Trilho da Ponte da Misarela
near Sidros, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
A ponte da Misarela não deve ser conhecida apenas pela
sua lenda nem por ser um sítio de beleza admirável ou
simples cartaz turístico. É um local histórico que nos
honra como povo amante da liberdade e cioso do seu
sagrado chão.
As numerosas forças napoleónicas foram aqui acossadas,
na muito tempestosa noite de dezasseis de Maio de 1809,
às mãos de 800 paisanos barrosões, que esperaram em
vão a chegada de reforços, porque as tropas anglo –
portuguesas de Wellesley nunca chegaram. Desse facto
há ecos no cancioneiro popular:
“Chorai meninas de França,
Chorai por vossos maridos,
Na ponte da Misarela
eram mais mortos que vivos!”
A ponte deve também ser recordada porque lá se deu,
em 25 de Janeiro de 1827, um recontro importante
entre as tropas realistas do general Silveira e as tropas
constitucionais do coronel Zagalo.
Ainda na Misarela, no dia 18 de Setembro de 1838, se
feriu a cruenta batalha em que os liberais, liderados
pelo General Antas, derrotaram as tropas cartistas do
marechal Saldanha, do duque da Terceira e do barão de
Leiria.
As Histórias da “Ponte do Diabo”, da Fertilidade às Invasões Francesas
A paisagem idílica e o cenário arquitetónico incomum conferiram à Ponte da Misarela um cariz espiritual. Envolta em fantasia, ficou popularmente conhecida como “Ponte do Diabo”.
A Ponte do Diabo, como é conhecida a Ponte da Misarela, situa-se depois de Pitões das Júnias, descendo em direção ao Cávado, sobre o rio Rabagão e encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1958.
Localiza-se a cerca de um quilómetro da sua foz no rio Cávado, e liga as freguesias de Ruivães, em Vieira do Minho, à de Ferral, no concelho de Montalegre. Assente sobre penedos e sustentada por um único arco, com aproximadamente 13 metros de vão, foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX.
A origem da lenda
Para além da paisagem idílica em que se encontra, no fundo de um desfiladeiro escarpado, a Ponte do Diabo carrega uma lenda que perdura até hoje. Segundo a narrativa, um criminoso em fuga, perseguido pelas autoridades, ao chegar à margem do rio Rabagão, desesperado, invocou o diabo, pedindo-lhe ajuda para transpor o rio e passar a salvo para a outra margem. Como contrapartida, o criminoso terá oferecido a própria alma ao diabo. Aceitando a oferenda, o mafarrico fez aparecer uma ponte, ordenando ao criminoso que a atravessasse sem olhar para trás. Chegado à outra margem, o diabo fez desaparecer a ponte, ajudando o criminoso a escapar às autoridades.
Decorridos alguns anos, a "morte" bateu à porta do antigo criminoso, agora moribundo, anunciando-lhe: “Venho-te buscar, ó alma do diabo”. Dizendo-se arrependido, o aterrorizado homem pediu ajuda, mandando chamar um padre para lhe dar os últimos sacramentos e quebrar o velho pacto com o diabo. O padre monta a cavalo e sai velozmente em auxílio do arrependido. No entanto, ao chegar à margem do rio constata que não havia passagem no local onde o diabo, em tempos, teria feito figurar uma ponte.
Com pressa em cumprir a missão que lhe haviam atribuído, o padre ergue os braços ao alto e olhando para o céu escuro, pede ajuda divina e profere: “Por Deus das águas puras do Rabagão ou pelo diabo das pedras negras, apareça aqui uma ponte de pedra”. Nisto, avista a escura silhueta do diabo na outra margem e, destemido, pergunta: “És tu, Satanás?”. Não obtendo resposta, o padre, vocifera: “Vade retro!”. De seguida, pegando no hissope, aspergiu em direção à outra margem a água benta que trazia consigo e vê surgir uma ponte em arco assente nas enormes rochas das margens, materializando a curva formada pela água sagrada lançada sobre o rio. Ao vislumbrar tamanho feito, o padre faz o sinal da cruz e pronuncia as palavras do exorcismo ao mesmo tempo que vai ouvindo os rugidos bestiais de Lúcifer. A negritude atmosférica é invadida por um enorme cheiro a enxofre que paira no ar e, nisto, o padre ouve um grande estrondo no fundo das águas do Rabagão. Mais aliviado, em direção às águas profundas, grita: “Arrebenta tu diabo, que esta alma não é tua”. Após agradecer o milagre, seguiu caminho e socorreu com êxito o moribundo arrependido. Desde então, a Ponte da Misarela ficou com a fama de Ponte Mágica, Ponte do Diabo ou Ponte da Virtude.
sua lenda nem por ser um sítio de beleza admirável ou
simples cartaz turístico. É um local histórico que nos
honra como povo amante da liberdade e cioso do seu
sagrado chão.
