.::. TMB Tour du Mont Blanc .::. etapa 11 Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
near Montroc, Auvergne-Rhône-Alpes (France)
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Trail photos
Itinerary description
Nota: links e imagens contidas neste texto são visíveis em browser mas não na app wikiloc
Mapa com indicação dos pontos de partida e chegada sobre imagem base retirada de chamonix.net
Resumo da etapa
As duas últimas etapas do TMB seguem a famosa Varanda Sul, uma longa secção de trilhos a meia altura nas encostas setentrionais da Vallée de l’Arve, com vistas fabulosas para todo o conjunto montanhoso do Monte Branco. É um final em grande para esta memorável GR.
O ponto de referência importante desta etapa é o cairn situado na Tête aux Vents (2132 m), ponto de encruzilhada de trilhos, onde podemos chegar por duas vias:
1 - a mais aventurosa, subindo gradualmente a vertente que dá para o vale da Argentière, até subir as escadas metálicas pela passage délicat;
2 - a de paisagem mais rica, saindo de Trés-Le-Champ por um empinado zig-zag que leva ao Col des Montets, e daí à Tête.
Andavam por ali autênticas excursões, muita gente que se cruza fluindo em sentidos opostos, pouco treinados na montanha, e eu tinha bastante receio que deixassem cair uma câmara a meio das escadas, na precipitação das selfies, ou que fizessem rolar alguma pedrinha nos troços entre lanços de escadas. Seria a morte do artista, sem capacete e sem ancoragem.
A decisão foi fácil, Col des Montets.
Mas havia ainda outra variante a escolher, na qual também não hesitamos: a subida ao Lac Blanc (2352 m), em vez de ir directos desde a Tête aux Vents ao refúgio La Flégère (1875 m). Uma longa subida e uma longa descida, esta com vistas surpreendentes.
A nossa etapa
Estava um dia excelente, para nosso gaudio, pois esta seria uma das etapas que mais requeria uma boa visibilidade, dada a grandiosidade do cenário. Uma das duas etapas em que mais disparos fizemos, particularmente desde que atingimos o Lac des Chéserys, e até deixar o Lac Blanc, troço que foi o culpado de 514 dos 604 disparos do dia.
Tudo começou com a subida em ziguezague desde o Auberge de La Böerne até aos prados de altitude. Saímos do albergue para a estrada, tomando a direcção do Col des Montets, 400 metros depois saímos à esquerda por um trilho interpretativo e mais adiante tomamos finalmente o trilho onde se indica Lac Blanc e La Flégère. A interminável subida vai-nos proporcionando vistas fantásticas para sul, mas é apenas o começo. Se aqui já adorávamos, ao longo do dia fomos sendo torturados por tanta beleza.
A longa colecção de Zz's que vamos subindo é esplendidamente vista no final da etapa anterior, por essa razão incluí também essa foto, a primeira das 4 imagens que reuni no waypoint "zigzag 1"
Por volta dos 2000 metros de altitude, em La Remouaz, o trilho nivela um pouco, e seguimos a partir daqui na oficialmente designada Varanda Sul. Depois de passar mais algumas encruzilhadas, seguindo sempre por zona de prados e rochas, ampla, solitária (o povo todo segue pela passage delicat, por aqui só encontramos alguns locais) e bela, chegamos finalmente à Tête-aux-Vents, onde, aos 2132 metros de altitude, reencontramos as excursões, gente excitada depois da adrenalinica subida pelas escadas metálicas. São 2,5 horas em bom andar, para aqui chegar. Mas vamos de novo separar-nos: muito do pessoal que aqui vem tem o tempo limitado, e vão descer directos à Flégère. Mas nós tomamos o belo e empinado caminho que nos leva em pronunciada subida até aos Lacs de Chéserys, um par de belos lagos de cor esmeralda onde começa o desenfreado disparo de fotos.
