TRILHO DA VEZEIRA DE FAFIÃO
near Fafião, Vila Real (Portugal)
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Itinerary description
FOTOS DESTA E DE OUTRAS TRILHAS EM ”CAMINHANTES"
Os Caminhantes voltam ao coração do Gerês e desta vez para percorrer os baldios de Fafião, subindo à serra em direção aos currais e cabanas usados nos meses da vezeira.
As cabanas, pequenos abrigos espalhados pelos montes, servem de pernoita aos pastores nos meses de vezeira. Estas são construídas maioritariamente, em pedra, possuindo diversas variantes, conforme a época em que foram construídas. Muitas vezes, na sua construção, é aproveitada a natureza do terreno (elevação, pedras grandes ou rochas para uma parede).
A Vezeira consiste na junção dos rebanhos duma aldeia para serem pastorados em terrenos comuns, badios. É baseada no agrupamento dos proprietários de gado, seguindo regras de funcionamento comunitário, transmitidas de geração em geração. O papel principal de todos os membros da vezeira é conduzir o rebanho á vez.
A Vezeira das vacas
A associação desta vezeira é constituída pelos representantes das famílias envolvidas. A vezeira é regida por regras específicas, efetuada em Maio e Setembro, utilizando em comum os terrenos baldios da serra e o touro de cobrição. Um participante deverá guardar um número de vezes aproximadamente proporcional ao número de cabeças que possui. No caso de Fafião, dois bovinos correspondem a um dia a guardar o rebanho num sistema rotativo. No caso, de possuir, por exemplo, três cabeças e gado, deverá num ciclo guardar uma vez e no ciclo seguinte duas vezes chamado o “Pernão”. O número de rodas numa época, dependerá do número total de participantes e de cabeças de gado.
Os participantes que vão iniciar a guarda do gado deverão subir de tarde, de modo a que seja possível às pessoas que se encontram na serra descer à aldeia antes de anoitecer.
A Vezeira da rês
Cada proprietário deverá pastorear o gado caprino um número de dias proporcional aos seus efetivos. No caso da vezeira da rês, em Fafião, de 18 a 22 cabeças implicarão a obrigação de guardar um dia durante o período total. Se um proprietário possuir apenas 10 cabras, irá uma vez numa circulação, ficando dispensado no período seguinte.
O pastor, normalmente acompanhado por um cão, volta ao fim do dia, com o rebanho para a aldeia. Nos meses de Verão, a partir do primeiro dia de Junho, os animais, após o dia de pastagem, pernoitam na serra num curral bem cercado. Quanto ao pastor, volta para passar a noite na aldeia.
Descrição do trilho
O trilho tem inicio na aldeia de fafião, freguesia de Cabril, concelho de Montalegre, é parte integrante do Parque Nacional Peneda - Gerês (PNPG). É considerado de elevado grau de dificuldade, quer pela distância a percorrer, aproximadamente 18 quilómetros, quer pelos desníveis do percurso, desde 360 metros aos 1110 metros de altitude.
Saindo do povoado, seguimos pela estrada que liga a aldeia à Ermida até à ponte sobre o Rio Fafião/Toco, aqui cortamos à direita e iniciamos a acentuada subida em direção a Bicos Altos. Ao longo do percurso existe um conjunto espetacular e fantástico de formas graníticas, talvez do melhor do Gerês. Chegados à Cabana dos Bicos Altos aproveitamos para beber água fresca da sua fonte. Continuamos o trilho até ao mítico Prado e Cabana da Amarela, onde fizemos a paragem de almoço.
Almoço feito, retomamos caminho em direção ao Vale do Rio Laço, que percorremos até à sua Cabana-Abrigo, continuamos pela margem do Rio Laço até ao Prado e Cabana da Touça. Incrível a sua localização: confluência do Rio Laço, Rio da Touga e Corga do Salgueiro, local estratégico e arrebatador. Seguimos daí até à albufeira de Porto da Lage. Local de extrema beleza paisagística. Depois foi contornar a represa, logo a seguir do nosso lado direito o Abrigo da Choupana. Agora o trilho ganha contornos de aventura de alta montanha, dobram-se encostas, desafiam-se vertigens, sempre na companhia do Rio Fafião/Toco, no minúsculo trilho da encosta da montanha. ALERTA: este troço não deve ser feito em dias de chuva ou mesmo de chuva na semana anterior, pois é feito sobre muita rocha íngreme que molhada constitui um sério perigo!
Chegados ao caminho florestal foi seguir encosta abaixo até à aldeia de Fafião local onde terminamos este magnífico trilho de paisagens deslumbrantes e emoções fortes!
OBSERVAÇÕES:
- Trilho inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), não carece de autorização prévia do ICNF para grupos até 10 caminhantes.
- Percurso não sinalizado, existem mariolas mas levam para diferentes trilhos, aconselha-se o uso de GPS.
