.::. TMB Tour du Mont Blanc .::. etapa 08 Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
near La Fouly, Canton du Valais (Switzerland)
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Trail photos
Itinerary description
Nota: links e imagens contidas neste texto são visíveis em browser mas não na app wikiloc
Mapa com indicação dos pontos de partida e chegada (imagem base retirada de chamonix.net)
Resumo da etapa
Uma caminhada pelo vale, a etapa mais fácil do TMB. E bucólica. Vale a pena alentar, há pequenos lugares cheios de rusticidade alpina para fotografar!
Há alimentação em Praz-de-Fort, a 2 horas de caminho sem paragens. Há fontes por todo o lado.
No final há que puxar pelas pernas para subir a Champex-lac, onde há de tudo: hotelaria, alimentação, farmácia e posto de correios, informação turística.
O Gîte Bon Abri fica um pouco depois de toda essa civilização.
A nossa etapa
O Natal da minha infância ficou recheado de imagens de cabanas ou chalets de montanha, cheios de neve claro, as florestas de cedros em redor, rodeados de majestosos e alvos picos. Junto das casas as pilhas de lenha muito arrumadinha, as salamandras e lareiras inundando o interior de ar quente e luz bamboleante alaranjada, em contraposição ao frio branco que cobria toda a paisagem. Era assim que o pintavam as tiras de banda desenhada da Disney, que eu não perdia uma.
Hoje foi o dia.
Não estamos no Inverno, faltam os rigores do frio branco e o vento rodopiando como o Padre Ruivo tão bem recriou. Mas está lá tudo o resto, e o resultado foi... a etapa em que mais fotos disparei.
Mas vamos aos factos!
O Auberge está num belo sítio; e embora a camarata seja apertadinha, dormimos bem, e acordamos contemplando lá longe as neves eternas banhadas nas neblinas matinais. O pequeno almoço foi o melhor do TMB até então, self-service, tudo à discrição, baguete rústica muito boa, café de filtro fortinho qb, leite, sumos, grande variedade de cereais, doces, manteiga, fiambre, queijo, yogurtes. Pudim de pão. Quem anda por refúgios e albergues sabe bem que nem sempre o dia começa assim.
Ao deixar o alojamento voltamos um pouco atrás, para atravessar um ponte e seguir até ao Camping des Glaciers, que atravessamos no seu extremo. Depressa nos encontramos a palmilhar um estradão pelo meio de uma floresta de cedros, abetos, faias, freixos, avelaneiras, o rio sempre à nossa direita, la Dranse de Ferret, águas esmeralda a correr sobre o típico leito dos pequenos rios de montanha - calhaus arredondados que fazem a água encaracolar e remoinhar brilhando ao sol na sua agitação, embora pouca seja nesta altura do ano.
Súbitamente deixa-se o estradão para subir um trilho à esquerda, um trilho muito bonito, subindo e descendo, serpenteando caprichosamente. Extensos troços de floresta, altos abetos e cedros no meio dos quais se escondiam caducifolias - faias, freixos, avelaneiras... quase uma floresta encantada. Frutos silvestres. Madeira cortada em pilhas, o cheiro da resina inebriando os sentidos.
Pouco depois de passarmos fente a Branche-d'en-Bas, que fica do outro lado do rio, chegamos ao único ponto que requer cautela, nesta etapa, uma zona exposta na parede vertical da montanha. Mas não tem dificuldade, e há cordas para nos agarrarmos se quisermos (waypoint incluído). Seguimos depois até que tomamos à direita e seguimos uma quase recta acompanhando a linha de cumeada, rumo à aldeia de Salienaz. Estamos sobre a moreia larteral do glaciar de Saleina, um dos que tem mostrado extrema recessão nos últimos anos.
Na aldeia começa o encantamento. Pelo mesmo aprazível vale escolhido pela Dranse de Ferret, vai ser agora uma sucessão sem fim de postais Suiços, aldeias pouco ou nada alteradas, as casas em madeira, as pilhas de lenha, as flores por todo o lado, as fontes rústicas jorrando água em cada canto. As casas de telhados negros reunem-se em núcleos muito juntinhos, distribuindo-se ao longo dos verdes prados e searas. O horizonte sempre fechado por altas montanhas, ostentando no seu cume um penacho de núvens brancas.
Paramos num banco bem situado sobre a aldeia de Issert e almoçamos, depois seguimos até à estrada, apenas por uma centena de metros (aqui passa-se a um café). Agora toma-se de novo o caminho da floresta, para fazer a longa subida até Champex. O percurso é um encanto, coincide com o didáctico Sentier des Champignons. Ladeando o trilho, esculturas em madeira de esquilos, cogumelos, águias e muitos outros vão-nos lembrando a vida natural que aos poucos vai desaparecendo, à medida que o Homem altera o meio ambiente...
Um lago enorme, lá em cima, onde não faltavam veraneantes remando em caiaques ou fazendo paddle. Hotéis e casas de férias. ambiente cosmopolita sem estragar a montanha, gostei.
