Trekking Trilha do Caminho dos Tropeiros (2024-05-24)
near Jordão, Santa Catarina (Brazil)
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Trail photos
Itinerary description
Trekking Trilha dos Tropeiros ( ou caminho de São Pedro)
A Trilha dos Tropeiros, localizada no município de Siderópolis, é uma antiga estrada aberta em 1895 para ligar a Colônia Nova Veneza ao alto da Serra, na região de Bom Jardim da Serra, São Joaquim e Lages. A rota que hoje é muito utilizada por trilheiros, naquela época era movimentada por comerciantes ambulantes (tropeiros), que compravam e vendiam mercadorias (pinhão, queijo, charque, sal, farinha, mandioca) e principalmente tropas de gado e até porcos.
Apesar de ser perto de casa, foi a minha primeira vez nesta trilha. Já fiz até trilha em glaciar no fim do mundo, mas ainda não tinha vindo nessa. Ela é tão incrível quanto falam, superou as expectativas. Além das belezas naturais, ainda existe uma relação histórica e carinhosa muito forte com as cidades próximas. Soube de moradores que ainda utilizam a trilha para ir até Bom Jardim da Serra. Segue abaixo o meu humilde relato sobre a minha primeira experiência nesta trilha.
Nós iniciamos a trilha no dia 25/05 08:44h e chegamos ao topo 14:51h. O tempo médio de subida fica entre 4 e 6 horas, dependendo do preparo das pessoas. Os primeiros 7 km são tranquilos, subindo aproximadamente uns 200 m. Os últimos 3 km são o desafio, uma subida de aproximadamente 800 m em 3 km.
Depois que chegamos ao topo fomos à um ponto de acampamento ao norte, que fica protegido em um bosque de mata ombrófila mista, próximo à borda. Ficamos próximo à uma cachoeira, onde pegamos água para o acampamento. Assim que começamos a montar o acampamento já vimos a viração baixando. Haviam evidências da presença de javalis no local do acampamento. Os javalis reviram o chão em busca de alimentos, destruindo parte da vegetação rasteira.
A viração bateu forte e umas 17:30h já estava noite. A viração faz parte, se você visita a serra e não pega viração, não teve a experiência completa. Na madrugada teve umas aberturas, mas depois bateu uma chuvinha mansa até de manhã. Esperamos a chuva diminuir, tomamos o café e descemos, ainda com viração forte. Descemos de dentro da nuvem de viração e abaixo dos 1000 m pegamos mais um chuvisco, mas que não chegou a nos molhar devido a vegetação densa.
O caminho até o início da trilha é um espetáculo a parte, passamos por Nova Veneza, depois seguimos em direção à Barragem do Rio São Bento e depois ao Instituto Felinos do Aguaí. Ao passar pela estrada ao lado da barragem é possível avistar a torre da igreja submersa, a antiga Igreja de São Pedro, que ficava na comunidade de mesmo nome, que foi inundada após a construção da barragem. O caminho todo avistamos os imponentes cânions e montanhas da serra geral.
Existem muitas cachoeiras e cursos d'água descendo o costão da serra, com águas muito cristalinas.
