.::. TMB Tour du Mont Blanc .::. etapa 06 Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
near Meyen, Valle d’Aosta (Italia)
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Trail photos
Itinerary description
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Mapa com indicação dos pontos de partida e chegada (imagem base retirada de chamonix.net)
Resumo da etapa
Depois de deixar o Bertone, o caminho sobe um pouco e logo nos permite alcançar as vistas que nos vão acompanhar o dia todo. Iremos avançar em paralelo ao Val Ferret, até ao seu começo, atravessando muitos cursos de água, pontes, alguns neveiros.
Passamos o refugio Bonatti, depois mais tarde descemos ao vale onde vamos encontrar os Chalets de Val Ferret (1784 m), e aí subimos de novo para então chegar ao Elena, a 2062m de altitude.
A nossa etapa
O pequeno almoço foi às 7:00, com bom café mas ficou por aí; o refúgio que tanto nos encantou, despediu-se de nós com um pequeno almoço fraquíssimo. Estaria à espera de reabastecimento?
A luz dourada que o sol ainda baixo deixava deslizar pela encosta, iluminando aquele recanto de beleza pura, a caravana de burros que acabara de chegar para carregar a bagagem de um pequeno grupo que lá pernoitara, o ar fresco da manhã, depressa nos fizeram esquecer a decepção.
Subimos um pouco e depressa chegamos a um alto, o Pre de la Saxe, onde há uma bifurcação de caminhos e lá estão os primeiros postes indicadores do dia. Mas nenhum indica aquilo que logo nos oferece um vislumbre de como vai ser toda a etapa: vistas emocionantes para o maciço do Monte Branco, que vai ficando para trás, e para as gigantescas paredes que se erguem do outro lado do vale, a "um braço" de distância de nós. Vão ser 15 km disto. Não gosto de fazer rankings. Alguns guias e descrições do TMB, entre eles o nosso do Kev Reynolds , referem esta como sendo a mais cénica etapa do TMB. Pois bem, não sei se é a "mais", mas é, seguramente, algo que não esquece.
A parede do outro lado de Val Ferret, enrugada, contorcida, encimada por agulhas e dentes, abrindo-se lá em cima para mostrar os seus glaciares, as núvens sempre aparecendo e desaparecendo, jogando às escondida com os seus picos... o trovejar das avalanches que desabam de quando em quando e, sempre, sempre, o ronronar das águas que se soltam dos neveiros e correm para o mar num ciclo eterno, este é o deleite que começa ali em Pre de la Saxe.
O caminho sobe e desce caprichosamente seguindo a vertente sudeste do Val Ferret, cruzamos diversos cursos de água e fazemos paragens e mais paragens, para fotografar e apreciar. Em muitas zonas a encosta é uma delícia de rosas alpinas (alpenrose), mirtilo e lariço (ai no outono...), muito verde e colorido que contrasta com o cinzento e branco com que a distância pinta a encosta do outro lado.
As velhas cabanas alpinas e as vacas pastando pachorrentamente recordam um bucolismo de tempos idos, mas que teimam em marcar ainda presença. Acima de nós um céu muito azul fecha o quadro.
E é bem no seio deste cenário fascinante que vamos encontrar o Rifugio Bonatti. Que sítio! Logo que nos deparamos com o pequeno grupo de construções fiquei com pena de ali não ser um dos nossos pontos de pernoita. O refúgio, tão bem situado, por dentro é um autêntico hotel, espaços muito bem arranjados e limpos.
Mas... aproveitamos para descansar um pouco e comer um snack na esplanada voltada para o grande e majestoso maciço. Havia pouca gente e muita paisagem. Um bom momento.
Depois o trajecto continuou a maravilhar-nos, na verdade o dia é "monótono", paisagem larga e fascinante, cursos de água, muitos cursos de agua... e sem grandes dificuldades
Acabamos por tocar o fundo do vale, no Chalet Val Ferret (1784m), mais um complexo hoteleiro que estava todo fechado mas aparentava boa qualidade.
Agora seguimos, por pouco tempo, ao nível da Dora di Ferret, que temos visto todo o dia correndo no fundo do vale. Por pouco tempo, porque se descemos... há que trepar depois. Aqui tem início a longa subida que nos leva ao nosso destino, o Rifugio Elena (2062 m), e na qual temos que atravessar alguns neveiros mais complicados.
