Trilho das Capelas - Canedo, Vale e Vila Maior
near Canedo, Aveiro (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
A Vila de Canedo tem as suas origens em tempos muito remotos. Engloba hoje o que outrora foram três freguesias: Várzea, existente já em 897, com uma igreja no mesmo local onde agora está a capela de S. Paio; a da Mota e a de Canedo.
Dentro do seu perímetro, houve antigamente dois mosteiros beneditinos: um de monjas no lugar de Mosteirô, então pertencente à Freguesia de Várzea, fundado em 897, e outro de monges no lugar de Mosteiro, fundado em 950.
Canedo teve foral próprio concedido em 1 de Junho de 1212, por D. Afonso II, aí se dá o nome de "Vila". Vila no sentido de sede de Município? Pinho Leal supõe que era um verdadeiro Concelho, dado que o foral de D. Manuel, em 1514 não menciona o nome de Canedo entre as Freguesias da Feira, o que para o historiador significa que Canedo era um Concelho à parte. É inexistente referência histórica às causas de Canedo ter passado a ser uma Freguesia do Concelho da Feira.
Vale adquiriu a sua autonomia no século XIII. É essencialmente rural, plena de tradições e rica em património ligado à sua ruralidade, de onde se destacam alguns exemplares que fazem parte do património molinológico ao longo do Rio Inha, bem como algum património religioso.
Vila Maior, de origem antiquíssima, embora com referências escritas só a partir do século XII, é uma freguesia que se destaca pelo seu património religioso, nomeadamente pela Igreja Matriz e pelo Parque das Capelas que remontam ao século XVII, assim como pelos seus recursos naturais como os percursos nas margens ao longo do Rio Uíma.
Um trilho que não sendo difícil de se fazer,. nem requerer uma grande preparação física, se torna mais cansativo apenas pela sua extensão. O uso de calçado adequado e aderente para não escorregar em algumas pedras e caminho durante a parte em que se circula junto à ribeira do Giestal torna-se necessário para uma maior segurança.
Algumas parte do percurso serão feitas quase a corta-mato, ainda é transponível à data que se realizou o trilho.
O percurso é, assim, uma agradável surpresa, com passagens por locais que ainda preservam a ruralidade, caminhos com marcas de rodados, velhas calçadas, canastros e moinhos uns conservados mas muitos já em ruínas. Alguma biodiversidade ainda existente ao nível de folhosas e arbustos, com destaque para alguns carvalhos, castanheiros e amieiros, depois com urze e tojo, sempre com o problema das espécies invasoras tendo o eucalipto como líder incontestado.
Aconselhável a realizar-se em períodos em que não haja muito luz solar directa.
Trata-se de um percurso bastante acessível, bonito, com pontos de interesse e que merece ser feito e respeitado.
Waypoints
Capela de Nossa Sra. da Piedade
Situada no centro da vila de Canedo, no cimo de uma colina, a capela de Nossa Senhora da Piedade é um local para se desfrutar de vistas privilegiadas por entre a frondosa vegetação que envolve o parque de merendas. Em agosto, é lá onde acontecem as festas em honra de Nossa Senhora da Piedade, onde desfilam cerca de 40 andores oriundos das aldeias que compõem a vila.
Paineis Informativos
Painéis informativos sobre o bosque ribeirinho local, já em muito mau estado um deles pousado no chão, no entanto, a sua informação é uma mais valia.
Pormenor do caminho - Marca de Rodados
Caminhos antigos com marcas dos rodados dos carros de bois, que, durante épocas, transportaram cargas. Ficou ali o testemunho até aos dias de hoje.
Moinho de Água - Ruína
Pormenor de um edificado rural em ruína que muita utilidade teve no passado. Junto à Ribeira do Giestal com uma bela cascata, um local a ser visitado e que deve ser preservado. Por favor não danifique nada nem deixe lixo.
Ponte de Madeira
Ponte sobre a Ribeira do Giestal. Atravesse com cuidado e certifique-se que a passagem é segura.
