Travessia dos Parques: Pico do Itambé x Rio Preto
near Santo Antônio do Itambé, Minas Gerais (Brazil)
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LEIA A DESCRIÇÃO!
Travessia realizada em 4 dias e 3 noites, com pernoite no Pico do Itambé, Casa do Seu Santos e na Casa do Mozart. Contempla visita à cachoeira do Rio Vermelho, da Cortina e ao Pico Dois Irmãos, o que torna a rota um pouco mais longa que o usual.
> ATENÇÃO: Esta travessia deve ser agendada junto aos dois parques, com pelo menos 24 horas de antecedência. Há limite de vagas. Não tente realizar a esta travessia sem autorização, ambos os parques possuem um bom serviço de monitoramento. Mais informações ao fim da descrição.
LOGÍSTICA:
Travessia realizada de forma autônoma, sem apoio logístico. Utilizando como referência a cidade de Belo Horizonte, saída na noite anterior ao início da travessia, tomando o ônibus da viação Serro com destino a Santo Antônio do Itambé (linha BH x Rio Vermelho, horário: 22:00).
Como era feriado, na saída do Parque Estadual do Rio Preto conseguimos carona até Diamantina. De Diamantina uma carona paga até BH.
Não há transporte coletivo regular entre a sede do parque e a cidade de São Gonçalo do Rio Preto (SGRP) e adjacências. Desta forma o montanhista deve: ou fazer o percurso a pé, ou contratar um serviço de táxi, ou conseguir uma carona até a cidade mais próxima.
De SGRP há um ônibus diário para BH e uma maior variedade de horário nos ônibus pra Diamantina. ATENTE-SE: o último horário diário costuma ser às 17:50.
De Diamantina a BH há vários horários, porém, aos domingos ou último dia de recesso/feriado, é preciso estar atento ao esgotamento das passagens. Recomenda-se comprar antecipadamente, se for possível.
A TRILHA:
1º dia: Santo Antônio do Itambé x Pico do Itambé
O ônibus passou por Santo Antônio do Itambé por volta das 04:45. A caminhada começa no centro da cidade, por ruas asfaltadas em direção ao Parque Estadual. São pouco menos de 3k até a entrada do Parque Estadual Pico do Itambé (PESPI), onde é feito os trâmites de ingresso. Para quem sobe a pé, há um atalho logo após a Ponte de Pedra.
Depois da portaria, segue-se por uma estradinha precária em aclive constante, com poucos trechos mais estáveis ou em declive. Depois de 7.5k, chega-se à bifurcação para o Rio Vermelho. Aqui o caminhante pode optar pelo ataque à cachoeira (direita, por trilha) ou continuar a subida rumo ao Pico do Itambé (estradinha à esquerda). Para o Rio Vermelho a trilha segue em ligeiro declive, com uma subida mais importante próxima ao topo da cachoeira. A trilha é bem marcada e sinalizada, contando com alguns bancos e pontos de água pelo caminho. A cachoeira é bem bonita e vale a visita. O ataque aumenta o percurso em pouco mais de 6k.
De volta à bifurcação, a caminhada segue em aclive por uma estradinha precária. Há outro atalho adiante. Depois chega-se ao casebre de Seu Joaquim Moacir, que está em condições precárias. No fundo há uma mangueira onde é possível abastecer com água.
A caminhada segue em aclive mais pronunciado, deixando as encostas com matas de candeias para avançar por campos rupestres. A subida forte se alterna com alguns platôs. Deve-se estar atento ao último ponto de água antes do Pico, o ideal é encher todos os vasilhames, pois não há garantia de água no topo.
Após a ponte pênsil do Rebentão a subida fica bastante inclinada, sobre rocha nua. O deslocamento é lento até o cume, alcançado após 20.4k. Neste trecho final, onde a navegação pode ser mais complicada, há setas brancas indicando a direção a ser seguida.
No topo do Itambé não há área de camping aberta nem banheiro (em construção - novembro/2018). A pernoite deve ser feita no interior da casa de alvenaria que existe no topo.
2º dia: Pico do Itambé x Seu Santos
No segundo dia a descida é feita em direção à Capivari, por uma trilha que segue pra noroeste. Cerca de 270m após o cume há uma fonte de água em um local de difícil acesso, no interior de uma grota.
A descida do Pico do Itambé é bem acentuada, com vários degraus e trechos escorregadios. Em dois pontos é preciso se atentar com a passagem sob as rochas. Há setas indicativas. Nestes trechos é preciso tirar as mochilas/cargueiras e se embrenhar em uma grota sob os blocos rochosos.
