Trilho das Silhas do Alvão - Campanhó-Pardelhas-Paço
near Campanho, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
A preparação para se fazerem 21.75 kms exigentes no seu todo e em rigor, tem de contemplar 3 premissas: a distância e as dificuldades técnicas ,a altimetria e suas pendentes, e o perfil de terreno. E para ultrapassar estes desafios temos de ir bem preparados física e psicologicamente e com uma atitude de galhardia vencedora. Caso contrário,tudo custa muito mais.
Este trilho pode dividir-se em 5 partes distintas:
1 - Campanhó - Cascata de Baixo
2 - Cascata de Baixo - Planalto da Cruz das Moças
3 - Cruz das Moças - Pardelhas
4 - Pardelhas - Paço
5 - Paço - Campanhó
Antes de iniciar, comprámos pão fresco ao padeiro que por ali passava.
A primeira parte é percorrida a meia encosta em caminho rural onde apanhamos a companhia de uma levada, passando depois o piso a ser de rocha e pedra solta xistosa. Com algumas subidas de pequena monta e pouco técnicas, mas a atenção necessária ao piso. Aliás o xisto faz-nos companhia em 90% do trilho. Este percurso coincide com o PR8 da zona, e chegados à Cascata de Baixo com o seu límpido lago, somos obrigados a retornar 100 metros para trás, pars encetarmos a ...
segunda parte. Sabiamos com o que nos íamos deparar : uma subida técnica, com pendentes entre os 15 e os 40% ( leram bem ) que nos puseram em sentido. Aliás no inicio uma simpática tabuleta avisa-nos que aquilo é mesmo a subir e para se fazer, ou ir fazendo. Fizemos, não fomos fazendo. Em determinada altura decidimos nao ligar a uma marcação de "virar à esquerda " seguindo em frente, descendo , para ver para e seguir o rio bem lá no fundo e tivemos de percorrer um caminho de pé posto que bordejava o seu leito, com algumas passagens complicadas que , se não formos cuidadosos escorregamos para um bom banho. Aliás este trilho na sua parte inicial não deve ser feito com piso molhado. Chegámos à conclusão que não vale a pena o pouco esforço, e que mais valia termos acompanhado a marcação do virar à esquerda , pois que esta parte que fizemos sem grande interesse...está também marcada. Recomecámos a subir até ao planalto da Cruz das Moças, onde existe uma bonita e grande mariola, e aí decidimos fazer o nosso primeiro reabastecimento e descanso, com uma vista lindíssima sobre Mondim,Celorico, Monte Farinha, tudo uma beleza. Aliás desde Campanhó até este local, tudo, mas tudo é uma beleza. O primeiro esforço físico de monta estava ultrapassado. E havia que começar a...
terceira parte. Finalmente a descer, em caminho largo de cascalho e xisto solto. Finalmente a descer? Detesto descer, gosto imenso de subir. Mas tínhamos mesmo de descer e lá fomos nós, sempre a "travar". Que canseira. Ao km 5.2 em vez de seguir o caminho até à estrada municipal virámos erradamente à direita ,fizemos um pouco de corta mato rasteiro divertido mas e porque não havia passagem para o outro lado da estrada municipal, tivemos de bordejar a estrada pelo monte em sentido contrário até ao ponto onde vinha dar o tal caminho que abandonámos. No entanto a melhor opção no futuro é ao km 4.8 derivar por um caminho à direita que nos leva até à estrada municipal, acima da casa de controle "seja lá do que for" e a partir daí atravessar o caminho a vau e engatar novamente no trilho. Parece-me o mais sensato. Continuamos alegres e contentes e algo cansados para avistarmos a primeira Silha de Ursos, a do Toutiço. Um pouco mais abaixo, outra Silha de Ursos, desta vez a do Pinchadouro. As paisagens essas continuavam a ser deslumbrantes. Mais um pouco de desce e sobe e chegámos à aldeia de Pardelhas. Nada interessante, infelizmente. É tecnicamente o meio do percurso. Aí reabastecemos de água, depois de uma linda senhora vaca se ter servido primeiro, descansámos um pouco e havia que encetar a...
quarta parte, já sem qualquer marcação, e somente com gps e descer por caminho rural em direcção ao Rio Freixieiro . Altura para vermos mais 4 Silhas, estas já mais estragadas e invadidas pelo mato. As Silhas de Requeixo. Continuamos a descer por um bonito caminho florestal e ao chegar à primeira ponte sobre o Freixieiro sentámo-nos e foi hora do 2° reabastecimento, descanso e café no final. Seriam 16.30 e ainda 10 kms para fazer. Lá fomos descendo em direcção à estrada que nos levaria a Paço ,numa ( mais uma ) subida íngreme. Esta descida lindíssima foi percorrida durante dezenas ou um cento de anos por carros de bois, que deixaram bem vincadas na rocha, a sua passagem. Impressionante. Antes da tal subida até Paço - a mais mimosa de todas as 3 aldeias - avistamos a última Silha ( a sétima) não identificada. E chegou finalmente a...