As numerosas forças napoleónicas foram aqui acossadas,
na muito tempestosa noite de dezasseis de Maio de 1809,
às mãos de 800 paisanos barrosões, que esperaram em
vão a chegada de reforços, porque as tropas anglo –
portuguesas de Wellesley nunca chegaram. Desse facto
há ecos no cancioneiro popular:
“Chorai meninas de França,
Chorai por vossos maridos,
Na ponte da Misarela
eram mais mortos que vivos!”
A ponte deve também ser recordada porque lá se deu,
em 25 de Janeiro de 1827, um recontro importante
entre as tropas realistas do general Silveira e as tropas
constitucionais do coronel Zagalo.
Ainda na Misarela, no dia 18 de Setembro de 1838, se
feriu a cruenta batalha em que os liberais, liderados
pelo General Antas, derrotaram as tropas cartistas do
marechal Saldanha, do duque da Terceira e do barão de
Leiria.
As Histórias da “Ponte do Diabo”, da Fertilidade às Invasões Francesas
A paisagem idílica e o cenário arquitetónico incomum conferiram à Ponte da Misarela um cariz espiritual. Envolta em fantasia, ficou popularmente conhecida como “Ponte do Diabo”.
A Ponte do Diabo, como é conhecida a Ponte da Misarela, situa-se depois de Pitões das Júnias, descendo em direção ao Cávado, sobre o rio Rabagão e encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1958.
Localiza-se a cerca de um quilómetro da sua foz no rio Cávado, e liga as freguesias de Ruivães, em Vieira do Minho, à de Ferral, no concelho de Montalegre. Assente sobre penedos e sustentada por um único arco, com aproximadamente 13 metros de vão, foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX.
A origem da lenda
Para além da paisagem idílica em que se encontra, no fundo de um desfiladeiro escarpado, a Ponte do Diabo carrega uma lenda que perdura até hoje. Segundo a narrativa, um criminoso em fuga, perseguido pelas autoridades, ao chegar à margem do rio Rabagão, desesperado, invocou o diabo, pedindo-lhe ajuda para transpor o rio e passar a salvo para a outra margem. Como contrapartida, o criminoso terá oferecido a própria alma ao diabo. Aceitando a oferenda, o mafarrico fez aparecer uma ponte, ordenando ao criminoso que a atravessasse sem olhar para trás. Chegado à outra margem, o diabo fez desaparecer a ponte, ajudando o criminoso a escapar às autoridades.
Decorridos alguns anos, a "morte" bateu à porta do antigo criminoso, agora moribundo, anunciando-lhe: “Venho-te buscar, ó alma do diabo”. Dizendo-se arrependido, o aterrorizado homem pediu ajuda, mandando chamar um padre para lhe dar os últimos sacramentos e quebrar o velho pacto com o diabo. O padre monta a cavalo e sai velozmente em auxílio do arrependido. No entanto, ao chegar à margem do rio constata que não havia passagem no local onde o diabo, em tempos, teria feito figurar uma ponte.
Com pressa em cumprir a missão que lhe haviam atribuído, o padre ergue os braços ao alto e olhando para o céu escuro, pede ajuda divina e profere: “Por Deus das águas puras do Rabagão ou pelo diabo das pedras negras, apareça aqui uma ponte de pedra”. Nisto, avista a escura silhueta do diabo na outra margem e, destemido, pergunta: “És tu, Satanás?”. Não obtendo resposta, o padre, vocifera: “Vade retro!”. De seguida, pegando no hissope, aspergiu em direção à outra margem a água benta que trazia consigo e vê surgir uma ponte em arco assente nas enormes rochas das margens, materializando a curva formada pela água sagrada lançada sobre o rio. Ao vislumbrar tamanho feito, o padre faz o sinal da cruz e pronuncia as palavras do exorcismo ao mesmo tempo que vai ouvindo os rugidos bestiais de Lúcifer. A negritude atmosférica é invadida por um enorme cheiro a enxofre que paira no ar e, nisto, o padre ouve um grande estrondo no fundo das águas do Rabagão. Mais aliviado, em direção às águas profundas, grita: “Arrebenta tu diabo, que esta alma não é tua”. Após agradecer o milagre, seguiu caminho e socorreu com êxito o moribundo arrependido. Desde então, a Ponte da Misarela ficou com a fama de Ponte Mágica, Ponte do Diabo ou Ponte da Virtude.
Waypoints
Waypoint
1,126 ft
End
Panorama
1,014 ft
Miradouro
Panorama
1,009 ft
Miradouro
Waypoint
1,480 ft
Start
Waypoint
1,107 ft
Start
Panorama
874 ft
Vista
Panorama
887 ft
Vísta
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