Ao final da descida chega-se a uma encruzilhada, onde é preciso seguir à direita pela estradinha de terra. Tem início um longo trecho por estradinhas vicinais, que passa por alguns sítios da região, localidade conhecida como Lagoa. Ao se aproximar de um rancho no fundo do vale, onde a estradinha, por ora, termina, é preciso ficar atento com a trilha que segue à esquerda, em meio a um pasto/capoeira. Ao alcançar uma tronqueira, intercepta-se uma trilha consolidada, que desce algumas centenas de metros até encontrar uma outra estradinha, recém aberta.
Por essa estradinha nova, aberta em meio às samambaias, seguimos até encontrar um acesso para a cachoeira da Cortina, que fica no fundo do vale à direita. O ataque à cachoeira tem pouco mais de 1k de extensão, a sugestão é deixar as cargueiras em um campo na saída da estradinha.
É uma cachoeira de difícil acesso por essa vertente do vale, sendo necessário passar por encostas com exposição à altura e pular fendas profundas. Não há trilha definida neste lado. A cachoeira da Cortina fica escondida no fundo do vale e possui um poço ótimo para banho.
De volta à estradinha, seguimos mais algumas centenas de metros, até que ela termina próximo a uns afloramentos rochosos. Daqui seguimos por trilha bem consolidada até o próximo rancho. Depois do rancho a caminhada passa a ser pelo leito de uma antiga estradinha, que hoje se resume a um sulco bem consolidado.
Depois de 10.5k chega-se ao sítio do Seu Santos e Dona Maria, local de pernoite. De frente ao sítio passa o Córrego Serra da Bicha, local bom para aproveitar o fim de tarde.
Dia 3: Seu Santos x Casa do Mozart
É o dia mais longo da travessia, devido ao ataque ao Pico Dois Irmãos. Altamente recomendado caminhar o mais cedo, de preferência logo após o nascer do sol, ainda mais se esta travessia estiver sendo feita em grupos grandes.
Saindo da Casa do Seu Santos, continuamos por uma estradinha precária, passando por alguns sítios da localidade de Bica d'Água. Próximo a um rancho, onde há um curral, deixamos a estradinha para tomar uma trilha consolidada em meio a um pasto. É um atalho para chegar ao Covão.
Este trecho apresenta alguns trilhas sujas, principalmente após cruzar o Ribeirão Soberbo. A passagem pelo ribeirão é feita sobre as rochas do leito, que podem ser bem escorregadias, merecendo muita atenção. Depois de uma longa subida, com alguma sombra, chega-se à localidade do Covão, onde há uma escola rural que possui água corrente nos fundos.
Saindo do Covão a caminhada segue por uma estradinha vicinal até o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), trata-se de um longo trecho pela Chapada do Couto, onde há pouquíssima sombra e nenhuma oferta de água. Em alguns trecho tomamos trilhas-atalhos que cortavam um pouco das curvas da estradinha.
Depois da chegada ao PERP começamos a descer por uma estradinha em direção à Casa de Guardas, onde faríamos o "check-in", passando pelo local que é considerado a nascente do Rio Preto. A Casa dos Guardas é o primeiro ponto de água do PERP.
Da Casa dos Guardas seguimos em direção ao Pico Dois Irmãos, este percurso aumenta o trajeto em 6.2k (são 11.8k o trajeto Guardas x Pico x Mozart, contra 5.6k do Guardas x Mozart). A caminhada começa em ligeiro aclive por uma trilha em meio ao campo de altitude, até interceptar o aceiro mais adiante. Segue-se pelo aceiro até o ponto de encontro com a trilha que vem da Casa do Mozart, onde abandonamos as cargueiras.
O trecho entre a bifurcação e o Pico Dois Irmãos possui 2.3k. Depois de avançar pelo aceiro, é preciso tomar uma trilha que segue pela direita, do outro lado da cerca. O local é sinalizado com setas amarelas, que seguem até o cume. Do alto se tem uma bela visão do PERP e das cidades do entorno.
Depois de retornar à bifurcação, são mais 4.4k de caminhada até a Casa do Mozart, local de pernoite.
Dia 4: Casa do Mozart x Sede PERP
Outro dia que é recomendado iniciar cedo, para aproveitar as cachoeiras do PERP. Saindo do Mozart logo é preciso cruzar o Córrego Taioba. Após cruzar o divisor de águas, é preciso enfrentar uma descida com muito cascalho e pedras soltas para cruzar o Rio Preto.