E foi logo nessa aproximação que percebemos que íamos entrar noutro mundo. Havia muita gente, grupos lentos e barulhentos.
O Elena é um refúgio enorme, bem equipado. Na verdade demasiado grande para quem quer viver a natureza e a montanha. Demasiado cheio de estúpidos cartazes proibindo fazer isto e aquilo. Demasiado cheio de turistas barulhentos, desrespeitadores do espaço e do sossego dos outros.
O atendimento, demorado e impessoal, como não podia deixar de ser num quartel daqueles, deixou muito a desejar.
19:00. Fomos jantar. Um horror.
Havia mais três ou quatro na nossa mesa, salvo erro um pai e filho americanos e uns italianos, ainda tentamos conversar mas fomos desistindo. Não nos ouviamos. Havia por perto mesas de grupos, mesas de 10 a vinte pessoas, que tinham chegado ao ponto alto do seu dia: vozear e rir em competição, que crescia com a energia conferida pelo prato e pelo copo.
A pior estadia do TMB.
As etapas
Etapa 00 Lisboa - Les Houches
Etapa 01 14.52 km Les Houches - Auberge Le Truc
Etapa 02 17.75 km Auberge Le Truc - Refuge de La Croix du Bon Homme
Etapa 03 12.18 km Refuge de La Croix du Bon Homme - Refuge des Mottets
Etapa 04 18.79 Km Refuge Des Mottets - Rifugio Maison Vieille
Etapa 05 09.85 Km Rifugio Maison Vieille - Rifugio Giorgio Bertone
Etapa 06 12.24 Km Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
Etapa 07 12.06 Km Rifugio Elena - Auberge des Glaciers (La Fouly)
Etapa 08 17.37 Km Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
Etapa 09 14.62 Km Gîte Bon Abri (Champex) - Auberge du Mont Blanc (Trient)
Etapa 10 14.41 km Auberge du Mont Blanc (Trient) - Auberge de la Böerne (Trés Le Champ)
Etapa 11 9.69 Km Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
Etapa 12 19.38 Km Refuge de La Flégère - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Track gps integral 175.69 Km Gîte Michel Fagot (Les Houches) - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Mapa com indicação dos pontos de partida e chegada (imagem base retirada de chamonix.net)
Resumo da etapa
Depois de deixar o Bertone, o caminho sobe um pouco e logo nos permite alcançar as vistas que nos vão acompanhar o dia todo. Iremos avançar em paralelo ao Val Ferret, até ao seu começo, atravessando muitos cursos de água, pontes, alguns neveiros.
Passamos o refugio Bonatti, depois mais tarde descemos ao vale onde vamos encontrar os Chalets de Val Ferret (1784 m), e aí subimos de novo para então chegar ao Elena, a 2062m de altitude.
A nossa etapa
O pequeno almoço foi às 7:00, com bom café mas ficou por aí; o refúgio que tanto nos encantou, despediu-se de nós com um pequeno almoço fraquíssimo. Estaria à espera de reabastecimento?
A luz dourada que o sol ainda baixo deixava deslizar pela encosta, iluminando aquele recanto de beleza pura, a caravana de burros que acabara de chegar para carregar a bagagem de um pequeno grupo que lá pernoitara, o ar fresco da manhã, depressa nos fizeram esquecer a decepção.
Subimos um pouco e depressa chegamos a um alto, o Pre de la Saxe, onde há uma bifurcação de caminhos e lá estão os primeiros postes indicadores do dia. Mas nenhum indica aquilo que logo nos oferece um vislumbre de como vai ser toda a etapa: vistas emocionantes para o maciço do Monte Branco, que vai ficando para trás, e para as gigantescas paredes que se erguem do outro lado do vale, a "um braço" de distância de nós. Vão ser 15 km disto. Não gosto de fazer rankings. Alguns guias e descrições do TMB, entre eles o nosso do Kev Reynolds , referem esta como sendo a mais cénica etapa do TMB. Pois bem, não sei se é a "mais", mas é, seguramente, algo que não esquece.
A parede do outro lado de Val Ferret, enrugada, contorcida, encimada por agulhas e dentes, abrindo-se lá em cima para mostrar os seus glaciares, as núvens sempre aparecendo e desaparecendo, jogando às escondida com os seus picos... o trovejar das avalanches que desabam de quando em quando e, sempre, sempre, o ronronar das águas que se soltam dos neveiros e correm para o mar num ciclo eterno, este é o deleite que começa ali em Pre de la Saxe.
