936. Se tiver a oportunidade de visitar este palacete, não hesite e perca-se pela elegante sala de música, com chão de madeira trabalhado e até água canalizada. Os móveis antigos estão cobertos de pó e de uma patine nostálgica, o que lhes dá muito charme (para visitar a Casa da Castrália, deve contactar os serviços de turismo de Paredes, através do email turismo@cm-paredes.pt). Não deixe também de visitar a Igreja de S. Cristóvão, o ex-líbris barroco do concelho, e de admirar longamente o seu exuberante retábulo de talha dourada.
Passando para Bitarães, no largo junto à Capela de N. Senhora dos Chãos existe outra casa de um brasileiro torna-viagem, a Vila Engrácia, mais modesta que a Casa da Castrália e, aparentemente, mais bem conservada.
Seguindo para Cête, chega-se à Casa do Verdeal, com a sua linda fachada de azulejos em tons de amarelo, vermelho e azul. Vitorino Leão Ramos, que emigrou muito jovem para o Rio de Janeiro e regressou em finais do século XIX, era o dono desta quinta que ergueu junto à casa dos seus pais. Embora mantivesse residência no Porto, o benemérito financiou várias obras em Paredes, nomeadamente uma escola mista, para ambos os sexos, muito perto da Casa do Verdeal que, ainda hoje, mantém a sua função educativa.
Passe a seguir por Baltar, onde outro brasileiro de torna-viagem construiu uma linda casa. A graça da Casa de Ernesto Leão, irmão do benemérito de Cête, reside sobretudo nos seus apontamentos de ardósia e nos vidros coloridos. Esta é uma das mais bonitas e, provavelmente, a mais bem conservada da rota. No piso inferior, funciona um ginásio! À saída de Baltar encontra ainda as Casas dos Pereiras, três irmãos que fizeram fortuna comercializando têxteis – Firmino, Vitorino e Belmiro –, e que construíram três edifícios imponentes na estrada que ligava Paredes ao Porto. Hoje restam apenas duas dessas casas, uma das quais, coberta por pequenos azulejos floridos, chegou a funcionar como escola.
Fica ainda a referência, em Lordelo, às várias casas de emigrantes aí existentes, que regressaram à sua terra natal com dinheiro e novos hábitos, vestuário, valores éticos e morais: o Palacete dos Silvas Moreiras, a Casa de Amaro Martins Ribeiro, a Casa do Ribeiro e a Quinta de Lamas. Infelizmente, nenhuma delas é visitável.
Waypoints
Igreja de São Cristovão (Matriz de Louredo)
Com 300 anos de existência (1716/1719- 2019) é de arquitetura maneirista e barroca. Tem planta retangular composta por nave, capela-mor e anexos adossados às fachadas laterais, possuindo torres sineiras de construção oitocentista. No interior, capela-mor com o retábulo-mor, de talha dourada de estilo barroco nacional, com as imagens de S. Tiago e S. Cristóvão. Arco triunfal de volta perfeita, ladeado por retábulos colaterais e laterais de talha dourada do estilo barroco nacional, dedicados às Santas Mães, Santo António, Senhora do Rosário e a Santo Cristo, formando uma forte unidade decorativa. O arco triunfal, os vãos das capelas laterais e as molduras de granito dos retábulos, ostentam pinturas murais, destacando-se o primeiro, contendo cartela datada (1725). No Interior podem ainda ser encontradas duas belíssimas imagens de S. Manuel e S. Cristóvão.
Núcleo Museológico Pe. Amadeu Soares da Silva (Arte Sacra)
O Núcleo Museológico Pe. Amadeu Soares da Silva nasce do sonho de reunir o património sacro de Louredo num só espaço, de forma permanente e visitável. É composto por três salas onde poderão encontrar paramentos, livros, alfaias litúrgicas e pintura. Recuperar o passado para o perpetuar para as gerações futuras foi a grande motivação da equipa do NMPASS.