Depois do Rio Preto a trilha segue em nível, contornando o Morro do Alecrim (à direita). Após uma tronqueira caída, tem início uma longa descida até as áreas mais visitadas do PERP. É preciso ignorar uma saída à esquerda, que segue para a região das Abóboras e se atentar com a travessia dos córregos e com os trechos sobre os lajeados, onde a continuação da trilha não é tão evidente.
Na chegada ao topo da Cachoeira dos Crioulos, é preciso contornar uns afloramentos rochosos para alcançar a parte baixa. De lá a caminhada segue margeando o Córrego das Éguas/Rio Preto, ora por trilhas nas margens, ora pelo leito rochoso do curso d'água.
2.2k após a Cachoeira dos Crioulos está a Cachoeira da Sempre-Viva, outra parada obrigatória.
A trilha segue margeando o leito do curso d'água até um vau próximo à Forquilha (encontro do Rio Preto com o Córrego Taioba). De lá a trilha segue em nível, com aclives suaves até um ponto de apoio do PERP, onde há bebedouros e banheiros. A parte final é por uma estradinha bem cascalhada, onde predominam aclives moderados, até próximo da sede do PERP, onde fica o restaurante.
OBSERVAÇÕES:
> Travessia de dificuldade moderada para experientes, pode ser difícil para iniciantes no montanhismo. Os trechos mais complicados são a descida do Pico do Itambé e o ataque à Cachoeira da Cortina.
> A travessia deve ser agendada com os dois parques, com pelo menos 24 horas de antecedência. Seguem os e-mails (normalmente respondem dentro de 24 horas):
PESPI: peitambe@meioambiente.mg.gov.br
PERP: antonio.almeida@meioambiente.mg.gov.br
> Devido aos pontos de apoio, a barraca pode ser dispensada nesta travessia. No Pico do Itambé é possível bivacar tranquilamente dentro da casa. No Seu Santos ele trabalha com camas e na Casa do Mozart há algumas camas e local para bivacar.
> Ainda não há banheiro no Pico do Itambé, tampouco algum chuveiro. Na casa do Seu Santos tem um banheiro interno com serpentina. Na Casa do Mozart tem um banheiro interno com chuveiro desligado.
> Ainda no Seu Santos, o caminhante pode agendar janta e café da manhã. Valores a combinar.
> São poucos trechos sombreados ao longo da rota e o sol é muito forte na região. Portanto, chapéu e protetor solar são ítens obrigatórios.
> Há boa disponibilidade de água ao longo da travessia, mas o caminhante deve se atentar para dois pontos sem disponibilidade de água: o trecho final da subida do Itambé (último ponto de água marcado no tracklog) e o trecho pela Chapada do Couto entre a escolinha do Covão e a Casa dos Guardas no PERP. Recomendo autonomia de 1.5L.
> Entrada no Itambé permitida somente até às 12:00. Eles são rigorosos quanto a isso.
> Há sinal de telefone em vários trechos da rota, como: durante a subida e no Pico do Itambé; na escolinha do Covão, no Pico Dois Irmãos, no contorno do Morro do Alecrim.
> Existem algumas rotas de escape durante a rota, em especial a saída para Capivari no 2º dia, saída sentido Curralinho no 3º dia (pela estradinha que chega ao Seu Santos ou no Covão), saída para as Abóboras ou para Felício dos Santos (via Corredeiras) no último dia. Note que, caso sejam utilizadas essas rotas de escape, são trechos longos por estradinhas vicinais com pouquíssimo movimento de veículos, que demandam várias horas de caminhada.
> O trajeto pode ser encurtado em muitos quilômetros com as seguintes situações:
- Deslocamento até a sede do PESPI através de veículo de passeio ou van; ou até as proximidades da casa do Seu Joaquim Moacir, através de moto ou veículo 4x4 (2.7k ou 8.7k)
- Evitando o ataque à cachoeira do Rio Vermelho (6.1k)
- Evitando o ataque à cachoeira da Cortina (1k)
- Evitando o ataque ao Pico Dois Irmãos (6.2k)
- Saindo do Mozart pela trilha das Corredeiras, ao invés da trilha que segue para a Cachoeira do Crioulo (8.5k)
> Existem também trajetos alternativos, como o que se inicia no povoado de Capivari (Serro), a trilha do Rio Vermelho (que não passa pelo Pico do Itambé e sai direto no Seu Santos), além das alternativas entre a Casa do Mozart e a sede do PERP.