A subida continua pronunciada, vamos passar um troço onde uma escada metálica chumbada na parede rochosa seguida de rampas com escadas de toros de madeira nos levam em poucos passos mas esforçados até ao Refuge du Lac Blanc (2352 m) que tinha recebido ordem de encerrar poucos dias antes. Estava concluída a subida de 900 metros de desnível que nos trouxe até junto de um dos mais finos panoramas alpinos. O entorno do lago, a vista para oeste, para o vale de onde cai a água que alimenta a bacia superior do lago (onde não fomos), e, sobretudo, a vista para SE, as Aiguilles Verte e Charmoz com o gigante glaciar Mer de Glace correndo entre elas, o pano de fundo dominado pelos Grandes Jorasses... é um lugar comum dizer-se que é de cortar a respiração, mas aqui tem de facto aplicação.
Estava um vento frio, cortante, como é natural nesta altitude. Mesmo assim um natural de Lausanne despiu-se, entrou na água gélida, diz que a pele é um excelente isolante e que está habituado no Lac Léman... nós abrigámo-nos junto a uma rocha e fizemos o nosso piquenique.
O local é bonito e animado: muita, muita gente mesmo, vem do lado da Flégère, até onde sobem pelo teleférico, e depois trepam até ao lago.
Depois de muitas fotos decidimos descer. Cada vez mais se fazia sentir a ameaça de chuva, quisemos continuar com a pouca roupa que tínhamos trazido para a subida, por isso empreendemos a acentuada descida que nos leva ao topo das pistas de esqui, onde terminam os meios mecânicos e onde se encontra o refúgio.
A descida é lenta. Não porque o terreno seja particularmente difícil, mas sim porque as vistas, esmagadoras, nos obrigam a parar constantemente para as contemplar. O refúgio é um pontinho minúsculo lá em baixo, parece que vai demorar uma eternidade a atingi-lo.
Quando por fim lá chegamos fizemos uma fotos das redondezas e... caiu o primeiro pingo de chuva. Entramos, mesmo a tempo, foi uma batega forte. Estava concluída uma descida durinha, um excelente treino para o exigente dia seguinte, uma descida ainda mais quebra-joelhos.
O Refúgio é agradável, não tem wi-fi (que parece haver junto do teleférico... pouco aconselhável em dia de chuva!!), jantar às 19:00, pequeno almoço a partir das 6:30.
La Flégère
La Flégère é uma colina na vertente que limita a Norte o vale de Chamonix, e aqui no ponto onde se encontra o refúgio é o terminus do teleférico que liga ao vale. Há uma estância de esqui, pequena, ligada por teleférico à de Brevent.
O teleférico de 50 lugares funcionava desde 1956, transportava 583 pessoas por hora; no ano seguinte à nossa passagem pelo TMB foi substituído por telecabinas de 10 lugares, transportam 2000 pessoas por hora e o tempo de viagem permanece nos 6 minutos.
As etapas
Etapa 00 Lisboa - Les Houches
Etapa 01 14.52 km Les Houches - Auberge Le Truc
Etapa 02 17.75 km Auberge Le Truc - Refuge de La Croix du Bon Homme
Etapa 03 12.18 km Refuge de La Croix du Bon Homme - Refuge des Mottets
Etapa 04 18.79 Km Refuge Des Mottets - Rifugio Maison Vieille
Etapa 05 09.85 Km Rifugio Maison Vieille - Rifugio Giorgio Bertone
Etapa 06 12.24 Km Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
Etapa 07 12.06 Km Rifugio Elena - Auberge des Glaciers (La Fouly)
Etapa 08 17.37 Km Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
Etapa 09 14.62 Km Gîte Bon Abri (Champex) - Auberge du Mont Blanc (Trient)
Etapa 10 14.41 km Auberge du Mont Blanc (Trient) - Auberge de la Böerne (Trés Le Champ)
Etapa 11 9.69 Km Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
Etapa 12 19.38 Km Refuge de La Flégère - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Track gps integral 175.69 Km Gîte Michel Fagot (Les Houches) - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Mapa com indicação dos pontos de partida e chegada sobre imagem base retirada de chamonix.net
Resumo da etapa
As duas últimas etapas do TMB seguem a famosa Varanda Sul, uma longa secção de trilhos a meia altura nas encostas setentrionais da Vallée de l’Arve, com vistas fabulosas para todo o conjunto montanhoso do Monte Branco. É um final em grande para esta memorável GR.