Quinta de Miragaia
É uma antiga e emblemática quinta rural em tempos multo fértil e hoje transformada em casa rural de lazer onde predominam uma variedade de animais em cercas, construídas para o efeito, tais como cangurus, faisões, galinhas, gamos, lamas, patos, pavões e um burro. No arvoredo da quinta, de uma forma livre, abundam outras espécies naturais de seres vivos.
Parque de Lazer de Miragaia
Espaço de lazer, de caraterísticas rurais, situado no curso do Rio Asmes, com cerca de 53000 m2. De salientar a beleza e a variedade da sua vegetação. Carvalhos, castanheiros, plátanos, magnólias, canas da Índia, choupos, diospireiros, figueiras e outras espécies de grande beleza. No curso do rio Asmes podemos observar, para além das belas condutas de regadio em granito, as quedas de água dos engenhos de serrar madeira, os vestígios de granito dos engenhos, presas e moinhos, onde podemos encontrar um devidamente restaurado e a funcionar em pleno. No leito do rio podemos encontrar cardumes de peixes em fase de reprodução, entre os quais, barbos, bogas, escalas, trutas e enguias. O parque salienta-se pela beleza e enquadramento na sua paisagem natural.
Rio Asmes (ou Ribeira de Sentiais)
Afluente do Rio Sousa, nasce em Sabrosa, passa por Louredo, Gondalães, Madalena e desagua em Castelões de Cepeda. Passa por 3 parques de lazer: o de "Alvites" em Sobrosa, o de "Miragaia" em Louredo e o da "Cidade de Paredes" (onde é conhecido como "Sentiais"). Ao longo das suas margens ainda se podem observar em Louredo, nos lugares de Rlbela de Baixo, Outeiro e Miragaia, vestígios de edificações de onze moinhos hidráulicos (um de "cubo"), quatro engenhos de serração de madeiras, açudes, "presas", levadas e regos.
perspetiva da Casa de Ribela
Situada no lugar de Ribela de Cima, foi "uma das Casas ricas e prestigiadas de Louredo". Na sua capela foram sepultados Nicolau Pinto da Veiga (em 1701) e o Rev. João Pinto da Veiga (em 1729). "Estes enterramentos provam que a construção da Capela remonta ao século XVII, mas o seu altar está completamente desvirtuado da sua época". Nesta capela designada como capela pública, para além da imagem setecentista de Nossa Senhora da Vitória, "[ ... ] há húa perfeita Relíquia do Santo Lenho e outras devarios santos a que concorre muita gente de Romagem em dia de Santa Cruz". A esta Casa, para além de vários terrenos agrícolas adjacentes, destaca-se um moinho de cubo vertical existente, já em ruínas, na margem direita do rio Asmes, no lugar de Ribela de Baixo. Neste local existiu em tempos uma pequena ponte de madeira que serviria de passagem para os devotos fazerem romagem à capela desta Casa. Esta Casa também poderá ter o seu interesse de estudo pelas ligações aos Brasileiros de Torna-viagem ou mesmo à escravatura, destacando-se, desde logo, a presença de serviçais no período referido da família Pinto da Veiga, nomeadamente uma escrava e uma mulata, conforme relatos da época, por testamento.
travessia rio Asmes (poldra)
Neste local, seria desejável existir uma pontelha de forma a permitir atravessar o rio em segurança para a margem direita para, um pouco à frente, regressar-se novamente à margem esquerda, em nova travessia. Caso contrário, tal só é possível com o caudal do rio muito baixo. O facto de existir apenas uma poldra dificulta a passagem, pois o vão é muito largo. Em alternativa, subiu-se pela margem, por entre alguma vegetação, até às cordas de apoio existentes no ponto de chegada da segunda travessia.
