TRILHO DAS ALDEIAS (TRILHOS DAS SERRAS DO PORTO)
near Aguiar de Sousa, Porto (Portugal)
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PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
O Parque das Serras do Porto, com perto de 6.000 hectares, é composto por seis serras: Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, abrangendo território dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. Esta área, classificada desde 2017, como Paisagem Protegida Regional, integra o Sítio Rede Natura “Valongo” e o Parque Paleozóico de Valongo. Aqui, os visitantes podem desfrutar da imensa beleza cultural e paisagística de serras, vales e rios, salientando-se a singularidade geológica, que nos leva a uma interessante viagem pela Era Paleozoica.
Os vales dos rios Ferreira e Sousa convidam a um certo isolamento em estreito contacto com a natureza, enquanto o efeito miradouro das linhas de cumeada proporciona uma excelente perspetiva do território envolvente. Atualmente, o Parque das Serras do Porto tem três centros de receção ao visitante com informação útil sobre o Parque (Visitar Página oficial).
TRILHOS DAS SERRAS DO PORTO
O Parque está, desde setembro de 2020, a criar uma Rede de Percursos Pedestres que irá ligar os vários trilhos e sinalizar o seu património biológico, geológico, arqueológico, imaterial e construído. São quase 260 km de trilhos para calcorrear por terras de Gondomar, Paredes e Valongo. A rede será composta por uma grande rota, que deverá totalizar 57km ao longo dos três concelhos, e 19 percursos distintos, com pequenas rotas em cada território que deverá estar finalizada na Primavera de 2021. O projeto prevê a instalação de mobiliário, sinalética e uma página web para ajudar quem fizer os percursos, fornecendo informação sobre o território e os pontos de interesse. Enquanto aguardamos a conclusão do projeto começamos a percorrer os trilhos previstos, naquilo que podemos chamar de uma versão de reconhecimento, para inspirar a tua próxima aventura pelo Parque das Serras do Porto…
DESCRIÇÃO DO TRILHO REALIZADO
PR - TRILHO DAS ALDEIAS
O trilho tem inicio e fim no lugar do Salto, freguesia de Aguiar de Sousa e percorre as Serras das Banjas, de Santa Iria e de Pias, ligando as aldeias de Alvre, Santa Comba, Sarnada, Senande e Aguiar de Sousa. O percurso proporciona contrastes da serra com os lameiros marginais ao rio e ribeira com paisagens verdejantes de forte beleza natural onde encontram refúgio inúmeras espécies de grande relevância conservacionista, como galerias de amieiro, freixo e salgueiro, a que se juntam o carvalho alvarinho, o pilriteiro, o sanguinho e o loureiro. Ao longo do percurso é possível calcorrear caminhos velhos com suas calçadas e rodados marcados na rocha, observar trabalhos romanos de exploração mineira e técnicas tradicionais de construção em xisto. Aconselha-se o uso de GPS, os referidos trilhos estão em fase de implementação e não encontramos sinalética suficiente e inequívoca do trilho que seguíamos, podendo levar a erros de orientação no terreno.
Iniciamos o trilho no Lugar do Salto, na freguesia de Aguiar de Sousa. Optamos por iniciar no amplo estacionamento adjacente à Senhora do Salto. No local não encontramos qualquer painel informativo ou sinalética do percurso. Na ausência de informação e de marcações no terreno realizamos o trilho no sentido dos ponteiros do relógio, sem qualquer razão especial para essa decisão.
Seguimos rua abaixo em direção à Ponte Rio Sousa e ao largo da Senhora do Salto. Se é a primeira vez que está no Lugar do Salto, aproveite para contemplar toda a envolvência da Senhora do Salto, local que contém um parque de merendas e uma vista deslumbrante para o rio e “Boca do Inferno”. Este espaço paisagístico, de rara beleza, está encravado entre altas serras por onde corre o rio Sousa. Aqui o Rio Sousa atravessa as rochas quartzíticas que devido à sua dureza e resistência à erosão formam um vale bastante apertado e profundo com vertentes verticais. Nos troços de rochas xistentas, de caraterísticas mais brandas, o vale é aberto formando-se meandros e depósitos aluvionares. Neste local a presença de rápidos, a sequência de pequenas curvas e ainda as vertentes perfeitamente verticais conjugam-se para oferecer uma paisagem de rara beleza. Esta zona integra a Rede Natura 2000, que confere proteção aos habitats e espécies da flora e fauna, sendo possível a observação do falcão peregrino, a andorinha das rochas, entre outros. O lugar do Salto está envolto numa lenda, segunda a qual um cavaleiro se livrou da morte ao invocar a proteção da Senhora após um salto inadvertido no abismo. Em sinal de agradecimento pelo milagre, o cavaleiro terá mandado construir a pequena Capela da Nossa Senhora do Salto, posteriormente ampliada. Tem um púlpito na galilé e possui uma estrutura em madeira coberta a telha. A imagem de Nossa Senhora do Salto que se encontra ao centro do altar-mor, também está num painel de azulejos.
