Trilho da Ínsua do Crasto

O Trilho da Ínsua do Crasto é um percurso pedestre de pequena rota, marcado e sinalizado de acordo com as diretrizes internacionais e nacionais. Este percurso, de âmbito histórico - ambiental, percorre os velhos caminhos das freguesias valencianas de Friestas e Verdoejo. Este trilho não apresenta grandes desafios atléticos, tal como se pode observar na ficha técnica, trata-se de um itinerário efetuado a baixa altitude, com proximidade ao rio Minho. Tem uma extensão de 8,2 quilómetros, em que parte destes decorrem na Ecopista do rio Minho, entre Valença e Monção. Um dos primeiros pontos emblemáticos é o Portal do Crasto, construído no séc. XVIII, de arquitetura Barroca, mas com alguns apontamentos latino-americanos. Deixamos para trás o portal e conseguimos, rapidamente temos a noção do que o que nos rodeia é um bosque ribeirinho cheio de árvores frondosas. Várias espécies de aves marinhas se aproveitam deste recanto chamado Ínsua do Crasto, para se alimentarem em abundância, pois é um refúgio, uma «maternidade» para a vida aquática. A flora destaca-se mais na primavera, com aromas, cores e subtilezas que só a natureza é capaz de refletir. Não podemos deixar de relatar que a Ínsua do Crasto foi palco de um episódio no mínimo singular, em que o aviador americano Lindberg fez uma amaragem forçada, aquando da sua tentativa de viagem entre Genebra a Lisboa. Deixamos para trás as situações peculiares e continuamos a nossa caminhada, após chegar à área de lazer de Friestas podemos aproveitar para descansar e contemplar o rio Minho e suas margens. Mas atenção, antes de chegar à área de Lazer temos de ter cautela, por vezes quando a maré está alta, o caminho pode ficar intransitável. A passo e passo o percurso vai decorrendo sem dificuldades quase como um passeio tranquilo com a família. Um outro ponto de destaque é inquestionavelmente o Adro Velho, um cemitério medieval que no seu interior observam-se, parcialmente enterradas, duas sepulturas medievais, monolíticas, com forma antropomórfica, dois fragmentos de tampa de sepultura epigrafada. No século XVI foi aqui erguido o cruzeiro, assinalando o carácter sagrado do lugar. Continuamos, mas deste vez rumo ao fim do percurso, mas antes ainda passamos pela antiga cadeia de Verdoejo e se fizermos um desvio ao percurso encontraremos um antigo marco de demarcação jurisdicional de couto, atualmente considerado como pelourinho, de grande simplicidade, com fuste cilíndrico em granito subdividido em cinco tambores. Após deixarmos estes detalhes, rapidamente chegamos ao fim desta viagem a passo que nos revela vários aspetos históricos deste território.