Ponte sobre o Rio Uíma
O rio Uíma é um afluente da margem esquerda do rio Douro, cuja bacia hidrográfica ocupa uma área de cerca de 72 km2. Nasce no lugar de Duas Igrejas, na freguesia de Romariz, concelho de Santa Maria da Feira e tem a sua foz em Crestuma, no concelho de Vila Nova de Gaia, ligeiramente a jusante da barragem de Crestuma-Lever. Da nascente até a foz percorre, predominantemente de sul para norte, as freguesias de Romariz, Pigeiros, Milheirós de Poiares, Escapães, Caldas de São Jorge, Lobão, Fiães, Sanguedo, Vila Maior (todas do concelho de Santa Maria da Feira) Sandim, Lever e Crestuma (do concelho de Vila Nova de Gaia). De notar que a etimologia da palavra Crestuma está ligada ao rio Uíma, sendo a provável junção de palavra Crasto com Uíma. É o principal curso fluvial do concelho de Santa Maria da Feira. Outrora um rio rico em trutas e outros peixes fluviais, desde há muito anos que tem sido maltratado com descargas de efluentes industriais, inicialmente provenientes de indústrias ligadas a puericultura e brinquedos, localizadas nas Caldas de São Jorge e mais recentemente provenientes das pedreiras de extracção de granito, também da mesma zona.
Parque das Capelas de Vila Maior
Local de culto com parque de merendas circundante com assadores públicos para preparar a comida.
Igreja de Vila Maior - São Mamede
Sobre a igreja, cuja edificação é anterior ao século XII embora hoje nada revele desse tempo, diz o Censual do Cabido portuense dos princípios do século XIV: "Ecclesiae Sancti Manetis de Vila Maior". O padroado da igreja parece ser da coroa inicialmente e foi doado por Dom José I à Companhia de Jesus. Expulsa esta por Dom José I, passou à Universidade de Coimbra, que na 2.ª metade do século XVIII apresenta o reitor desta freguesia.
Espigueiro ou Canastro
Um belo exemplar que apresenta ser cuidado. Conhecidos também como canastros ou caniceiros, em função dos materiais usados na sua construção, os espigueiros são celeiros onde os lavradores guardam as espigas de milho. Podendo ser particulares ou comunitários, a dimensão de um espigueiro reflete a grandeza da produção e colheita efetuada. A sua ornamentação depende já da fantasia do construtor e dos recursos do proprietário. Normalmente, podemos encontrar os espigueiros em zonas de terreno mais elevado, de forma a permitir a secagem do milho. Por perto, existirá uma eira, num solo mais plano e lajeado, onde se malha o centeio, desfolha o milho e se dá lugar às alegres descamisadas, onde muitos namoricos se arranjavam. Este género de construção está muito relacionado com a introdução do milho na Península Ibérica, de onde irradiou para outros pontos do mundo. Chamado de “trigo índio”, o milho ter-se-á originado no México há cerca de quinhentos anos, tendo sido trazido para a Europa pelas naus de Cristóvão Colombo. O milho foi, desde tempos imemoriais, a base da alimentação de maias, incas e aztecas, que o incluíam nos seus ritos e o celebravam nas suas manifestações artísticas.
Arco de Santa Luzia
Aqueduto edificado entre os séculos XVIII e XIX que funcionou até à década de 1990. Um obrigado ao grupo "Dos Amigos da Viela de Nossa Sra. do Amparo e Calçada do Souto", pela manutenção desta parte do caminho e pelas placas informativas
Comments (4)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Um bom percurso com passagem em locais muito interessantes. O troço do rio é particularmente bonito mas requer cuidado para se evitar escorregar, sobretudo depois de dias de chuva. Recomendo!
Abraço!
Sem dúvida uma surpresa excelente muito recomendável. Muito obrigado João, quer pela partilha do trilho quer pelo comentário.
Um abraço.
Essa trilha pó ser feita de bike?
Marta Gomes Machado, partes do trilho podem ser feitos de bicicleta mas tem muitas partes que não só não é aconselhado como não dá. Cumprimentos.