O ponto de referência importante desta etapa é o cairn situado na Tête aux Vents (2132 m), ponto de encruzilhada de trilhos, onde podemos chegar por duas vias:
1 - a mais aventurosa, subindo gradualmente a vertente que dá para o vale da Argentière, até subir as escadas metálicas pela passage délicat;
2 - a de paisagem mais rica, saindo de Trés-Le-Champ por um empinado zig-zag que leva ao Col des Montets, e daí à Tête.
Andavam por ali autênticas excursões, muita gente que se cruza fluindo em sentidos opostos, pouco treinados na montanha, e eu tinha bastante receio que deixassem cair uma câmara a meio das escadas, na precipitação das selfies, ou que fizessem rolar alguma pedrinha nos troços entre lanços de escadas. Seria a morte do artista, sem capacete e sem ancoragem.
A decisão foi fácil, Col des Montets.
Mas havia ainda outra variante a escolher, na qual também não hesitamos: a subida ao Lac Blanc (2352 m), em vez de ir directos desde a Tête aux Vents ao refúgio La Flégère (1875 m). Uma longa subida e uma longa descida, esta com vistas surpreendentes.
A nossa etapa
Estava um dia excelente, para nosso gaudio, pois esta seria uma das etapas que mais requeria uma boa visibilidade, dada a grandiosidade do cenário. Uma das duas etapas em que mais disparos fizemos, particularmente desde que atingimos o Lac des Chéserys, e até deixar o Lac Blanc, troço que foi o culpado de 514 dos 604 disparos do dia.
Tudo começou com a subida em ziguezague desde o Auberge de La Böerne até aos prados de altitude. Saímos do albergue para a estrada, tomando a direcção do Col des Montets, 400 metros depois saímos à esquerda por um trilho interpretativo e mais adiante tomamos finalmente o trilho onde se indica Lac Blanc e La Flégère. A interminável subida vai-nos proporcionando vistas fantásticas para sul, mas é apenas o começo. Se aqui já adorávamos, ao longo do dia fomos sendo torturados por tanta beleza.
A longa colecção de Zz's que vamos subindo é esplendidamente vista no final da etapa anterior, por essa razão incluí também essa foto, a primeira das 4 imagens que reuni no waypoint "zigzag 1"
Por volta dos 2000 metros de altitude, em La Remouaz, o trilho nivela um pouco, e seguimos a partir daqui na oficialmente designada Varanda Sul. Depois de passar mais algumas encruzilhadas, seguindo sempre por zona de prados e rochas, ampla, solitária (o povo todo segue pela passage delicat, por aqui só encontramos alguns locais) e bela, chegamos finalmente à Tête-aux-Vents, onde, aos 2132 metros de altitude, reencontramos as excursões, gente excitada depois da adrenalinica subida pelas escadas metálicas. São 2,5 horas em bom andar, para aqui chegar. Mas vamos de novo separar-nos: muito do pessoal que aqui vem tem o tempo limitado, e vão descer directos à Flégère. Mas nós tomamos o belo e empinado caminho que nos leva em pronunciada subida até aos Lacs de Chéserys, um par de belos lagos de cor esmeralda onde começa o desenfreado disparo de fotos.