- O trilho é belíssimo, um dos mais belos do Gerês, com paisagens deslumbrantes que mais parecem terem sido desenhadas. É um daqueles trilhos que provoca enormes emoções, que prende os sentidos, que nos faz querer ansiosamente dobrar cada encosta.
- É um trilho difícil, principalmente para os menos habituados devido à sua extensão e fortes declives, para quem não estiver preparado fisicamente pode ser uma experiência dolorosa, daí classificar-mos como difícil.
- Este trilho não deve ser feito em dias de chuva ou mesmo de chuva nos dias anteriores, pois é feito sobre muita rocha íngreme que molhada constitui um sério perigo!
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A equipa Caminhantes
Os Caminhantes voltam ao coração do Gerês e desta vez para percorrer os baldios de Fafião, subindo à serra em direção aos currais e cabanas usados nos meses da vezeira.
As cabanas, pequenos abrigos espalhados pelos montes, servem de pernoita aos pastores nos meses de vezeira. Estas são construídas maioritariamente, em pedra, possuindo diversas variantes, conforme a época em que foram construídas. Muitas vezes, na sua construção, é aproveitada a natureza do terreno (elevação, pedras grandes ou rochas para uma parede).
A Vezeira consiste na junção dos rebanhos duma aldeia para serem pastorados em terrenos comuns, badios. É baseada no agrupamento dos proprietários de gado, seguindo regras de funcionamento comunitário, transmitidas de geração em geração. O papel principal de todos os membros da vezeira é conduzir o rebanho á vez.
A Vezeira das vacas
A associação desta vezeira é constituída pelos representantes das famílias envolvidas. A vezeira é regida por regras específicas, efetuada em Maio e Setembro, utilizando em comum os terrenos baldios da serra e o touro de cobrição. Um participante deverá guardar um número de vezes aproximadamente proporcional ao número de cabeças que possui. No caso de Fafião, dois bovinos correspondem a um dia a guardar o rebanho num sistema rotativo. No caso, de possuir, por exemplo, três cabeças e gado, deverá num ciclo guardar uma vez e no ciclo seguinte duas vezes chamado o “Pernão”. O número de rodas numa época, dependerá do número total de participantes e de cabeças de gado.
Os participantes que vão iniciar a guarda do gado deverão subir de tarde, de modo a que seja possível às pessoas que se encontram na serra descer à aldeia antes de anoitecer.
A Vezeira da rês
Cada proprietário deverá pastorear o gado caprino um número de dias proporcional aos seus efetivos. No caso da vezeira da rês, em Fafião, de 18 a 22 cabeças implicarão a obrigação de guardar um dia durante o período total. Se um proprietário possuir apenas 10 cabras, irá uma vez numa circulação, ficando dispensado no período seguinte.
O pastor, normalmente acompanhado por um cão, volta ao fim do dia, com o rebanho para a aldeia. Nos meses de Verão, a partir do primeiro dia de Junho, os animais, após o dia de pastagem, pernoitam na serra num curral bem cercado. Quanto ao pastor, volta para passar a noite na aldeia.
Descrição do trilho
O trilho tem inicio na aldeia de fafião, freguesia de Cabril, concelho de Montalegre, é parte integrante do Parque Nacional Peneda - Gerês (PNPG). É considerado de elevado grau de dificuldade, quer pela distância a percorrer, aproximadamente 18 quilómetros, quer pelos desníveis do percurso, desde 360 metros aos 1110 metros de altitude.
Saindo do povoado, seguimos pela estrada que liga a aldeia à Ermida até à ponte sobre o Rio Fafião/Toco, aqui cortamos à direita e iniciamos a acentuada subida em direção a Bicos Altos. Ao longo do percurso existe um conjunto espetacular e fantástico de formas graníticas, talvez do melhor do Gerês. Chegados à Cabana dos Bicos Altos aproveitamos para beber água fresca da sua fonte. Continuamos o trilho até ao mítico Prado e Cabana da Amarela, onde fizemos a paragem de almoço.
Almoço feito, retomamos caminho em direção ao Vale do Rio Laço, que percorremos até à sua Cabana-Abrigo, continuamos pela margem do Rio Laço até ao Prado e Cabana da Touça. Incrível a sua localização: confluência do Rio Laço, Rio da Touga e Corga do Salgueiro, local estratégico e arrebatador. Seguimos daí até à albufeira de Porto da Lage. Local de extrema beleza paisagística. Depois foi contornar a represa, logo a seguir do nosso lado direito o Abrigo da Choupana. Agora o trilho ganha contornos de aventura de alta montanha, dobram-se encostas, desafiam-se vertigens, sempre na companhia do Rio Fafião/Toco, no minúsculo trilho da encosta da montanha. ALERTA: este troço não deve ser feito em dias de chuva ou mesmo de chuva na semana anterior, pois é feito sobre muita rocha íngreme que molhada constitui um sério perigo!