Travessia realizada em 4 dias e 3 noites, com pernoite no Pico do Itambé, Casa do Seu Santos e na Casa do Mozart. Contempla visita à cachoeira do Rio Vermelho, da Cortina e ao Pico Dois Irmãos, o que torna a rota um pouco mais longa que o usual.
> ATENÇÃO: Esta travessia deve ser agendada junto aos dois parques, com pelo menos 24 horas de antecedência. Há limite de vagas. Não tente realizar a esta travessia sem autorização, ambos os parques possuem um bom serviço de monitoramento. Mais informações ao fim da descrição.
LOGÍSTICA:
Travessia realizada de forma autônoma, sem apoio logístico. Utilizando como referência a cidade de Belo Horizonte, saída na noite anterior ao início da travessia, tomando o ônibus da viação Serro com destino a Santo Antônio do Itambé (linha BH x Rio Vermelho, horário: 22:00).
Como era feriado, na saída do Parque Estadual do Rio Preto conseguimos carona até Diamantina. De Diamantina uma carona paga até BH.
Não há transporte coletivo regular entre a sede do parque e a cidade de São Gonçalo do Rio Preto (SGRP) e adjacências. Desta forma o montanhista deve: ou fazer o percurso a pé, ou contratar um serviço de táxi, ou conseguir uma carona até a cidade mais próxima.
De SGRP há um ônibus diário para BH e uma maior variedade de horário nos ônibus pra Diamantina. ATENTE-SE: o último horário diário costuma ser às 17:50.
De Diamantina a BH há vários horários, porém, aos domingos ou último dia de recesso/feriado, é preciso estar atento ao esgotamento das passagens. Recomenda-se comprar antecipadamente, se for possível.
A TRILHA:
1º dia: Santo Antônio do Itambé x Pico do Itambé
O ônibus passou por Santo Antônio do Itambé por volta das 04:45. A caminhada começa no centro da cidade, por ruas asfaltadas em direção ao Parque Estadual. São pouco menos de 3k até a entrada do Parque Estadual Pico do Itambé (PESPI), onde é feito os trâmites de ingresso. Para quem sobe a pé, há um atalho logo após a Ponte de Pedra.
Depois da portaria, segue-se por uma estradinha precária em aclive constante, com poucos trechos mais estáveis ou em declive. Depois de 7.5k, chega-se à bifurcação para o Rio Vermelho. Aqui o caminhante pode optar pelo ataque à cachoeira (direita, por trilha) ou continuar a subida rumo ao Pico do Itambé (estradinha à esquerda). Para o Rio Vermelho a trilha segue em ligeiro declive, com uma subida mais importante próxima ao topo da cachoeira. A trilha é bem marcada e sinalizada, contando com alguns bancos e pontos de água pelo caminho. A cachoeira é bem bonita e vale a visita. O ataque aumenta o percurso em pouco mais de 6k.
De volta à bifurcação, a caminhada segue em aclive por uma estradinha precária. Há outro atalho adiante. Depois chega-se ao casebre de Seu Joaquim Moacir, que está em condições precárias. No fundo há uma mangueira onde é possível abastecer com água.
A caminhada segue em aclive mais pronunciado, deixando as encostas com matas de candeias para avançar por campos rupestres. A subida forte se alterna com alguns platôs. Deve-se estar atento ao último ponto de água antes do Pico, o ideal é encher todos os vasilhames, pois não há garantia de água no topo.
Após a ponte pênsil do Rebentão a subida fica bastante inclinada, sobre rocha nua. O deslocamento é lento até o cume, alcançado após 20.4k. Neste trecho final, onde a navegação pode ser mais complicada, há setas brancas indicando a direção a ser seguida.
No topo do Itambé não há área de camping aberta nem banheiro (em construção - novembro/2018). A pernoite deve ser feita no interior da casa de alvenaria que existe no topo.
2º dia: Pico do Itambé x Seu Santos
No segundo dia a descida é feita em direção à Capivari, por uma trilha que segue pra noroeste. Cerca de 270m após o cume há uma fonte de água em um local de difícil acesso, no interior de uma grota.
A descida do Pico do Itambé é bem acentuada, com vários degraus e trechos escorregadios. Em dois pontos é preciso se atentar com a passagem sob as rochas. Há setas indicativas. Nestes trechos é preciso tirar as mochilas/cargueiras e se embrenhar em uma grota sob os blocos rochosos.