Curiosidades:
- encontramos muitos chuchus selvagens, vestígio os antigos moradores, na volta levei dois e depois preparei junto com batatas e cenouras em uma carne de panela;
- encontramos também laranjeiras e limoeiros;
- por volta de 600 m de altitude, encontramos os vestígios da pavimentação com pedras que cobriam a trilha, em algumas partes a pavimentação é bem evidente, já em outras ela já se foi completamente;
- viração: diferença de pressão entre o litoral e os campos de cima da serra, que faz com que uma grande quantidade de nuvens suba em direção ao cânion;
Dicas:
- existem pontos de hidratação por toda a parte: as fontes e rios são potáveis, só é preciso ter alguma experiência para saber os melhores locais para coletar a água, na volta desci com apenas meia garrafa de 600ml e fui enchendo pelo caminho;
- para uma maior experiência recomendo a contratação de um guia: os guias conhecem bem a história, cultura regional, as espécies de plantas e animais;
- as melhores épocas para se fazer a trilha são entre meados de maio a setembro, durante a temporada de montanha nos cânions do sul, neste período a trilha é mantida aberta por trilheiros e montanhistas da região; além disso o tempo fica mais estável e existe menos risco de animais peçonhentos;
Cuidados:
- o costão da serra possui microclima próprio: pode ocorrer da previsão ser de tempo bom, e você pegar viração ou chuva;
- o costão da serra está sujeito à diversas condições climáticas extremas: pode pegar chuvas torrenciais, tempestades magnéticas, frio extremo, cabeças d'água, ventos fortes, deslizamentos, quedas de rochas;
- considero a trilha como nível difícil: apesar de alguns considerarem a trilha como moderada, ela não deve ser subestimada, inclusive algumas pessoas tiveram que ser resgatadas nesta trilha ao longo dos anos, por vários motivos, por se perderem, por se machucarem, por ficarem ilhadas;
- trilha molhada: várias travessias de rios do início ao fim, vai ficar com o calçado molhado, como sempre preferi subir de tênis trail runnnig e levei uma sandália para usar no acampamento;
- se não tiver experiência nos cânions do sul do Brasil recomendo fortemente a contratação de um guia;
Nós contratamos a Roteiros do Sul de Nova Veneza, super recomendo, contatos:
@roteiros_do_sul
48 9959-6781
Siga as Práticas de Mínimo Impacto para Ambientes Naturais
Conservação do Ambiente🌿
Não deixar nada para trás.
Não levar nada da natureza com você.
Procurar ao máximo manter tudo como encontrou.
Respeito aos Animais🦋
Não alimentar, tocar ou interferir no habitat dos animais.
Aproveitar as oportunidades apenas para observá-los e admirá-los.
Os animais podem morrer apenas pelo stress de serem tocados.
Atenção e Prudência🚩
Respeitar as condições adversas da natureza e seus limites pessoais.
Utilizar equipamentos de proteção.
Manter a sua vida e a de seus companheiros em segurança.
Prezar por uma Experiência Positiva😃
Evitar grupos grandes e perturbação em locais coletivos.
Ter consciência de que suas atitudes afetam a experiência das demais pessoas.
A Trilha dos Tropeiros, localizada no município de Siderópolis, é uma antiga estrada aberta em 1895 para ligar a Colônia Nova Veneza ao alto da Serra, na região de Bom Jardim da Serra, São Joaquim e Lages. A rota que hoje é muito utilizada por trilheiros, naquela época era movimentada por comerciantes ambulantes (tropeiros), que compravam e vendiam mercadorias (pinhão, queijo, charque, sal, farinha, mandioca) e principalmente tropas de gado e até porcos.
Apesar de ser perto de casa, foi a minha primeira vez nesta trilha. Já fiz até trilha em glaciar no fim do mundo, mas ainda não tinha vindo nessa. Ela é tão incrível quanto falam, superou as expectativas. Além das belezas naturais, ainda existe uma relação histórica e carinhosa muito forte com as cidades próximas. Soube de moradores que ainda utilizam a trilha para ir até Bom Jardim da Serra. Segue abaixo o meu humilde relato sobre a minha primeira experiência nesta trilha.
Nós iniciamos a trilha no dia 25/05 08:44h e chegamos ao topo 14:51h. O tempo médio de subida fica entre 4 e 6 horas, dependendo do preparo das pessoas. Os primeiros 7 km são tranquilos, subindo aproximadamente uns 200 m. Os últimos 3 km são o desafio, uma subida de aproximadamente 800 m em 3 km.
Depois que chegamos ao topo fomos à um ponto de acampamento ao norte, que fica protegido em um bosque de mata ombrófila mista, próximo à borda. Ficamos próximo à uma cachoeira, onde pegamos água para o acampamento. Assim que começamos a montar o acampamento já vimos a viração baixando. Haviam evidências da presença de javalis no local do acampamento. Os javalis reviram o chão em busca de alimentos, destruindo parte da vegetação rasteira.
A viração bateu forte e umas 17:30h já estava noite. A viração faz parte, se você visita a serra e não pega viração, não teve a experiência completa. Na madrugada teve umas aberturas, mas depois bateu uma chuvinha mansa até de manhã. Esperamos a chuva diminuir, tomamos o café e descemos, ainda com viração forte. Descemos de dentro da nuvem de viração e abaixo dos 1000 m pegamos mais um chuvisco, mas que não chegou a nos molhar devido a vegetação densa.