O percurso acompanha a margem esquerda do Rio Sousa pelo antigo caminho de ligação ao lugar de Alvre. Passamos pela Estação Hídrica e pouco depois estávamos na junção das águas da Ribeira de Santa Comba com o Rio Sousa. Este troço faz-nos atravessar paisagens verdejantes de forte beleza natural. Continuamos pelo caminho, agora na margem esquerda da Ribeira de Santa Comba, até à ponte que tivemos de atravessar.
Entramos em Alvre pela Rua dos Saltinhos. Seguimos pelas ruas alcatroadas que percorrem o casario do lugar em direção à Escola Primária. Aqui, seguimos à esquerda e pouco depois a estrada desemboca num caminho de terra que volta a atravessar a Ribeira de Santa Comba, e num sobe e desce, atravessa uma zona florestal e diversas linhas de água, até ao lugar de Santa Comba.
Seguimos pelas ruas do lugar até à Capela de Santa Comba, que já fora demolida e reconstruída em 1965. Não é ela, porém, o Orago da freguesia, mas sim São Pedro. Santa Comba é uma aldeia com grande importância a nível do subsolo, pois crê-se que existe ouro, nomeadamente nas Banjas. Esta aldeia festeja a sua romaria no último domingo de julho sempre com grandes festas.
Daqui, seguimos pela Travessa da Capela ao encontro da Rua de Santa Comba (EM610) que atravessa todo o lugar. Deixamos Santa Comba pela Rua dos Valongos que desemboca num amplo caminho florestal que vai descendo até à Ribeira de Santa Comba.
Agora seguimos por caminho florestal, inicialmente pela margem esquerda da Ribeira de Santa Comba e margem direita do Ribeiro das Banjas. Pouco depois o caminho segue o Ribeiro das Banjas, passa pelas Ruínas do Complexo Mineiro das Banjas, conjunto de estruturas em ruínas relacionadas com a gestão e tratamento do minério, designadamente, instalações dos escritórios, residências, fornos e tanques de lavagem cujo auge de laboração terá sido nas primeiras décadas do século XX.
Seguindo o caminho florestal, atravessamos o Ribeiro das Banjas, local onde o trilho segue à esquerda por caminho ascendente em direção à Mina das Banjas. O Couto Mineiro das Banjas constitui um local de grande interesse histórico e cultural, uma vez que se reveste de um misto de mineração de ouro romano prosseguida, mais recentemente, de exploração de ouro e de antimónio. As Minas das Banjas começaram a ser exploradas no tempo dos romanos, havendo, inclusive, vários vestígios dessa época espalhados por toda a serra de Santa Comba, onde se localizam várias concessões, uma das quais designada por poço romano. A exploração do ouro voltou a ser realizada já nos finais do século XIX e início do século XX, mas desta vez sob a direção de uma firma inglesa.
Para visitar a entrada da mina, que se encontra fechada com gradeamento, é necessário fazer um pequeno Desvio ao percurso. Voltando ao trilho, seguimos o amplo caminho florestal ascendente onde predomina uma vegetação rasteira de carqueja e urze, passa algumas linhas de água, com destaque para o Ribeiro das Banjas, já muito próximo da sua nascente até alcançar a gruta das Banjas. A Gruta das Banjas não é mais do que uma antiga mina de ouro escavada a pulso pelos nossos antepassados e correspondem a grandes covas/buracos (cortas) resultantes das técnicas de extração utilizadas pelos romanos, que decorreram do desmonte a céu aberto de grandes quantidades de rocha. Este local é perigoso porque a gruta não está vedada e é um grande buraco no solo com uma profundidade que impõem respeito. Para visitar a gruta aconselha-se o uso de lanterna pelo perigo de escorregar ou bater com a cabeça no teto da gruta.