Casa de Louredo (Cozinha da Terra)
A Casa de Louredo transporta-nos para os séculos XVII-XVIII, tratando-se de uma antiga habitação com características agrícolas que procura em toda a sua forma e estrutura adaptar-se ao meio e às necessidades dos seus ocupantes. Casa de planta em semicírculo irregular, de dois pisos, que se fecham no seu interior com o quinteiro. O piso superior destinava-se à habitação, sendo o piso inferior destinado aos animais e arrumação das alfaias agrícolas. Uma das particularidades desta casa são as Janelas em guilhotina tripla, embora sejam baixas. No pátio interior destaca-se a escadaria em granito, com alguns elementos decorativos nas guardas, que permite o acesso ao piso superior e a uma varanda aberta. Nos dias que correm, a Casa de Louredo acolhe um dos restaurantes de referência ao nível local e nacional - Cozinha da Terra. Associado ao restaurante temos, também, o empreendimento de Turismo no Espaço Rural na modalidade de Casa de Campo.
Presas da Herdade (3 Presas)
A abundância de água e a importância do cultivo do linho é visível nas construções do fontanário, lavadouro público e presas, no lugar da Herdade. Abastecido por água de uma mina empedrada, a água enche 3 presas interligadas por comportas: uma era destinada para curtir o linho e as outras para regadio partilhado por consortes. Trata-se de um bom exemplo para dlvulgação dos usos e costumes locais.
Casa da Venda (antigo Sanatório)
A Casa da Venda é uma construção que data dos finais do século XIX, inícios do século XX, localizada na freguesia de Louredo da Serra, concelho de Paredes. É um edifício de grandes dimensões, construído numa das encostas da Serra de São Tiago e que assumiu um lugar de destaque na localidade. A Casa da Venda é um exemplar tardo-romântico, que incorpora elementos estilísticos difusos de cuja mistura resulta uma linguagem cenográfica da qual a fachada é o elemento predominante. A escadaria existente na fachada principal destaca-se, bem como todo o trabalho de ferro patente quer no vitral da fachada posterior, quer na porta e no vão da escadaria interior. Este espaço é enquadrado por um jardim de grandes dimensões onde se destacam as palmeiras imperiais. Este edifício foi transformado em Estância Climática nos finais da década de 1920. A partir desta data, a Estância recebeu diversos visitantes e foi granjeando prestígio quer em termos nacionais quer internacionais. A Estância de Louredo da Serra recebia doentes que necessitavam de recuperar fisicamente, o "ir a ares", como era habitual nesta época na Europa. Desta forma, o espaço foi adaptado para receber os doentes, como foi o caso da construção de uma Varanda, designada por Varanda da Saúde. Este espaço destinava-se ao repouso dos doentes, sendo para tal instaladas camas e chaise-longues ao longo da referida varanda. No exterior do edifício destacam-se os painéis de azulejos, em azul cobalto e branco, localizados por todo o edifício, quer ao nível do rés-do-chão, quer na fachada principal ou nas fontes. Estes painéis reforçam todo o sentido cenográfico, aumentado pela construção da Varanda da Saúde. "(. .. ) A Varanda da Saúde, a Estância de Louredo da Serra, abrigada dos ventos do norte pela serra de Santiago e dos ventos do sul por uma enfiada de colinas - possui um micro-clima que a distingue do clima da restante região. Temperaturas pouco variáveis com pequenas amplitudes térmicas, pequena humidade. Rodeia-a uma paisagem larga e calma, que lhe dá uma quietude compensadora - de que podem aproveitar os doentes depauperados, esgotados do sistema nervoso, de organismo enfraquecido. Esses doentes encontram na Varanda da Saúde o repouso de corpo e de espírito necessários ao seu tratamento".