Mais uns passos, uma curta descida, e chegamos. O Auberge Gîte Bon Abri é uma construção típica da serrania suiça, um pequeno albergue situado a 1444 metros de altitude, onde por 186 eur tivemos direito a quarto com duas camas e wc, em regime de meia pensão com jantar, pequeno almoço e saco piquenique. O jantar não se salientou, mas foi correcto: sopa, uma salada bem confeccionada, arroz com uma imitação de carbonara, e uma taças de doce tipo baba de camelo.
Champex lac
O lago fica entre duas moreias. No final da última Idade do Gelo (Glaciação de Würm), há cerca de 10.000 anos, o glaciar do Val d'Arpette no oeste e o do Val d'Entremont no leste recuaram, deixando as moreias para trás.
No oeste, o lago é delimitado por uma valiosa charneca onde vivem diferentes comunidades de plantas conforme a proximidade ao lago: charneca plana na margem do lago (Seggenried com água livre) e charneca de planalto em zonas mais distantes (turfeiras). O pântano de turfa Champex-Lac é o único no cantão de Valais onde o pinheiro da montanha cresce em alguns lugares, e também os frutos silvestres pequenos só podem ser encontrados aqui, neste cantão. As turfeiras planas e elevadas são de importância nacional e estão sob proteção cantonal desde 1997.
As etapas
Etapa 00 Lisboa - Les Houches
Etapa 01 14.52 km Les Houches - Auberge Le Truc
Etapa 02 17.75 km Auberge Le Truc - Refuge de La Croix du Bon Homme
Etapa 03 12.18 km Refuge de La Croix du Bon Homme - Refuge des Mottets
Etapa 04 18.79 Km Refuge Des Mottets - Rifugio Maison Vieille
Etapa 05 09.85 Km Rifugio Maison Vieille - Rifugio Giorgio Bertone
Etapa 06 12.24 Km Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
Etapa 07 12.06 Km Rifugio Elena - Auberge des Glaciers (La Fouly)
Etapa 08 17.37 Km Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
Etapa 09 14.62 Km Gîte Bon Abri (Champex) - Auberge du Mont Blanc (Trient)
Etapa 10 14.41 km Auberge du Mont Blanc (Trient) - Auberge de la Böerne (Trés Le Champ)
Etapa 11 9.69 Km Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
Etapa 12 19.38 Km Refuge de La Flégère - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Track gps integral 175.69 Km Gîte Michel Fagot (Les Houches) - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Mapa com indicação dos pontos de partida e chegada (imagem base retirada de chamonix.net)
Resumo da etapa
Uma caminhada pelo vale, a etapa mais fácil do TMB. E bucólica. Vale a pena alentar, há pequenos lugares cheios de rusticidade alpina para fotografar!
Há alimentação em Praz-de-Fort, a 2 horas de caminho sem paragens. Há fontes por todo o lado.
No final há que puxar pelas pernas para subir a Champex-lac, onde há de tudo: hotelaria, alimentação, farmácia e posto de correios, informação turística.
O Gîte Bon Abri fica um pouco depois de toda essa civilização.
A nossa etapa
O Natal da minha infância ficou recheado de imagens de cabanas ou chalets de montanha, cheios de neve claro, as florestas de cedros em redor, rodeados de majestosos e alvos picos. Junto das casas as pilhas de lenha muito arrumadinha, as salamandras e lareiras inundando o interior de ar quente e luz bamboleante alaranjada, em contraposição ao frio branco que cobria toda a paisagem. Era assim que o pintavam as tiras de banda desenhada da Disney, que eu não perdia uma.
Hoje foi o dia.
Não estamos no Inverno, faltam os rigores do frio branco e o vento rodopiando como o Padre Ruivo tão bem recriou. Mas está lá tudo o resto, e o resultado foi... a etapa em que mais fotos disparei.
Mas vamos aos factos!
O Auberge está num belo sítio; e embora a camarata seja apertadinha, dormimos bem, e acordamos contemplando lá longe as neves eternas banhadas nas neblinas matinais. O pequeno almoço foi o melhor do TMB até então, self-service, tudo à discrição, baguete rústica muito boa, café de filtro fortinho qb, leite, sumos, grande variedade de cereais, doces, manteiga, fiambre, queijo, yogurtes. Pudim de pão. Quem anda por refúgios e albergues sabe bem que nem sempre o dia começa assim.
Ao deixar o alojamento voltamos um pouco atrás, para atravessar um ponte e seguir até ao Camping des Glaciers, que atravessamos no seu extremo. Depressa nos encontramos a palmilhar um estradão pelo meio de uma floresta de cedros, abetos, faias, freixos, avelaneiras, o rio sempre à nossa direita, la Dranse de Ferret, águas esmeralda a correr sobre o típico leito dos pequenos rios de montanha - calhaus arredondados que fazem a água encaracolar e remoinhar brilhando ao sol na sua agitação, embora pouca seja nesta altura do ano.