O caminho sobe e desce caprichosamente seguindo a vertente sudeste do Val Ferret, cruzamos diversos cursos de água e fazemos paragens e mais paragens, para fotografar e apreciar. Em muitas zonas a encosta é uma delícia de rosas alpinas (alpenrose), mirtilo e lariço (ai no outono...), muito verde e colorido que contrasta com o cinzento e branco com que a distância pinta a encosta do outro lado.
As velhas cabanas alpinas e as vacas pastando pachorrentamente recordam um bucolismo de tempos idos, mas que teimam em marcar ainda presença. Acima de nós um céu muito azul fecha o quadro.
E é bem no seio deste cenário fascinante que vamos encontrar o Rifugio Bonatti. Que sítio! Logo que nos deparamos com o pequeno grupo de construções fiquei com pena de ali não ser um dos nossos pontos de pernoita. O refúgio, tão bem situado, por dentro é um autêntico hotel, espaços muito bem arranjados e limpos.
Mas... aproveitamos para descansar um pouco e comer um snack na esplanada voltada para o grande e majestoso maciço. Havia pouca gente e muita paisagem. Um bom momento.
Depois o trajecto continuou a maravilhar-nos, na verdade o dia é "monótono", paisagem larga e fascinante, cursos de água, muitos cursos de agua... e sem grandes dificuldades
Acabamos por tocar o fundo do vale, no Chalet Val Ferret (1784m), mais um complexo hoteleiro que estava todo fechado mas aparentava boa qualidade.
Agora seguimos, por pouco tempo, ao nível da Dora di Ferret, que temos visto todo o dia correndo no fundo do vale. Por pouco tempo, porque se descemos... há que trepar depois. Aqui tem início a longa subida que nos leva ao nosso destino, o Rifugio Elena (2062 m), e na qual temos que atravessar alguns neveiros mais complicados.
E foi logo nessa aproximação que percebemos que íamos entrar noutro mundo. Havia muita gente, grupos lentos e barulhentos.
O Elena é um refúgio enorme, bem equipado. Na verdade demasiado grande para quem quer viver a natureza e a montanha. Demasiado cheio de estúpidos cartazes proibindo fazer isto e aquilo. Demasiado cheio de turistas barulhentos, desrespeitadores do espaço e do sossego dos outros.
O atendimento, demorado e impessoal, como não podia deixar de ser num quartel daqueles, deixou muito a desejar.
19:00. Fomos jantar. Um horror.
Havia mais três ou quatro na nossa mesa, salvo erro um pai e filho americanos e uns italianos, ainda tentamos conversar mas fomos desistindo. Não nos ouviamos. Havia por perto mesas de grupos, mesas de 10 a vinte pessoas, que tinham chegado ao ponto alto do seu dia: vozear e rir em competição, que crescia com a energia conferida pelo prato e pelo copo.
A pior estadia do TMB.
As etapas
Etapa 00 Lisboa - Les Houches
Etapa 01 14.52 km Les Houches - Auberge Le Truc
Etapa 02 17.75 km Auberge Le Truc - Refuge de La Croix du Bon Homme
Etapa 03 12.18 km Refuge de La Croix du Bon Homme - Refuge des Mottets
Etapa 04 18.79 Km Refuge Des Mottets - Rifugio Maison Vieille
Etapa 05 09.85 Km Rifugio Maison Vieille - Rifugio Giorgio Bertone
Etapa 06 12.24 Km Rifugio Giorgio Bertone - Rifugio Elena
Etapa 07 12.06 Km Rifugio Elena - Auberge des Glaciers (La Fouly)
Etapa 08 17.37 Km Auberge des Glaciers (La Fouly) - Gîte Bon Abri (Champex)
Etapa 09 14.62 Km Gîte Bon Abri (Champex) - Auberge du Mont Blanc (Trient)
Etapa 10 14.41 km Auberge du Mont Blanc (Trient) - Auberge de la Böerne (Trés Le Champ)
Etapa 11 9.69 Km Auberge de la Böerne (Trés Le Champ) - Refuge de La Flégère
Etapa 12 19.38 Km Refuge de La Flégère - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
Track gps integral 175.69 Km Gîte Michel Fagot (Les Houches) - Rocky Pop Hotel (Les Houches)
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