O caminho até o início da trilha é um espetáculo a parte, passamos por Nova Veneza, depois seguimos em direção à Barragem do Rio São Bento e depois ao Instituto Felinos do Aguaí. Ao passar pela estrada ao lado da barragem é possível avistar a torre da igreja submersa, a antiga Igreja de São Pedro, que ficava na comunidade de mesmo nome, que foi inundada após a construção da barragem. O caminho todo avistamos os imponentes cânions e montanhas da serra geral.
Existem muitas cachoeiras e cursos d'água descendo o costão da serra, com águas muito cristalinas.
Curiosidades:
- encontramos muitos chuchus selvagens, vestígio os antigos moradores, na volta levei dois e depois preparei junto com batatas e cenouras em uma carne de panela;
- encontramos também laranjeiras e limoeiros;
- por volta de 600 m de altitude, encontramos os vestígios da pavimentação com pedras que cobriam a trilha, em algumas partes a pavimentação é bem evidente, já em outras ela já se foi completamente;
- viração: diferença de pressão entre o litoral e os campos de cima da serra, que faz com que uma grande quantidade de nuvens suba em direção ao cânion;
Dicas:
- existem pontos de hidratação por toda a parte: as fontes e rios são potáveis, só é preciso ter alguma experiência para saber os melhores locais para coletar a água, na volta desci com apenas meia garrafa de 600ml e fui enchendo pelo caminho;
- para uma maior experiência recomendo a contratação de um guia: os guias conhecem bem a história, cultura regional, as espécies de plantas e animais;
- as melhores épocas para se fazer a trilha são entre meados de maio a setembro, durante a temporada de montanha nos cânions do sul, neste período a trilha é mantida aberta por trilheiros e montanhistas da região; além disso o tempo fica mais estável e existe menos risco de animais peçonhentos;
Cuidados:
- o costão da serra possui microclima próprio: pode ocorrer da previsão ser de tempo bom, e você pegar viração ou chuva;
- o costão da serra está sujeito à diversas condições climáticas extremas: pode pegar chuvas torrenciais, tempestades magnéticas, frio extremo, cabeças d'água, ventos fortes, deslizamentos, quedas de rochas;
- considero a trilha como nível difícil: apesar de alguns considerarem a trilha como moderada, ela não deve ser subestimada, inclusive algumas pessoas tiveram que ser resgatadas nesta trilha ao longo dos anos, por vários motivos, por se perderem, por se machucarem, por ficarem ilhadas;
- trilha molhada: várias travessias de rios do início ao fim, vai ficar com o calçado molhado, como sempre preferi subir de tênis trail runnnig e levei uma sandália para usar no acampamento;
- se não tiver experiência nos cânions do sul do Brasil recomendo fortemente a contratação de um guia;
Nós contratamos a Roteiros do Sul de Nova Veneza, super recomendo, contatos:
@roteiros_do_sul
48 9959-6781
Siga as Práticas de Mínimo Impacto para Ambientes Naturais
Conservação do Ambiente🌿
Não deixar nada para trás.
Não levar nada da natureza com você.
Procurar ao máximo manter tudo como encontrou.
Respeito aos Animais🦋
Não alimentar, tocar ou interferir no habitat dos animais.
Aproveitar as oportunidades apenas para observá-los e admirá-los.
Os animais podem morrer apenas pelo stress de serem tocados.
Atenção e Prudência🚩
Respeitar as condições adversas da natureza e seus limites pessoais.
Utilizar equipamentos de proteção.
Manter a sua vida e a de seus companheiros em segurança.
Prezar por uma Experiência Positiva😃
Evitar grupos grandes e perturbação em locais coletivos.
Ter consciência de que suas atitudes afetam a experiência das demais pessoas.
Waypoints
Ruins
2,044 ft
Antigo pavimento da trilha
A trilha dos tropeiros ainda possui vestígios de pavimento com pedras nos últimos 3 km antes de chegar ao topo.
Fauna
3,538 ft
Eita, alguém perdeu o calçado
Nosso guia comentou que algumas pessoas ainda fazem uma parte da trilha em mulas. Pode ser que alguém tenha tentado refazer a trilha e a mula acabou perdendo a ferradura.
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