Quinta de Sobradelo
Quinta predominantemente agrícola, onde ainda hoje se produz um dos melhores vinhos da freguesia, decorrendo as vindimas como antigamente, com uma festa e banquete entre aqueles que se Juntam para colher as uvas. A capela da quinta, com um belíssimo altar em talha dourada é dedicada a Santa Apolónia. No quinteiro, pode ser encontrada uma belíssima fonte, onde corre uma água muito fresca e por muitos apreciada. Ao piso superior da casa acede-se por uma imponente escadaria de granito. Ao passear pela quinta pode ser encontrada uma variedade enorme de àrvores, sendo por isso um paraíso natural de rara beleza.
Casa da Castrália
Adriano Moreira de Castro nasceu em 1858, no lugar de Sobradelo, na freguesia de Louredo. Emigrou bastante jovem para o Brasil, com 14 anos de idade, em 1872. Desembarcou na cidade de Belém do Pará, tornando-se um importante comerciante nesta cidade. No início do século XX [1901] regressou a Louredo. A Castrália terá começado a ser construída no início do século XX e concluída por volta de 1909. O conjunto edificado é composto pelo edifício de habitação e por um grupo de construções anexas como a garagem, o celeiro e pequenos espaços de apoio à atividade agrícola. Este edifício apresenta-se com quatro fachadas. Na extremidade sul da propriedade existe um mirante, cuja balaustrada abre-se para o adro da igreja Paroquial de São Cristóvão de Louredo. Todo o conjunto edificado é cercado por um muro, cuja entrada é feita através de um portão em ferro forjado com a inscrição Castrália e a data de 1909. A fachada principal apresenta, no primeiro andar, uma varanda rematada por uma balaustrada. Nesta varanda, estão duas estátuas colocadas nas extremidades representando a figura do Comércio, através do deus Hermes, e uma figura feminina alegórica da Indústria. No rés-do-chão localiza-se a cozinha, a sala de jantar, a sala da música, a sala da geografia/biblioteca e o "Quarto do Bispo". Na fachada sul abre-se uma varanda, para a qual confluem as janelas de sacada da sala de jantar, da sala da música e do escritório/biblioteca. O interior da Castrália suplanta o exterior devido à riqueza iconográfica presente nos espaços de convívio e, sobretudo, a articulação que pudemos encontrar entre o Brasil, mais concretamente, Belém do Pará, e o meio rural de onde um dia partiu.
panorâmica Vale do Sousa
O Vale do Sousa é uma sub-região, integrada na NUT III – Tâmega, da qual fazem parte os concelhos de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, num total de 144 freguesias. Com uma área de aproximadamente 766,80 km2, correspondendo a 3,6% da região Norte, o Vale do Sousa é um território heterogéneo, de transição entre a Área Metropolitana do Porto e o interior da região Norte. Segundo dados do INE de 2010, aqui reside 9% (339.616) da população da região Norte, o que se traduz numa densidade populacional de 442,9 habitantes por km2, muito acima da média do Norte (177 hab./Km2). De destacar o peso dos jovens - quase 20% da população -, valor superior à média nacional (15,5%), acompanhado por um envelhecimento demográfico muito inferior ao da restante região Norte e ao do Continente. A indústria transformadora emprega cerca de metade da população ativa, sendo predominantes os setores do calçado, em Felgueiras, têxtil, em Lousada, madeira e mobiliário, em Paços de Ferreira e Paredes, e exploração de granitos, em Penafiel. Castelo de Paiva evidencia uma lógica de desenvolvimento semelhante às áreas de predominância rural. Situado a pouco mais de 20 Kms do Porto, o Vale do Sousa desde sempre representou um papel preponderante na ocupação e organização do território, localizando-se no coração de um triângulo classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, composto pelo Porto, Guimarães e o Vale do Douro. O Vale do Sousa está dotado de acessibilidades de bom nível. Para além de uma das principais linhas urbanas de comboio, a região é servida por autoestradas que a ligam a Sul e a Norte. O aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro está, também, a cerca de 20 minutos de distância de cada concelho.