O trilho segue, progressivamente até à cumeada, onde vamos Seguir à Direita por amplo caminho florestal entre o eucaliptal. As panorâmicas envolventes são soberbas, é visível S. Domingos da Serra, a Foz do Rio Arda (na freguesia de Pedorido), a Foz do Rio Mau (na freguesia de Rio Mau), a freguesia de Melres, com destaque para o curso do Rio Douro atestando bem a dureza dos seus contornos tortuosos encaixados nos profundos vales.
E assim chegamos à Serra de Santa Iria, continuamos a baixar até à estrada N319-2 que interseta por algumas vezes o trilho entre os lugares de Sarnada e Senande. Atravessamos o casario rural de Sarnada por caminho asfaltado, cruzamos a A41 por um viaduto e seguimos para o próximo aglomerado rural onde visitamos a Igreja Matriz de Senande.
Agora seguimos pelas ruas que atravessa o pequeno lugar de Senande em direção ao Salto, para na bifurcação seguir à esquerda em direção ao Lugar do Castelo. Intersetamos uma vez mais a estrada N319-2, passamos a ponte de Aguiar, para pouco depois fazer o Desvio Castelo, seguindo a indicação da placa sinalizadora da Rota do Românico a indicar a Torre do Castelo.
Seguimos pela Travessa do Castelo, a subida é um pouco acentuada, mas o caminho em xisto está bem conservado. A Torre do Castelo de Aguiar de Sousa situa-se num local com condições naturais de defesa, na margem direita do Rio Sousa, e assume interesse estratégico para as Terras do Vale do Sousa. Edificado, provavelmente, no século X, altura em que as crónicas cristãs referem a tomada do castelo pelo Almançor quando das suas incursões para Santiago de Compostela. A partir do século XI torna-se cabeça de Terra de Aguiar dominada pelos Sousas ou Sousões, convertendo-se em 1258, no centro administrativo judicial do “Julgado de Aguiar de Sousa”, um dos mais poderosos da região de Entre-Douro-e-Minho, até ao século XIX.
Voltamos à estrada N319-2 para 100 metros à frente seguir pelo caminho florestal, por entre o eucaliptal, em direção a noroeste. Atravessamos novamente a estrada N319-2 e seguimos agora por caminho alcatroado pelo casario de Aguiar de Sousa, intersetamos uma Fonte que em dias de calor será bem apreciada. É aproximadamente um quilometro de caminho alcatroado que percorre o aglomerado de Aguiar de Sousa.
A estrada asfaltada desemboca num amplo caminho florestal que vai subindo até aos 274 metros de altitude, numa Encruzilhada de Caminhos, já na Serra de Pias. Aqui o nosso trilho vira acentuadamente para nordeste. O caminho segue em direção ao Lugar do Salto, restam-nos pouco mais de 2,5 quilómetros descendentes por caminho florestal onde a vegetação predominante continua a ser o eucalipto. Já perto do termino do trilho intersetamos novamente a estrada N319-2 onde nos refrescamos com as frescas águas da Fonte. Daqui até ao local de inicio e fim do trilho é um instante.
FICHA TÉCNICA
Realização: 22 de fevereiro de 2021
Percurso: Lugar do Salto - Alvre - Santa Comba - Banjas - Santa Iria - Lugar de Brandião - Sarnada - Senande - Aguiar de sousa - Lugar do Salto
Distancia: 27,3 km
Duração: 8h03min
Tempo em movimento: 5h57min
Tempo parado: 2h06min
Movimento médio: 4,6km/h
Acumulado positivo: 981m
Acumulado negativo: 989m
TRILHOS JÁ REALIZADOS NO PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
TRILHO DA SERRA DO CASTIÇAL
TRILHO DO VOLFRÂMIO - SERRA DAS FLORES
TRILHO DA CARQUEJA - SERRA DAS BANJAS
TRILHO DE BELÓI - ALTO DA PENECA
TRILHO HISTÓRICO - SERRA DE SANTA IRIA
TRILHO DO VALE DO TORNO - SERRA DO CASTIÇAL
TRILHO DA RIBEIRA DE SANTA COMBA
TRILHO DE ALVRE
TRILHO DOS MOINHOS
TRILHO DE PIAS E CASTIÇAL
TRILHO DO MEL E DO OURO ROMANO
TRILHO DAS ALDEIAS
TRILHO DO VALE DE AGUIAR
TRILHO DOS ROMANOS
TRILHO PORTO À VISTA
TRILHO DA RIBEIRA DE SILVEIRINHOS
TRILHO DO CASTELO
TRILHO DE PIAS
CORREDOR ECOLÓGICO
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A equipa Caminhantes
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PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
O Parque das Serras do Porto, com perto de 6.000 hectares, é composto por seis serras: Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, abrangendo território dos municípios de Gondomar, Paredes e Valongo. Esta área, classificada desde 2017, como Paisagem Protegida Regional, integra o Sítio Rede Natura “Valongo” e o Parque Paleozóico de Valongo. Aqui, os visitantes podem desfrutar da imensa beleza cultural e paisagística de serras, vales e rios, salientando-se a singularidade geológica, que nos leva a uma interessante viagem pela Era Paleozoica.