Ao final da descida chega-se a uma encruzilhada, onde é preciso seguir à direita pela estradinha de terra. Tem início um longo trecho por estradinhas vicinais, que passa por alguns sítios da região, localidade conhecida como Lagoa. Ao se aproximar de um rancho no fundo do vale, onde a estradinha, por ora, termina, é preciso ficar atento com a trilha que segue à esquerda, em meio a um pasto/capoeira. Ao alcançar uma tronqueira, intercepta-se uma trilha consolidada, que desce algumas centenas de metros até encontrar uma outra estradinha, recém aberta.
Por essa estradinha nova, aberta em meio às samambaias, seguimos até encontrar um acesso para a cachoeira da Cortina, que fica no fundo do vale à direita. O ataque à cachoeira tem pouco mais de 1k de extensão, a sugestão é deixar as cargueiras em um campo na saída da estradinha.
É uma cachoeira de difícil acesso por essa vertente do vale, sendo necessário passar por encostas com exposição à altura e pular fendas profundas. Não há trilha definida neste lado. A cachoeira da Cortina fica escondida no fundo do vale e possui um poço ótimo para banho.
De volta à estradinha, seguimos mais algumas centenas de metros, até que ela termina próximo a uns afloramentos rochosos. Daqui seguimos por trilha bem consolidada até o próximo rancho. Depois do rancho a caminhada passa a ser pelo leito de uma antiga estradinha, que hoje se resume a um sulco bem consolidado.
Depois de 10.5k chega-se ao sítio do Seu Santos e Dona Maria, local de pernoite. De frente ao sítio passa o Córrego Serra da Bicha, local bom para aproveitar o fim de tarde.
Dia 3: Seu Santos x Casa do Mozart
É o dia mais longo da travessia, devido ao ataque ao Pico Dois Irmãos. Altamente recomendado caminhar o mais cedo, de preferência logo após o nascer do sol, ainda mais se esta travessia estiver sendo feita em grupos grandes.
Saindo da Casa do Seu Santos, continuamos por uma estradinha precária, passando por alguns sítios da localidade de Bica d'Água. Próximo a um rancho, onde há um curral, deixamos a estradinha para tomar uma trilha consolidada em meio a um pasto. É um atalho para chegar ao Covão.
Este trecho apresenta alguns trilhas sujas, principalmente após cruzar o Ribeirão Soberbo. A passagem pelo ribeirão é feita sobre as rochas do leito, que podem ser bem escorregadias, merecendo muita atenção. Depois de uma longa subida, com alguma sombra, chega-se à localidade do Covão, onde há uma escola rural que possui água corrente nos fundos.
Saindo do Covão a caminhada segue por uma estradinha vicinal até o Parque Estadual do Rio Preto (PERP), trata-se de um longo trecho pela Chapada do Couto, onde há pouquíssima sombra e nenhuma oferta de água. Em alguns trecho tomamos trilhas-atalhos que cortavam um pouco das curvas da estradinha.
Depois da chegada ao PERP começamos a descer por uma estradinha em direção à Casa de Guardas, onde faríamos o "check-in", passando pelo local que é considerado a nascente do Rio Preto. A Casa dos Guardas é o primeiro ponto de água do PERP.
Da Casa dos Guardas seguimos em direção ao Pico Dois Irmãos, este percurso aumenta o trajeto em 6.2k (são 11.8k o trajeto Guardas x Pico x Mozart, contra 5.6k do Guardas x Mozart). A caminhada começa em ligeiro aclive por uma trilha em meio ao campo de altitude, até interceptar o aceiro mais adiante. Segue-se pelo aceiro até o ponto de encontro com a trilha que vem da Casa do Mozart, onde abandonamos as cargueiras.
O trecho entre a bifurcação e o Pico Dois Irmãos possui 2.3k. Depois de avançar pelo aceiro, é preciso tomar uma trilha que segue pela direita, do outro lado da cerca. O local é sinalizado com setas amarelas, que seguem até o cume. Do alto se tem uma bela visão do PERP e das cidades do entorno.
Depois de retornar à bifurcação, são mais 4.4k de caminhada até a Casa do Mozart, local de pernoite.
Dia 4: Casa do Mozart x Sede PERP
Outro dia que é recomendado iniciar cedo, para aproveitar as cachoeiras do PERP. Saindo do Mozart logo é preciso cruzar o Córrego Taioba. Após cruzar o divisor de águas, é preciso enfrentar uma descida com muito cascalho e pedras soltas para cruzar o Rio Preto.