A subida continua pronunciada, vamos passar um troço onde uma escada metálica chumbada na parede rochosa seguida de rampas com escadas de toros de madeira nos levam em poucos passos mas esforçados até ao Refuge du Lac Blanc (2352 m) que tinha recebido ordem de encerrar poucos dias antes. Estava concluída a subida de 900 metros de desnível que nos trouxe até junto de um dos mais finos panoramas alpinos. O entorno do lago, a vista para oeste, para o vale de onde cai a água que alimenta a bacia superior do lago (onde não fomos), e, sobretudo, a vista para SE, as Aiguilles Verte e Charmoz com o gigante glaciar Mer de Glace correndo entre elas, o pano de fundo dominado pelos Grandes Jorasses... é um lugar comum dizer-se que é de cortar a respiração, mas aqui tem de facto aplicação.
Estava um vento frio, cortante, como é natural nesta altitude. Mesmo assim um natural de Lausanne despiu-se, entrou na água gélida, diz que a pele é um excelente isolante e que está habituado no Lac Léman... nós abrigámo-nos junto a uma rocha e fizemos o nosso piquenique.
O local é bonito e animado: muita, muita gente mesmo, vem do lado da Flégère, até onde sobem pelo teleférico, e depois trepam até ao lago.
Depois de muitas fotos decidimos descer. Cada vez mais se fazia sentir a ameaça de chuva, quisemos continuar com a pouca roupa que tínhamos trazido para a subida, por isso empreendemos a acentuada descida que nos leva ao topo das pistas de esqui, onde terminam os meios mecânicos e onde se encontra o refúgio.
A descida é lenta. Não porque o terreno seja particularmente difícil, mas sim porque as vistas, esmagadoras, nos obrigam a parar constantemente para as contemplar. O refúgio é um pontinho minúsculo lá em baixo, parece que vai demorar uma eternidade a atingi-lo.
Quando por fim lá chegamos fizemos uma fotos das redondezas e... caiu o primeiro pingo de chuva. Entramos, mesmo a tempo, foi uma batega forte. Estava concluída uma descida durinha, um excelente treino para o exigente dia seguinte, uma descida ainda mais quebra-joelhos.
O Refúgio é agradável, não tem wi-fi (que parece haver junto do teleférico... pouco aconselhável em dia de chuva!!), jantar às 19:00, pequeno almoço a partir das 6:30.
La Flégère
La Flégère é uma colina na vertente que limita a Norte o vale de Chamonix, e aqui no ponto onde se encontra o refúgio é o terminus do teleférico que liga ao vale. Há uma estância de esqui, pequena, ligada por teleférico à de Brevent.
O teleférico de 50 lugares funcionava desde 1956, transportava 583 pessoas por hora; no ano seguinte à nossa passagem pelo TMB foi substituído por telecabinas de 10 lugares, transportam 2000 pessoas por hora e o tempo de viagem permanece nos 6 minutos.
As etapas
Etapa 00 Lisboa - Les Houches
Etapa 01 14.52 km Les Houches - Auberge Le Truc
Etapa 02 17.75 km Auberge Le Truc - Refuge de La Croix du Bon Homme
Etapa 03 12.18 km Refuge de La Croix du Bon Homme - Refuge des Mottets
Etapa 04 18.79 Km Refuge Des Mottets - Rifugio Maison Vieille
Etapa 05 09.85 Km Rifugio Maison Vieille - Rifugio Giorgio Bertone
Etapa 06 12.24 Km Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
Etapa 07 12.06 Km Rifugio Elena - Auberge des Glaciers (La Fouly)
Etapa 08 17.37 Km Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
Etapa 09 14.62 Km Gîte Bon Abri (Champex) - Auberge du Mont Blanc (Trient)
Etapa 10 14.41 km Auberge du Mont Blanc (Trient) - Auberge de la Böerne (Trés Le Champ)
Etapa 11 9.69 Km Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
Etapa 12 19.38 Km Refuge de La Flégère - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Track gps integral 175.69 Km Gîte Michel Fagot (Les Houches) - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Waypoints
Information point
7,333 ft
Poste indicador 1105
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