Os vales dos rios Ferreira e Sousa convidam a um certo isolamento em estreito contacto com a natureza, enquanto o efeito miradouro das linhas de cumeada proporciona uma excelente perspetiva do território envolvente. Atualmente, o Parque das Serras do Porto tem três centros de receção ao visitante com informação útil sobre o Parque (Visitar Página oficial).
TRILHOS DAS SERRAS DO PORTO
O Parque está, desde setembro de 2020, a criar uma Rede de Percursos Pedestres que irá ligar os vários trilhos e sinalizar o seu património biológico, geológico, arqueológico, imaterial e construído. São quase 260 km de trilhos para calcorrear por terras de Gondomar, Paredes e Valongo. A rede será composta por uma grande rota, que deverá totalizar 57km ao longo dos três concelhos, e 19 percursos distintos, com pequenas rotas em cada território que deverá estar finalizada na Primavera de 2021. O projeto prevê a instalação de mobiliário, sinalética e uma página web para ajudar quem fizer os percursos, fornecendo informação sobre o território e os pontos de interesse. Enquanto aguardamos a conclusão do projeto começamos a percorrer os trilhos previstos, naquilo que podemos chamar de uma versão de reconhecimento, para inspirar a tua próxima aventura pelo Parque das Serras do Porto…
DESCRIÇÃO DO TRILHO REALIZADO
PR - TRILHO DAS ALDEIAS
O trilho tem inicio e fim no lugar do Salto, freguesia de Aguiar de Sousa e percorre as Serras das Banjas, de Santa Iria e de Pias, ligando as aldeias de Alvre, Santa Comba, Sarnada, Senande e Aguiar de Sousa. O percurso proporciona contrastes da serra com os lameiros marginais ao rio e ribeira com paisagens verdejantes de forte beleza natural onde encontram refúgio inúmeras espécies de grande relevância conservacionista, como galerias de amieiro, freixo e salgueiro, a que se juntam o carvalho alvarinho, o pilriteiro, o sanguinho e o loureiro. Ao longo do percurso é possível calcorrear caminhos velhos com suas calçadas e rodados marcados na rocha, observar trabalhos romanos de exploração mineira e técnicas tradicionais de construção em xisto. Aconselha-se o uso de GPS, os referidos trilhos estão em fase de implementação e não encontramos sinalética suficiente e inequívoca do trilho que seguíamos, podendo levar a erros de orientação no terreno.
Iniciamos o trilho no Lugar do Salto, na freguesia de Aguiar de Sousa. Optamos por iniciar no amplo estacionamento adjacente à Senhora do Salto. No local não encontramos qualquer painel informativo ou sinalética do percurso. Na ausência de informação e de marcações no terreno realizamos o trilho no sentido dos ponteiros do relógio, sem qualquer razão especial para essa decisão.
Seguimos rua abaixo em direção à Ponte Rio Sousa e ao largo da Senhora do Salto. Se é a primeira vez que está no Lugar do Salto, aproveite para contemplar toda a envolvência da Senhora do Salto, local que contém um parque de merendas e uma vista deslumbrante para o rio e “Boca do Inferno”. Este espaço paisagístico, de rara beleza, está encravado entre altas serras por onde corre o rio Sousa. Aqui o Rio Sousa atravessa as rochas quartzíticas que devido à sua dureza e resistência à erosão formam um vale bastante apertado e profundo com vertentes verticais. Nos troços de rochas xistentas, de caraterísticas mais brandas, o vale é aberto formando-se meandros e depósitos aluvionares. Neste local a presença de rápidos, a sequência de pequenas curvas e ainda as vertentes perfeitamente verticais conjugam-se para oferecer uma paisagem de rara beleza. Esta zona integra a Rede Natura 2000, que confere proteção aos habitats e espécies da flora e fauna, sendo possível a observação do falcão peregrino, a andorinha das rochas, entre outros. O lugar do Salto está envolto numa lenda, segunda a qual um cavaleiro se livrou da morte ao invocar a proteção da Senhora após um salto inadvertido no abismo. Em sinal de agradecimento pelo milagre, o cavaleiro terá mandado construir a pequena Capela da Nossa Senhora do Salto, posteriormente ampliada. Tem um púlpito na galilé e possui uma estrutura em madeira coberta a telha. A imagem de Nossa Senhora do Salto que se encontra ao centro do altar-mor, também está num painel de azulejos.