Depois do Rio Preto a trilha segue em nível, contornando o Morro do Alecrim (à direita). Após uma tronqueira caída, tem início uma longa descida até as áreas mais visitadas do PERP. É preciso ignorar uma saída à esquerda, que segue para a região das Abóboras e se atentar com a travessia dos córregos e com os trechos sobre os lajeados, onde a continuação da trilha não é tão evidente.
Na chegada ao topo da Cachoeira dos Crioulos, é preciso contornar uns afloramentos rochosos para alcançar a parte baixa. De lá a caminhada segue margeando o Córrego das Éguas/Rio Preto, ora por trilhas nas margens, ora pelo leito rochoso do curso d'água.
2.2k após a Cachoeira dos Crioulos está a Cachoeira da Sempre-Viva, outra parada obrigatória.
A trilha segue margeando o leito do curso d'água até um vau próximo à Forquilha (encontro do Rio Preto com o Córrego Taioba). De lá a trilha segue em nível, com aclives suaves até um ponto de apoio do PERP, onde há bebedouros e banheiros. A parte final é por uma estradinha bem cascalhada, onde predominam aclives moderados, até próximo da sede do PERP, onde fica o restaurante.
OBSERVAÇÕES:
> Travessia de dificuldade moderada para experientes, pode ser difícil para iniciantes no montanhismo. Os trechos mais complicados são a descida do Pico do Itambé e o ataque à Cachoeira da Cortina.
> A travessia deve ser agendada com os dois parques, com pelo menos 24 horas de antecedência. Seguem os e-mails (normalmente respondem dentro de 24 horas):
PESPI: peitambe@meioambiente.mg.gov.br
PERP: antonio.almeida@meioambiente.mg.gov.br
> Devido aos pontos de apoio, a barraca pode ser dispensada nesta travessia. No Pico do Itambé é possível bivacar tranquilamente dentro da casa. No Seu Santos ele trabalha com camas e na Casa do Mozart há algumas camas e local para bivacar.
> Ainda não há banheiro no Pico do Itambé, tampouco algum chuveiro. Na casa do Seu Santos tem um banheiro interno com serpentina. Na Casa do Mozart tem um banheiro interno com chuveiro desligado.
> Ainda no Seu Santos, o caminhante pode agendar janta e café da manhã. Valores a combinar.
> São poucos trechos sombreados ao longo da rota e o sol é muito forte na região. Portanto, chapéu e protetor solar são ítens obrigatórios.
> Há boa disponibilidade de água ao longo da travessia, mas o caminhante deve se atentar para dois pontos sem disponibilidade de água: o trecho final da subida do Itambé (último ponto de água marcado no tracklog) e o trecho pela Chapada do Couto entre a escolinha do Covão e a Casa dos Guardas no PERP. Recomendo autonomia de 1.5L.
> Entrada no Itambé permitida somente até às 12:00. Eles são rigorosos quanto a isso.
> Há sinal de telefone em vários trechos da rota, como: durante a subida e no Pico do Itambé; na escolinha do Covão, no Pico Dois Irmãos, no contorno do Morro do Alecrim.
> Existem algumas rotas de escape durante a rota, em especial a saída para Capivari no 2º dia, saída sentido Curralinho no 3º dia (pela estradinha que chega ao Seu Santos ou no Covão), saída para as Abóboras ou para Felício dos Santos (via Corredeiras) no último dia. Note que, caso sejam utilizadas essas rotas de escape, são trechos longos por estradinhas vicinais com pouquíssimo movimento de veículos, que demandam várias horas de caminhada.
> O trajeto pode ser encurtado em muitos quilômetros com as seguintes situações:
- Deslocamento até a sede do PESPI através de veículo de passeio ou van; ou até as proximidades da casa do Seu Joaquim Moacir, através de moto ou veículo 4x4 (2.7k ou 8.7k)
- Evitando o ataque à cachoeira do Rio Vermelho (6.1k)
- Evitando o ataque à cachoeira da Cortina (1k)
- Evitando o ataque ao Pico Dois Irmãos (6.2k)
- Saindo do Mozart pela trilha das Corredeiras, ao invés da trilha que segue para a Cachoeira do Crioulo (8.5k)
> Existem também trajetos alternativos, como o que se inicia no povoado de Capivari (Serro), a trilha do Rio Vermelho (que não passa pelo Pico do Itambé e sai direto no Seu Santos), além das alternativas entre a Casa do Mozart e a sede do PERP.