Chegados ao caminho florestal foi seguir encosta abaixo até à aldeia de Fafião local onde terminamos este magnífico trilho de paisagens deslumbrantes e emoções fortes!
OBSERVAÇÕES:
- Trilho inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), não carece de autorização prévia do ICNF para grupos até 10 caminhantes.
- Percurso não sinalizado, existem mariolas mas levam para diferentes trilhos, aconselha-se o uso de GPS.
- O trilho é belíssimo, um dos mais belos do Gerês, com paisagens deslumbrantes que mais parecem terem sido desenhadas. É um daqueles trilhos que provoca enormes emoções, que prende os sentidos, que nos faz querer ansiosamente dobrar cada encosta.
- É um trilho difícil, principalmente para os menos habituados devido à sua extensão e fortes declives, para quem não estiver preparado fisicamente pode ser uma experiência dolorosa, daí classificar-mos como difícil.
- Este trilho não deve ser feito em dias de chuva ou mesmo de chuva nos dias anteriores, pois é feito sobre muita rocha íngreme que molhada constitui um sério perigo!
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A equipa Caminhantes
Waypoints
Comments (10)
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Trilho fantástico, tem tanto de bonito com de difícil.
Obrigado pela partilha.
Olá ManuelAOMartins!
Obrigado pelo comentário.
Saudações.
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Trilho fantástico. Natureza no seu estado puro .
Olá Rui Soares!
Obrigado pelo comentário e avaliação da trilha.
Saudações.
Caminho espectacular!
Fiz uma pequena alteração estendendo o percurso contornando Rocalva, dando um total de 23,150km.
Bastante fechado na última subida para Rocalva o que só tornou o feito ainda mais especial depois de superada a adversidade. :)
Recomendo, e será seguramente para repetir um dia.
Obrigado pelo comentário. Saudações.
Obrigado desde já pela partilha.
Se alguém fez este trilho recentemente, podem por favor partilhar o estado do mesmo? Continua transitável, ou o mato já tomou conta do mesmo?
@Caminhantes, referem que o percurso passa em zonas com rocha íngreme. Referem-se a lajes à beira de escarpas?
A zona que parece meter mais respeito é a descida até ao Rio Laço... ainda que íngreme, a descida é feita em trilho de pé posto, ou é necessário saltar de rocha em rocha? Haverá alguma alternativa menos agreste para descer até à linha de água?
E já agora, como é o troço entre os pontos que marcaram e que estão designados por "PNR Vale Rio Fafião / Toco", "Miradouro", "Fonte" e "Cabana do Vidoal", em particular logo a seguir a "Miradouro"?
Não é claro se na zona a seguir ao Miradouro existe trilho de pé posto, ou se o percurso obriga a passar por rocha de forma um pouco precária.
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Information
Easy to follow
Scenery
Experts only
É um trilho não sinalizado pelo que requer a utilização de GPS integral em todo o percurso.
As paisagens são extraordinariamente belas. No meio do percurso é atingido o culminar do topo da montanha até ao momento quase sempre a subir num plano com uma acentuação inclinada e ao redor da montanha, logo não recomendado a principiantes pelo exigência física e também pela condições do piso ( muito irregular e com muitas pedras). É um trilho desafiante, mas que vale a pena todo o suor desprendido em todo o caminho.
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
The trail could be a SPECTACULAR circular tough hike. You get from Fafião straight into the heart of wilderness, up the high Gerês mountains, stunning scenery and demanding physical activity.
The terrain is very demanding, so wear proper hiking boots (with Vibram sole or the like) and poles. There’s water alongside the trail so bring bottles and salts for recovery. Bring some food because there’s just wilderness around for the whole trail.
However.
The first part, albeit not being well signaled, can be followed easily (there are “omini di pietra” all throughout the trail).
Once you reach the first and then the second Curral, the scenery is majestic, the landscape is beautiful and the heart rate can slow down.
Once you summit, the second third of the trail is a nightmare. First, a steep descent where the trail has been washed out, so you’re basically jumping around like a mad rabbit from rock to rock. Most of the rocks are moving and unstable. Quite perilious.
Then, once you reach the river, at the bottom of the valley, you will be in a pickle as the trail has completely been eaten by the overgrown vegetation. You’d need a machete to go through this overgrown forest - we kept being held back by branches and roots, and the signals are scarce.
Once you reach the dam, the last third of the trail is way better marked and signaled but beware: there will be two slabs of stone, quite exposed, id say 1a, perhaps.
They could be safely secured with a simple fixed cord - alas there’s nothing, just your sticky foot soles to keep you from a fall. It’s quite dangerous and if it’s wet, even more so.
The last part, once you reach the last “abrigo” is just a beautiful descent and is well marked.
The scenery and the nature and the beauty of this tough trail would deserve to receive better love and care by the trail maintenance.