O percurso acompanha a margem esquerda do Rio Sousa pelo antigo caminho de ligação ao lugar de Alvre. Passamos pela Estação Hídrica e pouco depois estávamos na junção das águas da Ribeira de Santa Comba com o Rio Sousa. Este troço faz-nos atravessar paisagens verdejantes de forte beleza natural. Continuamos pelo caminho, agora na margem esquerda da Ribeira de Santa Comba, até à ponte que tivemos de atravessar.
Entramos em Alvre pela Rua dos Saltinhos. Seguimos pelas ruas alcatroadas que percorrem o casario do lugar em direção à Escola Primária. Aqui, seguimos à esquerda e pouco depois a estrada desemboca num caminho de terra que volta a atravessar a Ribeira de Santa Comba, e num sobe e desce, atravessa uma zona florestal e diversas linhas de água, até ao lugar de Santa Comba.
Seguimos pelas ruas do lugar até à Capela de Santa Comba, que já fora demolida e reconstruída em 1965. Não é ela, porém, o Orago da freguesia, mas sim São Pedro. Santa Comba é uma aldeia com grande importância a nível do subsolo, pois crê-se que existe ouro, nomeadamente nas Banjas. Esta aldeia festeja a sua romaria no último domingo de julho sempre com grandes festas.
Daqui, seguimos pela Travessa da Capela ao encontro da Rua de Santa Comba (EM610) que atravessa todo o lugar. Deixamos Santa Comba pela Rua dos Valongos que desemboca num amplo caminho florestal que vai descendo até à Ribeira de Santa Comba.
Agora seguimos por caminho florestal, inicialmente pela margem esquerda da Ribeira de Santa Comba e margem direita do Ribeiro das Banjas. Pouco depois o caminho segue o Ribeiro das Banjas, passa pelas Ruínas do Complexo Mineiro das Banjas, conjunto de estruturas em ruínas relacionadas com a gestão e tratamento do minério, designadamente, instalações dos escritórios, residências, fornos e tanques de lavagem cujo auge de laboração terá sido nas primeiras décadas do século XX.
Seguindo o caminho florestal, atravessamos o Ribeiro das Banjas, local onde o trilho segue à esquerda por caminho ascendente em direção à Mina das Banjas. O Couto Mineiro das Banjas constitui um local de grande interesse histórico e cultural, uma vez que se reveste de um misto de mineração de ouro romano prosseguida, mais recentemente, de exploração de ouro e de antimónio. As Minas das Banjas começaram a ser exploradas no tempo dos romanos, havendo, inclusive, vários vestígios dessa época espalhados por toda a serra de Santa Comba, onde se localizam várias concessões, uma das quais designada por poço romano. A exploração do ouro voltou a ser realizada já nos finais do século XIX e início do século XX, mas desta vez sob a direção de uma firma inglesa.
Para visitar a entrada da mina, que se encontra fechada com gradeamento, é necessário fazer um pequeno Desvio ao percurso. Voltando ao trilho, seguimos o amplo caminho florestal ascendente onde predomina uma vegetação rasteira de carqueja e urze, passa algumas linhas de água, com destaque para o Ribeiro das Banjas, já muito próximo da sua nascente até alcançar a gruta das Banjas. A Gruta das Banjas não é mais do que uma antiga mina de ouro escavada a pulso pelos nossos antepassados e correspondem a grandes covas/buracos (cortas) resultantes das técnicas de extração utilizadas pelos romanos, que decorreram do desmonte a céu aberto de grandes quantidades de rocha. Este local é perigoso porque a gruta não está vedada e é um grande buraco no solo com uma profundidade que impõem respeito. Para visitar a gruta aconselha-se o uso de lanterna pelo perigo de escorregar ou bater com a cabeça no teto da gruta.
O trilho segue, progressivamente até à cumeada, onde vamos Seguir à Direita por amplo caminho florestal entre o eucaliptal. As panorâmicas envolventes são soberbas, é visível S. Domingos da Serra, a Foz do Rio Arda (na freguesia de Pedorido), a Foz do Rio Mau (na freguesia de Rio Mau), a freguesia de Melres, com destaque para o curso do Rio Douro atestando bem a dureza dos seus contornos tortuosos encaixados nos profundos vales.