Waypoints
Waypoint
0 ft
Sede Rio Preto
Waypoint
5,119 ft
Água - Casa de Guardas
Waypoint
4,822 ft
Afluente Taioba 2
Waypoint
4,444 ft
Afluente Taioba 3
Waypoint
6,241 ft
Passagem sob a rocha 2
Waypoint
4,319 ft
Tronqueira - trilha consolidada
Waypoint
4,010 ft
Ataque Cortina
Waypoint
3,929 ft
Água - Afluente Serra da Bicha
Waypoint
3,688 ft
Água - Afluente Serra da Bicha 2
Comments (12)
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Obrigado por todas informações Hélio!
Sua track tá limpa e com informações precisas...
Abraço!!
Boa noite e obrigado por compartilhar! Por favor poderia me dizer se você tem os contatos do Seu Santos e do Mozart. Vou fazer essa travessia usando esse tracklog. Obrigado
NPossognolo,
você tem que entrar em contato com a administração dos dois parques. As informações estão na descrição e nos sites deles. O Parque do Rio Preto possui o contato do Seu Santos, a "casa do Mozart" fica dentro do parque, é um abrigo para os caminhantes.
Fala hélio, blz?
Cara sensacional seu tracklog, bem completo pretendo usar ele pra fazer a travessia...
Gostaria de tirar uma dúvida, sabe me dizer se fica mto longe as portarias de ambos os parques até às cidades? Da pra ir caminhando?
Juninho Ribeiro,
no tracklog dá pra verificar a distância entre Santo Antônio do Itambé e a portaria do parque, pois fui de ônibus e fiz o trecho a pé. Já ao final acabei conseguindo uma carona com uma família que estava no Parque do Rio Preto. Do fim da travessia até Diamantina (principal cidade da região) são 70km. Acho que até a cidade de São Gonçalo do Rio Preto (a mais próxima da portaria do parque) são uns 20km ou menos.
PERP à cidade de Rio Preto são 15 km de estrada de terra, com movimento de veículos.
Uma atualização: Estou programando de fazer essa travessia (falo aqui depois como foi). Mas atualmente não se pode mais acampar do pico do Itambé. Fica, pois, atraente a saída de Capivari, ou pros mais animados e com mais tempo, a subida ao Pico do Itambé, retorno às proximidades do Rio Vermelho para Camping, seguindo viagem no outro dia.
Helio, obrigado pela suas contribuições! Você tá movendo o Ecoturismo aqui em MG!
Pessoal, fiz essa trilha (em partes)! Vou deixar aqui um comentário mais completo, pois acho melhor que postar uma nova trilha que não vai ter metade da qualidade da descrição aqui feita pelo Helio.
Naveguei a trilha usando esse log, e a trilha GPS que o parque mandou. A trilha enviada pelo parque difere em alguns pontos do que foi feito aqui, e gostaria de pontuar essas correções.
Conversando com o Seu Santo: ele faz o serviço de levar as malas com burro/cavalo. É possível fazer toda essa travessia sem levar a cargueira, combinando com ele com antecedência.
* Hoje não tem como acampar no Pico do Itambé, por isso saí de Capivari. O alojamento no Pico do Itambé está em fase final de reforma, então pode ser que em breve esteja disponível. Entre em contato com o PEPI para saber!
* Dá pra fazer tudo isso levando menos coisa do que levei. Na casa do Seu Santo tem onde dormir e comida. No Mozard, tem onde dormir e estrutura para cozinhar (fogão, panela, etc). No PERP, tem restaurante e chalé para aluguel. Dá pra fazer esse caminho bem vazio. A pernada entre Santo e Mozar é pode ser bem desgasntate.
* Em Capivari, dá pra combinar o resgate com o pessoal da pousada. Combinando certinho, capaz de levarem o carro de volta pra Diamantina se quiser.
* Em Capivari é possível deixar o carro no vilarejo e combinar uma carona até a trilha, ou deixar o carro no pé da trilha. Eu deixei o meu na fazendo do Lolô, (km 22,6 do track log). A estrada até lá é ruim, mas fiz com meu carro (up!) sem problemas.
* No km 23,6 a trilha que o parque enviou pede para seguir à esquerda ao invés de descer em direção à casa e depois subir o pasto. De fato, parece ser mais fácil, pois tem menos elevação, seguir reto à esquerda e virar à direita mais a frente.
* A Cortina parece ser bem bacana, mas eu não consegui chegar. Tentei, não consegui, e deveria ter seguido direto, para aproveitar mais a água na casa do Seu Santo. Segundo Seu Santo, e o guarda parque no PEPI, a cachoeira é realmente bonita, e pela facilidade com que falavam, me pareceu ter uma forma melhor de chegar até ela.
