Travessia do Alto Cantareira - Trilha das Antenas x Pedreira do Dib (Via Cachoeira Capim Branco)

Essa travessia se inicia ainda na parte baixa do Bairro Marmelo de Mairiporã, e vai tomando uma boa altitude até se começar o percurso na crista da Serra da Cantareira, onde existe a divisa imaginária entre Mairiporã e São Paulo, até chegar na Pedreira do Dib. Pode-se fazer começando por ambos os lados, mas eu recomendo que seja no mesmo trajeto que este percurso foi gravado, pois além dos horários dos ônibus municipais de Mairiporã serem bem limitados aos finais de semana (3 ou 4 viagens por dia), não existe nenhum comércio nas imediações do Bairro Marmelo, então ficaria bem à deriva ali, mesmo com a cachoeira, vai saber que hora vai passar um ônibus.
Para chegar ao início do percurso, saindo das estações do metrô ou CPTM, existem duas formas:
1-Saindo do Metrô Portuguesa-Tietê, saia pela Saída D em direção a Rua Voluntários da Pátria, assim que chegar na rua, já estará em frente ao ponto de ônibus da EMTU, pegue a linha 042-Divisa, mas desça no Terminal Rodoviário de Mairiporã.

2-Saindo da Estação Franco da Rocha da Linha 7-Rubi da CPTM, saia pelo lado norte, descendo a escada rolante, vá em direção ao Hospital Juquery, onde do lado da entrada existe uma área de lazer com pontos de ônibus cobertos. O último lá da frente é o da Linha 049-Mairiporã, e seu ponto final é justamente o Terminal Rodoviário.