Serra de São Tiago
A Serra de São Tiago é uma elevação de Portugal Continental, com pouco mais de 400 metros de altitude. Situa-se no distrito do Porto, na confluência das freguesias de Sobrosa, Louredo da Serra e Beire (concelho de Paredes), Ferreira (concelho de Paços de Ferreira) e Nevogilde (concelho de Lousada).
Sanatório Novo
Edifício abandonado num local ímpar da Serra de Santiago. Local alto, solarengo e com bons ares, proporcionando um contacto privilegiado com a natureza. Dizem que foi construído para se criar um sanatório - "o sanatório novo" em contraste com o velho, da Casa da Venda. Encontra-se em propriedade privada.
Capela de São Tiago
Arquitetura religiosa, quinhentista. Capela de planta retangular composta por nave, capela-mor e sacristia adossada ao lado esquerdo. Fachada principal em empena, rasgada por portal em arco de volta perfeita, encimado por fresta. Junto à capela observam-se três bicas pelas quais jorram água fresca e pura. No interior, retábulo-mor de talha dourada rococó, onde podem ser encontradas as imagens de S. Tiago e S. Caetano. Com origem no século XI e ampliada no século XVI, a Capela de São Tiago, antigamente conhecida por S. Tiago dos Milagres, é referida nas "Memórias Paroquiais de 1758" como capela de São Tiago Novo, muito antiga, com três altares, o mor com São Tiago, uma imagem milagrosa do Crucificado e uma de Nossa Senhora da Assunção. Edificada em zona elevada, na serra de São Tiago, ergue-se num largo com vegetação frondosa e vista para o vale do Sousa.
Calçada romana
A reforçar a importância histórica de Louredo, esta localidade terá sido atravessada por uma Importante e antiquíssima via que estabelecia ligação entre dois principais centros, Porto e Braga. De acordo com alguns autores, esta estrada remontaria à época romana, sendo ainda visíveis, no Inicio do século XX, alguns troços e ao longo da qual a maioria das casas a ladeavam.
Forca de Louredo
A ladear a antiga via e fronteiro à Quinta de Baixo, observa-se um elemento arquitetónico de singular construção, conhecido por "Forca de Louredo", provavelmente construído no século XIX. Na verdade, desconhece-se a verdadeira função desta estrutura formada por três corpos sobrepostos escalonados e de remate piramidal, mas, o braço curvilíneo rematado em dente, que se projeta do corpo central de cantaria, suscitou a imaginação.
Quinta de Baixo
Há em Louredo a tradlção de que a Quinta de Baixo foi de Pêro Coelho, um dos assassinos de D. Inês de Castro. Essa quinta e casa magnífica são brasonadas e sem dúvida pertenceram a grandes senhores, que alguém diz terem sido de baraço e cutelo, com direito a enforcar e degolar réus. O portão da quinta é ornado de grandes lavores e dele se saía à estrada velha por um ramal de estrada particular hoje abandonado. A capela da quinta é dedicada a Santo António.
Pelourinho de Louredo
O Pelourinho de Louredo é um monumento, símbolo do poder local e da Justiça onde eram julgados os criminosos, que nos leva numa viagem pela história, ao tempo que Louredo foi honra, confirmada em 1342, por D. Afonso IV, e muito mais tarde concelho. Implantado junto à antiga via e casa da Câmara, eleva-se a coluna de granito, assente em três degraus e encimada por um remate em forma cúbica cujas faces ostentam as armas de Portugal, com a coroa real no topo. O Monumento é classificado como Imóvel de Interesse Público.
Quinta de Cima
Quinta de habitação nobre com armas que lhe são próprias. Tem uma entrada soberba. Da estrada, junto ao Pelourinho, desce-se suavemente por um pequeno ramal entre dois altos muros até ao portão que dá entrada num vasto pátio quadrado, ao fundo do qual está a grande casa antiga e majestosa, com varanda, sustentada em colunas de granito e com escadas nos extremos a descer para um pequeno jardim que a enfrenta. Ao lado a capela, dedicada a Jesus, Maria e José. O pátio, quinteiro ou terreiro é um dos maiores das casas do concelho. A entrada tem um tanque e água corrente. A outra frente da casa está virada para o vale, com magníficas vistas.