E assim chegamos à Serra de Santa Iria, continuamos a baixar até à estrada N319-2 que interseta por algumas vezes o trilho entre os lugares de Sarnada e Senande. Atravessamos o casario rural de Sarnada por caminho asfaltado, cruzamos a A41 por um viaduto e seguimos para o próximo aglomerado rural onde visitamos a Igreja Matriz de Senande.
Agora seguimos pelas ruas que atravessa o pequeno lugar de Senande em direção ao Salto, para na bifurcação seguir à esquerda em direção ao Lugar do Castelo. Intersetamos uma vez mais a estrada N319-2, passamos a ponte de Aguiar, para pouco depois fazer o Desvio Castelo, seguindo a indicação da placa sinalizadora da Rota do Românico a indicar a Torre do Castelo.
Seguimos pela Travessa do Castelo, a subida é um pouco acentuada, mas o caminho em xisto está bem conservado. A Torre do Castelo de Aguiar de Sousa situa-se num local com condições naturais de defesa, na margem direita do Rio Sousa, e assume interesse estratégico para as Terras do Vale do Sousa. Edificado, provavelmente, no século X, altura em que as crónicas cristãs referem a tomada do castelo pelo Almançor quando das suas incursões para Santiago de Compostela. A partir do século XI torna-se cabeça de Terra de Aguiar dominada pelos Sousas ou Sousões, convertendo-se em 1258, no centro administrativo judicial do “Julgado de Aguiar de Sousa”, um dos mais poderosos da região de Entre-Douro-e-Minho, até ao século XIX.
Voltamos à estrada N319-2 para 100 metros à frente seguir pelo caminho florestal, por entre o eucaliptal, em direção a noroeste. Atravessamos novamente a estrada N319-2 e seguimos agora por caminho alcatroado pelo casario de Aguiar de Sousa, intersetamos uma Fonte que em dias de calor será bem apreciada. É aproximadamente um quilometro de caminho alcatroado que percorre o aglomerado de Aguiar de Sousa.
A estrada asfaltada desemboca num amplo caminho florestal que vai subindo até aos 274 metros de altitude, numa Encruzilhada de Caminhos, já na Serra de Pias. Aqui o nosso trilho vira acentuadamente para nordeste. O caminho segue em direção ao Lugar do Salto, restam-nos pouco mais de 2,5 quilómetros descendentes por caminho florestal onde a vegetação predominante continua a ser o eucalipto. Já perto do termino do trilho intersetamos novamente a estrada N319-2 onde nos refrescamos com as frescas águas da Fonte. Daqui até ao local de inicio e fim do trilho é um instante.
FICHA TÉCNICA
Realização: 22 de fevereiro de 2021
Percurso: Lugar do Salto - Alvre - Santa Comba - Banjas - Santa Iria - Lugar de Brandião - Sarnada - Senande - Aguiar de sousa - Lugar do Salto
Distancia: 27,3 km
Duração: 8h03min
Tempo em movimento: 5h57min
Tempo parado: 2h06min
Movimento médio: 4,6km/h
Acumulado positivo: 981m
Acumulado negativo: 989m
TRILHOS JÁ REALIZADOS NO PARQUE DAS SERRAS DO PORTO
TRILHO DA SERRA DO CASTIÇAL
TRILHO DO VOLFRÂMIO - SERRA DAS FLORES
TRILHO DA CARQUEJA - SERRA DAS BANJAS
TRILHO DE BELÓI - ALTO DA PENECA
TRILHO HISTÓRICO - SERRA DE SANTA IRIA
TRILHO DO VALE DO TORNO - SERRA DO CASTIÇAL
TRILHO DA RIBEIRA DE SANTA COMBA
TRILHO DE ALVRE
TRILHO DOS MOINHOS
TRILHO DE PIAS E CASTIÇAL
TRILHO DO MEL E DO OURO ROMANO
TRILHO DAS ALDEIAS
TRILHO DO VALE DE AGUIAR
TRILHO DOS ROMANOS
TRILHO PORTO À VISTA
TRILHO DA RIBEIRA DE SILVEIRINHOS
TRILHO DO CASTELO
TRILHO DE PIAS
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Easy to follow
Scenery
Difficult
Bonito trilho, onde temos contacto com ruínas da exploração mineira e técnicas tradicionais de construção em xisto.
Obrigado pelo comentário e avaliação da trilha. Boas caminhadas.