* km 29,8 é a Casa do Seu Geraldo. Ali a trilha passa pelo pasto, e como era época de chuva, muito alto. O Seu Geraldo gentilmente no mostrou o caminho, e pontuou pra ter atenção com um "boi queimado" que é bravo, e pode tentar avançar em você. Se tiver alguém na casa, recomendo dar um oi lá, pra ver como está. De quebra, você toma uma cafézinho lá.
* Da travessia do Soberbo até o Covão: em alguns pontos a trilha do parque difere desse do track log. Eu segui a do parque, pois o caminho me pareceu mais batido.
* km 39,4: na
* km 62,3: atravessar o corrego das éguas: eu fui na cheia, então a trilha do outro lado não é muito visível. É tirar a bota e atravessar seguindo o track log, não tem erro.
* Descida da Crioulos pra Sempre Viva: dá pra fazer pelo leito do rio, mas com cargueira acho melhor voltar pela trilha mesmo. Daí dá pra deixar a cargueira na bifurcação da trilha que vai pra Sempre - Viva e descer mais leve. O que eu fiz na verdade foi ir direto da Crioulos para o restaurante, e no outro dia voltar, para fazer a Sempre Viva, e descer pelo leito do Rio até o Poço de Areia (que é bem próximo ao restaurante, uns 3 km).
A trilha em GPS o próprio pessoal do parque disponibiliza!
Olá! Obrigado todos pelas informações. Irei fazer esta travessia usando este log. Junto com minha namorada faremos um pequeno video para o YouTube, compilando as principais informações.
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Easy to follow
Scenery
Difficult
O cenário é lindo, existe boa sinalização, mas é necessário muito preparo físico e psicológico para realizá-la com segurança.
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Scenery
Moderate
Olá Hélio e aventureiros!
Primeiramente, parabéns pela sua disposição em fazer a travessia e realizar a marcação e descrição de maneira tão precisa!
Eu e meu marido acabamos de chegar e é realmente incrível!
Somos trekkeiros iniciantes e optamos por não realizar os "ataques".
Gostaria de pedir licença para postar alguns comentários:
- partimos de Santo Antônio do Itambé. Ficamos na Pousada Moinho Santo Antônio. O Sr. Cássio, dono da pousada, é extremamente solícito e nos levou até onde o carro 4x2 conseguiu chegar (cerca de 1,5km da casa do Sr. Joaquim), por um valor razoável (R$60,00).
- o abrigo do Pico do Itambé já está disponível para pernoitar. Há um banheiro "seco" e luz (é possível carregar o celular!), apenas. Não há água, cama, gás ou utensílios. Mas a proteção do vento (pelo menos nessa época do ano) é fundamental e dispensa barraca.
- ao término da descida do Pico, pelo "lado Capivari", a placa foi trocada e ao invés de "Chapada dos Couto" está escrito "Travessia Rio Preto". É preciso bastante cuidado, porque logo a frente da placa há uma trilha sinalizada e a tendência é seguir por ela, ao invés de entrar a direita, como pontuado pelo Hélio (erramos e andamos cerca de 3km a mais...).
- o mato, no pasto antes e após a "Tronqueira", está bem alto e a trilha não marcada. Mas seguindo a trilha do Hélio, não há erro!
- não tivemos a oportunidade de conhecer o Sr. Santos, mas a dona Maria nos recebeu muito bem! Um detalhe: combine com antecedência! Considerando a dificuldade de acesso à cidade, não havia itens para o café da manhã, apenas a mesma refeição do jantar.
- a Casa dos Guardas, no PERP, é o último ponto antes da casa do Mozart em que há sinal de celular. Eles são muito solícitos, mas não fornecem muitas informações.
- saindo do PESPI até a Cachoeira do Crioulo, não há sinalização alguma.
- do restaurante a portaria do PERP, são 5km. Conseguimos um motorista para nos buscar até lá e nos trazer de volta para a pousada em Santo Antônio do Itambé (Gustavo: 38.99928-9552). São cerca de 100km por estrada de terra e com o alto valor do combustível, ele nos cobrou R$550,00.
- por fim, como já colocado aqui, a barraca é dispensável, caso você leve agasalho e saco de dormir. Um peso a menos!
Excelente trekking!
Oi Helio! Partiu fazermos essa via pico do raio em setembro? Gente, muito bacana os comentários! Toda informação a mais ajuda muito! Adoro essa rede criada pelo wikiloc 🥰