Escola Primária de Estrada, nº1
Construída entre 1912 e 1918, constituiu uma iniciativa de Adriano Moreira de Castro, importante figura de Louredo, proprietário da Casa da Castrália. Inicialmente era composta por três pisos. O 1º era um armazém e no 2º localizar-se-iam as salas de aulas. O 3º eram as habitações dos professores. Na fachada principal estaria inscrita a seguinte frase: "Depois do Pão a Educação, a primeira necessidade do povo". A escola foi solenemente inaugurada a 6 de outubro de 1918, após uma grandiosa receção na qual esteve presente José Coimbra Pacheco, proprietário da Estância de Saúde de Louredo, e o futuro bispo de Angra do Heroísmo e posteriormente do Porto, D. António Augusto de Castro Meireles. Após a inauguração do edifício, Adriano Moreira de Castro instituiu donativos anuais para que os jovens mais necessitados pudessem frequentar a escola, mas também criou prémios de mérito escolar, que eram atribuídos na festa de Natal que se realizava na escola. Em 1936, Adriano Moreira de Castro recebeu o título de Cavaleiro da Ordem da Instrução Pública, conferido pelo General Óscar Carmona, pois este empenhou-se no fomento da instrução pública na sua localidade.
travessia rio Asmes (açude)
Neste local, o trilho atravessa o rio Asmes, por um açude e pouco à frente regressa-se à margem esquerda, em nova travessia. No entanto, se o caudal for volumoso e forte (como foi o caso), tal não é de forma alguma aconselhado (inclusive será perigoso). Como alternativa, sugere-se um ligeiro desvio à direita e logo depois à esquerda, permanecendo assim na margem esquerda. O único inconveniente é que é necessário atravessar alguns (poucos) metros de propriedade privada. Em princípio será tranquilo, mas se o proprietário estiver próximo, o correcto será pedir autorização, de forma a evitarem-se mal entendidos.
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
This was our first hike, after months of Covid lockdown.
At less than 8km, we thought it would be a gentle reintroduction. However, the temperature was around 27C, and was particularly noticeable whilst climbing the hill, towards the highest elevation of the route, although the Eucalyptus trees provided shade.
At the top of the hill, we visited the derelict sanatorium building and took advantage of the shade that it provided to eat our lunch.
After the sanatorium, there is a slight climb to the Chapel of St. James, where water bottles can be replenished from the fountain. From there, it is all downhill, back to the village of Louredo.
As usual, João has done an excellent job of describing the route, and it was quite easy to follow, with just a couple of places where we had to look around for markers. I didn't particularly enjoy this route, but my partners enjoyed the variety that it provided, with some rural settings and some historical architecture.
Hi Craig! Good to hear from you. Indeed, this pandemic has not given much respite. But it's good to know that you started walking again! I particularly liked this trail through the homes of Brazilians, as they are part of a very interesting historical legacy. And the Chapel of São Tiago is very beautiful!
Take care and good walks !!!
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Information
Easy to follow
Scenery
Easy
Trilho muito curioso e interessante, com o vale do Sousa por companhia.
Obrigado pela companhia!
Obrigado, bioRAIA, pelo comentário e avaliação do trilho.
É sempre um prazer!! Abraço :)
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Information
Easy to follow
Scenery
Easy
Trilho muito interessante e diversificado. Culturalmente, gostei de ler e conhecer estas memórias de uma época já desaparecida, uma arquitetura única (se assim se pode chamar) e muito característica. Pena a maioria destes edifícios estarem praticamente em ruínas, ou abandonados, ou muito mal tratados (salvo uma ou outra exceção). Vale a pena!! Grande abraço.
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Para mim também foi uma surpresa muito agradável percorrer este trilho. Abraço!