Nesse terminal você terá que pegar o ônibus municipal linha 1007-Marmelo (pesquise os horários no site da Viação Mairiporã).
Apesar de ter bastante oferta nos meios de semana, aos finais de semana e feriados, todos as linhas são bem limitadas.
Seguindo viagem, eu havia pesquisado sobre a parada ser bem na confluência da estrada asfaltada com a estrada de terra, e depois ele seguiria pela parte asfaltada. Mas foi justamente o contrário, o itinerário do ônibus vai primeiro pela estrada de terra e depois volta pelo asfalto, é uma linha circular, então o motorista me deixou bem na frente da entrada da Cachoeira Capim Branco.
A entrada da trilha existe uma cerca, mas com uma pequena abertura ao lado, ou seja, é permitido a entrada sem nenhum problema. Logo de cara já existe uma bifurcação que aparentemente, seguindo reto vai para uma propriedade, mas é só pegar o caminho da esquerda, está muito bem marcada. A trilha é bem curta, e poucos minutos depois já se chega na cachoeira. O primeiro atrativo é um poço bem rasinho, dá pra levar crianças, e depois seguindo já chega nas duas quedas. Aparentemente cada uma tem entre 3 ou 4 metros de altura, mas a segunda tem um poço enorme para nadar. Incrível como que apesar o fácil acesso, a cachoeira está bem limpa, e espero que continue assim.
Voltando para estrada de terra, iniciei a caminhada até a entrada da Trilha das Antenas, até então sem nenhuma novidade, mas leve pelo menos 1 litro de água, pois não existe nenhum ponto de água e nenhum tipo de comércio até os próximos 10 Km!
Alguns minutos de caminhada, cheguei na entrada da Trilha das Antenas. Essa trilha também é usada para motos, bicicletas e jipes, então fique bem atento. Apesar da subida ser um pouco longa, ela é bem suave, e não demora muito para chegar ao final da trilha, já num ponto de mirante que chega aos 1180 metros de altitude. Mais uma vez o "Point Olho d'Água" sendo desbancado. Nesse ponto existe uma edificação abandonada com uma estrutura de antena, atrás dele dá pra se ter uma boa vista de São Paulo. E olhando em direção ao norte, em clima bom, pode-se avistar o Pico Olho d'Àgua, Pedra do Sino e a Pedra das Trincheiras.
Existem muitas casas nesse lugar, mas o lugar é bem tranquilo, e segui o trajeto, pois ainda não havia chegado no objetivo desse trecho, o Pico das Antenas está um pouco mais á frente. E seguindo esse trecho, notei uma coisa bem interessante, a estrada na verdade é a crista da Serra da Cantareira, pois dos dois lados haviam penhascos, como se fosse uma passagem de montanha.
Não demorou muito, finalmente cheguei no Pico das Antenas, e novamente batendo 1180 metros de altitude, mais um ponto passando a frente do "Point Olho d'Água".
Depois de um breve rango e descanso, voltei a caminhada, pegando a trilha bem mais ao lado da mata, que na verdade, já é a divisa de Mairiporã com São Paulo e área do Parque Estadual da Cantareira. Um caminho bem interessante, apesar de não ser o ponto mais alto da serra, tem uns mirantes bem legais. Existem muitas bifurcações nesse trecho, dá uma boa confundida, mas todas irão sair na estrada asfaltada, mas tome cuidado para não pegar as bifurcações da esquerda, pois vai cair dentro das imediações do parque, e se for pego, irá responder legalmente ás sanções cabíveis.
Depois de um certo tempo, saí na estrada de novo, mas esta é asfaltada, e existem algumas casas, aqui nesse trecho já começa a aparecer alguns comércios.
Mas depois de muito andar, eis que tenho uma surpresa, eu estava dentro de um tipo de condomínio, desde que saí da Trilha das Antenas. O mais estranho é que ninguém perguntou quem eu era e de onde vinha, talvez seja um condomínio "aberto", igual ao da Pedra Grande de Atibaia, por estar numa área protegida, eles não podem impedir o acesso. Não sei se pegam algum documento pra registrar quem for entrar, o fato é que saí, fiquei ali na frente da guarita um pouco descansando no ponto de ônibus,e ninguem me perguntou nada. Enfim, vida que segue.
Saindo da portaria, seguindo pelo lado esquerdo, fui seguindo a rua, em pouco tempo dá pra escutar um barulho de tráfego intenso de automóveis, aqui está bem em cima do túnel da Rodovia Fernão Dias. Existe também uma pequena abertura no alambrado ao lado da mata, como uma placa do PE Cantareira, com os dizeres "proibido o acesso". Não é mais fácil fechar abertura? Só essa gestão inútil dos parques mesmo pra fazer essas presepada. Seguindo caminho, logo chega uma bifurcação da estrada com um caminho em pedra. Esse caminho é a Trilha da Pedreira do Dib. Apesar de estar bem pavimentada no começo, lá em cima ela já vira terra e vai se fechando de rua para uma trilha. Tome cuidado, pois por aqui também passam muitos ciclistas e motoqueiros.
O caminho é bem tranquilo, e logo menos, já se chega na crista da Pedreira do Dib.
Essa pedreira é enorme, está desativada há alguns anos, e hoje muitos vão ali para fazer esportes radicais, como rapel, pêndulo e escalada. Existem alguns malucos que se aventuram a mergulhar na água verde da cava pra se refrescar, mas eu não recomendo não.
Descendo a trilha, já chega numa rua que dá acesso á parte do meio da pedreira, onde o pessoal se concentra para realizar as atividades.
Voltando essa rua, irá chegar na estrada asfaltada novamente, aqui é a divisa de Mairiporã com São Paulo, e ponto final dos ônibus municipais de São Paulo e Mairiporã. Existe também o Bar e Mercearia Dona Amália, onde pode descansar e tomar uma gelada antes de partir.
Para quem vai voltar para São Paulo aqui para a linha 2024-10, que vai até a entrada do Núcleo Engordador, e dali terá que pegar outras linhas, 1783-10 e N240-11 que vão até o Metrô Santana, ou a linha 2023-10 até o Metrô Tucuruvi. Para quem for voltar para Mairiporã, que foi meu caso, terá que esperar a linha 1019-Mairiporã que vai até o Terminal Rodoviário. A diferença é que os ônibus de São Paulo tem mais oferta. Mas aí você pode fazer sua escolha enquanto brinda esse fim de trilha. Divirta-se e leve seu lixo de volta.