quinta parte. Como não queriamos fazer o retorno a Campanhó pela estrada, decidimos abandonar o trilho pré estabelecido e com a ajuda do GPS lá fomos...subindo e subindo em caminho de cascalho. Numa olhadela que dei sobre a belíssima paisagem, que vislumbro eu lá ao longe longe ( a cerca de 30 ou 35 kms " aéreos " do local onde nos encontrávamos?) As cascatas das Fisgas de Ermelo. Impressionante a grandeza que têm, para se verem àquela distância. E pronto, o " perfil de altimetria " começou a amainar, até descermos finalmente para Campanhó.
Foi um trilho deslumbrante, exigente mas que valeu bem o esforço. Tivemos a sorte de o sol estar ligeiramente filtrado por nuvens finas, que amainaram a "tosta" e o calor.
Um trilho muito interessante,belo, exigente e variado, 90% exposto ao sol. A água em quantidade e os bastões são os nossos melhores aliados, para além de uma atitude vencedora.
Waypoints
Vista da Silha do Toutiço
Implantada na vertente SE de um morro pedregoso que se ergue num meandro do ribeiro do Chão do Rosso, em terreno baldio coberto com alguma vegetação rasteira. Construção de planta subcircular, com muros de alvenaria de xisto, a curta distancia da silha de Pinchadouro. Há cerca de 50 anos, ainda eram colocadas dezenas de cortiços de abelhas nesta silha
Silha do Pinchadouro
Implantada na encosta voltada a SE, sobranceira ao ribeiro do Chão do Rosso, afluente do rio Freixieiro, em terreno baldio, muito pedregoso, onde cresce apenas alguma vegetação rasteira. Construção de planta subcircular, com muros de alvenaria de xisto, parte deles já arruinados, a curta distância da Silha de Toutiço.
Silhas de Requeixo - 1.2.3 e 4
Conjunto de quatro monumentos, construídos em alvenaria de xisto e quartzito, implantados na encosta voltada a poente, sobre o ribeiro da Moura, afluente do rio Freixieiro, em terreno baldio, pedregoso, onde cresce alguma vegetação rasteira constituída por urze e carqueja. Enquanto os muros 1 a 3 formam um conjunto alinhado, encosta abaixo, paralelamente a um regato que drena para o ribeiro da Moura, o muro 4 está isolado, separado daqueles pela linha de água, ao longo da qual, entre castanheiros, carvalhos, amieiros, salgueiros e medronheiro, crescem muitos pirliteiros, escalheiros ou escambroeiros. Na envolvente Norte existe denso pinhal e na outra margem do ribeiro, nos socalcos do lado de Pardelhas, cultiva-se milho e erva onde pasta o gado bovino. O acesso é feito a partir da estrada asfaltada para Pardelhas, por um carreiro estreito rasgado na encosta. O muro 1 é uma construção de planta tendencialmente circular, sendo o mais pequeno e melhor conservado do conjunto. Os muros de Norte ainda mantêm uma altura considerável e possuem capeamento no topo, constituído por lajes colocadas obliquamente. O interior organizado em vários patamares revela, ainda, alguns lajeados com “estradoilas” onde assentam três cortiços e duas caixas com abelhas. O lado voltado ao regato apenas tem o muro de contenção da plataforma, criado para vencer o desnível existente. O muro 2 é a maior construção do conjunto, com cerca de 25m de diâmetro, situando-se entre os muros 1 e 3. Tem planta em forma de ferradura, estando o segmento de muro, em semicírculo, já bastante destruído e a parte recta voltada ao regato, funcionando como sapata de contenção. O interior é muito rochoso e já não se distinguem os patamares. É visível, do lado voltado a Sul, uma entrada com uma ombreira bem definida. O muro 3 apresenta planta, subquadrangular, com cantos arredondados, de pequenas dimensões, integrando, do lado Sul, grande penedia que torna mais difícil o acesso. Possui muros em alvenaria de xisto, com altura ainda considerável e capeamento bem conservado, o que lhe confere o aspecto de “fortaleza”. No interior, distribuídos por vários patamares, assentam cortiços, cobertos com lousas. No lado junto ao regato o muro é relativamente baixo, assumindo- se como sapata de contenção do talude. O muro 4 implanta-se sobre um morro, com escarpa impressionante que cerra parcialmente o cercado. Apresenta planta semicircular e é o muro mais pequeno e o mais degrado dos quatro muros do conjunto. Possui muros em alvenaria de xisto e quartzito, com pedras dispostas a seco.
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