Súbitamente deixa-se o estradão para subir um trilho à esquerda, um trilho muito bonito, subindo e descendo, serpenteando caprichosamente. Extensos troços de floresta, altos abetos e cedros no meio dos quais se escondiam caducifolias - faias, freixos, avelaneiras... quase uma floresta encantada. Frutos silvestres. Madeira cortada em pilhas, o cheiro da resina inebriando os sentidos.
Pouco depois de passarmos fente a Branche-d'en-Bas, que fica do outro lado do rio, chegamos ao único ponto que requer cautela, nesta etapa, uma zona exposta na parede vertical da montanha. Mas não tem dificuldade, e há cordas para nos agarrarmos se quisermos (waypoint incluído). Seguimos depois até que tomamos à direita e seguimos uma quase recta acompanhando a linha de cumeada, rumo à aldeia de Salienaz. Estamos sobre a moreia larteral do glaciar de Saleina, um dos que tem mostrado extrema recessão nos últimos anos.
Na aldeia começa o encantamento. Pelo mesmo aprazível vale escolhido pela Dranse de Ferret, vai ser agora uma sucessão sem fim de postais Suiços, aldeias pouco ou nada alteradas, as casas em madeira, as pilhas de lenha, as flores por todo o lado, as fontes rústicas jorrando água em cada canto. As casas de telhados negros reunem-se em núcleos muito juntinhos, distribuindo-se ao longo dos verdes prados e searas. O horizonte sempre fechado por altas montanhas, ostentando no seu cume um penacho de núvens brancas.
Paramos num banco bem situado sobre a aldeia de Issert e almoçamos, depois seguimos até à estrada, apenas por uma centena de metros (aqui passa-se a um café). Agora toma-se de novo o caminho da floresta, para fazer a longa subida até Champex. O percurso é um encanto, coincide com o didáctico Sentier des Champignons. Ladeando o trilho, esculturas em madeira de esquilos, cogumelos, águias e muitos outros vão-nos lembrando a vida natural que aos poucos vai desaparecendo, à medida que o Homem altera o meio ambiente...
Um lago enorme, lá em cima, onde não faltavam veraneantes remando em caiaques ou fazendo paddle. Hotéis e casas de férias. ambiente cosmopolita sem estragar a montanha, gostei.
Mais uns passos, uma curta descida, e chegamos. O Auberge Gîte Bon Abri é uma construção típica da serrania suiça, um pequeno albergue situado a 1444 metros de altitude, onde por 186 eur tivemos direito a quarto com duas camas e wc, em regime de meia pensão com jantar, pequeno almoço e saco piquenique. O jantar não se salientou, mas foi correcto: sopa, uma salada bem confeccionada, arroz com uma imitação de carbonara, e uma taças de doce tipo baba de camelo.
Champex lac
O lago fica entre duas moreias. No final da última Idade do Gelo (Glaciação de Würm), há cerca de 10.000 anos, o glaciar do Val d'Arpette no oeste e o do Val d'Entremont no leste recuaram, deixando as moreias para trás.
No oeste, o lago é delimitado por uma valiosa charneca onde vivem diferentes comunidades de plantas conforme a proximidade ao lago: charneca plana na margem do lago (Seggenried com água livre) e charneca de planalto em zonas mais distantes (turfeiras). O pântano de turfa Champex-Lac é o único no cantão de Valais onde o pinheiro da montanha cresce em alguns lugares, e também os frutos silvestres pequenos só podem ser encontrados aqui, neste cantão. As turfeiras planas e elevadas são de importância nacional e estão sob proteção cantonal desde 1997.
As etapas
Etapa 00 Lisboa - Les Houches
Etapa 01 14.52 km Les Houches - Auberge Le Truc
Etapa 02 17.75 km Auberge Le Truc - Refuge de La Croix du Bon Homme
Etapa 03 12.18 km Refuge de La Croix du Bon Homme - Refuge des Mottets
Etapa 04 18.79 Km Refuge Des Mottets - Rifugio Maison Vieille
Etapa 05 09.85 Km Rifugio Maison Vieille - Rifugio Giorgio Bertone
Etapa 06 12.24 Km Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
Etapa 07 12.06 Km Rifugio Elena - Auberge des Glaciers (La Fouly)
Etapa 08 17.37 Km Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
Etapa 09 14.62 Km Gîte Bon Abri (Champex) - Auberge du Mont Blanc (Trient)
Etapa 10 14.41 km Auberge du Mont Blanc (Trient) - Auberge de la Böerne (Trés Le Champ)
Etapa 11 9.69 Km Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
Etapa 12 19.38 Km Refuge de La Flégère - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Track gps integral 175.69 Km Gîte Michel Fagot (Les Houches) - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Waypoints
Campsite
5,266 ft
Camping
Campsite
4,908 ft
Camping les Rocailles 1480m
Fountain
3,870 ft
Fonte 0802
Waypoint
5,045 ft
L' Amône
Picnic
4,015 ft
Área de picnic
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